Segure minha mão escrita por NT


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Oláá amores, tudo bem por aí? Estava viajando mas voltei e trouxe um capítulo quentinho para vocês u.u
Boa leitura e divirtam-se!



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Capítulo 21 — Saia da Minha cabeça

Luiza

— Como eu sou idiota! Sou muito idiota mesmo! Quem mandou ir lá? — eu falava para mim mesma enquanto subia para o meu quarto. Fiquei com medo dele, achei que ele fosse bater em mim. Se ele fizesse isso eu nunca o perdoaria. Mas será que ele ia bater em mim? Será? Eu não acredito nisso. Preciso esquecê-lo de vez, preciso tirá-lo da minha cabeça.

Deitei na minha cama e fiquei pensando nele, revendo aquele soco na parede mentalmente. Eu me assustei com aquilo, ele parecia tão triste e ao mesmo tempo tão cheio de magoa.Tão irritado.

Terça-feira. Acordei, me arrumei para a escola e o Bruno chegou como sempre, lá em casa.

— Oi, minha linda! — disse me dando um selinho.

— Oi, Bruno... — Sorri. —Vamos?

— Vamos...

Saímos caminhando pra escola.

— Lu... — ele falou.

— O que?

— Você não acha que está na hora da gente... — ele segurou minha mão.

— Da gente...? — perguntei me fazendo de desentendida, eu sabia que ele falaria em transarmos.

— Da gente transar... — ele me parou na rua.

— Não sei Bruno, não me sinto totalmente pronta... — falei, mas, na verdade, eu não queria transar com ele, afinal estava namorando com a intenção de esquecer o Gabriel, o que não estava dando muito certo, mas não queria transar com ele.

— Mas eu estou esperando há tanto tempo. — ele reclamou.

Suspirei. Isso era verdade, ele estava esperando mais de dois meses já, e eu o conhecia muito bem...

— Isso quer dizer que você aceita?

— Eu vou pensar...

— Ok, mas eu quero a resposta amanhã! — ele sorriu e eu concordei.

— Ok. — chegamos na escola e uns meninos chamaram o Bruno.

— Vou ali falar com os caras e depois te vejo na sala, tá amor?

— Aham... vou ver se a Vic já chegou. — entrei na escola e fui indo em direção a minha sala, subi as escadas que levam para o segundo andar, tinha pouca gente aquela hora, ainda era cedo. Estava praticamente sozinha no corredor, uma mão segurou meu braço.

— Aah, Caramba! — Me assustei, afinal eu estava com os pensamentos longe.

— Desculpa... não quis te assustar.. — Era o Gabriel.

— Tudo bem, eu estava distraída. — Falei sem olhar pra ele, afinal ainda estava magoada pelo que aconteceu ontem. — O que você quer?

— Pedir desculpas por ontem... — Ele segurou meu rosto e me fez olhar em seus olhos.

— Você me assustou ontem, achei que fosse...

— Nem diga isso! Eu nunca, jamais, bateria em você! — Ele falou sincero.

— Mas quase bateu ontem.

— Não! Eu só estava com raiva, com inveja, com ciúmes, sei lá... — Ele disse ciúmes?

— Ciúmes do que?

— Nada... esquece...

— Eu não te reconheci ontem. — Falei triste.

— Desculpa, de novo...

— Você sempre pede desculpas... — Respondi um pouco irritada com ele, ele sempre faz isso.

— Lu...

— Eu tenho que ir Gabriel... o Bruno já deve estar vindo para a sala...

— Aff, esse Bruno aí também.

— Esse Bruno é meu namorado. — Defendi.

— É um idiota!

— Não é, e eu gosto dele! — Menti, ele me encarou.

— Não, você não gosta dele!

— Gosto sim!

— Você não pode gostar dele!

— E por que será? Eu gosto de quem eu quiser!

— Ele é um filho da mãe.

— Você que é um idiota!

— E você é boba, porque acredita nele!

— Tonto! — começamos a nos xingar, mas minha vontade era beijar ele.

