Por você mil vezes - Se não fosse amor escrita por Suy


Capítulo 49
Se não fosse amor - Cap. 6: Adivinha quem acordou...


Notas iniciais do capítulo

Bom dia meninas!!!!!!!
Espero que gostem do capítulo, ta bem emocionante *-*

Beijão lindas,
Obrigada pelos comentários,
Suy.



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POV Matthew Davis

“Caralho minha mão tá doendo muito...” Falei observando o curativo que a enfermeira havia feito.

“Você não tomou nada para dor?” Brian me perguntou. Estávamos nós dois, Kenny, Luke e claro... Ethan, todos sentados do lado de fora, esperando que o médico terminasse de fazer todos os exames em Sophie, devido as suas mais recentes melhoras.

“Tomei, depois que sai do quarto da Sophie.” Disse e Ethan me fuzilou com os olhos, apenas o ignorei. “Mas leva um tempo pra fazer efeito... Cara, que idéia mais estúpida...” Apoiei minha cabeça em minha mão. Na mão boa... A que não estava fudida.

“Ainda bem que você sabe o quão estúpido você é...” Ethan falou com o mesmo tom de desprezo que ele falava se referindo a mim.

“No caso, ninguém pediu sua opinião.” Falei sem o olhar.

“Nem começa vocês dois!” Kenny repreendeu.

“Verdade! Estamos no meio de algo mais importante que essas briguinhas de vocês.” Luke disse impaciente. Ele estava estranho hoje, calado... Mas não tínhamos tido oportunidade de ficarmos só nós dois para que eu pudesse perguntar se algo tinha acontecido.

“Quanto tempo mais vai demorar? Eu passei a tarde toda fora, praticamente, e ainda estão fazendo exames?” Ethan se levantou impaciente.

“O médico disse que tinham que fazer ressonâncias, exame de sangue e mais um monte de coisa que eu não sei o que é.” Luke falou se recostando na cadeira.

“É um saco ficar aqui esperando, parece que o tempo não passa...” Resmunguei.

“Vamos nos focar no que importa, está bem? Ela teve uma melhora significativa em pouco tempo!” Kenny tentou nos animar. “Nesse ritmo ela logo vai acordar e sair saltitante por ai!”

“Você tem razão...” Brian disse e ficamos em silêncio.

“Só por curiosidade... A Srta. Trammer vive sempre rodeada de rapazes?” Dr. Harper disse rindo, se aproximando de nós e todos levantaram.

“Ela nunca se deu bem com mulheres...” Brian falou com diversão.

“E então, como ela está? Podemos vê-la agora?” Luke perguntou e olhamos esperançosos para o médico.

“Nós terminamos todos os exames e estamos muito animados quanto aos resultados. Ela passou bastante tempo sem se mover, por isso é complicado para ela, é como se os membros pesassem o quíntuplo do seu peso normal, mas isso vai ser corrigido rapidamente com fisioterapia, quanto a isso não precisam se preocupar.” Ele explicou calmamente. “Quanto as visitas, eu preferiria que não entrasse ninguém por agora, ela estava exausta e está dormindo agora, eu queria pedir que a deixassem descansar, pelo menos umas duas horas, foi bastante cansativo para ela.”

“Claro, nós entendemos...” Falei desapontado, achei que iria poder falar com ela novamente, mas isso ia ter que esperar.

“E bem, quando ela acordar, a visita está liberada e podem entrar mais de um agora.” Dr. Harper falou.

“Sério?” Ethan perguntou.

“Sim, ela está bem melhor e acredito que na companhia de vocês ela vai melhorar mais rápido, ela se sente motivada. Só não façam muito barulho lá dentro, ela precisa de um ambiente calmo, tranquilo... Mas também precisa das pessoas que se importam com ela ao seu redor.”

“Nós prometemos que vamos nos comportar!” Luke disse animado.

