Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 30
Unus pro omnibus, omnes pro uno




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/57271/chapter/30

... Sala das dimensões....

— Saga! – com dificuldades Kanon levantou. – Saga!

— Hahaha! Um a menos! – Aspros gargalhava.

— Saga! – o marina deu um passo.

Aos poucos a luz foi dissipando assim como a poeira que encobria o local onde Saga estava. Aspros sorria, mas foi perdendo o sorriso a medida que uma imagem mostrava-se a ele. Kanon arregalou os olhos.

— Deuteros...?

Saga estava ajoelhado com os olhos fixos na pessoa parada a sua frente.

— Deuteros...?

O cavaleiro de gêmeos do passado estava diante dele. A respiração ofegante e vários ferimentos que sangravam pingando no chão.

— Como..? – Aspros o fitava. – como ousou.

— Surpreso? – Deuteros sorriu. – conheço esse seu ataque.

— Ora... – cerrou o punho.

— Deuteros. – Saga o chamou. – como...

— Confesso que é uma técnica esplêndida. – sentido uma tonteira caiu de joelhos.

Mesmo em estado pior, Saga o amparou.

— Saga. Deuteros. – a passos vacilantes Kanon aproximou. – vocês estão bem? Deuteros você... o satã...

— Acho que meu corpo já consegue combater esse ataque... já que fui acertado duas vezes... – deu um meio sorriso.

— É um imprestável. – Aspros tomou a expressão de deboche. – alem de não derrotar o inimigo ainda o ajuda. Não passa de uma replica mal feita.

Deuteros ouvia tudo calado, apenas fitava-o.Aspros também o encarava, incomodado com o olhar.

— O que foi? Não vai se defender?

O geminiano do passado continuou a fita-lo intensamente.

— Há quanto tempo não nos olhávamos assim.... – deu um meio sorriso. – Aspros...

— Deuteros. – Kanon o segurou antes que ele fosse ao chão.

— Deuteros. – Saga o segurou do outro lado.

— A nossa estrela, não foi muito generosa conosco... ainda bem que ... – um filete de sangue desceu pela boca. – que no futuro foi diferente.... irmãos não devem se odiar... – fechou os olhos.

— Deuteros! – gritou Kanon. – Deuteros!

Nas outras salas...

... do relâmpago negro.

Asmita que tomava posição, olhou para o lado. Sentira o cosmo de Deuteros sumir de repente.

... do dilúvio.

Dégel parou estático.

— “Esse cosmo.... Deuteros?”

... da memória.

Dohko respirava ofegante, estava prestes a atacar quando sentiu o cosmo do geminiano diminuir.

— “Deuteros?”

... no corredor.

Manigold foi o primeiro a parar.

— Esse cosmo...

Sísifo o fitou.

— Não se preocupem, ele não morreu. – disse Albafica continuando a andar.

Cid e Regulus trocaram olhares.

...Sala das dimensões...

 

— Aspros seu maldito. – Kanon cerrou o punho. – vai pagar por isso.

Kanon avançou sobre o geminiano.

— Não seja ridículo Kanon.

Antes mesmo que Kanon aproximasse Aspros o golpeou.  O marina foi jogado longe. Saga que apenas fitava, pegou o corpo de Deuteros e depositou um pouco afastado dali.

— Só sobrou nós dois. – disse Aspros. – que vença o melhor cavaleiro de gêmeos.

O grego do futuro não disse nada, apenas avançou sobre o outro iniciando um confronto físico. A luta seguia mais ou menos equilibrada, mas vez ou outra Saga recuava por conta do ferimento sofrido nas costas.

— Está doendo?- Aspros zombou. – vai doer ainda mais!

Sem que Saga esperasse, Aspros apareceu diante dele dando-lhe um soco no queixo, o geminiano foi arremessado para o alto, antes que chegasse ao teto, Aspros  uniu os punhos dando um soco nas costas fazendo com que Saga soltasse um urro de dor. Mas o ataque não parou, antes de ir ao chão Aspros girou o próprio corpo dando um chute nele.  O geminiano chocou-se de maneira violenta contra a parede.

— Só há espaço para apenas um governante: eu. Hahaha!

Saga abriu os olhos lentamente. Olhou para a direita, fitando o corpo de Deuteros, depois para a esquerda fitando Kanon. O ferimento doía muito e devido a quantidade de sangue que havia perdido não iria agüentar por muito tempo.

— “Preciso acabar com ele o quanto antes.” – reunindo forças levantou.

— Ainda consegue ficar de pé? Estou surpreso. Mas desta vez vou providenciar para que não se levante mais.

Aspros elevou seu cosmo, assim como Saga. Seria o ultimo ataque e tinha que ser bem sucedido. Levaria Aspros para o inferno. Os dois cosmos ocupavam todo o salão.

— Extinção Universal!

— Explosão Galáctica!

Os dois ataques foram lançados, uma onda de destruição espalhou-se pela sala, no centro dela as duas bolas de energia chocavam-se.

— É inútil Saga. Está sem cosmo, não irá me vencer. – Aspros aumentou ainda mais a sua energia fazendo com que o golpe recuasse contra Saga. – aceite seu destino, como o meu irmão aceitou o dele.

A visão de Saga começava a falhar.

— “Eu não vou agüentar...”

— Seu corpo e o de todos aqui vão virar poeira. Hahaha. – despejava mais poder.

Saga começava a ser arrastado, os ferimentos sobre seu corpo sangravam e as pernas fraquejavam.

— “Maldição.”

As paredes da sala trincavam, o chão desfazia-se. Saga recuava a cada segundo, por mais que elevasse seu cosmo, ainda não era suficiente para ultrapassar o de Aspros.

— Vá para o inferno Saga e leve esses laços fraternos com você. Explosão Galáctica!

A bola de energia de Aspros duplicou de tamanho recuando bruscamente o ataque de Saga, este recuou vários passos. Era certo que seria atingido e com tal intensidade que dificilmente sobreviria....

— Maldição.... – fechou os olhos a espera do impacto.

— Atena não gosta quando diz isso.

Saga olhou imediatamente para o lado.

— Kanon…?

— Vejo que o caçula quer ajudar o irmão, pena que é inútil.

— Inveja? – Kanon que segurava o ataque o fitou desdenhoso. – escute Aspros, é uma pena que você e Deuteros tenham perdido esse laço. – o cosmo do marina elevava. – pois não existe eu e sim nós. Castor e Pólux não andam separados!

Saga o fitou emocionado. Os dois trocaram olhares.

