Where I Belong escrita por Raabe


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, mais uma pequena história para vocês!



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1° CAPÍTULO!

Era dia 23 de Dezembro, e como de costume, Melinda May estava na cabine do avião, mais conhecido como seu paraíso particular. A equipe tinha acabado de resolver mais um caso na Rússia e naquele momento, a chinesa os guiava até Washington, onde FitzSimmons iriam passar as ultimas festividades do ano, com seus familiares, e May, por mais distante que se mantivesse, iria passar aqueles tempos com sua mãe, na Pensilvânia, Coulson, Ward e Skye passariam aqueles dias no Triskelion, afinal, eles não tinham uma família a quem recorrer.

O inicio da noite estava tranquila, May estava sozinha com seus pensamentos, enquanto mantinha seus olhos focados no céu estrelado a sua frente, ela acabou soltando um muxoxo contrariado, quando ouviu a porta da cabine ser aberta e em seguida fechada, ela não precisava olhar para saber quem era, o cheiro que emanava dele era único, não demorou para que um Phil Coulson senta-se ao seu lado, na cadeira de copiloto.

-Noite bonita, hum?-Ele puxou assuntou

Ela apenas continuou em silencio.

-O que está achando dessa noite?-Ele teimou

Ela revirou os olhos com a insistência dele.

-Pra mim não faz diferença, Phillip! Toda noite é completamente igual, mesmo que esteja caindo o maior temporal!-Ela respondeu

Ele suspirou, sabia que ela não estava com o melhor humor do mundo, Melinda e sua mãe não tinha o que se podia chamar de ótimo relacionamento, e ironicamente, pra melhorar toda a situação, a chinesa estava indo para casa de sua mãe por livre espontânea pressão, a chinesa mais velha tinha convocado a filha para passar as festividades em sua residência, e Melinda teria que ir, sua mãe tinha dito, que se fosse preciso, iria leva-la para a Pensilvânia nem que fosse amarrada.

-Você não está com os melhores do humor... –Ele murmurou

-Você acha, é?-Ela retrucou com ironia

Ele fechou os olhos e colocou a ponta do dedo no nariz, em uma expressão de cansaço.

-Melinda... Por favor... –Ele murmurou

-Por favor, digo eu, Coulson! Eu não estou feliz, ok? Estou indo para a casa de mamãe a força! Terei que força sorrisos, abraços e uma felicidade inexistente! Eu não estou bem, Phillip! Não estou pronta para isso... Eu voltei para o campo, mais ainda não estou pronta para encarar minha adorável família... Tenho evitado a todo custo esse momento... Não estou pronta para fingir para meus irmãos, que estou feliz... Não estou pronta para fingir para meus sobrinhos, que sou a melhor tia do mundo... Não estou pronta para ouvir minha mãe reclamar da minha ausência nos últimos Sete anos... Não estou pronta para deixar meu pai olhar no fundo dos meus olhos, e ver que ainda estou sofrendo... –Ela disse com voz rouca

Ela tinha uma seção de soluços travados em sua garganta, enquanto havia uma represa de lagrimas pronta para jorrar rosto abaixo.

Ele suspirou e rapidamente apertou o botão de piloto automático, quando ela iria protestar, ele com um movimento rápido, girou a cadeira dela, para que ela ficasse de frente para si e levou as mãos ao rosto dela, tirou os óculos escuros e o fone, depois repousou as mãos nas maças do rosto dela.

-Mel, você não pode permitir que o trauma domine sua vida! São Oito anos nesse sofrimento! Você é jovem! Você precisa reagir! Já chega de sofrer calada, de chorar internamente, de se esconder do mundo! Chega de esconder quem você realmente é! Você é muito mais do que essa mulher seria e fechada! Você é Melinda Qiaolian May! Você é uma batalhadora, uma guerreira! O que passou, passou, não há como voltar atrás, apenas seguir sua vida, mas não pode se fechar em um casulo de frieza e insensibilidade! Você tem sentimentos, você é um ser humano com uma penca de sentimentos! A tristeza e a dor são sentimentos comuns ao ser humano! Eu sei que o que você passou foi mais do que você poderia aguentar, mas você tem que reagir! Existem milhares de pessoas que passam diariamente por um milhão de horrores, mas não deixam se abater! Não estou menosprezando o que você passou, eu estou querendo que você reaja! A vida segue e você precisa seguir com sua vida! Colocar uma pedra gigantesca sobre Bahrein e não mais permitir que a dor a impeça de viver, de ser feliz! Sua mãe por mais que não tenha a melhor relação do mundo, com você, ela te ama! Ela te trouxe ao mundo, ela sabe que você sofre em silencio, ela sempre quis te acolher em seus braços e te ajudar a atravessar esse momento de dor, seu pai e seus irmãos também, mas você afastou a todos! Afastou a mim! Tudo o que eu queria é te ver feliz, sorrindo, sendo a Melinda May que eu conheci no final da minha adolescência! A Melinda que ria de tudo, tagarela, a bagunceira, a que ria até se o vento batesse em seu rosto! Eu quero aquela Melinda de volta! Eu quero minha Melinda de volta! A minha Melinda que falava bobagem, que era feliz e que me fazia feliz! A Melinda que eu tinha todas as noites em meus braços... A Melinda com quem me casei naquela manhã de primavera... A Melinda a qual jurei amar e cuidar, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separasse... Não foi a morte quem nos separou... Você permitiu que Bahrein nos separasse... Eu quero você de volta... Eu quero minha Linda de sorriso de covinhas, de volta! Eu quero te ajudar a superar tudo o que passou, assim como superamos juntos o que passamos durante nosso namoro e casamento! Eu te amo, Linda! Por favor, reaja! Reaja por mim e por todos os que te amam!-Phil disse de forma determinada, a olhando nos olhos

