Capitulo 2 – Que rotina estressante... Quem serão aqueles dois estranhos?

— Olá Lilian. Vejo que como sempre veio adiantada. – Cumprimenta Alice.

Alice é uma das mais jovens e melhores professoras de artes do mundo, sendo muito renomeada e tendo ganhando vários prêmios, mesmo com a pouca idade, apenas 29 anos, e uma grande carreira como bailarina, que infelizmente teve um trágico fim. Após sofrer um acidente que quase lhe custou a vida Alice nunca mais foi à mesma, e quando lhe perguntam sobre o acidente a doce e alegre professora muda completamente se tornando fria, distante e rigorosa.

— Boa tarde professora. Como tem passado? Chegar um pouco antes me ajuda com a minha concentração. – Afirma Lilian sendo educada e cordial.

— Tive uma manhã terrível, mas não é nada do qual você precise saber. Você faz muito bem em se esforçar tanto, a competição das escolas ira ocorrer este ano novamente e como no anterior nós teremos que nos esforçar muito para ganharmos, mas por favor lembre-se de que você tem que cuidar da sua saúde também. – Aconselha carinhosamente Alice enquanto juntava alguns papeis que estavam espalhados por sua mesa.

— Está bem, está bem. Mas e a senhora quer me contar o que lhe aconteceu pela manhã? Talvez seja melhor desabafar e quem sabe assim o seu problema não fica menor? – Questiona Lilian, porém quando a professora iria lhe responder elas são interrompidas por um barulhento grupo de adolescentes que entram na sala espalhando suas coisas pelo local, o tornando um pouco pequeno para tantos alunos.

— Eai gata! Sentiu saudades? – Pergunta James colocando os braços ao redor dos ombros de Lilian enquanto a mesma lhe lançava um olhar raivoso. Apesar de conhecer James há anos ela ainda se irritava com a atitude despreocupada do rapaz, que tinha o mesmo nome que o seu irmão mais velho e que com o seu comportamento galanteador e brincalham vivia metendo ela e os colegas em problemas.

— Desencosta James! Quantas vezes eu terei que lhe dizer para não me chamar de gata?! – Apesar do semblante serio Lilian estava controlando-se para não soltar uma gargalhada com a careta de decepção do amigo.

— A senhorita viu professora. Como ela me trata? Ela é assim mesmo. Usa desse meu corpinho lindo e gostoso na calada da noite, mas aqui com o publico ela me esnoba! Eu sinto tanto por isso que tenho até vontade de chorar. – Realmente quem não conhece James acreditaria fielmente em suas palavras, principalmente por que logo após o seu “deprimente” discurso o rapaz começou a derramar lagrimas e a soluçar colocando o pulso na frente do rosto e abaixando a cabeça.

— Ok, está bem, está bem, você é um ótimo ator James, mas quantas vezes eu terei que lhe dizer para não me chamar de senhorita? Eu já dize que sou casada! – Interrompe Alice o olhando seriamente, e como que se num passar de mágica o rapaz para de chorar levantando o rosto e soltando um sorriso malicioso.

— Não adianta senhorita Alice. Eu sei que você me ama e até que eu veja com os meus próprios olhos eu não acreditarei nesse maridinho que a senhorita diz que tem apenas para não cair nos meus encantos. – James é rápido ao desviar do “tapa” que sua professora lhe manda e corre para o seu lugar antes de lhe soprar um beijo a uma distancia segura.

— Ora seu...

— Deixa pra lá professora, conta logo por que a senhora nós chamou aqui. – Intercede Bianca em socorro de seu primo, que a agradece tocando-lhe uma bala, que a mesma pega sem nem uma dificuldade.

— Bem como eu estava tentando falar antes de ser interrompida. – Começa Alice lançando um olhar raivoso na direção de James, porém o mesmo olhava disfarçadamente para a parede fingindo que ela não se referia a ele.

— Todos aqui sabem que este ano nos iremos enfrentar a Academia de Artes e Dança Agustine, e que por muitos anos nossa academia e ela veem compendio-o entre si pelo posto de melhor academia de artes do mundo.