— Explosão Galáctica! – disseram os dois.

Uma grande onda explosiva partiu para cima de Aspros. O geminiano ainda tentou se defender, mas o ataque o atingiu em cheio. Houve uma grande explosão seguido de um forte tremor. Depois do choque houve silencio.

Não agüentando Saga caiu de joelhos. Estava esgotado mas feliz pela missão cumprida, o cosmo de Aspros desaparecera. Estava prestes a ir ao chão quando sentiu uma mão no ombro.

— Conseguimos. – disse Kanon sorrindo.

— Sim...

Kanon ajudou o irmão a levantar e juntos caminharam ate Deuteros.

— Como ele está? – indagou Kanon.

— Felizmente está vivo. Só precisa... – Saga foi fechando os olhos indo ao chão.

— Saga! – Kanon correu ate ele. – Saga.

O Marina o deitou ao lado de Deuteros. Seguiria em frente.

Torre...

 

Pontos ao sentir o sumiço do cosmo de Aspros deu um leve sorriso.

— “Ate que durou muito... uma peça a menos.”

 

Sala Mãe dos deuses...

Depois de deixarem os aquarianos e Miro para trás o grupo seguiu pelo corredor que havia aparecido. Ainda restavam os dois piscianos, os dois leoninos, os dois capricornianos, Sísifo e os dois cancerianos. Seguiam em silencio atentos a qualquer movimento do inimigo.

— Esse labirinto que não tem fim. – disse Aioria impaciente.

— O pior que não sinto cosmo algum. – disse Afrodite.

Regulus que andava mais atrás parou ao ver uma porta aparecer ao seu lado, incrustada na parede.

— Pessoal...

Eles pararam aproximando do jovem grego.

— Essa porta deve nos levar para alguma sala. – disse Sísifo. – vamos entrar.

O cavaleiro tocou a maçaneta, sentiu um arrepio.

— O que foi Sísifo? – indagou Cid ao vê-lo imóvel.

— Vamos arrebentar logo essa porta. – Aioria elevava seu cosmo. – Relâmpago...

— Quer nos matar? – Manigold segurou o braço dele.

— Vou mirar na porta.

— Não é isso. – a voz saiu séria.

— É uma sensação mórbida. – disse MM aproximando da porta. – só conheço uma pessoa capaz de invocar almas. – o italiano girou a maçaneta abrindo a porta.

Os cavaleiros ficaram assustados ao verem a sala repleta de almas.

— Se tivesse disparado seu ataque, tínhamos ido pelos ares.

— Mestre Sage está aqui. – disse Albafica. – só ele domina essa técnica.

— Isso mesmo. – respondeu o canceriano do passado, estava ansioso para encontrar seu mestre.

A sala estava toda iluminada por tochas, no teto diversas bolas de fogo azul iam de um lado para o outro. Num dado momento essas bolas concentram-se num ponto. A visão do grupo voltou para esse ponto, dando de cara com o mestre do santuário. Sage usava suas roupas tradicionais, o semblante estava frio.

— Sísifo siga em frente. – disse Manigold. – eu vou pará-lo.

— Tem certeza? – o sagitariano o fitou.

— Claro. – sorriu. – sigam.

O grupo recomeçou a andar. Sage que estava de pé num canto limitou-se a olhá-los. Logo que passaram por uma porta que surgira, esta desapareceu.

— Então ele foi seu mestre.

Manigold virou-se assustado deparando-se com MM.

— O que faz aqui?

— Pensa em lutar com ele sozinho?

— Posso perfeitamente.

— Então... – o italiano caminhou para um canto sentando no chão. – se precisar de ajuda.

— Imbecil.

Torre...

— Quinta sala... a sala da mãe dos deuses.... – Pontos olhou uma estatua a frente. -  Réia...

Sala do Relâmpago Negro...

Fazia algum tempo que Asmita e Céos se encaravam. O virginiano do passado estudava a melhor forma de atacar.

— “Preciso derrotá-lo de uma vez.” – começou a elevar seu cosmo. – Rendição Divina!

O cosmo de Asmita explodiu partindo na direção do titã, este apenas sorriu.

— Sparkle Rapier!

O poderoso cosmo do deus partiu o ataque de Asmita em dois.

— É inútil.... – parou de falar ao sentir uma segunda rajada de energia, desta vez vindo pelas costas. – como...?

Céos foi atingido, caindo de joelhos. Asmita deu um leve sorriso.

— Confias muito em teu poder, mas deverias nos temer. – o deus levantou. – não quero prolongar muito a nossa luta, pois ainda tenho um outro adversário. – fitou Shaka. – portanto....

Se antes, achavam que o cosmo de Céos estava altíssimo ficaram impressionados com o aumento repentino da energia. O titã ergueu as mãos para o alto, aos pouco a energia começou a se concentrar formando uma esfera. A cada minuto a esfera crescia em tamanho e poder. Quando ela chegou a um tamanho considerável começou a girar rapidamente.

— Adeus cavaleiro de Virgem. Rotação da Estrela do Trovão.

Disparou seu ataque.

— Asmita recue! – gritou Shaka que conhecia a dimensão daquela força.

O virginiano porem ignorou o pedido. Apenas elevou sua energia.

— Kahn!

As duas energias se chocaram provocando uma grande onda de destruição, Shaka teve que proteger seu rosto. A principio as duas energias seguiam equilibradas, contudo a de Céos superou a do cavaleiro. Ele foi acertado em cheio. Com o choque foi arremessado contra uma parede batendo violentamente. Trazia muitos ferimentos.

— Pronto. És forte mas inexperiente. – Céos voltou a atenção para Shaka. – podemos começar?

O indiano apenas limitou-se a dirigir-se para o centro da sala.

Sala da Memória...

O cavaleiro de Áries do passado continuava parado fitando-os.

— Dohko...

— Não se mexa Mu. – o libriano estendeu o braço bloqueando a passagem. – eu vou lutar com ele.

— Mas...

— Confie em mim.

Mu apenas assentiu afastando-se. Dohko caminhou ate o meio da sala. Os dois cavaleiros fitavam-se.

— Me perdoe por isso.

O libriano começou logo avançando, dando uma seqüência de chutes e socos prontamente defendidos por Shion. Dohko deu um salto para trás e elevando seu cosmo..

— Cólera do dragão.

O ataque partiu em direção a Shion, que também elevou seu cosmo e criou a muralha de cristal. O golpe de Dohko bateu nela e voltou, mas este defendeu-se.

— “ Vai ser difícil derrubá-lo.” – pensou.

