Angels Are Among Us escrita por Carol


Capítulo 4
Capítulo 4 - Call your name two,three times in a row.


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal



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Eu cheguei no hotel cansada e irritada. Acendi as luzes do quarto e mudei de roupa, coloquei meus pijamas, depois de um banho frio para ver se eu relaxava. Me sentei na cama, com meu notebook e comecei a pesquisar sobre a história da cidade, desaparecimentos, mortes suspeitas, casos não resolvidos... E a cidade nunca teve uma atividade ‘’criminosa’’ tão grande quanto a dessa semana. Suspirei fundo e fechei o notebook, peguei o celular e liguei para Sam. Cai na caixa postal, e logo terminei a ligação, para evitar cobranças que eu nunca iria pagar. Me joguei em cima da cama, e ouvi a porta abrir. Não me importei em ver quem era, pelo som rápido e irritado dos passos, eu já sabia quem era. De repente eu parei de ouvir o barulho dos passos, e rolei na cama para ver o que ele estava fazendo. Dean me encarava com os olhos semicerrados.

—E ai, como foi com as esposas desesperadas ?

—Marido desaparecido, bilhete do mau, bebê maluco.

—Então é um padrão. Droga, ele estava certo. São bruxas, está mais do que na cara. O problema é... Como e porque uma ou mais bruxas fariam isso ? Nunca vi nada igual, parece meio clichê, como algum filme meia boca de Hollywood que não deu certo.

—Sabe, Bri...-Dean andava de um lado para o outro, na minha frente, e tirou a gravata, e depois o blazer, e se sentou do meu lado, virando para mim. –Eu estou pouco me fodendo para a caçada hoje.- Ele deu um sorriso um tanto melancólico. Eu senti o cheiro forte de vodka invadir minhas narinas, e o cheiro vinha dele.

—Dean, você está bêbado. -Me levantei e me pus a frente dele. - Vamos, vá tomar um banho gelado, eu vou comprar um pouco de café e advil, volto em cinco minutos, eu prometo.

Tentei andar e não consegui. Ele estava abraçando as minhas pernas, e de jeito algum eu conseguiria sair dali, ele me segurava como se eu fosse sua alma. Deu alguns tapas nele, que começou a rir de mim, e eu eventualmente acabei rindo baixo para mim mesma.

—Você é um babaca, e aproveitador, sabia?

—E você uma vadia sem coração, Bri.

—Haha, muito engraçado. Vamos, me solte, você não está legal. Seu irmão vai chegar e ele que vai cuidar de você, e pode ter certeza que ele não vai ser carinhoso.

—Sammy me ligou, disse que vai chegar tarde, vai ficar de tocaia sozinho.

—Ele é louco! Dean!-Dei um soco em seu ombro.- Isso é loucura.

—Nah, o garoto vai ficar bem. -Ele levantou a cabeça para me olhar, e deu um sorriso. –Devia se preocupar mais consigo mesma.

—Hah, com você todo mole? Dean, eu já enfrentei coisas piores.

Ele se levantou, sem me soltar, e deu aquele sorrisinho idiota. Revirei os olhos, bufando, irritada.

—Vamos Dean. Me solte e vá tomar um banho, já ficou chata essa brincadeira. Você não vai fazer nada, além de tomar um banho e dormir. Com Sam, ou sem Sam, você fica na linha, entendeu ?

—Ou o que ? Eu sou mais alto, e mais forte.

—E eu tenho o Cass.-Foi a primeira coisa que veio na minha mente.- Ele vai descer aqui e dar um chute nessa sua bunda. Não duvide de mim. Eu e ele temos nossos segredos, lembra?

Ele semicerrou os olhos e me soltou.

—Você ganhou. Não se acostume.

Ele pegou uma toalha e se trancou no banheiro, e eu me deitei de barriga para cima na cama novamente. Pude ouvir o barulho da água correndo por alguns poucos minutos, e o barulho do chuveiro cessou, e ouvi a porta abrir. Me virei para falar com ele, e o bebum estava de toalha, e eu tomei um susto tão lindo que caí no chão, com as mãos tapando os olhos, e eu ouvi a risada dele vindo do outro lado do quarto.

—Ah, o que foi, Bri ?

—Isso não é engraçado, idiota !-Gritei.

—Ah, é para mim. Mas Bri, não farei nada que você não queira. Palavra de caçador.

—Muito engraçado. Haha. -Debochei- Agora vê se coloca uma roupa decente para que eu possa continuar o caso ?