— ISSO AÉ DALE A.D.D.F. A QUEM SÃO OS MELHORES? NÓS SOMOS OS MELHORES!!! – Grita James interrompendo novamente Alice que só não retruca, pois compreende o sentimento de orgulho do aluno que é acompanhado pelos colegas que o aplaudem e assobiam gritando coisas em concordância.

— Ok, ok se acalmem. – Ordena Alice que logo é obedecida pelos alunos.

— Como eu estava dizendo...

E assim se passou à tarde de Lilian calorosa e divertida. Ela adorava as horas que passava na academia eram sem duvida as suas melhores horas no dia, era uma pena que elas passavam tão rápido. Então assim como apareceu Lilian teve que desaparecer correndo para casa, pois a mesma se encontrava atrasada. Sua mãe com certeza iria mata-la, ela tinha claramente lhe dito para que chegasse mais cedo em casa, pois todos da família iriam visitar os pais de Gina, a velha e simpática senhora Wesley e o adorável e curioso senhor Weasley. Com esses pensamentos Lilian atravessou a rua não vendo que a sinaleira já está fechada.

— Cuidado! – Lilian ouviu antes de sentir seu corpo ser jogado longe. Estranho o peso que estava sobre ela não viera da direção que esperava, e pensando bem dês de quanto carros tem respiração pesada e um perfume tão gostoso? Pensou Lilian antes de ouvir uma voz masculina forte e grave.

— Você está bem? – Pergunta um lindo rapaz de cabelos negros como a noite e intensos olhos azuis que a olhavam com tamanha intensidade que Lilian não pode fazer nada a não ser admira-lo ainda mais, contendo um suspiro Lilian finalmente voltou a si dizendo.

— Sim eu... Eu acho que estou bem sim... E você? Você se machucou? – Fala rapidamente preocupada com o seu salvador que ainda a olhava atentamente tentando confirmar se o que ela dizia era mesmo verdade.

— Sim eu estou bem...

— Que bom que você foi rápido Alex eu achei que ela ia se machucar... Prazer meu nome é Elizabeth e esse que tá em cima de você é o Alex... Hum... Como você se chama? – Pergunta uma linda garota de cabelos tão negros quando os do rapaz e de roupas informais e descontraídas, Lilian não sabia por que, mas ao ver aquela garota ela sentiu que já a conhecia de algum lugar.

— Não liga pra Lizzy não ela é muito... Como dizer? Intrometida é a palavra certa com certeza. – Afirma Alex levantando enquanto limpava suas roupas que eram lindas por sinal. Ele vestia uma calça de coloração escura com um sobretudo marrom com botões pretos que estava aberto revelando que o mesmo vestia uma regada preta por baixo.

— Intrometida é a... – Elizabeth é interrompida por um irritante barulho de celular que vinha da mochila de Lilian que como a dona ainda estava jogada no chão.

— Hum... Oi mãe... Sim... Hum... Eu já estou chegando... Sim mãe eu sei que estou atrasada... Sim... Eu já estou... Chegando! – Completa Lilian após sua mãe desligar o celular na sua cara.

— Hum bem eu acho que já vou indo então. – Afirma Lilian, mas após a mesma tentar levantar solta um gemido de dor. Não era possível era só o que lhe faltava. Ela quebrara o pê, tinha certeza, pois a dor era pulsante e a mesma não conseguia acreditar como que não a sentira antes.

— O que foi você se machucou? – Pergunta Elizabeth empurrando o rapaz a sua frente e se ajoelhando ao lado da garota ruiva.

— Eu acho que desloquei um osso. – Diz Lilian com a vós abafada pela dor. Apesar de a mesma ter certeza de que não tinha apenas deslocado o osso, pois ela sentia que ele não estava em seu devido lugar e olhando bem agora a mesma percebia que seu pé não estava em uma posição muito bonita, com certeza estava quebrado.