“Ótimo! Então eu vou indo, preciso ver outros pacientes. O fisioterapeuta vai vir consultá-la amanhã, se vocês estiverem de acordo.” Ele falou e assentimos. “Qualquer coisa já sabem, é só me ligar.” Dr. Harper sorriu educadamente e saiu.

“Bom, então já que não vamos poder entrar agora, acho que vou dar um pulo em casa.” Luke disse.

“É uma boa, preciso também... Comer alguma coisa decente, tomar um banho.” Ethan concordou.

“Então vamos.” Kenny se levantou. “Vocês dois vão ficar?” Ele perguntou para mim e para Brian.

“Eu vou ficar... Não é seguro dirigir depois de tomar esses analgésicos.” Falei voltando a sentar.

“Eu vou ficar pra fazer companhia e ajudar o Matt se ele desmaiar.” Brian disse debochando de mim.

“Nossa, que engraçado Brian...” Disse ironicamente.

“Vamos indo pra voltar logo.” Luke falou, Kenny e Ethan saíram juntos com ele.

“Tá afim de explicar agora por que tava brincando de quebrar espelho com socos?” Brian sentou de frente para mim.

“Foi um soco só, na verdade...” Disse com sarcasmo e ele gargalhou.

“É sério, te conheço faz tempo, tá com essa cara de bunda por quê?”

“Cara... Não sabe onde eu me meti.”

“Que aconteceu?”

“Depois que a gente jantou ontem, quando eu entrei em casa a Lindsay tava lá me esperando...”

“Ah não... Manda a Lindsay desapegar. Acabou, já era!”

“Agora que ela não vai desapegar mesmo...” Brian me olhou sem entender nada. “Ela tá grávida.”

“Puta merda...” Ele disse em choque. “Como isso aconteceu?”

“Da maneira tradicional. Ela tirou a roupa, eu também, fomos pra cama e...”

“Você entendeu o que eu quis dizer.” Ele me interrompeu.

“Eu sei, eu só estou tentando não levar isso tão a sério como deveria, por que vou acabar enlouquecendo.” Recostei-me na cadeira. “Ela disse que estava tomando antibióticos e que isso afeta no efeito da pílula e não sei o quê... O mais foda é que foram anos, anos indo pra cama com essa mulher meu amigo e nunca passamos por nada disso, sequer um alarme falso. Ai em uma bela noite que eu resolvo fazer besteira, a criatura engravida.”

“Tá, mas você tem certeza mesmo de que o filho é seu?”

“Certeza eu não tenho, tenho dúvidas, muitas dúvidas aliás... Pelo tempo que ela está, pode ser meu. Mas ela tinha esse lance com o Mason e eu não sei quando eles terminaram pra valer, ainda tem outro problema, quem me garante que ela não dormiu com outro cara também?”

“Acha que ela faria isso?”

“Ela transou com meu irmão Brian. Espero qualquer coisa dela agora...” Bufei.

“Meu amigo... Que foda viu?! Imagina só quando a Sophie souber!”

“Nem fala sobre isso. Ai sim minhas chances, que já são poucas, vão sumir. Deixa ela melhorar pra valer e eu converso com ela sobre.”

“Não tem nenhuma forma de saber se você é o pai enquanto ela ainda está grávida?”

“Tem, mas o médico explicou que era um procedimento bastante evasivo e pode até causar um aborto... Eu não sei se é meu filho, mas em todo caso é uma vida, não quero que aconteça nada com a criança, já que é a única pessoa totalmente inocente nessa história.”

“É você tem razão. Eu estou ainda um pouco em choque com isso tudo... Agora consigo entender o soco no espelho.” Ele e eu começamos a rir.

“Foi uma tentativa burra de extravasar. Não deu muito certo...” Observei minha mão novamente.

“Ah, que bom que estão aqui!” Uma das enfermeiras que cuidava de Sophie disse para nós dois. “Ela pediu que se tivesse alguém aqui entrasse no quarto.” Brian e eu olhamos confusos para ela.

“É que o Dr. Harper pediu que esperássemos ela acordar, já que os exames tinham sido cansativos para ela.” Disse calmamente.

