E se eu não lembrar? escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 14
Assassina


Notas iniciais do capítulo

Hey hey! gostaria de agradecer a todos os lindos que comentarão e favoritaram não somente essa história mais todas as minhas histórias, vocês são incriveis!



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Depois que Dimitri foi embora eu não consegui pegar no sono, algo estranho cercava Dimitri como uma sombra, no entanto era algo que temporariamente estava invisivel aos meus olhos. A noite já tinha caído e Lissa adentrou o quarto batendo a porta em seguida, eu me levanto da cama.

–O que houve?

–Christian e eu brigamos. - Ela diz dando de ombros mas para quando vê os cacos de vidro no chão.

–O que houve aqui? - Ela pergunta

–A lâmpada estourou, Dimitri colocou uma nova mas ainda não tomei coragem para limpar os cacos.

Lissa ri.

–Deixa que eu faço isso sua preguiçosa! - Diz me mostrando a lingua

Eu rio.

–Obrigada, acho que vou dar uma caminhada pelo campus, pegar um ar fresco.

Lissa assente enquanto que com as mãos recolhe os afiados cacos de vidro colocando em saco plástico que ela tinha tirado não sei de onde.

Eu saio do quarto e caminho rapidamente parando a algumas portas de distância de meu próprio, eu estava parada em frente ao quarto de Raquel, eu não entrava neste quarto á um bom tempo o que me deixou nervosa de faze-lo agora, três batidas na porta foram o suficiente para a garota de cabelos castanhos do outro lado da porta escutar, seu nome era Amanda e a mesma era muito chegada da minha irmã que eu me lembre, o sorriso que ela me deu não alcançou os olhos e sua surpresa me surpreendeu.

–O que você está fazendo aqui? -Ela pergunta

Eu dou de ombros.

–Só queria pegar algumas coisas da minha irmã.

Amanda abre a porta me dando passagem para que eu entrasse, tudo continuava do mesmo jeito que eu me lembrava, o lado da parede de Raquel continuava preto com diversas estrelas prateadas o enfeitando, em cima de sua cama diversos bichinhos de pelúcia que um dia eu vi ela jogar fora, me vendo observar Amanda falou:

–Não mexi em nada dala, preferi deixar tudo intacto, e quanto aos bichinhos de pelúcia eu peguei antes que ela jogasse fora e guardei para se um dia ela precisasse.

Eu balanço a cabeça.

–Obrigada. - Digo

Amanda sorri tristemente enquanto diz:

–Ela vai fazer falta.

Concordo com a cabeça me sentando na cama de minha irmã e agarrando um de seus bichinhos de pelúcia que eu me lembrava como seu preferido, um sapinho com um lenço vermelho no pescoço, eu o abraço fortemente sentindo o maravilhosos cheiro de Raquel ainda empreguinado ali, uma lagrima escorre por minha face, uma lágrima de saudade e eu respiro profundamente me levantando antes de esbarrar em algo que saia para fora de debaixo da cama de Raquel.

–O que é isso? - Pergunto me abaixando para pegar

Amanda se apressa dizendo.

–É uma fantasia de dia das bruxas, é horrivel, deixe ai.

Minhas mãos param no saco assim que eu vejo uma mascara de esqui completamente preta, uma mascara como a do meu agressor de mais cedo, eu encaro os olhos escuros de Amanda que me encaram de volta, eu engulo em seco e sorrio.

–Tudo bem, eu já estava indo mesmo. - Digo andando rapidamente até a porta

Quando estou prestes a sair Amanda diz:

–Professor Dimitri levou o resto.

Eu me viro.

–O que? - Pergunto confusa

–Os livros dela, o caderno de desenhos, todos os trabalhos que ela estava fazendo a uns quatro meses, ele levou tudo.

Eu balanço a cabeça concordando enquanto saio do quarto mais rápido do que seria aconselhável, minha cabeça dá algumas voltas me deixando tonta enquanto eu andava sem parar "Ele levou tudo" "Costumamos ter medo do que não conhecemos" "Ela vai fazer falta" "Você está jogando errado" as frases continuavam se repetindo desenfreadamente por minha mente me deixando maluca.

–Rose?

Eu me viro vendo Raquel a alguns metros de distância, na sua mão direita o seu urso preferido, o sapo que eu a pouco abracei, Raquel está chorando e eu me sinto impotentemente diante dela.

–Me deixa entrar! -Ela grita

É como se uma corrente de ar passasse por mim a toda a velocidade me empurrando para trás bruscamente, eu a via em seu vestido favorito azul com o ursinho em mãos e enquanto ela caminhava até mim, descalça, pegadas de sangue ficavam marcando sua presença aterrorizante.

–Raquel quem fez isso com você? - Pergunto enquanto me arrasto pra trás.

Ela balança a cabeça.

–Você fez isso comigo! - Ela grita

Minha mente dá um giro de 360 graus enquanto uma lembrança parece brotar em minha mente:

Eu estou de frente para Raquel que está caída a minha frente dentro do circulo que eu sei que é tinta, mas no meio dele alguns respingos de sangue se sobressaem.

O corpo frágil de Raquel parece meio sem vida e completamente ensanguentado, um peso em minha mão se faz presente e quando olho o mesmo me surpreendo ao encontrar uma faca em minha mão, uma faca suja com o sangue de Raquel. Eu largo a faca.

–Sinto muito. - Digo enquanto me abaixo em sua direção.

Eu abro os olhos e estou de volta ao corredor, sozinha, eu abraço meus joelhos enquanto soluços de desespero saem por minha boca, no entanto, meus olhos permaneciam tão secos quanto a minha alma, chorar não é uma opção.

Quando eu tinha seis anos, eu cai andando de bicicleta pela primeira vez, lembro-me daquele dia com algumas nuvens nublando o belo sol que eu realmente almeja que aparecesse,mesmo assim, as coisas nunca saem como eu imagino, lembro-me de cair e ralar o joelho, o mesmo até sangrou um pouco no entanto eu guardei todas as lágrimas para meu travesseiro na hora de dormir, onde eu pude chorar sozinha pelo tempo que eu quis, lembro-me também naquele diz de pensar "Não gosto de chorar" e aquilo só me convenceu de uma única coisa, expor sentimentos te torna fraco e vulnerável, enquanto você permanece seco, você permanece forte.

Naquele momento sozinha no corredor eu não me permiti chorar,não ainda, por que eu tinha que me lembrar e realmente ter certeza se eu tinha matado a minha própria irmã.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e até o próximo!
Beijinhos ;)



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