— Lizzy liga o carro! Vamos levar ela urgentemente para um hospital. – Diz Alex enquanto se abaixa pegando Lilian e sua mochila no colo.

— Ei você está louco? Eu tenho que ir para casa... Tenho que... – Lilian tentou protestar, mas de repente seus olhos estavam muito pesados para ficarem abertos e assim Lilian caiu na inconsciência, ainda sentindo aquele doce e refrescante perfume.

...

— Ela já está fora de perigo senhora, estamos apenas esperando que ela acorde para que possamos fazer os exames finais e a liberaremos ainda hoje. – Lilian ouvia sem ainda conseguir abrir os olhos.

— Obrigada doutor, eu agradeço pelo seu atendimento rápido. – Diz Gina com a voz fria e sem qualquer rastro de sentimento.

— Imagine senhora, eu fiz apenas o meu trabalho, mas se a senhora quiser agradecer alguém deveria agradecer os jovens que trouxeram a sua filha para cá eles pareciam realmente preocupados, mas eu não os vi depois que a senhora e o seu marido chegaram.

Foi nesse momento que Lilian conseguiu abrir os olhos. Ela não conseguia acreditar que o lindo e estranho rapaz que lhe salvou a vida e que a simpática e sorridente garota que o acompanhava tinham a deixado. De repente lhe bateu um sentimento horrível de perda e lágrimas caíram de seus olhos.

— Vejo que a senhorita está acordada. – Afirma o médico, de aparência cansada, que logo completa após ver as lágrimas da garota. – A senhorita está sentindo alguma dor?

— Não, eu estou bem. Obrigada senhor. – Diz rapidamente a garota secando as lágrimas que ainda lhe molhavam o rosto.

— Se você não queria ir à casa dos seus avôs poderia apenas ter dito. Não era necessário atirar-se na frente de um carro, querida. – Apesar de sua voz parecer doce Lilian sabia que Gina não estava sendo amável e que também não estava brincando como pensara o medico que soltou algumas risadas.

— Eu amo os meus avôs! Eu apenas não vi que o sinal estava fechado quando fui atravessar a rua... E como você sabe do carro? – A única explicação seria que... Pensava Lilian quando o medico a interrompeu dizendo.

— Exatamente isso que a senhorita esta pensando senhorita Potter, os seus amigos me contaram todo o ocorrido, inclusive eu tenho algumas perguntas para fazer à senhorita. – Afirma o medico seriamente.

— Hum... Senhor...

— Cullen. Edward Cullen. – Completa a ajudando.

— Hum... Senhor Cullen... Pode perguntar. – Afirma Lilian respirando fundo, a mesma já podia imaginar quais seriam essas perguntas.

— Senhor Cullen se o senhor me permite eu preciso me retirar por alguns instantes, pois o meu marido está na recepção junto com os meus outros filhos. – Diz educadamente Gina que sai ao ver o sinal positivo que Edward faz com a cabeça.

— Bem já que estamos sozinhos agora eu irei começar está bem? – Pergunta Edward sentando-se em um confortável sofá ao lado da cama de Lilian.

—Sim. – Foi à resposta fraca de Lilian.

— Quando foi que a senhorita começou a ter dores de cabeça? – Pergunta Edward para a surpresa de Lilian. Como ele sabia de suas dores de cabeça? A mesma pensava quando se sentava na cama, ficando em uma posição mais confortável para olhar o medico a sua frente.

Edward não parecia ser muito velho, falando sinceramente ela não acreditava que ele poderia ter mais de trinta anos. Seus cabelos eram avermelhados e rebeldes combinando perfeitamente com o seu rosto que em contraste com seus olhos negros o davam um ar selvagem. Neste momento Edward solta uma gargalhada disfarçada de tosse para confusão de Lilian que não entendeu nada.

— Hum... Nós fizemos alguns exames em você quando você estava desacordada e neles apareceram algumas coisas... Estranhas por assim dizer. – Diz Edward desviando do assunto que Lilian com certeza puxaria.