Ela por fim, deixou que as lagrimas despencassem por seu rosto, assim como os soluços saíram com tudo, rapidamente se jogou nos braços dele, escondendo o rosto no peitoral definido de seu amado Phil, chorando em desespero. Ele por sua vez, apenas passou os braços ao redor dela, a acolhendo e acariciando o cabelo dela.

-Eu te amo, minha chinesa! Eu estarei sempre aqui ao seu lado, pra cuidar de você e te proteger! Muita gente te ama, Linda! Existe muita gente pronta, disposta a te ajudar a passar por tudo isso!-Ele disse

No final, ele passou toda a noite e madrugada ali na cabine, cuidando dela e dando-lhe apoio emocional. Logo pela manhã, cada um seguiu para seu dormitório, faltava pouco tempo para que aterrissassem em Washington. Depois de se arrumarem, seguiam juntos para a sala comum do avião, quando pararam em um ponto escondido para ouvir a conversa dos mais jovens.

Tanto Jemma, quanto Fitz estavam com malas prontas, já postas na sala, apenas a espera de chegarem à base, Ward e Skye por sua vez, estavam relaxados nos sofás, de forma entediada.

-Muito animados?-Ward perguntou

-MUITO!-Os mais jovens exclamaram animados

-Não vejo a hora de abraçar mamãe e papai! Sinto tanta saudade deles!-Jemma disse

-Eu também sinto falta de minha mãe! Sinto tanta falta dos abraços maternais de minha adorada mãe!-Leo disse com os olhos brilhando

-Espero que vocês sejam muito felizes nesse fim de ano! Vocês merecem meus pequenos nerds!-Skye disse com voz calma

-Há Skye... Desculpe pela nossa falta de sensibilidade... –Simmons disse um tanto arrependida

-Ei, nem fiquem com essa carinha de cachorro que caiu da mudança! Tudo bem que o Natal para mim, não tem o mesmo sentido que tem pra vocês! Eu fui abandonada em um orfanato ainda bebê... Freiras não comemoram o Natal da mesma forma que famílias estruturadas comemoram... Os 18 natais que passei no St. Agnes foram frios e sem sentimentos... Eu não tive uma família para chamar de minha, para me abraçar e me desejar um Feliz Natal... Mas não sintam pena de mim, eu encontrei meu lugar, encontrei minha família! Desde que aprendi a Hackear, minha vida era procurar pelos meus pais, mas sabe o que descobri nesses Oito meses que estou com vocês? Eu encontrei o meu lugar, encontrei minha família! Vocês são minha louca família! Afinal, o laço de sangue não importa o que importa é o sentimento! Não me importo mais em saber quem são meus verdadeiros pais, eu tenho os melhores pais do mundo, assim como os melhores irmãos que alguém poderia ter! Eu tenho o Coulson, o paizão preocupado e gentil, que me trata como se eu fosse sua garotinha. Tenho a May, a mãezona seria e fechada, mais que eu sei que me ama, que por mais que não demonstre, se preocupa comigo... Tenho o Ward, o irmão mais velho, o robô sério, que estou aos poucos, o fazendo virar da bagunça... E tenho FitzSimmons, meus irmãozinhos caçulas, os meus pequenos nerds, com quem eu apronto a torto e a direita! O que eu mais iria querer? Eu já tenho minha família! Minha enorme família!-Skye disse com um sorriso

Jemma e Leo logo abraçaram a garota, em forma de agradecimento, Ward tinha um sorriso feliz na face, enquanto ainda escondidos, May e Coulson estavam surpresos, pelas palavras dela.