“Eu sei, mas ela não conseguiu dormir.” A enfermeira sorriu. “Ela quer companhia, vai lhe fazer bem, talvez até a ajude dormir melhor.”

“Claro! Podemos entrar os dois?” Brian se levantou e perguntou.

“Sim, podem, o doutor liberou que entrassem mais de uma visita, só tentem não deixá-la muito ansiosa ou nervosa. É de muita importância que nessa nova etapa ela tenha o máximo de sossego possível, o psicológico interfere muito na recuperação.”

“Pode deixar, nós vamos cuidar bem dela!” Sorri ficando de pé e Brian foi comigo para o quarto de Sophie.

Até que enfim iria vê-la. Eu sei que não fazia muito tempo desde a última visita, mas eu queria estar com ela o máximo de tempo que fosse possível, principalmente agora que ela estava consciente do que falávamos.

Entramos no quarto e quando a vimos, nos olhamos surpresos, eu não estava acreditando no que eu estava vendo.

POV Sophie Trammer

Argh... Ficar sozinha aqui é tão chato. Eu só conseguia ouvir o barulho de alguém andando pelo quarto, mas não era ninguém conhecido meu, estava calado demais. O médico que estava cuidando de mim disse para eu tentar dormir um pouco e descansar... Eu tentei. Mas estava inquieta, eu senti que eu podia fazer mais, que eu podia com um pouco de esforço, tentar me mover, ou até falar! Eu estava com essa vontade reprimida e isso não me deixou dormir.

“Oi senhorita, é a Laisa, uma das enfermeiras que cuidam de você.” Ela disse ao meu lado. “Eu não sei se a senhorita está acordada, mas...” Levantei minha mão para que ela visse que eu não estava dormindo. “Não conseguiu dormir?” Ela segurou minha mão e eu a apertei uma vez. “Entendo... Eu já terminei de verificar seus medicamentos, tem mais alguma coisa que eu possa fazer pela senhorita?” Apertei sua mão novamente. Como eu ia conseguir pedir a ela que mandasse alguém vir para o quarto ficar comigo? “Tudo bem. Eu vou falar algumas coisas e quando eu disser o que a senhorita quer, aperte minha mão uma vez.” Ela disse e eu a apertei para que ela soubesse que eu entendi. “Está com dor ou algo a incomoda?” Fiquei quieta. “Quer que eu chame alguém?” Apertei sua mão. “E quem a senhorita quer? O Dr. Harper?” Apertei sua mão duas vezes. “Quer algum dos seus amigos?” A apertei uma. Sim, quero muito! “Eu vou ver se algum deles está lá fora e peço para entrarem, está bem?” Apertei sua mão e ela se afastou saindo do quarto.

Até que foi tranquilo de ela entender... O método do ‘Aperto de mãos’, desenvolvido pelo famoso terapeuta, mundialmente famoso, Ethan Cross, já havia se espalhado entre o pessoal, até meu médico tinha se comunicado comigo daquela forma. E não me entendam mal, para quem não conseguia expressar nenhum pensamento ou vontade, era um enorme avanço, mas eu queria mais.

Concentrei-me no que eu queria, eu havia conseguido algo de mim antes, quando resolvi me concentrar pra valer, talvez desse certo agora novamente. Tudo bem Sophie, vamos lá, você consegue fazer isso. Consegui levantar meu braço e coloquei a mão em meu rosto, fazia tempo que eu não sentia meu rosto, isso era realmente emocionante para mim. Com mais algum esforço, que não foi pouco, consegui forçar meus olhos a se abrirem, mas o pouco que eu consegui me causou um desconforto tremendo, não sabia o porquê, mas eles ardiam muito e eu vi tudo embaçado, fora de foco. Cobri eles com meu braço e ouvi a porta abrindo.

