Spirit Bound - o Recomeço escrita por Bia Kishi


Capítulo 19
Capítulo 19 - Sonho Impossível


Notas iniciais do capítulo

Ele livrou-se da calça jeans e me puxou ainda mais forte, rasgando o tecido fino da minha calcinha com um único puxão.
— Se você continuar rasgando todas elas, eu vou ficar sem nenhuma – eu sussurrei em seu ouvido.
— Não vejo problema algum nisso, mas podemos comprar mais. Podemos comprar todas que você quiser, minha Roza. Tudo que você quiser.



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Do lugar onde eu estava, era possível ver toda a destruição. A cena parecia saída de um filme de horrores. O corpo de Ian jazia inerte no chão. Ele o havia matado. Eu quase não pude acreditar. Ele o havia matado por ela. Talvez existisse mesmo uma chance. Talvez eu pudesse mesmo salva-lo. Eu me levantei do lugar em que estava e ajeitei o cabelo com as mãos. Era gratificante ver que nem tudo foram erros na minha vida.

Naquele mesmo instante, o garoto se materializou em minha frente. Eu sabia o que ele era, sempre soube. Minha mágica havia feito com que desde cedo eu soubesse as diferenças entre o mundo dos vivos e dos mortos.

-           Quem é você? – eu perguntei para o garoto.

-           Sou Mason Ashford. Um amigo.

-           Porque tem tanto interesse em salva-lo. Ele é um Strigoi. Um Strigoi não merece uma nova chance

-           Todos merecem.

            Nos olhos do fantasma eu percebi que havia muito mais ali do que apenas o desejo de ajuda-lo. Ele queria ajudar a garota. Ele a amava.

-           Se eu salvá-lo. Se eu realmente puder salva-lo, então ele correrá para os braços dela. Ela será dele.

      Os olhos do fantasma eram incompreensíveis, fitando o chão.

-           Se está é a única maneira de salva-la, assim será.

Eu sorri. Era bom encontrar alguém que colocava o amor acima dos próprios interesses. O garoto dos cabelos vermelhos havia me feito repensar em muitas coisas.

Depois de ouvi-lo dizer que faria qualquer coisa pela mulher que amava, ainda que isto significasse entrega-la á outro, eu decidi que sentia o mesmo. Naquele momento eu decidi que faria tudo que pudesse para traze-lo de volta, ainda que custasse a minha própria vida.

 

***

 

Eu fiquei parada com cara de boba, olhando enquanto ele limpava os lábios sujos do seu próprio sangue e afastava o pulso da boca.

Sou uma Dhampir e Dhampir não sente sede de sangue, ao contrário, mas olha-lo fazer. Olha-lo morder o próprio pulso me fez pensar nas endorfinas e imaginar qual seria a sensação. A sensação de provar o sangue de Dimitri, um Strigoi.

Não foi preciso esperar por muito tempo, nem imaginar como seria, porque ele encostou o pulso em meus lábios.

-           Beba – Dimitri me falou com sua voz grave.

Eu apertei meus lábios, selando a pequena fresta para impedir que o sangue entrasse – apesar de tudo, eu não queria me tornar um Strigoi.

-           Eu não quero virar um Strigoi – eu pontuei entre dentes.

-           Não seja boba. Acha mesmo que é assim tão fácil? Acha que apenas tomando meu sangue você pode ser transformada? Achei que fosse melhor que isso, Roza.

      Eu engoli em seco.

-           Porque quer que eu beba então?

Uma pequena gota pingou no meu peito, enquanto eu esperava a resposta de Dimitri. Ele se ajeitou ao meu lado na cama e me virou para que eu ficasse de frente com ele.

-           Sinta – ele me disse, aspirando o ar á sua volta.

Eu senti um cheiro estranho e meio embolorado, como se algo estivesse em processo de infecção.

Ah meu Deus! Era isso! Era exatamente isso! Meu pé estava infeccionando. Quebrado, machucado e sujo como ficou, só podia significar infecção mesmo.

            Dimitri continuava me olhando com cara de sério, como se fosse absurdo que eu ainda não tivesse percebido o que estava acontecendo.

-           Meu sangue fará com que você se cure mais rápido.

      Eu engoli em seco novamente.

-           Tem certeza?

Junto com a resposta afirmativa, brilhou um pouco do olhar do antigo Dimitri. Aquele por quem eu morreria e mataria. Aquele velho olhar que derretia meu coração.  Se Dimitri me pedisse para beber ácido com aquele olhar, eu beberia feliz.

Ele encostou mais forte o pulso em minha boca e eu a abri, bem devagar. Minha língua passeou no pequeno furo da presa dele, brincando com o líquido e eu engoli.

De todas as sensações que eu poderia ter sentido, aquela sem dúvida foi inesperada. Uma explosão de prazer e força desceu em minha garganta como se pudesse estraçalhar meu corpo.  Era como se todo o poder que sempre emanou de Dimitri estivesse descendo para dentro de mim junto com o gosto do sangue. Um gosto escuro e ferroso e muito picante. Eu queria mais. Queria sorver até a última gota, queria sentir como seria se eu tivesse mais. Muito mais.