Ele não disse nada, nem fez barulho nenhum, e por um momento eu achei que estava sozinha, ou em mais algum sonho maluco e inconveniente de Castiel, ou qualquer outro ser sobrenatural que possa invadir meus sonhos. Mas, por mais que eu quisesse, eu estava presa naquele quarto de hotel com Dean Winchester até o amanhecer, e eu tinha certeza que ele não me deixaria em paz por um segundo. E eu estava mais do que certa de que não poderia confiar nem em mim mesma, não perto deles, de jeito algum. Tinha algo nos dois, que era tão atraente para mim, como um open bar para um alcoólatra, algo que eu sabia que não faria bem para mim ou para ninguém a minha volta, mas me faria feliz, ou no mínimo contente. Talvez fosse os olhares, o modo que sorriam ou falavam, talvez isso seja simplesmente o meu destino, porém eu não ligava. Queria e não queria estar perto dos dois, é como odiar e amar alguém que você conhece a muito tempo, é algo que morre e nasce com você.

—Hey, eu já estou vestido, já pode se levantar do chão.

Eu ouvi passos na minha direção, e tirei as mãos do rosto, olhando para cima, Dean estava na minha frente, com a mão estendida para me ajudar a levantar, sorrindo de canto. Eu aceitei, e ele me puxou de uma vez só, deixando a poucos centímetros nos separando, e uma de suas mãos estava na base da minha cintura, e eu deixei escapar um suspiro rápido, que pareceu ter feito o dia dele, visto pelo sorriso que ele tinha.

—Isso é burrice. -Sussurrei.- Sinto que quanto mais tempo perto de vocês, mais rápido parecem que vão morrer, por minha culpa.

—Bri, a morte de Ellie não foi culpa sua. -Ele segurou meu rosto com uma mão, e eu fechei os olhos. - Cass te explicou que era um demônio, não foi ? Por mais que você sinta que foi sua culpa, por mais que sinta que é certo você se isolar do mundo, não é. Eu já passei por isso, mais vezes do que pode imaginar. -Eu senti ele se afastar de mim, mas ainda a mão em meu rosto, e senti brevemente seus lábios na minha testa. -Como eu disse, não vou te forçar a nada.

Abri os olhos e ele já tinha se afastado de mim, estava em frente a geladeira, pegando uma cerveja, e se sentando na mesa da mini cozinha do quarto, e bebia, olhando para o nada. Decidi não mexer mais na ferida, voltei a mesa redonda de madeira perto da cama e comecei a pesquisar coisas relevantes ao caso, mas nada parecia se encaixar, não tinha muito na internet sobre a cidade.

Olhei no relógio, e haviam se passado exatos quarenta e cinco minutos, eram meia noite e vinte e cinco. Suspirei e voltei meu olhar para Dean, que estava debruçado em cima da mesinha, praticamente dormindo. Dei um sorriso rápido e me levantei, para acordar ele. Coloquei uma mão em suas costas, dando uns tapinhas leves. Ele me olhou meio grogue, tentando piscar para acordar, foi engraçado.

—Você não pode dormir ai, vai ficar todo dolorido quando precisarmos de você pra algum combate ou algo assim. -Tentei puxar ele para cima, em vão, até porque eu estava tão cansada quanto ele.-Deeean !-Reclamei, falando mais alto, e ele se levantou num pulo.

—Eu, uh... -Ele olhou para a cama, com as sobrancelhas franzidas. -Poltrona. -Ele se sentou em uma das poltronas velhas de couro marrom do quarto, elas não eram grande o bastante nem para eu mesmo tirar um cochilo, pareciam cadeirinhas feitas para Hobbits.

—Dean, a cama é grande o bastante para nós dois. Eu sou pequena, só não me esmague. -Ele deu uma risada idiota. -Não comece. Sam não vai estar aqui, de qualquer jeito, não é ? E afinal, não vamos fazer nada de errado.

((Coloquem essa música, vai valer a pena, prometo. https://www.youtube.com/watch?v=U8WqxbOvXSE))

Ele me olhou com um sorriso de canto e os olhos semicerrados, e levantou as mãos para o alto, rindo. Eu tirei os papéis de cima da cama e os coloquei em cima da mesa marrom, eu teria tempo para arrumar aquilo mais tarde, ou Sam, se eu simplesmente resolvesse que estava com preguiça demais para aquilo. Dean atravessou o quarto para apagar a luz, e tudo ficou completamente escuro, e não de uma forma agradável. Não que eu tivesse medo do escuro, mas sim do que estava nele.

—Dean ?

—O que foi, tem medo do escuro ?

—Não, só não consigo achar a maldita cama e não quero tropeçar nos meus próprios pés. Uma ajuda ? -Ouvi passos em minha direção e sua mão encostar no meu braço.

—Está tudo bem. -Ele me guiou e eu senti a madeira da cama bater no meu joelho. - Pronto, não foi tão difícil, foi ?