Novamente o cavaleiro partiu para cima de Shion, numa fração de segundos que o ariano se distraiu, Dohko aplicou-lhe um soco nas costas e antes que ele fosse ao chão, girou o próprio corpo e o chutou. Shion foi arremessado batendo contra uma parede.

— “Isso.”

De longe Mu acompanhava. Shion levantou com apenas alguns arranhões. Seu olhar continuava inexpressivo.

— Se pensa que pode me vencer está enganado Dohko. – disse para a surpresa dos dois. – seu poder é fraco.

— Não muito diferente de você.

— Se pensa assim... – o ariano deu um sorriso cínico.

Elevou seu cosmo e numa velocidade altíssima partiu para cima de Dohko, o libriano só percebeu o ataque quando ele estava perto. Shion aplicou-lhe uma seqüência de socos e chutes, Dohko tentava se defender, mas Shion era mais rápido e antes que ele pudesse reagir...

— Revolução estelar.

O golpe foi aplicado a queima roupa. Dohko foi jogado longe, batendo bruscamente contra uma parede indo ao chão.

Mu fitava surpreso, o cosmo de seu mestre superava e muito o seu normal. Correu ate o libriano.

— Dohko. Dohko.

Ele não respondeu.

— Ele não vai se levantar tão cedo Mu.

A voz chamou a atenção do lemuriano.

— Não tenho escolha... – murmurou.

Mu deu alguns passos.

— Venha com toda força. – Shion trazia uma expressão debochada.

Os dois partiram quase ao mesmo tempo, iniciando um combate físico. Tanto Mu quanto Shion acertavam e eram acertados, dando igualdade ao combate.

— Revolução Estelar. – disseram os dois ao mesmo tempo.

As duas energias chocaram-se repelindo de igual maneira os dois cavaleiros que foram arrastados, mas não caíram.

— Por que não usou seu poder Mu? – indagou limpando um filete de sangue.

— Não quero feri-lo.

— Essa sua benevolência vai levá-lo a ruína, cavaleiro.

Shion acendeu seu cosmo, que preenchia todo recinto, Mu o fitava receoso, pois sabia a dimensão do poder de seu mestre e para defender-se de tal ataque, teria que usar a força e isso significava feri-lo.

— Se não parar esse ataque vai morrer. – o cosmo de Shion explodiu. – revolução estelar!

O ataque partiu para cima do dourado provocando uma grande destruição por onde passava.

— Muralha de Cristal. – a parede ergueu-se ate certa altura.

O golpe de Shion chocou-se contra ele, provocando uma expansão do ar, Dohko que tinha acabado de acordar acompanhava. Mu resistia, mas não imaginou que Shion, mesmo novo, tivesse tamanho poder, aos poucos a parede foi trincando e ele acabou sendo atingido.

— Mu. Mu. – Dohko foi ate ele. – Mu.

O ariano estava no chão com vários ferimentos.

— Mu.

— Estou bem... – abriu os olhos.

— Fique aqui. – Dohko levantou. – eu vou pará-lo.

— Vai me parar? – gargalhou. – sou eu que vou pará-lo.

Assustando os dois, Shion surgiu na frente de Dohko e rapidamente o pegou pelo pescoço, pressionando-o contra uma parede.

— Shion...

— Fraco.

— Shion! – gritou Mu.

— Fique quieto.

Usando seu poder mental paralisou o corpo de Mu.

— Primeiro vou matar você. – apertou ainda mais o pescoço do libriano.

Dohko tentava se soltar, mas a força que Shion empregava era maior que a sua.

— Shion.. sou eu... Dohko.

— Eu sei muito bem quem você é. Escreverei na sua lapide.

— “Me desculpe por isso mestre.”

Mu concentrou-se e usando seu teletransporte, transportou Dohko, Shion o fitou, mas antes que dissesse algo, Mu lhe dera um soco no estomago, depois o pegou pelo braço lançando-o longe, antes que ele atingisse uma parede, deu –lhe uma cotovelada nas costas. Shion foi ao chão.

O ariano ficou caído imóvel. Mu afastou-se. Havia usado força contra seu mestre e punia-se por isso. Para a surpresa dos dois Shion levantou ficando de quatro.

— Mu... – a voz saiu num sussurro.

— Shion? – vacilou.

— Por que fez isso? – o fitou com uma expressão serena.

— Mestre.

O dourado foi ate ele ajoelhando ao seu lado.

— Está livre do golpe de Aspros?

Dohko que os fitava ficou temeroso ao ver o amigo sorrir.

— Mu cuidado!

O ariano voltou a atenção para o libriano, mas voltou a fitar seu mestre quando sentiu algo na altura do peito.

— Extinção estelar.

Shion trazia o dedo indicador encostado no peitoral de Mu. Primeiro foi um pequeno ponto de luz que foi crescendo ate um tamanho considerável. Em seguida a bola de energia expandiu-se provocando um grande clarão. Mu sentia o corpo todo rasgar, como se algo afiado o retalhasse e foi o que isso aconteceu.

— Mu! – Dohko gritou.

Mesmo usando armadura, varias partes do corpo do ariano sofreram cortes profundos.

— Idiota. – Shion levantou. – é muito ingênuo.

Para completar deu lhe um tapa na nuca. Mu foi ao chão.

— Mu! Mu!

— Vou matar você primeiro. – o ariano do passado começou a chutar as costas de Mu, enterrando-o cada vez mais no chão.

— Mu!

Dohko avançou, mas com apenas uma mão Shion o deteve.

— Aguarde sua vez. – elevou seu cosmo e com isso o libriano foi jogado longe. – quanto a você! – deu mais um chute.

— Ahhh! – Mu soltou um grito de dor.

— Só vou parar quando escutar as suas costelas quebrarem. – riu.

— Shion... – Dohko tentava se levantar. – “ então a pessoa fica assim com o domínio desse golpe?” – a expressão sádica do amigo o assustava. – pare Shion vai matá-lo...

— Ate quando vai agüentar cavaleiro? – Shion fitava o futuro pupilo com desprezo. – não vai sequer erguer o punho contra mim?

— Jamais faria isso...

— E posso saber o porque? – riu.

— Tudo o que sou devo a você... – mesmo com o rosto enterrado no chão o fitou.

Shion o encarou, o olhar outrora frio suavizou.

— “Mu?” – olhou ao redor. – onde...

O chão tremeu, Mu sentiu um grande cosmo explodir, mas tinha que se concentrar em salvar seu mestre. Suas esperanças foram minadas quando o olhar voltou a ser cruel.

