Can't Kill The Past (Hiatus) escrita por Gessikk


Capítulo 21
Verdadeiros monstros


Notas iniciais do capítulo

VOLTEI, VOLTEI DO MUNDO DOS MORTOS!!
Depois de meses em agonia, numa completa falta de inspiração, eis que eu apareço, renascendo nas cinzas como uma fênix, vindo na missão de reconquistar meus leitores e finalizar a história que escrevi com suor e sangue!
Confesso que por muitas vezes, pensei em largar a fic, porque simplesmente não conseguia escrever, fiquei completamente empacada, travada, maaas vocês lutaram por mim, pela fic!
Recebi comentários, mensagens, pedidos, pessoas que mostraram que ainda lembravam dessa fic e me fizeram perceber que valia a pena voltar a escrever....
Vocês lutaram, então eu também estou aqui, lutando contra minha falta de inspiração.
Sério, realmente tenho que agradecer e me desculpar, amo muito vocês.

SOBRE A FIC:
~ Como não conseguia escrever esse capítulo de onde o outro parou, ele começa meses depois, mostrando para vocês flashes do futuro, para terem noção do que vai acontecer.
~ Vamos ter mais um último vilão, que já foi acrescentado com sutileza na história e então, vamos chegar ao fim definitivo.
~ Estamos em reta final, babys, o que quer dizer, que teremos no máximo dos máximos, uns dez capítulos.
~ Eu já disse uma vez, mas vou repetir: Não vai ter outra temporada, então esses serão nossos últimos capítulos juntos.

É isso, lindinhos, esperam que me perdoem pela demora e continuem comigo nesse final de fic!
Espero que gostem do capítulo.



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— Stiles, olha para mim.

O garoto, atordoado, encarava um ponto fixo no chão, os olhos úmidos e o rosto sem expressão.

— Stiles, eu sei como é difícil, mas por favor, fala comigo.

O humano estava repleto de sangue, a roupa melada grudava no corpo, a pele pálida manchada de vermelho. De sua mão, o líquido gosmento escorregava pelos dedos e pingava no chão claro.

Ele levantou a cabeça, como se finalmente tivesse escutado a voz feminina, mas o rosto continuou inexpressivo e os olhos focavam o vazio. Estava completamente perdido em pensamentos mórbidos.

— Você precisa dizer o que aconteceu, Stiles. Onde estão seus amigos? De quem é esse sangue?

O menino virou a cabeça, a inclinando para o lado, suas sobrancelhas se franziram sutilmente. A mulher, desconhecida, de cabelos negros como carvão, segurou a mão molhada de Stiles, percebendo o quanto seus braços tremiam.

— Stiles?

Ele fez uma expressão confusa e a mulher o encarou com firmeza, comprimindo os lábios e respirando fundo.

— Você lembra quem você é? Lembra o que aconteceu?

— S-stiles. — O garoto gaguejou debilmente o próprio nome, tentando raciocinar.

— Ok, me escuta com atenção. Você chegou aqui no hospital há algumas horas, dizendo algo sobre seus amigos e seu pai.

— Horas? — Novamente, o menino só conseguiu proferir uma palavra, confuso.

— Sim, Stiles. Você está todo coberto de sangue e seu pai está desaparecido. — A mulher explicava lentamente, fazendo flashes de lembranças invadirem a mente de Stiles. — Alguns policiais foram na sua casa e acharam uma menina morta. Um amigo seu, Scott, ligou para o hospital, dizendo que a mãe estava ferida, em casa, mas ninguém a encontrou.  Houve um incêndio em um loft, os bombeiros estão tentando apagar as chamas e dois colegas seu de classe, Isaac e Sabrina, também sumiram.

— Ela morreu. — O menino, ainda sem expressão, largou a mão da mulher e ergueu os dedos em frente ao rosto.

Ele contou lentamente, dedo por dedo, sussurrando baixinho, até perceber, horrorizado, que aquilo era real.

— Não pode ser, tem que ser um pesadelo. — A voz dele era grave, baixa, incrédula e então, seu rosto finalmente foi preenchido por uma expressão.

Os olhos castanhos derramaram lágrimas, a boca se abriu em choque, a testa se franziu, as sobrancelhas se inclinaram e soluços rasgaram seu peito, escapando pelos lábios sujos de sangue. O rosto dele estava devastado, o choro era agoniante, mas a mulher continuou firme, contendo as lágrimas.