“Sophie!” Duas vozes me chamaram, virei um pouco meu rosto na direção, não conseguia mexê-lo totalmente e tentei abrir um pouco os olhos de novo, mas voltei a fechá-los quando senti a mesma ardência de antes, conseguindo apenas ver um esboço de quem estava ali, Matthew e Brian.

“Apaga aquelas luzes.” Matthew disse para Brian. “A claridade deve estar atrapalhando!” Permaneci de olhos fechados, mas pude perceber que o ambiente tinha ficado mais escuro. “Tenta abrir os olhos agora Sophie.” Senti Matthew e Brian ao meu lado.

Deixei meu braço em cima do meu rosto, só para o caso de sentir meus olhos ardendo de novo e os abri devagar. Pisquei algumas vezes, tentando ver melhor, a ardência ainda estava lá, junto com um leve enjôo, mas estava definitivamente mais fácil de permanecer com os olhos abertos, não totalmente arregalados, mas o suficiente para enxergar alguma coisa.

“Até que enfim Bela adormecida!” Brian disse e eu tentei sorrir, acho que consegui, por que ele começou a chorar. Brian chorando... Uau.

“Nós temos que avisar o Dr. Harper, ele precisa vir aqui examiná-la!” Matthew disse para Brian. Abri um pouco minha boca, tentando desesperadamente falar, mas ela estava seca e dolorida. Franzi a teste e coloquei a mão em cima da de Matthew, mas percebi que estava com gases ao seu redor. O que houve? Ele se machucou? , subi a mão para seu braço, o apertando, para que ele olhasse para mim. “O que foi? Você precisa de algo? Tá sentindo alguma coisa?” Ele perguntou visivelmente preocupado.

“Água.” Sussurrei e fiz uma careta com a dor que isso me causou, mas logo esqueci disso quando vi o enorme sorriso no rosto dos dois patetas ao meu lado.

“Água.” Matthew repetiu ainda sorrindo. “Podemos dar água para ela?” Ele se virou para Brian.

“Eu não sei... É melhor falar com o médico primeiro, eu vou correndo atrás dele!” Brian falou e Matthew tirou o celular do bolso, o entregando.

“Ligue pra ele e peça que venha urgentemente para cá.” Ele disse e Brian assentiu.

“Vou ligar ali de fora.” Ele falou para Matthew. “Não sai daí, eu já volto.” Ele sorriu para mim. Algo me diz que eu não vou sair daqui nem querendo Brian.

Matthew sentou na cama, ao meu lado e colocou a mão suavemente em meu rosto, ainda com aquele patético sorriso perfeito em seu rosto. Fechei os olhos sentindo seu toque e coloquei minha mão em cima da sua. Quando os abri novamente, vi uma lágrima em seu rosto que ele secou com a mão enfaixada. Franzi a testa olhando para aquele machucado.

“Não foi nada demais, não se preocupe.” Ele alisou meu rosto me reconfortando. Ele estava com toda a mão em volta de um curativo, claro que foi algo. Abri a boca para tentar protestar algo e pedir informações, mas doeu e muito. “Não, não fala nada agora. Você está com sede, vai forçar sua garganta... Vamos ter tempo de conversar.” Assenti levemente e ele ficou sério. “Eu estava apavorado... Todos nós estávamos na verdade. Foi um verdadeiro inferno passar por tudo isso, não sabe o alivio que é ver esses olhos lindos abertos.” Sorri e me questionei onde os outros estariam.

“Lu...” Sussurrei.

“Luke?” Ele perguntou e eu fiz que sim com a cabeça. “Ele e os outros só foram em casa tomar um banho e comer algo. Tinham nos dito que você ia ficar dormindo por algumas horas e que não podíamos entrar, por isso eles foram. Só ficamos eu e Brian aqui.” Ele explicou e a porta se abriu.

“Achei que o combinado era a senhorita dormir, não foi isso?” Eu o reconheci pela voz, era o meu médico e Brian entrou logo atrás dele acompanhado de uma moça toda de branco, deveria ser a enfermeira, sorri e Matthew se levantou, dando espaço para eles.