— Diga adeus a esse mundo. Revolução...

— Chute do dragão!

Dohko acertou o companheiro afastando-o de Mu.

— Mu. – ajoelhou ao lado dele. – Mu. – fitou os ferimentos. – droga... – cerrou os punhos. – Shion... como pode?

Seu cosmo começava a aumentar.

— Hum... – limpou um corte na boca. – finalmente resolveu me enfrentar.

— Vou te trazer de volta nem que eu tenha que te quebrar todo. Cólera do Dragão.

Disparou.

— Revolução estelar!

Os dois ataques chocaram-se provocando um forte estrondo.

— Ahhh!!! – Dohko continuava a despejar seu cosmo, assim como Shion.

— Tente se lembrar Shion. Você é um cavaleiro de Atena!

— Ignoro esse fato. Morra de uma vez Libra. Extinção Estelar!

Os ataques que ate então estavam em equilíbrio avançaram sobre Dohko. Ele recebeu tanto o golpe de Shion quanto o dele. Foi lançado longe, assim como Mu que caiu a pouca distancia.

— Terminou.

Sala Mãe dos Deuses...

Giovanni não se importou com o xingamento. Seus olhos estavam voltados para o mestre, ele não parecia está sendo controlado pelo “satã imperial”, mas ao mesmo tempo não estava no seu “normal.”

— “Por enquanto é melhor eu ficar aqui.” – disse lembrando-se que ainda estava sem armadura.

Manigold fitava seu mestre, em momento algum pensou em lutar contra ele, mas tinha que fazer alguma coisa para livrá-lo daquilo.

— Mestre.

O ex cavaleiro de câncer continuou imóvel.

— Vai ser mais difícil que imaginei... – estralou os dedos. – vamos lá.

O canceriano avançou sobre Sage iniciando um combate físico. O mestre desviava com despreza, mesmo com todo o esforço sua expressão continuava a mesma.

Surpreendendo o canceriano mais jovem Sage aplicou-lhe um soco no estomago, Mani recuou na hora indo de joelhos.

— Eu sei todos os seus movimentos. – a voz saiu fria.

— Me esqueci disso. – levantou, mas deu um cambaleada. – e de como seu soco é forte.

— Não tem a menor chance de me vencer Manigold, sou seu mestre sei todas as suas técnicas.

— É o que parece... – sorriu. – mesmo assim... – começou a elevar seu cosmo. – tenho que tentar. Ondas do Inferno!

O ataque partiu em direção a Sage, o grande mestre simplesmente elevou seu cosmo parando o ataque.

— Fraco. – Sage avançou sobre Mani desferindo uma série de socos e chutes, o canceriano ate tentava revidar, mas tinha medo de acertar seu mestre.

Na ultima investida foi lançado para perto de Giovanni.

— Droga... – limpou um filete de sangue.

— Desse jeito não vai conseguir vencê-lo. – disse MM.

— Cala a boca.

— Se Pontos não usou o satã imperial nele deve ter usado outra técnica.

— Que técnica?

— É uma boa pergunta. Use sua cabeça e tente descobrir, descubra também ate que ponto ele esta sendo controlado.

— Está me dando ordens? – arqueou a sobrancelha.

— Estou tentando ajudar.

— Dispenso. – levantou. – vou conseguir sozinho.

Começou a caminhar em direção ao meio da sala.

— Pelo que vejo terei que superar meu mestre. – riu. – divertido.

— Sempre achou as coisas divertidas Manigold. – Sage deu alguns passos.

— Como...? – o cavaleiro assustou com as palavras tanto que nem se importou com a aproximação dele. Sage parou a poucos centímetros dele.

— Isso não é um jogo e suas chances de vencer os titãs são nulas. Despeça desse mundo.

— O que?

Sage encostou o dedo indicador na testa do canceriano.

— “O que...” – o corpo não se mexia, para a surpresa dele sentia sua alma abandonar seu corpo.

MM que acompanhava a cena levantou.

— “Ele está sendo levado para o Yomotsu.”

— Adeus Manigold.

Quando a alma dele estava prestes a desprender do corpo, sentiu ela voltar imediatamente. Surpreso olhou para o lado, MM tinha dado um soco em Sage.

— Ainda não é a hora dele. – brincou.

— Giovanni... – limpou a boca. – futuro cavaleiro de câncer.

— Sua memória está boa. O que quer que Pontos tenha usado em você não surtiu muito efeito.

— É o que pensa...— a voz de Sage saiu diferente. – cavaleiro.

— Quem é você? – MM recuou.

Controlo o mestre do santuário através do meu ikhor.

— Pontos? – indagaram os dois ao mesmo tempo.

Eu o controlo e não há nada que possam fazer. Sage só pode ser libertado com a morte dele.— riu. – vou apreciar a luta.

Manigold e MM trocaram olhares, se aquilo era verdade teriam um grande problema.

 

Sala das Galáxias....

O grupo apressara o passo, ainda faltavam três titãs a serem encontrados.

— Esse labirinto parece não ter fim e estou preocupado com os outros. – disse Regulus olhando para trás. – não sinto o cosmo de ninguém.

— Não se preocupe Regulus, eles estão bem. – disse Afrodite.

— Assim espero.

Cid que seguia em silencio de repente parou. Shura que seguia ao seu lado foi segurado por ele. Foi a conta de Albafica passar para escutarem um estrondo. A terra começou a tremer e o chão a rachar. Uma grande fenda partiu o corredor em dois. De um lado os capricornianos do outro os demais.

— O que foi isso?

— É um sinal. – Cid olhou para o lado, uma porta apareceu. – continuem. – tomou rumo da porta.

— Mas...- murmurou Aioria.

— Precisam chegar ate Pontos. – Shura o seguia. – nos encontraremos mais tarde.

Os dois ao passarem pela porta desapareceram assim como ela.

— Vamos continuar. – disse Sísifo.

Os dois cavaleiros chegaram a uma sala quadrada, ricamente decorada no teto por estrelas.

— Finalmente poderemos continuar com nossa luta. – disse Créos aparecendo diante deles.

— Shura. – Cid o chamou baixo.

— Sim?

— Tome cuidado.

— Tomarei.

Torre...

Pontos voltava a sua postura, seria divertido ver a luta de discípulo contra mestre.

— Será mais ainda ver a luta da sexta sala... a sala das galáxias...

 

Sala do Dilúvio...

Kárdia olhava de forma desdenhosa para o três.

— Kamus e Miro, fiquem afastados, por favor. – Dégel tomou a frente.

