More Than a Feeling escrita por Scherbatsky


Capítulo 5
Capítulo 5 – I Will Kill You, Stark!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Capítulo de ano novo ;)



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POV Natasha

Chegamos à base da SHIELD em menos de quinze minutos, de moto era bem mais rápido. O caminho todo fora feito em completo silêncio, o que não me incomodara, mas pelo visto incomodou Steve. Ele parecia tenso, um pouco nervoso, talvez. Mas decidi não perguntar.

Assim que entramos - lembrando que Steve não abandonara seu jeito cavalheiro, e, mesmo tenso, me ajudou a descer da moto, mesmo eu dizendo que não era necessário -, atraímos os olhares de todos no corredor. Alguns tentaram disfarçar o olhar, mas esqueceram que, além de ser uma agente de um nível bem mais alto que o deles, eu era uma espiã. Conseguia muito bem perceber quando alguém tentava disfarçar. Ignorei todos os olhares, por mais que estivessem me incomodando, e olhei para Steve, que parecia nem ligar, afinal ele era o Capitão América, e algumas pessoas simplesmente não acostumaram ainda com sua presença ali. É, talvez fosse isso... Mas por quê olhavam para mim também?

– Olha, finalmente te achei! - Clint se aproximou de mim com o rosto um pouco vermelho, parecia que tinha corrido uma maratona, mas não estava ofegante.

– O que houve com você, Clint? - franzi as sobrancelhas, olhando seu estado por completo. Steve se aproximou ao vê-lo, com a mesma expressão que eu estava. Não sei se foi impressão minha ou Barton realmente olhou para o Capitão com certa raiva. Não, raiva é muito forte, mas algo do tipo.

– Hm, você e o Capitão Rogers saíram juntos, não foi? - ele apontou com a cabeça para o loiro ao meu lado, e antes que ele pudesse responder, o interrompi.

– Rogers, pode nos dar um minuto? - tentei sorrir o mais simpático possível, acho que funcionou, pois ele deu um pequeno sorriso e um aceno de cabeça, saindo pelo corredor. Aproveitando a saída do Capitão, puxei Clint pelo braço até uma das salas disponíveis por ali, trancando a porta antes de começar a falar. - Então, respondendo sua pergunta, sim. Eu fui até o apartamento dele, e...

– O quê?! - ele me interrompeu com um tom de voz alto. Em resposta, apenas arqueei uma sobrancelha de um modo quase assassino.

– Posso continuar?

– Claro, desculpe. - engoliu a seco.

– Como eu dizia, fui até o apartamento dele à pedido do próprio. Ele só queria que eu o ajudasse na arrumação do lugar, e como Bucky estava ocupado... - dei de ombros, mas Clint ainda não parecia satisfeito. O que ele queria, afinal? Só fui ajudar um amigo que precisava de ajuda, não vi problema algum nisso.

– Ele tinha a agente Carter...

– Se ele quisesse a ajuda da agente Carter, teria a chamado. - cruzei os braços, demonstrando impaciência. Essas crises de ciúmes dele já estavam ficando sem sentido.

– Okay, tudo bem. Mas saiba que todo mundo aqui pensa o contrário... - ele já ia saindo, mas eu corri até a porta e encostei nela, impedindo a passagem.

– Como assim, Barton? Nós saímos escondidos, o que você sabe...

– Eu e Tony vimos vocês. - eu arregalei os olhos.

– Você espalhou alguma coisa, Clinton Francis Barton? - me aproximei dele, sussurrando cada palavra, deixando claro que não estava para brincadeiras.

– Eu? Como você acha que eu seria capaz disso? Foi o To...

Nem deixei ele terminar de falar. Abri a porta com brutalidade e saí de lá sem nem olhar para trás. Só conseguia enxergar o que estava a minha frente, agora só o que me importava era encontrar Anthony Stark. No final deste mesmo corredor, bastou que eu virasse à esquerda para encontrar o bendito sem a armadura numa sala de treinamentos. Ele lutava com um agente nível quatro, ou melhor, treinava. Aquilo não era luta de verdade.

Entrei na sala na maior cara de pau, nem me importando com alguns cochichos dos homens que estavam em volta. Assim que me viu, o filho da mãe me lançou um sorriso forçado, que com toda certeza devolvi.

– Ruivinha. Chegou na hora certa de me ver ganhar essa luta. - ele ia dar um chute no agente, mas eu o parei com um aceno.

– Agente, descansar. - vi o rapaz sair do ringue, e logo entrei, como quem não quer nada. - Eu cuido dele.

– Eu não posso bater em você, Roma...

Sem esperar mais um segundo, dei um golpe que deixou seu braço inteiro livre para que eu fizesse qualquer coisa, acabei dando uma americana, só parando quando seu braço já estava quase sem circulação. Ele se afastou de mim em um pulo, com os olhos arregalados e a respiração ofegante.

– Você quer me matar, garota?! - ele agora esfregava o braço. Dramático.

– Você só iria quebrar o braço. Mas eu poderia - e quero - te matar. - me aproximei dele, agora o pegando em um mata-leão. - O que você disse sobre mim e o Capitão Rogers? - sussurrei ameaçadoramente no seu ouvido, quase rosnando.

– O quê? Eu não sei... - ele só percebeu que eu não estava brincando quando apertei mais o golpe. - Ai! Okay, okay, eu me rendo! - confesso que levei alguns longos segundos para soltá-lo de propósito. Mas deixei que ele falasse.

– Fale logo.

– Eu só disse o óbvio.

– Que óbvio, Stark? - perguntei pausadamente.

– Você e o Picolé. Vocês sentem algo um pelo outro, pelo amor! Está na cara! - eu simplesmente não acreditava no que estava ouvindo. Quanta baboseira!

– Stark, eu não tenho sentimentos. Não me venha com essa. - suspirei, como se estivesse lidando com uma criança. Talvez estivesse mesmo. - Você me fez parecer fraca em toda a SHIELD. Conserte isso até hoje à noite, ou você terá uma surpresa pior que essa no dia seguinte, estamos entendidos? - ele riu, mas antes que eu ameaçasse qualquer coisa, balançou a cabeça em um "sim". Sorri falsamente e saí do ringue, deixando para trás vários homens assustados além do Stark.

Depois de tanto estresse, decidi tomar um banho bem frio antes de ir almoçar. Geralmente, Clint almoçava comigo, mas não sei se depois do ocorrido ele ainda iria querer. Com isso, me arrumei mais demorado que o normal, deixando meu cabelos com cachos que iam até meu ombro. Saí do meu quarto em direção à cafeteria como se nada tivesse acontecido. Haviam poucas pessoas por lá, foi fácil achar uma mesa vazia e no canto. Enquanto mexia sem muito interesse no meu prato, senti uma sombra à minha frente, mas não levantei o rosto.

– Posso me sentar?


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Notas finais do capítulo

Feliz Ano Novo para todo mundo