— Tonta! — ele devolveu.

— Estupido!

— Metida!

— Filho da … — Ele me interrompeu.

— Da sua vizinha! — Ele começou a sorrir e eu também.

— Da minha vizinha que é muito culta!

— Eu vejo no seu olho que você não ama o Bruno. — ele disse, congelei.

— Eu... eu... — Eu não amo o Bruno, eu te amo seu idiota! Porque as palavras ficavam travadas na minha garganta?!

— Você não quer ele do seu lado para sempre, quer? — ele foi chegando mais perto de mim e eu me encostei na parede do corredor.

— Eu... eu... não sei... — não acabei de falar.

Gabriel colou nossos corpos e começou a me beijar calorosamente, tudo se misturava ali, certeza e incerteza, magoa e paixão, sentimento de culpa por trair o Bruno e sentimento de liberdade, por beijar o cara que eu amo. O beijo dele não tem igual, só ele me leva ao inferno e ao paraíso ao mesmo tempo. Paramos de nos beijar e ficamos com os lábios colados alguns segundos.

— Gabriel... você não devia... o Bruno... — Lembrei que tinha acabado de trair o Bruno e eu odiava esse tipo de coisa.

— Shhh — Ele colocou o dedo na minha boca — Não se sinta culpada. Como vai ser traição quando você nem sequer ama ele?

— Mas não é justo com ele.

— Não se preocupe, ele não vai ficar sabendo disso. — O Gabriel me olhou triste e saiu andando.

— Gabi... — chamei mas ele já tinha entrado na sala, fui atrás.

— Amiga! — Vic veio pulando em mim.

— Nossa! Quanta saudade!

— Isso é felicidade! — ela riu.

— E por que essa felicidade toda?

— O Kauã pousou lá em casa pela primeira vez ontem...

— Jura?

— É.

— Mas vocês jã tinham transado né?

— Sim. — ela respondeu baixinho envergonhada.

— Então, para que essa felicidade toda?

— Dã! Porque agora ele pode pousar lá em casa sempre e ai é melhor, podemos dormir de conchinha agarradinhos!

— Dormir de conchinha? Coisa boa né? — eu disse me lembrando de quando dormi com o Gabriel.

— Hã? Como assim? — Ela me olhou curiosa.

— Ah, eu não te contei... — comecei a falar tudo para ela e ela ficou de queixo caído.

— E como você o deixa dormir lá estando sozinha em casa? Sua louca!

— Hum... Tem mais... ele me beijou agora no corredor. — falei e abaixei a cabeça.

— Não acredito?! Você traiu o Bruno? — ela ficou de boca aberta.

— Eu não consegui resistir... E você sabe que eu não amo o Bruno, eu amo ele.

— Eu sei, mas tinha que beijar o Gabi? Afinal você está com o Bruno para esquecer ele...

O sinal bateu e o Bruno entrou na sala, depois o Gabriel que tinha saído quando eu entrei voltou também. O Bruno veio me dar um selinho e eu fiquei sem jeito, ele acabou me dando um beijo na bochecha.

— O que foi, amor? — ele perguntou.

— Nada... — sorri disfarçando.

— Você está estranha...

— Estou pensando naquilo que você me disse de manhã... — menti, foi a única saída que achei na hora.

— Sério? — ele disse animado.

— Sim. — continuei mentindo.

— Então você acha que pode estar pronta?

— Talvez... — ele me deu um beijo e o professor xingou ele.

— Sr. Bruno! Não é hora nem lugar para beijos, quer ir para a secretaria?!

— Desculpa ai pssor...

A aula passou logo, mas eu não prestei atenção, meus pensamentos estavam divididos entre o Gabriel e o pedido do Bruno... Mas pensando bem... talvez não seja tão ruim ter minha primeira vez com o Bruno... ele é tão legal e gosta de mim mesmo, e talvez seja isso que falta para eu tirar de vez o Gabriel da cabeça.