Eu hesitei por um segundo, por impulso. Nos meus pensamentos tortos, macabros e confusos, pairava a ideia de que eu nunca mais teria a chance de ter um pedacinho do Winchester mais velho para mim, ou talvez fosse só o fato de ele ser incrivelmente bonito e eu estar com uma vontade enorme de beijar Dean, e a combinação de todos os eventos que estavam acontecendo nessa semana só me fazia ficar mais impulsiva, talvez não me deixasse pensar direito, racionalmente, como qualquer outra garota faria... Mas pense bem... Que garota recusaria ele ?

—Dean ?

—O que foi ?-Ele estava atrás de mim, e eu me virei para ele.

—Talvez eu queira ser um pouco idiota.

Eu sorri para mim mesma, segurei seu rosto e o beijei, e logo tive uma resposta lenta e saborosa de volta. Pude sentir o sorriso dele nos meus lábios, uma de suas mãos na base da minha cintura e outra à minha nuca, o gosto da cerveja que ele teve a algumas horas atrás misturado com algo doce, como cereja, ou alguma fruta vermelha. Ele, de uma hora para outra me tirou do chão, sem deixar de me beijar por um segundo. Me separei um pouco dele em busca de ar e dei um sorrisinho idiota, olhando para ele, e eu jurei ter visto ele fazer o mesmo, e num segundo sua boca estava junto à minha, e eu deitada na cama. Não gostaria que minha mente lembrasse de todos os detalhes, porém... Suas mãos estavam na parte de dentro de minha blusa, nas costas, e não lhe levou nem três segundos para tirar a sua e a minha blusa. Eu dei uma risada baixa, para mim mesma, que estava quase jogando algo extremamente precioso para mim fora. Mais alguns beijos e provocações, estávamos os dois preparados para o que vinha a seguir. Ou não.

As luzes do quarto se acenderam, e eu olhei para a porta. Castiel estava parado lá, olhando para nós, com olhos semicerrados, um ar de confusão o tomava. Eu entrei em modo de desespero, e coloquei minha blusa de volta, empurrando Dean para longe.

—Cas,Cas,oi !

—O que estava acontecendo ?

—Brianna estava engasgada com alguma coisa, e eu estava a ajudando.

—Parece perigoso. Tome mais cuidado ao engolir seus alimentos.

Balancei a cabeça, segurando o riso.

—Pode deixar. Castiel, qual o motivo de você estar aqui ?

—Precisava falar com você, tem algo que precisamos discutir.

—Então diga !-Dean disse, levemente irritado.

—Só com ela. -Ele apontou para mim, e Dean me olhou, claramente irritado com a leve interrupção.

—Tudo bem, deixe-me só pegar um casaco. -Corri até aonde estava minha mala e peguei um casaco cinza. Sabia que ele me levaria para qualquer outro lugar em questão de segundos. Dean me olhou, procurando alguma explicação ou satisfação. E sorri e dei um beijo rápido nele. -Eu já volto. Cas ?-Me virei para ele, e, num piscar de olhos, já estava em outro lugar, um campo ensolarado, cheio de girassóis, porém não fazia calor, nem frio.

—Zachariah está te procurando. Ele sabe que você renasceu.

—Okay, quem é o coelho da páscoa ?

—Huh ? Zachariah é um arcanjo perigoso, nem mesmo eu posso lutar com ele, Brianna. Eu não posso te treinar no momento, ele te acharia em segundos.

—Então o que quer que eu faça ? Não posso ficar mofando na casa do Bobby, sabe disso.

—Por mais que eu não aconselhe, e que seja errado, você deve continuar com os Winchesters, é mais difícil traquear você se estiver sempre em movimento, e mesmo que ele te encontre com eles, vai passar só por uma caçadora, não por uma nefilim, graças a sua marca no pescoço.

—Ok, mas a marca também pode me entregar, não é ? –Ele balançou a cabeça lentamente. -Certo, vou ter que comprar algumas coisas para esconder isso...-Murmurei para mim mesma. - Castiel ?-Ele me olhou. -Me diga... Se Michael é meu ‘’pai’’ e vocês são irmãos, isso faz de você meu ‘’tio’’ ?

—Eu acho que isso faz sentido, sim. Porque o interesse ?

—Significa que eu ainda tenho uma família para me preocupar e confiar. -Sorri para ele. - E você o mesmo, ok ? –Ele apenas me olhou. - Ok, me leve de volta, Dean deve estar querendo se matar.

—Ah,um aviso... Essas viagens rápidas drenam sua energia, você pode se sentir um pouco tonta ou sonolenta ao voltar.

(( . . . ))


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Notas finais do capítulo

É,oi.
Não coloquei muitos detalhes da... ''coisa'' entre os dois,porque esse não é bem o foco agora... Agora...
Comentários são bem vindos ! Até o próximo capítulo !



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