— Você precisa ajudar seus amigos, precisa me contar o que aconteceu. — Ele negou com a cabeça, o corpo tremia e a respiração falhava. — Você precisa ser forte, Stiles, se não todos eles vão morrer.

— Isso não pode ser verdade. Isso não é real.

— Stiles! — A mulher aumentou a voz, a deixando dura, ríspida, pois precisava fazer o garoto falar. — Seus amigos precisam de você, me diga qualquer coisa que possa ajuda-los. Alguém mais corre perigo?  O que está acontecendo, por que tudo isso parecer ter relação com você?

— O bebê, o bebê precisa de ajuda. — Sendo despertado pelas preocupações, com uma dor horrenda na cabeça, o garoto começou a balbuciar frases uteis apesar de desconexas. — Vocês precisam achar Kira.

— Kira? Ela está grávida, não é? O bebê corre perigo?

O rosto do menino, em meio ao choro, se tornou confuso e se conseguir compreender, se perguntou quem era a menina morta em sua casa. E se não fosse a dona da maior quantidade de sangue no seu corpo? E se fosse a mulher que tanto amava e que corria perigo por sua culpa?

Não, ela não podia ter morrido.

— Quem é a menina morta?

— Stiles, por favor, não pensa nisso, você precisa se concentrar nos vivos, nos que podem ser salvos.

— Não. — O menino sussurrou para ele mesmo, sem conter o choro, sem conter o desespero.

Estava agoniado com o sangue no corpo, agoniado com o medo do que poderia acontecer com seus amigos, a mente estava confusa, o corpo trêmulo. Como sempre, tudo aquilo era culpa dele, todos estavam morrendo, todos estavam feridos e responsabilidade era toda dele.

Stiles não conseguia acreditar que Kate não foi a pessoa que mais o feriu e que no final das contas, Nogitsune não foi o pior vilão.

Tudo aquilo que estava acontecendo era tão surreal, tão doloroso, que ele quase quis voltar no tempo, voltar aos meses que se passaram como um furacão, para a época que o problema mais difícil de se solucionar era ele e Lydia possuídos pelo demônio.

Pelo menos, quando enfrentaram o espírito que quase enlouqueceu Lydia, eles sabiam exatamente o que estavam enfrentando.

O pior inimigo, a pior luta que a alcateia já teve, foi enfrentar o desconhecido e descobrir, que os verdadeiros monstros, eram humanos.

Meses atrás...

Callie andava de um lado para o outro, Derek estava parado, escorado na parede em completo silêncio, Sabrina, ainda fraca, se curando, estava sentada ao lado de Scott e Isaac que estavam igualmente fragilizados, todos na clínica veterinária, esperando uma solução vinda de Deaton.

— Vocês têm certeza que os dois foram possuídos? — O veterinário, incrédulo, disse lentamente.

— Stiles torturou Scott com as próprias mãos e Lydia quase me matou, então sim, nós temos certeza. — O tom de Isaac foi áspero e por instinto, encarou Sabrina que respirava com dificuldade. — E o desgraçado ainda feriu ela.

— Como isso é possível? — Callie perguntou com os olhos arregalados.

— Você disse que tinha muito sangue na casa e que Nogitsune disse que salvou Stiles. — O doutor tentou confirmar, encarando Scott que balançou a cabeça em afirmação. — Eu acho que sei o que aconteceu. — Falou a contragosto, ainda incrédulo, respirando fundo e negando com a cabeça.

— Então me explica porquê eu encontrei Sabrina com uma estaca enfiada no meio do corpo, exatamente como fizeram comigo! — Derek estava irritado, as mãos fechadas em punho, a expressão séria e os olhos verdes pareciam ameaçar qualquer um que o encarasse.

O veterinário suspirou, cruzou os braços e encarou Scott por um instante, que era o único que não dizia nada. O Alfa devolveu o olhar, mas estava distante, só conseguia se preocupar com a namorada grávida, que não sabia sobre o que estava acontecendo. Ele queria a poupar do estresse, para não prejudicar a gestação, mas temia que ela fosse um algo fácil para Nogitsune.