— Mas... – murmurou Miro sendo segurado por Kamus. – tudo bem.

Os dois se afastaram.

— Vou te tirar do controle de Pontos, Kárdia. – disse o aquariano mais novo.

— E quem disse que estou sendo controlado? – sorriu. – estou assim por minha vontade.

— Como?

— Pontos me convenceu a ficar assim. E confesso que estou adorando. – começou a elevar seu cosmo. – veja quanto poder eu tenho.

— Sabe que não pode se esforçar. – Dégel o fitava preocupado.

— Errado. – a voz saiu seca. – não podia me esforçar agora eu posso. Aquele Kárdia que você conheceu não existe mais.

Sem dar ao aquariano chance de resposta, Kárdia partiu para cima dele. Dégel defendia-se como podia já que não queria ferir o amigo, mas pelo fato do cavaleiro de escorpião está mais forte, o aquariano sofria com algumas investidas.

— Devemos ajudar Kamus. – disse Miro impaciente. – Dégel jamais vai lutar contra ele.

— Por enquanto não. – o rosto continuava frio e fixo no escorpião.

— O que foi Dégel? – Kárdia atacava implacável. – está com medo?

— Não quero lutar contra um companheiro.

— Sempre tão certinho.... – sorriu com desdenho. – vai morrer por causa de tanta honradez.

Elevando seu cosmo, Kárdia avançou, dando uma seqüência de socos em Dégel, depois o cavaleiro o pegou pelo braço girando-o. Dégel bateu de forma violenta contra uma pilastra, antes que fosse ao chão o escorpião o golpeou. A pilastra cedeu caindo sobre ele.

— Dégel! – gritou Miro.

Para o alivio dos cavaleiros do futuro, o aquariano levantou em meio aos escombros, mas estava com muitos ferimentos.

— Brilhante como sempre Dégel. – Kárdia apontou-lhe o dedo. – mas desta vez não vai se levantar. – Agulha Escarlate.

Dégel foi atingido por seis agulhas de uma vez. indo de joelhos ao chão.

— Vai ser um prazer acertá-lo com as quatorze agulhas. – sorriu.

Sala da Memória...

O sorriso que Shion trazia no rosto aos poucos foi morrendo. Em sua mente vieram alguns flashs, a coloração oscilava entre a violeta e a negra.

— O que... – foi de joelhos ao chão, levando a mão a cabeça. – que imagens...

Mu aos poucos foi acordando, o corpo todo doía, mas conseguiu arrastar-se e utilizar uma pedra para erguer o corpo. Viu seu mestre de joelhos mais a frente e Dohko deitado ao seu lado esquerdo.

— Dohko...

Reunindo forças rastejou ate o libriano.

— Dohko. Dohko.

Aos poucos foi abrindo os olhos.

— Mu...?

— Você está bem?

— Estou. – com dificuldade sentou. – não imaginei que ele fosse tão forte. – voltou a atenção para o local onde estava Shion. – Shion...?

— Deve ser o efeito do golpe. – Mu também o fitava. – Shion me explicou certa vez, que esse golpe não controla cem por cento da mente.

— Então a pessoa por alguns momentos pode ser dar conta de seus atos? – fitou Mu.

— Sim. Embora sejam raros.

Dohko desviou o olhar para Shion que já estava de pé. Sentia-se incapaz por não conseguir ajudar o amigo. Logo a ele que prometera que sempre estaria ao seu lado.

— Saga disse que a três maneiras de libertá-lo: Aspros ser morto, Shion morrer ou alguém morrer na frente dele.

— Isso mesmo.

— Como ele é como grande mestre?

Mu estranhou, mas respondeu.

— Sério, correto, extremamente exigente.

— Aposto que rabugento. – riu. – não tenho duvida que ele será um bom mestre e extremamente importante para vocês. – levantou, mas por pouco não caiu. – consegue ficar de pé?

— Sim. – não muito melhor que Dohko, Mu ficou de pé.

— Pode distraí-lo?

— Tem algum plano?

— Sim. Preciso que o faça te atacar com todas as forças.

— Vou tentar.

Arrastando um pouco uma das pernas, Mu deu alguns passos.

— Realmente tem um grande poder cavaleiro de Áries. – disse Shion. – mas vou garantir para que não se levante mais.

— Pode vir com tudo. – disse. Apesar de confiar em Dohko temia que ele fizesse alguma besteira. – “não tenho escolha.”

Começou a elevar seu cosmo. Mais atrás Dohko aguardava o momento certo para agir.

— “ Vou te livrar disso Shion.”

— Morra Mu! Revolução Estelar!

O cosmo de Shion explodiu.

— Extinção Estelar! – disparou Mu.

Como Dohko previu, Mu havia conseguido segurar o ataque de Shion.

— “Anda Shion, avance.”

Shion, que tinha visto Dohko mais atrás, não quis perder tempo com Mu. Aproveitando que ele segurava seu ataque, partiu para cima dele na intenção de atacá-lo a curta distancia.

— “Isso.” – Dohko percebeu o movimento dele.

O ariano do futuro assustou-se pois não esperava um ataque de repente.

Shion com o dedo indicador esticado, tinha a intenção de transpassar o coração do ariano.

— É o seu fim Mu de Áries!

Mu arregalou os olhos, mas não foi por conta da dor ou do susto e sim por ver uma armadura dourada a sua frente.

— Doh-ko..? – gaguejou.

— Dohko....? – Shion arregalou os olhos, totalmente perplexo.

Dohko estava parado entre Shion e Mu, trazia na altura do peito um ferimento.

— Dohko... – Shion recuou.

—-- Mente de Shion----

Subia apressado em direção a casa de libra.

— Ele sempre está atrasado. – murmurou entrando na residência. – Dohko!

— No quarto!

Shion rumou para lá arqueando a sobrancelha ao ver o amigo diante de um espelho.

— O que está fazendo?

— Olha como a armadura ficou ótima em mim. – Dohko olhava-se. – ficou perfeita.

Shion o fitava incrédulo.

— Mesmo tendo alguns meses, ainda fico maravilhado comigo. – fazia poses. – e a mulherada então?

O ariano soltou um longo suspiro desanimado.

— Estamos atrasados Dohko.

— Vem cá.

Sem cerimônia Dohko puxou o amigo passando o braço pelo pescoço dele.

— Olha como ficamos bem com a armadura.

— Dohko...

— Já vi muitas meninas suspirando por você. – deu um sorriso lavado.

— Sem brincadeiras. – o ariano estava rubro. – não temos tempo para isso.