Bateu para o final da aula, na saída o Bruno e o Gabriel se esbarraram, eu estava do lado do Bruno.

— Olha por onde anda, mané! — Bruno falou.

— Olha você por onde anda, playboy! — ele devolveu. Os dois se encararam.

— Chega! Vamos embora, Bruno! — falei censurando ele. Fomos.

O dia passou rápido, fui na casa da Vic e fiquei conversando com ela sobre transar com o Bruno, ela disse que não sabia se eu devia fazer isso com uma pessoa que não amasse, mas também concordou que talvez me ajudasse a esquecer de vez o Gabriel. E no momento, é isso que eu preciso fazer. Mas aquele beijo hoje de manhã... é tão difícil parar de pensar nele, tirá-lo do meu coração então... nem se fala.

Quarta de manhã na escola foi tudo como sempre. O Gabriel estava lá no pátio e tinha duas meninas falando com ele. Acho que elas queriam ficar, mas pelo que eu vi, tomaram um fora.

Na aula ele estava cabisbaixo, como muitos dias desde que comecei a namorar com o Bruno. Falando em Bruno... decidi que vou fazer aquilo hoje a tarde. Talvez o Gabriel desapareça de vez assim. Fui falar com ele.

— Bruno...

— Que amor? — ele disse me dando um selinho.

— Já decidi.

— Sério? — vi seus olhos brilharem.

— Hoje a tarde. Lá em casa. — sorri meio envergonhada.

— Que bom! — ele me deu um beijo no corredor da escola e fomos para o pátio. Era o intervalo.

O resto das duas últimas aulas passou muito rápido, eu me sentia nervosa. Bruno me deixou em casa.

— Mais tarde venho aqui minha linda. — ele disse e me agarrou pela cintura.

— Ok. — respondi meio insegura.

Entrei e depois de almoçar acabei dormindo, acordei com a campainha, devia ser o Bruno. Desci.

— Oi — disse insegura.

— Oi, amor...

— Entra. — não estava certa desse convite.

Ele entrou e nós subimos até meu quarto. Fiquei sentada na cama esperando ele conversar comigo, perguntar se eu me sentia segura e tal, mas quando eu sentei, ele já foi trancando a porta e começando a beijar meu pescoço.

Ok, não estava sendo como eu esperava, mas eu não tinha experiência nenhuma mesmo... Comecei a beijar o pescoço dele e ele foi deitando por cima de mim e mordendo meus seios com carinho. Depois começou a tirar minha blusa, eu não tinha certeza se queria aquilo, me sentia muito insegura e a única coisa que consegui fazer foi fechar os olhos e imaginar o Gabriel.

Bruno me deixou só de calcinha e sutiã e ficou de cueca, admito, ele tem um corpo muito atraente. Fechei novamente os olhos e fui deixando o clima me levar, segurei os cabelos do Bruno com força e ele começou a beijar meu pescoço, eu comecei a imaginar cenas diferentes da realidade, colocava o Gabriel ali, naquela posição, naquele lugar naquele momento, acreditava que era ele me beijando, por impulso, sussurrei no ouvido do Bruno:

— Gabriel. — Logo depois das minhas palavras o Bruno saiu de cima de mim.

— O que você disse?

— Eu? Eu não disse nada — falei rapidamente, o que foi aquilo? O que eu estava fazendo? Eu estava chamando pelo Gabriel, imaginando ele! O que eu fiz?!

— Não! Você chamou por ele! Por aquele drogadinho!

— Não, Bruno! — tentei me defender — Não foi isso!

— Foi sim! Você chamou por ele! Queria estar com ele! Que merda, Luiza?!

— Eu... eu... — Ele me olhou e saiu do meu quarto, desceu as escadas e foi embora.