Dimitri deixou escapar um gemido baixinho, o que me deixou ainda mais esfomeada. Eu segurei seu pulso com as duas mãos, puxando-o para mim o máximo que eu poderia e suguei.

Mais um gemido, alto e forte e muito prazeroso. Meu. Meu gemido ecoava nas paredes de pedra. Forte. Como se nada mais no mundo tivesse importância. Eu o queria naquele momento. Minha necessidade era urgente e inegável. Eu o queria com toda a minha alma.

Empurrei Dimitri na cama e ele se deixou deitar. Joguei meu corpo sobre o dele, com as pernas abertas, uma de cada lado do seu quadril e encaixei meu corpo no seu. Dimitri não me afastou. Ele recuou o pulso da minha boca e a puxou para ele. Sangue. Eu o beijei sentindo o gosto do seu próprio sangue em minha boca, toda ela. Dimitri sugou o próprio sangue até que não resistiu e deixou que as presas arranhassem minha pele, sugando o líquido que vertia. Meu sangue. A mistura ideal. Meu sangue com o dele, juntos, num mesmo beijo de amor e loucura. Não havia mais reserva alguma do quanto nós dois nos amávamos. Era inevitável, inegável. O desejo que nos unia era sem precedentes.

Dimitri me ajeitou sobre seu corpo e puxou a blusa pela minha cabeça, deixando meus seios á mostra. Sua língua brincou em minha pele lentamente, torturando meu corpo febril.

-           Eu quero você – eu deixei escapar entre gemidos.

-           Roza. Roza. Minha Roza.

-           Eu sou. Sou sua. Sempre fui, e sempre serei.

Minhas palavras terminaram quando Dimitri me puxou para si, livrando-se de sua camisa molhada e encostando seu peito contra o meu.

Nada coerente sairia depois daquele toque. Eu me calei. Calei e senti. Senti seu corpo arqueando-se contra o meu, impulsionando toques mais profundos, beijos mais intensos.

Ele livrou-se da calça jeans e me puxou ainda mais forte, rasgando o tecido fino da minha calcinha com um único puxão.

-           Se você continuar rasgando todas elas, eu vou ficar sem nenhuma – eu sussurrei em seu ouvido.

-           Não vejo problema algum nisso, mas podemos comprar mais. Podemos comprar todas que você quiser, minha Roza. Tudo que você quiser.

Eu perdi o fôlego neste exato momento. Minha concentração toda passou para o movimento lento e ritmado de seus quadris debaixo dos meus. Delicioso e torturante. Dimitri se encaixava em mim tão facilmente como se fossemos apenas um. Ele me beijou mais forte, mais ritmado, combinando os movimentos e me deixando sem controle algum. Nada era perto o suficiente, nada era junto o bastante, eu queria mais. Queria mais do seu corpo, mais do seu gosto, mais do seu sangue. Não existia nada no mundo inteiro que pudesse me fazer deixar de quere-lo.

-           Eu te amo – eu sussurrei entre gemidos roucos e profundos.

-           Ama? – Dimitri me perguntou – você me ama, Roza? Me ama o suficiente para ser transformada e permanecer comigo para sempre.

            Por mais que a resposta me doesse e por mais que eu quisesse negar, a verdade era que sim. Eu faria qualquer coisa para poder estar ao lado de Dimitri novamente, e se essa era nossa única opção, então eu faria. Eu estaria ao seu lado. Strigoi ou não, eu não podia mais negar o amor que sentia por Dimitri. Então, eu respondi.

-           Sim.

A resposta saiu esperando o que aconteceria. Em minha mente, Dimitri me tomaria mais forte, me morderia drenando meu sangue e depois me daria o seu. Eu despertaria como um Strigoi. A criatura que odiei por toda a minha vida, mas o teria comigo, por toda a eternidade. Meu coração estava acelerado e meu corpo todo formigava, em partes pelo medo, em partes pelo amor.

A reação que eu esperava não veio. Dimitri não me puxou para si, não me mordeu. Não fez nada além de me olhar. Com seus olhos escarlates profundos, ele deslizou a palma da mão em meu rosto, analisando minha expressão.

-           Eu também, Roza – ele me disse.

-           Eu não entendi o contexto da frase, mas não sabia o que dizer. Não precisei, Dimitri continuou. Seus dedos se entrelaçaram mais nos meus e ele os apertou, fazendo com que o anel de Lissa machucasse meus nódulos.

-           Eu também a amo, Roza. Amo o suficiente para não ser egoísta. Eu não faria isso. Nunca fiz porque nunca faria. Ainda que você me pedisse. Eu não tive direito á escolha, mas não sou um monstro.

            Seu olhar se perdeu no chão.

-           Não – eu segurei seu rosto entre minhas mãos – você não é. É o meu Dimitri e eu vou desistir de você.

      Dimitri sorriu. Um sorriso malicioso e carinhoso ao mesmo tempo.

-           Eu sei, Roza. Você não desiste nunca.


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