— Não precisa ficar sem graça. – bagunçou os cabelos dele.

— Dohko! Para com isso! – tentava se soltar. – continua o mesmo irritante.

— Você também. Mas mesmo assim, estou contente em dividir a missão com você.

Shion o fitou surpreso.

— É bom saber que tenho um amigo por perto.

— Sabe que pode contar comigo. – a expressão antes séria suavizou. – sempre.

— Do mesmo jeito que poder contar comigo. E se chegarmos em alguma situação de risco, saiba que não medirei esforços para salva-lo.

— Digo o mesmo. Bom, agora podemos ir? – soltou-se. – estamos atrasados – começou a andar. – e sabe como mestre Sage gosta de pontualidade.

Dohko balançou a cabeça negativamente.

— Sempre certinho...

—--Fim da mente-----

— Eu havia prometido.... – a voz saia fraca. – que não mediria esforços para salva-lo... – por causa do ferimento caiu de joelhos no chão.

— Dohko. – Mu o amparou, Shion olhava-o estático.

— Acorde e volte a ser o Shion que eu conheço.... – deu um meio sorriso. -  ... senhor irritante futuro grande mestre.

Fechou os olhos tombando para o lado.

— Dohko! Dohko! – Mu o chamava.

— Dohko... – Shion ainda o fitava perplexo. – Dohko... – a coloração da íris voltava ao normal. – Dohko....

— Dohko! – Mu o chamava.

Shion foi de joelhos ao chão. Os olhos voltaram ao normal. Shion fitava ao redor não reconhecendo onde estava.

— Onde...

— Shion...

O futuro mestre voltou a atenção para onde ouvira a voz.

— Mu...? Dohko?! – foi ate ele. – Dohko? – fitou Mu. – o que houve com ele?

— Você está bem Shion? – o ariano do futuro o fitou.

— Estou... -  retornou a visão para Dohko. – Dohko. – o que houve com ele? Seus ferimentos...

— É melhor irmos. – levantou. Para Shion ter voltado ao normal, já sabia o que tinha acontecido ao libriano e provavelmente o futuro tinha sido alterado.

— Não podemos deixá-lo aqui Mu, afinal de contas o que aconteceu? Dohko acorde.

Shion o tocou, recuando assustado...

— Está frio... e seu cosmo.... não estou sentido.... – arregalou os olhos. – não é possível...

— Aspros aplicou em você o satã imperial, para o efeito passar, deve matar alguém.

— Eu não faria isso! – levantou assustado. – eu não... – fitou os ferimentos de Mu, ele estava bem machucado. – eu...

— Não temos tempo para lamentos Shion.

— Eu... – não acreditava que tinha matado seu melhor amigo. – eu... como?

— O futuro foi alterado, talvez seja melhor que...

— O que...

Shion não terminou a frase, sentiu uma forte dor no estomago, foi fechando os olhos e se não fosse Mu a segura-lo tinha ido ao chão.

— Me perdoe, mas não podemos te perder também.

O deitou ao lado de Dohko.

— Vingaremos a sua morte Dohko. Essa e a do futuro.

Mu seguiu em frente.

Sala do Dilúvio...

 

Dégel começava a sentir os efeitos do veneno do escorpião, havia sido acertado em dois pontos em cada perna e em um ponto em cada braço.

— Kárdia...

O escorpião apenas sorriu acendendo seu cosmo. Novamente Dégel foi atingido em mais quatro pontos: barriga, ombros e na coxa esquerda. Os dez pontos sangravam e a perda dos sentidos o fizeram ir ao chão.

— Kárdia seu idiota.... – Miro cerrou o punho. – você me paga.

Ignorou os pedidos de Kamus partindo para cima do Escorpião do passado.

Kárdia conseguia se defender sem problemas.      

— Você é muito fraco.

Kárdia partiu em direção a ele, numa velocidade impressionante, atacou Miro ferozmente numa seqüência de socos e chutes. Por ultimo pegou o escorpião pelo braço lançando-o para cima. Miro bateu de forma violenta no teto, antes de cair enterrado no chão.

— É decepcionante...- zombou. Voltou o olhar para Kamus. – vai querer me enfrentar sem armadura? Ainda mais com esse ferimento no ombro?

Kamus não disse nada ignorando a dor que sentia no ombro e o sangue que escorria, apenas deu alguns passos em direção a ele.

— Espere... – Miro levantava com dificuldade.

— Acordou.... – Kárdia o fitou com desdém. – só para apressar a sua morte.

Miro não teve sequer tempo para levantar, Kárdia partiu para cima dele e ainda com ele de joelhos, deu-lhe um soco no estomago, para em seguida acertá-lo na nuca. Miro caiu desacordado.

— Agora sim. – voltou o olhar para o aquariano. – onde paramos?

— O que fez para ter essa força? – indagou Kamus.

— Ikhor. Pontos cedeu-me um pouco de seu sangue.

— Se sujeitou a isso em troca de um pouco mais de poder. Agiu exclusivamente por egoísmo. Pensei que fosse mais inteligente.

— Vai mudar de idéia, quando eu acabar com você.

Kárdia partiu para cima dele, apesar de está sem armadura Kamus conseguia defender-se, mas não agüentaria muito tempo.

— Você é bom. – o escorpião sorriu. – vamos ver por quanto tempo agüenta.

— Trovão Aurora Ataque!

Kamus não esperou, um possível ataque do escorpião, disparando o seu primeiro. Kárdia facilmente desviou.

— Minha vez... – assumiu a forma do Escorpião. – agulha escarlate!

Disparou, Kamus foi atingido em cinco pontos indo de joelhos ao chão.

— Sem armadura não vai agüentar muito.

— Circulo de gelo.... – murmurou.

— Agulha... o que? – Kárdia tentou se mexer, mas seu corpo estava paralisado.

— Eu não quero lutar contra você, mas não posso deixar que continue usando o sangue de Pontos. Isso pode te prejudicar.

— Prejudicar? – gargalhou. – ao contrario me sinto ótimo!

— Me perdoe pelo que vou fazer. – levantou.

— Fazer? Mal tem cosmo!

 Kamus não ligou para a provocação começando a liberar seu cosmo. Como Shura e MM sua energia oscilava e ate aquele momento tinha guardado ao maximo para poder utilizá-la naquele ataque. Não sabia sobre os efeitos do Ikhor num corpo humano, mas tinha a convicção que Kárdia sofreria de alguma  coisa ainda mais por ter um corpo mais debilitado. Precisava pará-lo de qualquer forma e só havia um jeito.