Sentei na minha cama e comecei a brigar comigo mesma: O que eu fiz?! Porque ele não sai da minha cabeça! Droga! Essa hora ele deve estar lá, se drogando e eu aqui sonhando com ele, e o pior, fui sussurrar o nome dele quando o Bruno ia... Meu Deus! O Bruno deve ter ficado tão mal! Droga Luiza, quem mandou você aceitar aquele pedido?! Você não ama o Bruno, porque tinha que magoar ele assim! Deitei no travesseiro e tentei ligar para o Bruno, mas ele não atendeu e depois desligou o celular.

— Talvez seja melhor assim. — falei para mim mesma.

Liguei para a Vic.

— Amiga...

— Oi, e ai.. já?

— Não...

— O que foi? — ela percebeu minha voz estranha.

— Eu e o Bruno íamos transar e na hora H eu chamei pelo Gabriel.

— Você o que? Lu... nossa, o Bruno deve estar muito mal.

— Eu sei, mas cara, eu não estava pronta e ele nem sequer perguntou como eu me sentia.

— Ele não perguntou se você queria?

— Não... começou a me beijar e tal, e já foi tirando minha roupa.

— Sabe Lu... acho que foi melhor assim... que tipo de namorado não pergunta se a namorada se sente pronta para ter sua primeira vez?

— É, isso que me deixou mais insegura ainda... o Bruno parece gostar muito de mim, mas ele poderia conversar comigo antes, poderia me entender.. só que eu também errei, como fui chamar pelo Gabriel?! Ele não sai da minha cabeça amiga!

— Ele não sai do seu coração não é?

— É.

— Que péssimo isso.. quer que eu e o Kauã vamos aí?

— Não... não quero te incomodar.

— Que isso amiga! A gente está indo. Ele está aqui tomando um banho. Já vamos. Fica bem. Beijo.

— Obrigada, vou ficar. Outro.

Desliguei o celular e tomei um banho rápido, logo que saí a campainha tocou, era Vic e Kauã, eles ficaram ali em casa um bom tempo. Contei a história em partes, pulei a parte em que sussurrei Gabriel, por causa do Kauã... a Vic já sabia o que tinha acontecido mesmo, mas eu não queria que o Kauã soubesse.

— Fez muito bem, Lu... Se você não se sentia pronta, seria errado fazer por pressão. — Vic disse.

— É, mas eu queria falar com o Bruno. Acho que vou terminar.

— Ele tentou te forçar, Luiza? — Kauã perguntou sério.

— Não... mas eu não amo ele. É pior enganá-lo.

— Tem razão. Mas se ele não te atende... — Vic disse.

— Liga do meu. — Kauã ofereceu o telefone.

— Isso. — peguei o celular do Kauã e liguei para o Bruno, ele atendeu.

Bruno...

— O que você quer?! — Reconheceu minha voz.

Olha, desculpa... não queria fazer aquilo... mas...

— Mas você está caidinha pelo drogadinho né?!

— Não fala assim dele! — respondi e vi que o Kauã estranhou.

— E ainda vai defender?!

— Bruno...

— Bruno nada, você fica se importando com aquele cara lá, ele sempre atrapalha tudo!

— Não é bem assim, Bruno.

— Que não é bem assim, se você não tivesse conhecido ele, nada disso teria acontecido!

— Tem razão! Mas aconteceu! E quer saber, eu não vou ficar te iludindo, acho melhor acabar tudo por aqui!

— Mas...

— Não Bruno... não tem jeito de continuar. Desculpa.

— Aquele merda, ele me paga. — Bruno ameaçou.

Não tem nada a ver com ele, sou eu, eu não quero e não tem mais ninguém nessa história além de eu e você.

— Quer saber? Que se dane, de mulher o mundo está cheio, inclusive querendo dar para mim! Ele desligou o telefone na minha cara.

— E então? — Vic perguntou.

— Ele desligou na minha cara. — dei de ombros.

— Mas terminaram? — Kauã perguntou.

— Sim.

Kauã e Vic ficaram ali comigo o resto do dia e de noite eu dormi logo.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar o que estão achando da história, preciso saber u.u
Aah, e vocês não podem perder os próximos capítulos, Gabi e Luiza prometem muito ainda :x

Beeijão!