— Por que fizeram exames? Eu apenas quebrei a perna não é mesmo Doutor Cullen? – A pergunta direta de Lilian vez com que Edward a olha-se com interesse. Qual seria a desculpa que ele á daria?

— Quando a senhorita... Digo quando você chegou ao hospital, estava desacorda e por pedido de seus amigos nós fizemos alguns exames a mais que os necessários. – Estranhamente a menção dos seus “amigos” vez com que Lilian perdesse sua linha de raciocínio. Como será que eles estão? Pensou consigo mesma.

— Entendo, poderia explicar quais foram essas coisas estranhas? – Pergunta Lilian por fim ao ser retirada de suas perguntas mentais por sua curiosidade.

— Bem elas...

Edward é interrompido pela porta do quarto que se abre no exato momento em que iria explica-la sobre o seu caso que com o tempo poderia acabar virando algo realmente serio.

— Que bom que já esta acordada minha querida. Como você está se sentindo? – A pergunta de Harry e sua expressão de preocupação realmente pareceram sinceras aos olhos de Lilian, que feliz pela atenção recentemente adquirida pelo pai esqueceu o assunto de sua conversa com o medico por hora.

— Eu estou bem pai só quebrei a minha perna, mas com algum tempo usando gesso e logo após a cirurgia que o doutor Cullen fez em mim eu irei ficar bem. – Realmente Edward estava surpreso o sorriso radiante que Lilian soltou ao ver o pai suspirar de alivio, foi realmente muito diferente da reação que teve ao acordar e ver sua mãe ao seu lado. Alguma coisa estranha estava acontecendo com aquelas pessoas e ele iria descobrir o que era.

...

Algumas longas semanas após o ocorrido Lilian finalmente teve alta e pode voltar para casa, onde tudo voltou a ser como antes, apesar do fato de que agora seu pai a levava todas as manhãs para a sua fisioterapia. Depois de algum tempo Lilian já conseguia andar normalmente sem necessitar da ajuda de suas muletas e com isso voltou rapidamente a ser ignorada pela família, mas Lilian estava feliz, pois poderia finalmente voltar a frequentar normalmente a sua amada academia.

— Silencio ela está chegando! – Lilian ouviu Bianca falar e passos e coisas se arrastando logo foram ouvidas.

— Fiquem quietos! – Dessa vez a voz da professora Alice é que foi ouvida, e assim como ela mandou finalmente o silencio reinou no salão.

Lilian desconfiara quando recebeu uma mensagem da professora lhe dizendo que era para elas se encontrarem no salão de festas da academia, pois a sala de aula estava em reforma.

Porém a cada passa que dava para mais perto do salão mais ela tinha certeza de que sua turma estava aprontando alguma coisa.

— Surpresa!! – Gritaram todos juntos, para o espanto de Lilian. Quando ela poderia imaginar que todos iriam fazer-lhe uma festa surpresa?

— Gata nunca mais me assuste desse jeito! – Ordena James dando um abraço de urso em Lilian que ainda olhava espantada tudo ao seu redor.

O salão estava ocupado por mesas redondas e muito bem decoradas com diversas flores vermelhas e rosas brancas, suas preferidas, aquele era um maravilhoso presente de despedida. Sim despedida, mesmo com o coração partido Lilian acatou a ordem da mãe, ela teria que abandonar a sua amada academia, pois segundo Gina os trouxas que ali estudavam, pareciam querer saber de mais sobre a garota o que os levaria ao seu segredo. Ser uma bruxa. Lilian nunca odiou tanto uma coisa, quanto odiou o fato de ter nascido na família Potter, ser uma bruxa agora lhe era um tormento. E ser invisível era tudo o que ela desejava. Ela não devia fazer pedidos tão imprudentemente, afinal nós nunca sabemos quem estará os ouvindo.

"Existem duas maneiras de os deuses nos destruírem. Na primeira eles ignoram os nossos pedidos e na segunda e mais terrível... Eles os escutam e nos dão o que pedimos..."