A Escolha escrita por Milla3


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Eu estava com Henry no colo quando Joseph chegou na brilhante conclusão que, eu deveria saber de tudo. Anael falava que era um má ideia, já que de alguma maneira eu iria acabar me lembrando. Joseph perguntou o que eu queria, e eu, que não sabia o que era o "tudo" concordei.

– Ok, lá vai - ele fala - Eu te conheço desde que o mundo é mundo - levanto uma sobrancelha - Ok, isso não é totalmente verdade. Mas eu te conheço a muito tempo, muito mesmo. A primeira vez que te vi éramos irmãos, e nunca a mais nos separamos. Em todas as vidas, estamos juntos. Acho que é por que eu não consigo imaginar uma vida sem você - dou um sorriso tímido, e faço um "own" baixinho - É verdade. Você sempre foi a minha melhor amiga, minha parceira de crime, resumindo: sempre fomos um time - ele para um pouco, e vejo que Henry dormiu nos meus braços - Nunca nos lembrávamos, das nossas vidas passadas, já que sempre chegávamos juntos para uma nova vida. Mas deu um problema na última - um flashback do afogamento me vem na mente, e eu tremo - Nossa última vida, foi no Titanic...

– Pera ai! Titanic? - pergunto confusa - Como o da Rose e do Jack? Esse Titanic?

–Quem? - pergunta Joe confuso.

– Esse mesmo Emy, mas Jack e Rose nunca existiram - fala Anael se metendo na conversa, e olha para Joe - Pode continuar.

– Ok... Você nasceu em 5 de março de 1889 , na Inglaterra, eu era três anos mais velho que você. Mas, quando vi você, mesmo ainda sendo um bebe, eu não conseguia ficar longe. E a aproximação só aumentou quando você cresceu. Estávamos sempre juntos, e isso acabou virando um problema para você.

– Problema?

– Outros tempos, você ficava muito tempo com um rapaz que não te pedia em casamento - dou uma risada - Sim, eu sei. Mas a verdade era que... Nos amávamos de mais para nos casar, isso era algo que nós dois concordávamos. Mas mesmo assim, era um problema. Você sempre foi uma jovem rica, e por isso estudava em um colégio muito bom. E ainda por cima, havia conseguido fazer com que seus pais, pagassem um colégio para mim também. Mas estudávamos em prédios diferentes. Para você era só para meninas, para mim, só para meninos. - ele sorri, com a lembrança - E sempre, no final da aula, nos encontrávamos atrás da escola, subíamos nas arvores para comer goiaba. Um dia, você chegou chorando, e disse que um professor havia ofendido você, a chamando de coisas horríveis, por ficar andando por ai com garotos. - ele ri - e você, que nunca foi de levar desaforos para casa, ofendeu o professor, e chegou no ponto de jogar o estojo na cara dele - começo a rir, imaginando a cena.

– Sério? Eu fiz isso? - pergunto.

– Sim, mas você se arrependeu depois. Pois, como castigo, iria ter que ficar todas os dias até tarde na escola, por uma semana. O seu problema nem era, o castigo em si, ou o fato de ter sido ofendida. Mas sim, o fato que você odiava o professor. Sempre dizia que ele era um idiota, e que as suas colegas ficavam sempre suspirando por ele. Porem, eu tomei uma decisão. Eu não queria que você continuasse sendo ofendida. Então, depois que você saísse da detenção, eu iria voltar da escola com você, e pediria a sua mão em casamento para os seus pais...

– Só um minuto! A gente casou? - Mesmo não sabendo o final da história, sabia que havia algo errado com a ideia de mim e Joseph casados.

– Não - ele fala, rindo - Aconteceu muita coisa naquela semana.

– Que tipo de coisa? - pergunto confusa.

– Você se apaixonou pelo professor - ele fala, agora gargalhando.

– O que?! - agora era Joseph e Anael rindo.

– Na detenção, você e o seu professor, Adam, começaram a brigar descontroladamente. Ele acusou você de ser uma péssima aluna, e você que ele era um horrível professor. Acabou que no final das contas, ele beijou você.

– Do nada?

– Do nada...

– Eu pensei que ele me odiasse...

