Eu realmente estava tonta enquanto andava pelos corredores em direção ao dormitório, no entanto, não estava tão tonta para não escutar os pequenos gemidos que vinham do meu quarto. Enrugando as sobrancelhas completamente confusa eu abri a porta em um rompante quase não acreditando no que meu olhos viam.

Lissa e o garoto que eu só pude reconhecer como Christian Ozera - sua paquera de sempre - estavam seminus em cima da cama de Lissa se beijando, aquilo seria bem cômico e engraçado se não fosse tão estranho.

Quando os dois percebem a minha presença dão um pulo tão grande que eu não posso evitar rir, o rosto de Lissa se torna tão vermelho quanto um tomate e eu a vejo se atrapalhar na hora de sair da cama.

–Rose! - Diz Lissa quase gritando

Eu não me controlo rindo ainda mais.

–Tudo bem pombinhos, eu tenho um cartão de um motel 24 horas se vocês quiserem. - Digo Irônica

Lissa coloca o travesseiro sobre o rosto enquanto Christian coloca a camiseta.

–Nos vemos depois Lissa. - Ele diz ao passar pela porta. - Foi bom te ver de novo Rose. - Ele diz saindo

Eu dou de ombros enquanto sento na minha cama vendo Lissa se deitar na dela.

–O comentário sobre o motel foi desnecessário. - Ela diz

Eu rio.

–Não, com certeza Christian vai vir pegar o cartão comigo depois. - Digo rindo. - Vocês estão namorando?

–Não. Ele é apenas um peguete.

–Desde quando Vasilisa Dragomir tem peguetes? ou desde quando falta as aulas?

Ela dá de ombros.

–Muita coisa mudou. - Ela diz

Eu respiro profundamente concordando enquanto cenas de minha irmã sorrindo malignamente para mim reaparecem na minha mente.

–E você? por que não está na aula? nós tinhamos biologia agora não é?

–Sim, mas eu não estava muito bem então pedi a Dimitri para sair mais cedo. - Minto

Eu não sabia ao certo por que estava mentindo na cara de minha melhor amiga, eu realmente não sabia, eu só achava que não deveria compartilhar com ninguém o que eu tinha visto, aquilo seria um segredo só meu.

–Você está bem? - Pergunta Lissa preocupada

–Estou, não se preocupe.

Lissa sorri.

–É tão bom te ter de volta.

Eu sorrio me esticando para pegar sua mão, nós sorrimos cúmplices.

–Também estou feliz por estar de volta. -Digo

Nós sorrimos.

–Posso te contar um segredo? - Pergunta Lissa

Eu rio, "Posso te contar um segredo?" era nossa brincadeira favorita, nós costumavamos brincar disso em todo lugar com Raquel, minha irmã morta.

–Sim. - respondo

Lissa respira profundamente.

–Quando você estava no hospital, eu costumava me sentar aqui todas as tardes, sozinha no escuro e rezava pra você voltar logo pra casa.

Eu sorrio.

–Posso te contar um segredo? - Pergunto

é a vez de minha melhor amiga rir antes de concordar.

–Nos setenta e três dias que eu estive em coma eu não lembro de nada.

Lissa gargalha.

–Você é doida. - Ela diz

Eu sorrio.

–A loucura nem sempre é algo ruim.