“Ela pediu água, mas não sabíamos se ela podia beber ou não...” Matthew disse.

“Laisa, pode dar um pouco de água para ela.” O médico disse para a enfermeira, ela assentiu e saiu da minha vista. “Nós vamos fazer alguns exames com você, mas não precisa se preocupar, não vai ser nada demais, está bem?” Fiz que sim com a cabeça.

A enfermeira voltou com um copo e um canudo.

“Eu vou levantar sua cabeça só um pouco, mas se sentir tontura ou enjôo você me avisa.” Ela pôs a mão cuidadosamente em meu pescoço e o levantou, depois colocou o canudo em minha boca e eu suguei devagar. Doía um pouco engolir, mas minha garganta estava agradecendo. Tomei toda a água do copo, lentamente e todos esperavam por mim com muita paciência. Matthew e Brian não paravam de sorrir. “Quer mais?” A enfermeira perguntou.

“Não.” Sussurrei. Era como se minha voz ainda não tivesse forças pra sair, mas eu já conseguia ao menos sussurrar e não doía mais tanto.

“As luzes apagadas são para o quê mesmo?” Dr. Harper perguntou com diversão e os rapazes sorriram mais abertamente.

“Quando entramos, ela não estava conseguindo permanecer de olhos abertos, conclui que era a claridade, ela passou todo esse tempo com os olhos fechados, devia estar incomodando.” Matthew falou. Todo esse tempo? Mas quanto tempo foi?

“Muito bem Matthew.” O médico disse e se voltou para mim. “Acha que já podemos acender as luzes ou melhor não?”

“Pode acender.” Falei e Brian as acendeu. Foi um pouco incomodo no começo, mas eu precisava me acostumar.

“Eu vou colocar essa caneta na sua frente e eu quero que você siga o movimento com os seus olhos, está bem?”

“Sim.” Dr. Harper colocou a caneta de frente para meu rosto e depois a mexeu devagar de um lado para o outro e eu a segui com os olhos, como ele havia pedido.

“Agora eu vou examinar seu olhos, vou colocar essa luzinha próximo a você.” Ele levantou uma pequena lanterna e aproximou dos meus olhos, a guardando depois. “Eu vou te fazer algumas perguntas para testar sua memória de longo e curto prazo.” Ele explicou e eu assenti. “Qual seu nome completo?”

“Sophie Marie Evans Trammer.” Respondi num sussurro mais alto.

“Quantos anos você tem?”

“28 anos... Mas com rosto de 20.” Disse e todos riram.

“Com que você trabalha?”

“Sou CEO da Trammer&Trammer’s Enterprises.”

“Qual grau de parentesco desses dois rapazes com você?” Ele apontou para Matthew e Brian.

“O com cara de marginal é meu irmão e o bonitão é... Ele é...” Olhei para Matthew. “O que a gente é mesmo?” Sorri.

“É complicado.” Ele riu sem graça. “Trabalhamos juntos.”

“Ele trabalha para mim.” Falei para Dr. Harper que estava rindo.

“O que você se lembra da noite do acidente?” Ele perguntou e eu fiquei séria, tentando lembrar o que tinha ocorrido.

“Eu estava dirigindo para casa... Meu carro derrapou em uma avenida e capotou.” Desviei o olhar dele pensativa. Agora que havia me dado conta do quão horrível tinha sido esse acidente. “Eu lembro do carro de cabeça pra baixo e a minha cabeça, nossa... Doía muito. Eu vi uma luz, uns faróis vindo na minha direção e é só o que eu consigo lembrar.” Falei lentamente e olhei para o médico que me observava.

“E como você se sente agora?” Todos me olhavam apreensivos agora.

“Como se tivessem me aberto ao meio e virado ao avesso.”

“É... Foi quase isso.” O médico esboçou um sorriso.

“O que aconteceu comigo?” Perguntei receosa.

“Você fraturou quatro costelas, deslocou o ombro e fraturou a perna em três partes.” Dr. Harper falou. Matthew e Brian se aproximaram de mim.