– Eu também pensava isso, mas na versão dele, ele só fazia isso para chamar a sua atenção. Já que você era a única aluna que não escrevia cartas de amor para ele.

– Que pedófilo! - grito enjoada.

– Na verdade, não. Ele era só dois anos mais velho que você. Na época você tinha 17, e ele 19.

– Então... Como raios ele era o meu professor?

– Adam era afiliado da sua diretora. E se formou extremamente rápido. Na verdade, Adam não precisava trabalhar. Era um jovem extremamente rico, com a fortuna que herdou com a morte do avô. Porem, ele gostava de lecionar. Mas, voltando ao assunto, obviamente, você deu um tapa na cara dele, por causa da liberdade do beijo. Na verdade, até eu fui tirar satisfação do cara. Pela sua honra. Mas, ele não desistiu, e acabou se casando com você.

– É estranho eu achar isso romântico? - pergunto.

– Um pouco. - fala Anael.

– Acabou, que Adam, depois do casamento, recebeu uma ótima oportunidade de emprego, em Nova York. E isso acabou fazendo, com que vocês resolvessem se mudar para lá. E de alguma forma, você me convenceu a embarcar no navio, com você. Embarcamos no Titanic, no dia 10 de abril de 1912. Lá, você conheceu Henry...

– Espera ai! Eu conheci o Henry?

– Sim, você em uma bela manhã do inverno de abril, você estava caminhando no convés, e impediu que uma mulher, que se dizia mãe de Henry, o espancasse com uma cadeira. A mulher, era realmente mãe dele, mas tinha sérios problemas com a bebida. Então você, comprou dela o Henry.

– Eu comprei o meu filho? - pergunto espantada.

– Sim, a mulher era muito pobre, e por isso, aceitou a quantia que você ofereceu, e vendeu o menino para você. Você cuidou muito bem de Henry, enquanto a viagem durou. Na verdade, depois de dois dias, ele até já a chamava de mãe. E Adam, também aceitou bem a história da adoção, então eram vocês dois mimando o menino. E confesso, que eu também. As nossas vidas estavam perfeitas no navio. Principalmente, a minha. - começo a rir com a afirmação de Joe - É sério, Emma. Eu estava com a minha melhor amiga, na primeira classe do melhor navio do mundo. Você me elegeu a padrinho de Henry, e eu encontrei o amor da minha vida...

– Christopher! - falo me lembrando, de um jovem loiro, com olhos cor de mel.

– O que? - pergunta Joe, porem, sabendo exatamente de quem eu estava falando.

– O amor da sua vida! - falo animada com a lembrança - Christopher Bloom! Eu me lembro quando você me veio falar dele! - começo a rir.

– Sim - concorda Joe, derrotado.

– Então veio o iceberg. - falo me dando conta.

– Sim. O iceberg não acabou só levando o navio, mas boa parte da vida e dos sonhos, das pessoas que havia nele. Inclusive a sua.

Então tudo estava lá. Na minha mente, a história que Joe contou. Eu criança, brincando com ele, Adam, um jovem de cabelos dourados e olhos claros. Henry, e como eu quis ele como meu filho desde que o vi pela primeira vez. E o desastre. O navio tremendo com a colisão. O pânico das pessoas. E a pior, mas a mais fácil decisão da minha vida. Quando falaram que só eu poderia me salvar com Henry. Mas consegui fazer que Joseph entrasse no bote salva-vidas no meu lugar. Então, eu voltei para dentro do navio, a procura de Adam...

– Sabe... Até hoje eu odeio você por ter salvo a minha vida - fala Joseph - Eu nunca soube viver sem você, e ainda mais tendo que cuidar do Henry. Mas pelo o menos você morreu com o amor da sua vida.

Um choque de realidade me atinge. Quando eu estava me afogando, eu estava sozinha.

– Eu morri sozinha Joe. - falo em voz baixa.

– O que? - pergunta ele, confuso.

– Eu estava na biblioteca, sozinha. Foi onde morri.

– Você... Não o encontrou? - uma onda de tristeza e remorso toma conta da minha alma.

– Eu o encontrei. Mas foi onde o meu casamento acabou.


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Notas finais do capítulo

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