E se eu não lembrar? escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 1
Abra os olhos


Notas iniciais do capítulo

U.u voltei! e como prometido minha nova fanfic! gostou? comenta.



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Eu abro meus olhos, ou melhor, tento abri-los já que a dor que se alastra na minha cabeça é forte demais, um gemido sai por por minha garganta e me assusto ao escutar o rouco e estranho barulho, onde eu estou?

–Rose?

Eu reúno forças de todos os lugares possíveis e abro os olhos, a realidade me pega tão rapidamente como sempre e eu me vejo deitada em uma cama grande dentro de um quarto estranho. É um hospital, penso, o que estou fazendo aqui? mexo meu pescoço para uma melhor visão e o mesmo lateja.

–Fique quieta, o médico já está vindo.

Eu reconheço essa voz, é claro que sim, é Lissa, minha melhor amiga desde sempre que está com os olhos inchados e vermelhos e parece muito mais magra do que a última vez que a vi, que foi ontem? Não consigo me lembrar, ela está agarrada a um travesseiro branco enquanto usa o mesmo para secar suas lágrimas, quando me vê, ela o coloca de lado em uma cadeira.

–Lissa o que está acontecendo? O que eu estou fazendo aqui?

Um homem completamente vestido de branco entra no quarto, imagino que seja o médico, pois ele traz alguns papéis na mão e um sorriso preocupado no rosto.

–Senhorita Hathaway é bom saber que acordou,como se sente?

Minhas sobrancelhas se enrugam em uma dúvida crescente enquanto eles ainda me olhavam como se eu fosse Pular da cama a qualquer momento e dançar macarena na frente deles.

–O que aconteceu? -Pergunto

A porta é aberta abruptamente e eu olho para minha mãe aos prantos, nada nos meus dezenove anos de vida me prepararam para a ver naquele estado.

–Mamãe o que houve?

Ela apenas corre até mim e me abraça, fortemente enquanto suas lágrimas molham a fina camisola do hospital, todos pareciam tão mal que só atiçava minha curiosidade. No meio de tudo aquilo lembrei de Raquel, minha valente irmã caçula, ela Deveria estar ao lado de mamãe agora e deveria te-la mantido forte, Mamãe deveria estar preocupada comigo, desde a morte de papai ela ficou meio instável quando se tratava de mim e Raquel, as vezes ela nos prendia com tanta proteção.

–Mãe, onde está a Raquel?

Minha mãe se afasta de mim mas posso ver ela segurando o choro a todo custo, ela não aguenta, abandona o quarto aos prantos me deixando com lágrimas nos olhos.

–O que está acontecendo? -Pergunto elevando a voz

Os olhos de Lissa se focam em mim, ela é forte eu sei, mas posso ver como é difícil pra ela.Estou confusa e me sinto tonta, talvez pelas imensas paredes completamente brancas que me cercam naquele quarto mas quando as palavras mais aterrorizantes saem da boca de Lissa eu sinto que vou desmaiar.

–Raquel está morta.

Sinto meu coração parar momentaneamente Enquanto as palavras ecoam duas, três, quatro vezes em minha cabeça sem que eu me de conta de quanto aquilo é absurdo e ilógico.

–Não! Não pode ser, eu a vi a pouco tempo.-Retruco apavorada

–Você está em coma induzido faz setenta e três dias. -Diz o médico com uma voz beirando a emoção.

Eu prendo a respiração e a solto devagar, eu fecho os olhos e os abro diversas vezes eu olho para o teto, ei encaro Lissa, eu encaro o médico eu coloco as mãos na cabeça, eu penso, eu tento me lembrar,e as imagens começam a correr desenfreadas.

Raquel no chão, sangrando e em seguida eu atravessando uma enorme janela de vidro e caindo no chão, a dor o medo, as lágrimas mesmo assim consigo me lembrar de algumas palavras sussurradas ao vento.

–Não chore por mim,mate-o. -

mate-o? matar quem? as lágrimas se acumulam em meus olhos me deixando nocauteada enquanto a forte dor em minha cabeça parece aumentar a todo segundo. "Não chore" repito a mim mesma diversas vezes, "Não chore, seja forte." repito, eu engulo o choro com um demasiado sacrifício e deito minha cabeça de volta no travesseiro.

–Pegaram ele? - Pergunto, no entanto, minha voz não sai mais alta que um sofrido sussurro rouco.

Lissa funga enquanto passa a mão por sua bochecha molhada, ela se aproxima da cama e pega a minha mão de forma delicada, sua mãe é pequena e quente a minha está tão fria que penso como fiquei desacordada por setenta três dias?

–Não achamos ele. - Ela diz

O médico também se aproxima da cama com um rosto totalmente preocupada.

–Senhorita Dragomir, talvez devêssemos deixa-la descansar.

Lissa balança a cabeça negando.

–Raquel era irmã dela, e de certa forma uma irmã pra mim também, ela merece saber a verdade. - Lissa Insiste

O médico balança a cabeça em discordância mas Lissa continua mesmo assim, e eu á admiro por isso.

–Eu não estava lá, mas li a ficha dos policiais, Raquel levou um tiro no peito direito, morreu de hemorragia interna e por não ter recebido primeiros socorros imediatos, as câmeras da biblioteca flagraram uma pessoa nas sombras completamente de preto com uma faca na mão, é o principal suspeito, nas filmagens você vê Raquel ensaguentada começa a gritar por socorro e o homem de preto aparece, ele aponta a faca em sua direção, você diz algo para Raquel que está desacordada e corre, ele te cerca, depois disso não há mais filmagens, talvez ele tenha de empurrado pela janela ou você tenha pulado.- Finaliza Lissa

Aquilo parecia tão surreal, tão difícil de ser verdade que me peguei prendendo o choro novamente.

–Eu não me lembro. - Digo

O médico e Lissa me encaram.

–Por que eu não me lembro? -Pergunto aumentando a voz e beirando a histeria

Lissa passa as mãos por meus cabelos mas a essa altura tudo o que preciso são de respostas .

–Os exames mostram que você teve um pequeno inchaço em uma parte sensível do cérebro, uma das partes que usamos para guardar lembranças.

–Eu nunca vou me lembrar? - Pergunto o encarando

–Seus exames tem mostrado uma melhora surpreendente, acho que você será capaz de se lembrar em poucos meses. - Diz o médico

–Meses? eu não tenho meses, eu quero me lembrar agora! - Digo

O médico balança a cabeça.

–Sinto muito. - É a única coisa que ele diz.


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Notas finais do capítulo

Comentem! comentem!



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