Eu me ajeito na cama confortavelmente enquanto vejo minha mãe fazer o mesmo me encarando.

–A familia do seu pai acreditava que era possivel trazer uma pessoa de volta a vida com crenças religiosas muito fortes.

–Isso é impossivel. -Digo

Sua mãe balança a cabeça.

–Isso foi a muito tempo querida, eles tinham esses tipos de pensamentos estranhos.

–Você está dizendo que eles faziam cultos...do mal?

Minha mãe assente afirmando.

–Mas não eram todos da familia que podiam fazer esse tipo de bruxaria, apenas um duogenio em cada geração.

–O que significa duogenio? - Pergunto

–É o filho que nasce em segundo, seria na verdade o filho do meio.

–Hum..

–Voltando a história,a cada geração um duogenio tentava resgatar das garras da morte um ente querido perdido.

–E algum deles conseguiu?

Ela balança a cabeça negativamente.

–Não que seu pai tenha me contado, ele que me contou essa história.

Em afirmo engolindo em seco enquanto lembranças de meu pai retornam a minha mente.

–Certo, então a familia de papai costumava criar cultos malignos para trazer entes queridos de volta? uau, nossa familia é realmente estranha.

Minha mãe sorri.

–Sua irmã também achava isso.

E então como um estalo em meu cérebro eu começo a pensar como minha irmã, século vinte um, ela era a duogenia da familia mas por que ela faria isso?

–E também existiam os parças.

–O que são parças? algum tipo de parceiro deles? - Pergunto risonha

Minha mãe ri.

–Não querida, eles tentaram por séculos matar os descendentes de seu pai.

–Por que?

–Por que eles acham que pessoas como a familia Hathaway não deveriam existir. Pode não acreditar agora, mas a familia de seu pai nem sempre foi só bondade. - Ela solta um longo suspiro. - Eles já mataram pra conseguir o que queriam

Meu coração acelera.

–É possível que descendentes dos parças ainda existam? - Pergunto temerosa

–Se existem descendentes duogenios com certeza existem descendentes parças também.

Vendo minha cara de preocupação ela sorri.

–Não se preocupe querida, estamos no século vinte e um coisas como isso não existem mais.

Eu balanço a cabeça sorrindo falsamente, se minhas hipóteses estivessem certas havia muito mais a descobrir sobre esse assunto.

–Tenho um livro lá em casa sobre isso se você quiser, eu já havia dado um a Raquel e tenho uma copia se você quiser.

–Você deu um a Raquel? - Pergunto aumentando a voz

Ela assente confusa.

–Ela me pediu.