“Nossa...” Falei surpresa. “Foi por isso que eu fiquei sem conseguir me mover?”

“Não exatamente. A pancada em sua cabeça desenvolveu um edema, nós precisamos te deixar sedada durante um tempo, chamamos isso de coma induzido. Quando paramos de lhe dar os sedativos, ficou por sua conta acordar e devido o tempo que você ficou desacordada, era difícil e aliás, ainda é difícil para você fazer certos movimentos e até mesmo falar.”

“Eu passei quantos dias desacordada?” Perguntei e todos se entreolharam, o que me deixou mais nervosa. “Quantos dias?”

“Amanhã estaria fazendo um mês.” Matthew respondeu receosamente.

“Um mês? Um mês inteiro?” Falei em choque.

“Mas isso não importa Sophie, o que importa é que você acordou agora!” Brian alisou meu braço.

“Eu sei é só que... Poxa, um mês! O que aconteceu nesse último mês que eu perdi?”

“Ah você nem imagina o tanto de coisa que aconteceu...” Brian disse e Matthew o olhou feio.

“O que o Brian quer dizer é que nada de muito importante e nada com o que você tenha que se preocupar.” Matthew falou.

“E quando eu vou poder sair daqui?” Olhei para Dr. Harper.

“Vai levar só mais um tempinho. Você precisa fazer fisioterapia, eu já tinha marcado com médico para ele vir amanhã, com os exercícios você vai recuperar todos os seus movimentos, vai conseguir falar normalmente e voltar a sua vida de antes.”

“É tudo o que eu quero...” Suspirei.

“Eu vou deixá-los a sós, mas estou de plantão hoje então se precisarem, estou a disposição.” Dr. Harper disse.

“Eu também.” A enfermeira falou. “Se precisar de algo, aperte esse botão vermelho ao lado da sua cama e eu ou a outra enfermeira que cuida da senhorita vamos vir o mais rápido possível.”

“Tudo bem... E muito obrigada, mesmo.” Falei, eles dois sorriram e saíram. “E vocês dois, me atualizem de tudo. Agora!”

Matthew e Brian sentaram-se ao meu lado e ficamos conversando durante um bom tempo, eu me sentia cansada, mas ao mesmo tempo queria saber de tudo que aconteceu na minha ausência. Depois de muito insistir, Matthew me contou como estavam as coisas na empresa, ele disse que minha obsessão pelo trabalho era doentia, porém encantadora. Perguntei de Ethan e eles me explicaram que como a casa dele fica um pouco longe do hospital, era de se esperar que ele demorasse um pouco mais para chegar. Eles quiseram ligar para Luke, mas eu pedi que não fizessem isso, queria fazer uma surpresa.

“Só foram duas camisas amor, nada demais...” A porta se abriu e ouvi a voz de Kenny.

“Só duas camisas? Você tem idéia do quanto custou cada uma delas? Eu estou dizendo, aquele cachorro é endemoniado, ele tem algum tipo de pacto com satanás, só escolhe destruir as coisas mais caras!” Luke disse olhando para Kenny e vi Matthew e Brian tentando não rir.

“Olha aqui, eu espero que você não esteja falando assim do meu Baby!” Falei. Luke e Kenny arregalaram os olhos e ficaram parados em choque. “Não vai me dar um abraço?” Perguntei sorrindo e Luke começou a chorar.

Ele andou rapidamente até mim e me abraçou devagar, alisei seus cabelos e ele levantou a cabeça me olhando.

“Você acordou! Mas quando foi isso?” Ele olhou para Matthew.

“Poucas horas atrás.” Matthew sorriu.

“Ela não deixou que a gente ligasse pra te avisar, queria fazer surpresa.” Brian disse sorrindo também e Luke olhou para mim.

“Surpresa!” Falei animada.

“Ai meu Deus!” Ele me abraçou um pouco mais forte. “A vadia voltou!”

Sim Luke, a vadia voltou!


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