— Stiles fez um plano, que ele esqueceu quando perdeu a memória e que Lydia não queria seguir de jeito nenhum. — Ele começou falando devagar e todos o encaram atentamente. — O plano era usar o Nogitsune para vencer a Morte, para os dois se destruírem.

— Como isso é possível? — Foi Scott que falou, sobressaltado.

— Tem como derrotar a Morte? — Sabrina, com a voz falha, perguntou.

— Quando Stiles estava possuído e a névoa o cobriu, o Nogitsune foi embora, então a teoria dele faz sentido. — Ele respirou fundo, bateu os pés, desconfortável e voltou a explicar para os adolescentes. — Entendam, o Nogistune se alimenta da morte, mas a Morte, em sua forma física é muito forte, então eles...

— Eles consomem um ao outro. O Nogitsune se alimenta da Morte e a Morte se alimenta do Nogitsune. — A conclusão veio de Derek, que começava a entender o que tinha acontecido.

— Exato e Stiles ficou obcecado com esses pensamentos, porque é a única forma de se livrar do Nogitsune e destruir a forma física da Morte.

— Mas o Nogitsune precisa de um hospedeiro... — Callie parou de andar ao chegar a terrível conclusão.

— Sim e precisaria ter o controle completo do corpo. Bem, como Stiles já é um alvo fixo do demônio, ele queria ser possuído propositalmente e que Lydia atraísse ele até a Morte. — A expressão de choque e compressão de todos, fez o veterinário parar de falar por um instante. — Ele sabia o quanto isso era perigoso, mas que se conseguisse fazer isso, livraria também todos vocês do perigo.

— Como ele queria fazer isso? Como ia ser completamente possuído? — Scott, aflito, levantou com dificuldade.

— Como parecia que o Nogitsune tinha parado de o perseguir, ele queria que Lydia o matasse, para atrair o demônio e ela, seria a única capaz de ressuscita-lo, caso algo desse errado.

— Mata-lo? Era esse plano imbecil dele? — A raiva de Derek parecia ter se multiplicado.

— Com ele morto, Nogistune não iria querer perder o hospedeiro e assumiria completamente o controle. — Percebendo a reação de todos, tentou inutilmente melhorar o que falou. — Ele não precisaria necessariamente morrer, mas chegar perto disso.

— Eu não acredito que ele conseguiu convencer Lydia de fazer isso. — Callie, incrédula, falou.

— Ele não conseguiu, mas os dois foram falar comigo, pedindo para guardar segredo e queriam saber se tinha outra maneira de fazer isso e bem, chegamos a conclusão que essa seria a única forma definitiva de se livrar do demônio e da Morte, então Stiles ficou decidido a seguir isso. — O veterinário falava e observava a expressão de cada um. — E esse plano só seria um pouco mais seguro, com a ajuda de Lydia, mas ele estava disposto a fazer de qualquer jeito.

— Mas ele perdeu a memória, não tinha razão para Lydia fazer isso. — Sabrina murmurou.

— Eu sei, isso que não entendo, porque ela estava disposta a não seguir jamais esse plano, mesmo sendo a única solução. — Deaton parecia pensativo, tentando entender. — Mas isso, dos dois serem possuídos, era um dos riscos de seguir essa ideia, pois se Lydia estivesse conectada com Stiles na hora que ele fosse possuído, o Nogistune teria acesso aos dois.

— Isso explicaria o sangue no chão e nas roupas deles. — Isaac murmurou.

— E porquê o Nogitsune disse que salvou Stiles. — Scott concluiu, trêmulo.

— Olha, eu não sei o porquê isso aconteceu, mas a maior esperança dos dois é vocês seguirem esse plano, acabarem com o Nogistune e a Morte de uma vez por todas.

— E claro, torcer para Stiles e Lydia não morrerem nesse processo. — Com a fala pessimista de Derek, o consultório ficou em completo silêncio.


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Notas finais do capítulo

Então, lindinhos, é isso!
Prometo que não vou demorar para postar o próximo capítulo, até porque preciso recompensar vocês...Espero que tenha dado para entender essa mudança no tempo e a explicação do plano do Stiles.
Como devem ter percebido, esse capítulo foi difícil de escrever, já que não tinha inspiração. Comecei ele ontem e acabei hoje, então espero que não tenha ficado ruim e que vocês ainda comentem e me perdoem pela demora.
Até mais, lindinhos.