Fantasmas do Natal escrita por Shin Damian
Notas iniciais do capítulo
Apenas uma breve demonstração de como é um dia na vida do Dite. Espero sinceramente que gostem da personalidade que criei pra ele.
Enjoy~
Era mais um ano que Afrodite tinha as mesmas ações. Observava os colegas da agência de modelos se organizarem para o Natal e ria minimamente de tanta animação desnecessária, como costumava dizer. Via que sorteavam o amigo secreto e riam de quem haviam tirado, já que o intuito de muitos era constranger os outros.
Sem muitos comentários, o loiro se afastou dos demais. Estava farto de toda aquela alegria e simplesmente tentava se manter são diante de tantas tarefas que havia planejado para si e a primeira delas era ir ao shopping, comprar seus próprios mimos.
— Hey! Dite! Espere! – era a voz de Vincenzo, o italiano amigo do sueco. Talvez o único amigo do mesmo. – Por que não participa do amigo secreto? Seria hilário.
— Melhor não. – comentou sério. – Eu realmente não consigo mais gostar dessas coisas. – olhava o relógio. – Quer vir ao shopping comigo?
— Vamos logo. – o canceriano já dava alguns passos na frente do loiro. Apesar de tudo, sabia que Afrodite não era assim antes, o tempo as consequências dele o deixaram assim.
Era um fato que Mask, como Vincenzo era chamado, tinha tentado inúmeras vezes um romance com o sueco, mas a resposta sempre era negativa. Olhava-o sempre nas sessões de fotos e o acompanhava nas viagens. Dormiam no mesmo quarto de hotel e iam às festas juntos. Diante de todos, essa amizade não se tornava algo maior pelo orgulho do pisciano.
O loiro observava sim o outro. Admitia que tinha uma queda pelo olhar malicioso e os o lábios finos do italiano, sem contar o jeito galanteador do mesmo. Em alguns momentos, perdia-se no fundo dos olhos do menor e sentia uma pequena chama acender dentro de si.
"Bobagem. Não posso pensar nisso agora." repreendeu-se mentalmente por pensar em coisas desse tipo a uma hora dessas... “Mas então, que horas pensaria nisso?”
Andava por muitas lojas, enchendo os braços de sacolas e a cabeça de pensamentos. No meio do dia, parou em uma lanchonete de fast food e pediu um hambúrguer imenso e repleto de bacon, queijos e molhos calóricos. O olhar surpreso do italiano era visível. "Quem era aquele e o que havia feito com o Afrodite que conhecia?"
— Qual a surpresa? Até parece que nunca me viu comer um desses. – bebericou um pouco da Coca-cola e encarou o grisalho. – Quando é que vai mudar esses cabelos? Parece velho. – implicou, sabendo o quanto o outro gostava do próprio estilo. Mask não era o tipo de homem vaidoso, mas tinha seu charme natural. “Cara de macho”.
— Há dez anos que não o vejo comer algo assim e também beber coisas desse tipo. Pensei até que tinha se tornado... Como diz... Vegano. – falava com um sotaque forte, que fizera o outro sorrir enquanto bebia. – Meu cabelo está ótimo ele nasce assim e vou morrer com ele dessa cor. – fazia gestos com as mãos.
— Eu gosto de comer isso, só que de vez em quando. Tenho que manter o meu peso e o corpo sempre lindos para os desfiles e fotos.
— Hunm... Você nunca se diverte, não é?!
— Claro que me divirto. Fiz ótimas compras. – comentou de um jeito calmo enquanto observava o movimento. – Quem você tirou no amigo secreto?
— Shura. – estremeceu ao falar, já que não era segredo pra ninguém que os dois tiveram um caso quando as carreiras de ambos começaram.
— Hunm... O namoradinho do Aiolos. Interessante. – riu ao ver o estado de espírito do outro. – Vai dar o que pra ele?
— Nada demais. Um relógio.
— Podia dar uma espada japonesa... Uma Katana. Sei que ele gosta dessas coisas.
— Como sabe disso? – olhava-o desconfiado.
— Apenas sou observador. Aiolia e Milo gostam de videogames, Camus de livros de mistério, Aiolos e Dohko de material esportivo, Saga de roupas de grife, Kanon de coisas pra tunar o carro, Mu de qualquer coisa de montar, Shaka gosta muito de incensos e você sei que gosta de perfumes e relógios caros. – via a expressão surpresa do outro. - Eu apenas sou observador... Além de que, o Shura pratica artes marciais e sempre fica com aqueles olhos brilhantes quando temos um ensaio temático oriental.
