Leitura Indiscreta escrita por Metal_Will


Capítulo 11
Capítulo 11 - O Motivo


Notas iniciais do capítulo

&nbspesculpem por não ter tido capítulo semana passada (é que minha outra fic está quase acabando). Mas eu não esqueci não, está aí: capítulo 11. Obrigado!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/57389/chapter/11

  Desirée chega em casa sem conseguir tirar aquele caso da cabeça. Aquela garota, Katia, parecia suspeita. Mesmo. Mas que motivos ela teria para roubar o dinheiro? Parecia ser uma mocinha reservada e honesta. Pelo menos era o que aparentava. A garota entra em casa ainda aérea quando é recepcionada pela empregada.
             - Opa, Desirée. Já chegou?
             - Oi, Suzana. Já.
             - Sua mãe teve que sair e a Karen teve que ficar no colégio para terminar um trabalho. Mas eu já coloco o seu almoço.
             - Tudo bem. Vou me trocar e já volto.
             A garota sobe rapidamente as escadas. Foi o tempo de jogar os tênis para qualquer canto do quarto, deitar na cama e abrir o Livro dos Segredos imediatamente.
             "Vamos ver, vamos ver...Katia, Katia", ela pensa, "Vai...aparece". Não demora muito para aparecer uma imagem da tal Katia. Ela parecia estar dentro do carro do pai, que, por sua vez, dirigia em silêncio. A garota tinha uma expressão não muito feliz, parecia preocupada com alguma coisa. Pela descrição do livro, estavam indo para casa.
             - Muita coisa na escola hoje, filha? - pergunta o pai, embora sem tirar os olhos da rua.
             - O de sempre... - ela responde, enquanto olhava pela janela.
             - E no grêmio? Tá dando tudo certo lá também?
             - Uhum - ela responde, embora tenha ficado um pouco mais tensa. O livro enfatiza isso.
             "Ela ficou nervosa?", pensa Desirée que acompanhava tudo. "Sem dúvida...ela deve ter alguma coisa a ver com tudo isso"
             Mas Dê não tem muito tempo de continuar observando. Logo, Suzana a chama para o almoço.
             - Dê! Pode vir almoçar!
             Claro que a menina gostaria de continuar sua investigação, mas seu estômago também não estava colaborando muito. Tudo bem. Não faltariam oportunidades para sondar Katia. Como não tinha ninguém em casa, ela simplesmente desce para comer, deixando o livro ali mesmo em cima da cama, aberto.
                 "Preciso olhar melhor essa Katia...", pensa a garota. Ela pensava no caso o tempo todo, até mesmo no almoço.
              - Pensando na morte da bezerra, menina? - repara Suzana, enquanto arrumava a cozinha.
              - Hã? Não...só uns problemas da escola. Acredita que roubaram dinheiro do grêmio da escola?
              - Aquele que a sua amiga participa?
              - Esse mesmo. O pessoal tá achando que foi alguém lá de dentro mesmo...a situação tá feia
              - Nossa. Tomara que isso acabe bem - comenta Suzana
              - Eu também espero que acabe bem
              - E o que você tava fazendo lá em cima? Nem trocou de roupa ainda
              Nisso, Desirée repara que sequer tinha trocado o uniforme da escola. Ela diz que se distraiu e esqueceu de se trocar. Suzana apenas acha graça e continua arrumando a cozinha. Depois do almoço, a garota volta correndo para o quarto e volta para o livro.
              "Vejamos..vejamos..o que?". Ela observa o livro e vê que muitas outras linhas haviam sido escritas, mesmo enquanto ela estava fora. "Hmm. Interessante...como eu não parei de pensar na Katia ele continuou escrevendo mesmo eu não estando por perto. Então é como uma televisão...se você deixar o livro aberto ele continua escrevendo", pensa a garota, mais uma vez espantada com as habilidades do seu item mágico. Mesmo assim, ela não tinha tanto tempo para ficar admirada. Ao ler rapidamente o texto, Desirée vê que Katia estava mesmo tensa, com medo de descobrirem o que fez, mas cotninua calada até chegar em casa. Ela se troca e desce para o almoço junto com a mãe e o pai. Será que era filha única? A partir daí, era a cena presente.
               "Tensa, ele diz, é? Sem dúvida..foi ela. Mas por que ela fez isso? Por que?", Dê continuava se perguntando, quando se atenta a um breve diálogo da família.
         - E o Marcos, querido?     - pergunta a mãe
         - Eu também não sei. Ele chegou ontem de noite e já saiu hoje de novo