— Isso não vai me deter Kamus.

Kárdia não tinha percebido mas o ar na sala começava a condensar. Ele sofria com a paralisação e com o ar frio.

— Não será por muito tempo Kárdia. – o aquariano elevou o braço direito.

— Como...? – sentia os membros inferiores dormentes, assim como os braços. – o que fez comigo?!

Ele não respondeu. Da sua mão saiu diversos feixes de luz frios que foram em direção a Kárdia que tentava se mexer a todo custo.

— Esquife de gelo. – sua voz saiu mais baixa que o normal.

Ao redor do escorpião começou a se formar uma parede de gelo.

— O que pensa que está fazendo?

— Mantendo-o a salvo de si mesmo.

— Você quer é me enterrar vivo! – o gelo já cobria a sua cintura.  – eu sabia que um dia iria fazer isso.

— No momento certo vou tirá-lo daí.

— Kamus!

O gelo o encobriu por completo. No meio da sala surgiu uma esquife semelhante quando Kamus prendeu Hyoga.

Santuário...

 

Já havia algumas horas que os cavaleiros tinham saído. Selinsa sentada na porta do templo olhava o horizonte. Estava tão distraída que não notou a aproximação de alguém. Hasgard preparava-se para ficar em Áries, estava dirigindo-se para lá quando notou a pupila. Desviou o olhar para o bracelete que ela usava. Lentamente caminhou ate ela sentando-se ao seu lado.

— Ele vai voltar. – disse.

— Mes-tre?! – deu um pulo.

— Desculpe se a assustei.

— Não foi nada...

— Eu não gosto dele. – disse, voltando a atenção para o horizonte. – mas ele é forte e acima de tudo gosta de você... infelizmente. – deu um suspiro desanimado. - Não se preocupe ele vai voltar.

— Quando essa batalha acabar... não poderei ser mais aspirante? – o fitou.

— Eu não sei Sel... mestre Sage é quem vai determinar.

— Se eu ainda puder treinar pode continuar sendo meu mestre? Por favor. Eu quero me tornar forte, para proteger todo mundo.

Hasgard sorriu.

— Claro Sel. – brincou com os cabelos dela. – será uma grande amazona.

No interior do templo Hakurei recebia os últimos cuidados.

— Terminei mestre.

— Obrigado Lara. – desviou o olhar para Áurea, a garota estava sentada perto da janela fitando o horizonte.

— Ele vai voltar Áurea.

— Assim espero... – murmurou.

— Estou vendo que Shion será bem cuidado. – abafou o riso.

— Senhor Hakurei. – a grega ruborizou.

— Desculpe.

— Tenha fé Áurea. – disse Lithos. – eles vão voltar para nós.

Cada uma pensou em seu respectivo cavaleiro, e como Hakurei tinha a habilidade de ler mentes... não que o fizesse sempre, mas... ficou surpreso.

—  Hum...- deu um sorriso. -  Lara.

— Sim?

— Notei que Sísifo esta usando um anel prateado, sabe o que é?

Lithos ruborizou na hora, assim como a sacerdotisa.

— É que... – não sabia como contar.

— Eu e o Sísifo nos casamos. – disse Lithos, mais cedo ou mais tarde ele teria que saber. – a cerimônia foi hoje de manha. Sei que é contra as regras e assumo toda a responsabilidade, eu praticamente obriguei Sísifo.

 Hakurei soltou uma risada.

 - Como se Sísifo fizesse algo obrigado. – gargalhou. - Aposto que foi idéia dele.

A garota ruborizou.

— Não tem porque ficar assim. É natural, antes de ser cavaleiro, ele é um homem. Eu dou total apoio. – lembrou-se de Ranna. – mas tem que lembrar de como é a vida de um cavaleiro.

— Eu tenho consciência senhor Hakurei.

— Não só você, Áurea, Lara e Marin.

A japonesa arregalou os olhos, enquanto a sacerdotisa abaixou o rosto.

— Não façam essas caras. – riu. – isso é passível de acontecer, mas como disse tem que  lembrarem como é a vida de cavaleiro. Concordam?

— Sim. – disseram juntas.

— Aposto que realizou a cerimônia. – Hakurei fitou a sacerdotisa.

— Sim...

— Quem mais casou hoje?

— Shaka. – disse.

— Imaginei. Hasgard andava de nervoso, mas agora... fiquei admirado. Só falta Asmita e Kanon... é... – fitou o teto. – mais dois casamentos.

Áurea que ouvia abaixou o rosto, ele não a via citado, era sinal que Shion...

— Shion será o carro chefe. O primeiro grande mestre a casar. – sorriu.

Áurea sorriu de volta.

— Tenham fé, eles vão voltar.

Sala do Julgamento...

O grupo, que desde que deixara Dégel para trás, chegava ao final de um estreito corredor mais adiante havia uma porta. Eles trocaram olhares e com isso Albafica abriu a porta. Ao contrario das outras salas, era pequena e conduzia a duas escadas.

— Qual rumo devemos tomar? – indagou Regulus olhando para seu mestre.

— O da...- Sísifo parou de falar olhando para trás. – esse cosmo...

— Não pode ser. – Aioria também sentiu. – Dohko?

— Nós vamos pela esquerda. – a voz de Albafica saiu mais fria do que a de costume, também sentira o sumiço do cosmo do libriano, no entanto também sentia um outro cosmo.

Afrodite o fitou, então ele também sentira o cosmo.

— Sigam em frente. – disse o sueco. – essa outra, - referia-se a escada da direita. – vai levá-los ate Pontos ou ate onde estão as Megas.

— Como sabe disso? – indagou Aioria.

— O cosmo de Temis vem da esquerda. – disse Albafica tomando rumo da esquerda. – boa sorte.

— Igualmente. – disse o sagitariano.

Logo que os dois piscianos começaram a subir a escada desapareceu.

A escada era longa e seu final acabou num grande salão iluminado por tochas e por gravuras esculpidas na parede.

— Sejam bem vindos.

Os dois piscianos pararam.

— Terão o prazer de serem julgados na minha sala. – sorriu.

Enquanto isso na sala anterior...

— Só restou nós três. – disse o pequeno.

— Regulus.

— Sim? – fitou Sísifo.

— Provavelmente encontraremos Pontos, eu não quero que lute com ele.

— Mas... não é justo.

— Concentre-se na missão que Saga te deu.

— Mas...

— Saga acredita vai conseguir. – Aioria brincou com os cabelos dele. – e eu também. Vamos criar uma brecha para você. Então concentre-se na sua missão.