Não era de tudo uma mentira. Afrodite sempre foi muito observador e acabava sempre descobrindo muitas coisas daqueles a sua volta, mesmo que não quisesse. Terminara de falar sobre os colegas e também acabaram de comer.
O sueco estava tranquilo. Voltava a comprar várias coisas que achava verdadeiramente necessárias, para só então ir para casa, na verdade, um imenso apartamento na cobertura. O italiano que o acompanha sempre fora convidado a entrar, não que precisasse, mas esperou que o loiro o fizesse.
Vincenzo estava com uma face séria, algo que Afrodite sabia que estava errado, mas não comentou nada O italiano sempre se mantinha calmo diante de tudo, mas quando a expressão se fechava era um fato de que algo estaria errado, muito errado. Assim que terminaram de deixar as coisas em um canto, ligaram o aquecedor para tirarem os casacos pesados e também as botas.
— Está mesmo em forma. – o grisalho falou em um tom rouco, observando as formas do loiro.
— Eu sei. – sorriu – Vamos, diga o que quer logo e o que vai me custar.
— Queria que fosse comigo a essa festa. Não vai te custar nada. – respondeu com leve irritação. – Larga a mão de ser orgulhoso e venha comemorar o Natal.
— Não é orgulho. Só não sinto vontade de estar junto desse povo. –falou como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— Você devia pensar duas vezes. Essas festas costumam ser divertidas.
— Não mesmo. Eles formam aquele monte de casais no final e eu ficaria entediado.
Definitivamente, Afrodite não queria mesmo entender o que o outro queria. Mask nunca foi amigo de ninguém e queria enfim que o pisciano fosse a um lugar consigo. Era mais um pedido que o outro negava, mas uma vez estava nadando contra uma correnteza chamada Afrodite. Pelo menos é como gosta de pensar.
“Alguma hora essa correnteza tem que ceder e se tornar mais calma... Mas já estou farto de insistir.” Pensou enquanto olhava o rosto andrógino do loiro.
...
Já durante a noite, o loiro se deitava tranquilamente na imensa cama macia. Fechava os olhos e esperava que o sono aparecesse. Sentia o colchão se moldar ao corpo e também começava a se sentir o corpo relaxar... Por pouco tempo.
Aquela noite podia ser a mais calma de sua vida, mas algo estava por vir. Ouviu quando a janela foi aberta e o vento frio entrava, levando os flocos gelados sobre si. Bufou frustrado e levantou-se para fechar a bendita enquanto o vento não dava trégua. As cortinas balançavam e quando enfim conseguira impedir a ventania, tivera uma surpresa.
Olhava o ser deitado em sua cama e tentava desvendar a dualidade do mesmo. As curvas definidas e a cintura fina mostravam a feminilidade, assim como o rosto delicado e os longos cabelos loiros que formavam um manto dourado sobre a colcha.
Engatinhando no colchão, o ser se aproximava cada vez mais do sueco, que se mantinha quieto, mas fora tempo apenas daquela criatura perguntar algo.
— Sigvard Afrodite Winston, não é? – a voz era levemente rouca o que fez o pisciano rir. – O que é engraçado? Também quero rir.
— De longe parece uma deusa, mas quando abre a boca... É um traveco.
— Como é?! – rosnou. – Eu sou um dos deuses do sono, Phantasos.
— Mais parece um traveco. Homem que se faz de mulher, é patético. – comentou indo pra frente do espelho.
— Eu realmente não vou discutir com você, já que é entediante. – o deus então se posicionou na frente do sueco, fazendo-o recuar alguns passos. – Você é um ganancioso, vaidoso e invejoso, Sigvard Afrodite Winston. Seu estilo de vida realmente é patético...
Patético...
...Patético...
...Patético.
E em um respirar fundo, o sueco abre os olhos na cama, observando o quarto. O cômodo estava intocado, janelas fechadas e nenhum indício da presença do tal Phantasos. Aliviado por ser apenas um pesadelo, levantou-se e seguia em direção a porta.
— Céus! Que pesadelo estranho. – comentou supostamente apenas para si.
— Não foi um pesadelo. – ouviu uma voz fria. Observou o quarto todo, sentindo o coração apertar e acelerar em seguida. Sentia a temperatura cair e até mesmo os espelhos haviam congelado. O queixo batia e os olhos focaram na figura que saía de uma estante. – Olá, Sigvard. O meu nome é Dégel Lenoir. Sou o Fantasma do Natal Passado.
Foi então que Afrodite teve a plena certeza de que aquele pesadelo só estava começando...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, espero que tenham gostado desse cap, postarei os outros pela semana.
Ah! Sim! Como digitei pelo tablet, espero que nenhum errinho tenha passado.
Até o próximo!