         - Também não me falou nada. Outro dia ele me disse que está procurando emprego. Tomara. Se ele se meter com aquelas coisas de novo...
         - Nem fale uma coisa dessas, amor. Nem fale - comenta o pai
        Katia permanecia calada. Desirée se pergunta quem é Marcos e o livro imediatamente anota que era o irmão de Katia. O irmão? Qual o problema do irmão dela afinal? A garota termina de almoçar e vai para a escrivaninha começar sua tarefa, mas ela ainda parecia muito tensa. O que estava havendo? Ela retira um pequeno pacote da mochila e, de maneira bastante cuidadosa e discreta, retira uma boa quantia de dinheiro dali de dentro. "O que?", Desirée arregala os olhos, "É ela mesma! Só podia ser! Mas por que?"
        Pouco tempo depois, ela ouve um barulho. Parece que o irmão dela havia chegado.
        - Mãe, pai - é  tudo que ele diz
         - Filho! Graças a Deus! Onde você esteve esse tempo todo? - diz a mãe, preocupada
        - Foi mal, mãe. Estava procurando emprego, mas...tá difícil. Sabe como é?
        - Podia pelo menos avisar a gente, não é? - reclama o pai - Não sabe que sua mãe fica preocupada?
        - Foi mal! Já pedi desculpa
        O rapaz vai para o quarto. A mãe fica mais aliviada com o filho em casa, mas Katia permanecia com uma expressão séria. Ela sai da escrivaninha e vai para o quarto do irmão.
        - Marcos?
        - Oi, Katia. Beleza?
        Ela suspira, arruma os óculos e pergunta
        - Você...ainda tá com aquele problema, não é?
        - Problema? Nem...que nada...esquece isso
        - Não mente! Eu não sou mais criança! Você já vendeu várias coisas suas escondido e está sempre sem dinheiro...você ainda não se livrou deles, não é?
        Marcos fica quieto por um instante, mas fala
        - É. É verdade. Ainda tô ferrado. Eu...eu tô no tratamento, mas tá difícil demais...eu...eu não consigo largar essas drogas, não dá
        - E você não vai contar pra mamãe e pro papai, não é?
        - Contar? Eles acreditam que eu tô me tratando e tudo. Imagina a decepção deles
        - Tá. Mas e aí? Uma hora eles vão descobrir! Do jeito que a coisa tá indo
        - Do jeito que a coisa tá indo.. - ele repete, com uma cara de desespero - O pior é que eu tô devendo uma grana para aqueles caras...se eu não pagar logo...eu já era. Já era mesmo!
        - Não fala isso! Pelo amor de Deus não fala isso! - exclama Katia, também com uma expressão desesperada - Olha...eu...eu...posso te ajudar
        - Me ajudar? Como?
        A garota mostra o bolo de dinheiro que carregava. Marcos fica espantado e assustado
        - Que é isso, sua doida? Onde você arranjou essa grana toda?    
        - Eu...eu peguei do caixa do grêmio. Pode ficar com ele
        - Mas...mas...você vai se ferrar por minha causa e...
        - Tudo bem. Eu posso me ferrar, mas não vão me matar por isso. O seu caso é bem mais grave. Paga logo aqueles bandidos e se livra desse vício. Pelo amor de Deus! Eu te peço! - diz a garota, já com lágrimas nos olhos.
        Marcos fica sensibilizado com a atitude da irmã e dá uma abraço nela.
        - Eu...eu não posso aceitar - ele diz, após o abraço - Você é nova. Tem toda uma vida pela frente. Eu que sou um lixo que tem mais é que morrer mesmo. Você não pode se ferrar por minha culpa, maninha. Devolve essa grana. Eu me viro
        - Não diz isso! Você não é nenhum lixo...você..você só precisa de ajuda. Aceita essa grana. Eu consigo me acertar depois. O problema é com você, mano. É com você
        Marcos respira fundo, também com lágrimas nos olhos e acaba aceitando
        - Valeu, maninha. Eu vou devolver essa grana depois. Eu juro
        - Não pensa nisso agora! Depois a gente dá um jeito
        Ele continua chorando. Mas recobra a compostura.
        - Tá bom. Eu aceito, mas...vai lá lavar esse rosto. Se a mamãe ou o papai te pegam chorando, vai ser difícil explicar
        - Tá
        Ela sai dali, tentando engolir o choro. Desirée acompanhava tudo, super espantada. A situação era mais séria do que ela esperava. Irmão envolvido com drogas? É por isso que ela roubou o dinheiro? Para ajudar o irmão? A garota fica mexida com a situação. E agora?
        "Então foi isso...", Desirée pensa, deitada na cama, olhando para o teto e fechando o livro. "Mas e agora? Como eu vou arrumar essa história? Como?"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Leitura Indiscreta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.