-A May, como uma mãezona? Ainda não vi esse lado maternal dela... –Ward comentou

-Depende da forma que você vê Grant! Ela passou por um forte trauma... Ser fechada e aparentemente fria e sem sentimentos, foi à forma que ela encontrou para se proteger da dor emocional que passou! Eu a entendo perfeitamente! Esse modo de ser dela é apenas uma mascará! Eu sei que por trás desse semblante indiferente existe uma mulher frágil, que clama por ajuda, com o emocional fragilizado... Cada um reage de um modo diferente, para se proteger... Eu passei 18 anos da minha vida sendo rejeitada e tratada como algo qualquer, eu fui adotada e devolvida ao orfanato diversas vezes, como se eu não tivesse sentimentos, e que a cada volta ao orfanato, eu ficava mais machucada e retraída... Quando eu completei 18 anos, eu fui jogada pra fora do orfanato, como se eu não valesse nada, eu não conhecia o mundo, não conhecia nada, tudo o que eu conhecia era dentro das paredes do St Agnes... Eu tenho todos os motivos do mundo para ser rebelde e não confiar em absolutamente ninguém... Escolher ser essa garota alegre, bagunceira e linguaruda, foi o modo que usei para me proteger, eu escolhi ser feliz, afinal, ser triste e ficar lamentando a vida, me encolhendo em um lugar e chorar a merda que o Destino me impôs, não me levaria a lugar algum! Escolher ser quem sou, me permitiu conhecer pessoas diferentes, me permitiu conhecer o mundo! Eu finalmente pude ver que diariamente existem muitas pessoas sofrendo mais perrengues na vida, do que eu, e nem por isso desistem de viver!-Skye discursou

O silencio reinou por algum tempo, enquanto todos engoliam as palavras da garota.

-Entendem meu ponto de vista? Cada um se protege da melhor forma que pode! Eu me protejo, sendo feliz... May, por mais que viva com aquela mascara de indiferença, o verdadeiro eu dela ainda existe, ela se importa conosco, e muito, ou não teria livrado nossos traseiros diversas vezes, durante esses últimos Oito meses... Quando ela me salvou, lá na estação de trem, eu fiquei me perguntando do por quê? Afinal, ela não me conhecia, pouca diferença fazia me salvar ou não... Eu havia hackeado o sistema da S.H.I.E.L.D. e vazado alguns segredos, era apenas uma fora da lei... Ela é uma especialista, foi treinada para acabar com qualquer ameaça... Porque salvar minha vida, se claramente eu era uma ameaça para a segurança dos dados da S.H.I.E.L.D.? –Skye perguntou. –Melinda se importa com todos ao seu redor, por mais que não demonstre! Esse é o modo dela de nos proteger! Convenhamos de inicio, ela só entrou para a equipe por causa de A.C, se não fosse por ela se importar profundamente com ele, ela nunca teria nos conhecido... Depois de se certificar que ele está bem, ela poderia muito bem ter ido embora, seguindo sua vida, escondida na administração... Ela não foi porque aprendeu a se importar conosco, além de A.C... Temos que admitir que se não fosse por ela estar conosco, já estaríamos mortos há muito tempo... E ela sabe disso... É isso que a mantem conosco, o se importar, o sentimento! Ela se importa em preservar nossas vidas... Então é por isso que eu a tenho como mãe... Ela se importou com a minha vida, ela fez muito em apenas Oito meses, do que as freiras do St Agnes fizeram em 18 anos... E não é apenas questão de reconhecimento e gratidão... É o sentimento, meu coração já a tatuou como mãe, ela foi à única em 25 anos, que se importou com uma jovem abandonada, que não tinha nada a oferecer ao mundo... Coulson e May foram os primeiros a verem e me tratarem como uma garota com sentimentos, não apenas como algo qualquer... Algo descartável... Logo depois vieram vocês, e me incluíram nessa nova família que estavam formando... Vocês são minha família, são meu tudo, tudo o que tenho de mais valor em minha vida! Eu digo com sinceridade, eu seria capaz de morrer, pra salvar um de vocês! Porque vocês me deram tudo... Esse tem sido o melhor ano da minha vida!-Ela concluiu

O silencio reinou por algum tempo, até que May, com lagrimas escorrendo por seu rosto, não se conteve e surgiu no campo de visão de todos.

-Hey, bom dia!-Skye saudou

Sem qualquer resposta, Melinda apenas abraçou a garota, não demorando em que todos pudessem ouvir o choro que estava entalado em sua garganta. Coulson vinha logo atrás, com os olhos também marejados. Ainda surpresa, Skye apenas passou os braços ao redor do corpo da mais velha, retribuindo o abraço.

-Vocês estavam ouvindo... –Simmons afirmou

Coulson apenas confirmou com um manear da cabeça.

-Tudo bem May, eu compreendo você e toda a sua dor... Mas você precisa reagir, precisa liberar o perdão para si mesma e deixar que as águas dessa tempestade interna, leve toda a dor e sofrimento que você passou, embora!-Skye disse de forma carinhosa

A chinesa apenas soluçou alto.

-Está tudo bem, Melinda!-A jovem murmurou

-Obrigada Skye!-May agradeceu com um fio de voz

-Não há o que agradecer... Afinal, somos uma família! Família serve para isso, hum?-A morena disse com um sorriso

FIM DO CAPÍTULO!


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