— Está bem.

— Vamos.

Os três começaram a subir as escadas. Do alto da torre, Pontos “fitava” - os.

— A sétima sala, a sala do Julgamento com a minha rainha e...ilusão pensarem que vão encontrar a Megas, mal posso esperar para tê-los na minha presença.

Sala do Relâmpago Negro...

— Fiquei impressionado com teu poder. – disse Céos. – conseguiste derrotar um titã.

— Não entendo porque Créos e Pontos permitiram isso. Tenho a certeza que se eles quisessem poderiam ter intercedido.

— Concordo. A morte dele não é um assunto terminado.

— O que quer dizer?

— Em breve o teremos de volta. – o deus assumiu a posição de ataque.

Shaka silenciou-se. O que se passava na cabeça deles, que tipo de plano eles teriam?

— “Se eles podem trazer Iapeto de volta significa que Créos, Céos e Temis também podem ser tragos de volta... isso não é bom.”

— Podemos começar?

A resposta de Shaka foi o aumento de seu cosmo, Céos fez o mesmo. Contudo o virginiano olhou para o lado.

— “Dohko?!” – sentiu o sumiço no cosmo do cavaleiro. – “Deuteros... Dohko... Também não sinto o cosmo de Saga... será que...”

— O que foi?

— Nada. – voltou a elevar seu cosmo. Ciclo das seis existências!

— Sparkle Rapier!

Os dois ataques chocaram-se provocando a expansão do ar. Antes que a energia se dissipasse Shaka correu ate ele iniciando um ataque físico. Não era seu forte mas lembrara da luta entre o deus e Aioria, alguns anos atas: faria Céos perder bastante ikhor.

Céos defendia-se de todos e num dado momento acertou o virginiano, ele foi arrastado mas não caiu. Rapidamente elevou seu cosmo disparando uma bola de energia contra o deus. Usando sua arma Céos cortou o ataque em dois e reagindo lançou dois ataques. O primeiro Shaka conseguiu defender-se mas acabou sendo acertado pelo segundo indo ao chão.

— Velocidade do Relâmpago! 

Shaka mal teve tempo de se levantar foi atingido novamente, desta vez mais gravemente.

— Antes de matá-lo cavaleiro. – Céos parou perto dele. – quero que me respondas algo.

O virginiano ergueu um pouco o rosto, este continha vários cortes.

— Como acabaram com Pontos?

— Por que pergunta? – deu um sorriso desdenhoso. – naturalmente você já sabe.

Aproveitando da aproximação do deus, Shaka disparou a queima roupa contudo Céos segurou o golpe com uma mão.

— Se não queres responder.... – a energia dourada foi substituída por uma negra. – Ebony....

— Rendição divina!

O deus deu um salto para trás desviando do ataque que foi disparado por Asmita.

O virginiano do passado aproximou de Shaka, ajudando-o a levantar.

— Você esta bem?

— Sim. E você?

— Estou.

— Já estava duvidando de sua capacidade Asmita. – disse Céos. – demoraste a levantar.

Ele não respondeu, voltando a atenção para Shaka.

— Precisamos atacar juntos.

— Está bem.

Os dois começaram a elevar seus cosmos. Céos deu um pequeno sorriso.

— Rendição divina! – disseram os dois ao mesmo tempo.

As duas energias juntaram-se partindo em direção a Céos.

— Raio negro!

Poderosas descargas elétricas envolveram o ataque e atravessando-o dirigiu-se para os dois.

— Kahn!

Shaka e Asmita ativaram seus escudos de defesa. O ataque do deus chocou-se violentamente contra a barreira, por um tempo seguiu equilibrado, mas os dois acabaram sendo acertados só não foram ao chão.

— Tem alguma coisa em mente? – indagou Asmita.

— Temos que fazê-lo perder ikhor, só assim  teremos alguma chance.

— Vamos atacar novamente.

O cosmo dos dois aumentaram, Céos não se mostrou surpreso, pois o que vira no santuário horas atrás apenas confirmava o que já sabia: Shaka detinha um grande poder, de certo que Asmita também era assim.

— “ Vou ter que usar mais energia.” – pensou erguendo sua rapieira.

— Rendição divina!

— Sparkle Rapier!

  As duas energias chocaram-se no meio. Usando a outra mão Céos disparou um segundo ataque. As energias de desestabilizaram fazendo com que Shaka e Asmita fosse atingidos. Céos só não contava que também fora atingido, de leve, mas fora. O deus sentiu um filete de sangue descer pelo seu rosto.

— Muito bom. – limpou o rosto. – conseguistes me acertar.

Do outro lado os dois levantavam. Shaka estava preocupado, usara energia quase semelhante contra Iapeto, no entanto...

— “Não imaginei que ele fosse mais forte...” Respondendo a sua pergunta, Pontos foi derrotado por Aioria. – disse, não queria responder, mas agora algo o intrigava. – ele não te contou?

Foi a vez de Céos ficar em silencio, ele queria saber da historia por completo, mas não era algo tão relevante a ponto de fazê-lo prolongar a vida daqueles cavaleiros. Acabaria logo com eles e sozinho descobriria a verdade.

— Não. Isso não importa. Vais morrer agora.

O chão começou a tremer, assim como as paredes, Céos elevou as mãos para o alto formando uma bola de energia. Raios circundavam o deus.

— Asmita... – Shaka o fitou ficando surpreso. Ele respirava com dificuldade e estava muito machucado. – “ele não vai agüentar.”

—  Ebony Gale!

Surpreendendo os dois, a intensidade do ataque foi maior do que as anteriores. O chão tremeu, para proteger Asmita, Shaka passou a sua frente criando sua barreira, a energia de Céos chocou-se contra ela, fazendo com que os dois fossem arrastados.

— Shaka! – Asmita elevou seu cosmo para contra atacar.

Eles só não esperavam...

— Rotação da Estrela do Trovão.

A energia de Céos triplicou partindo com toda a velocidade na direção deles. Os dois ainda tentaram segura-la, mas o poder do deus estava alem de suas capacidades. Shaka e Asmita foram jogados longe batendo violentamente contra uma parede, com bastante ferimentos.

— Acabou.

O deus deu alguns passos na direção deles, mas parou ao ver um objeto no chão. Agachou pegando-o.

— Objeto de forma curiosa. – fitou um pingente preso por uma correntinha de ouro. Olhou para os dois caídos, demorando o olhar em Asmita. – usas isso?

Deduziu que era dele por causa da energia que o envolvia, era a energia de Asmita. Com o impacto do golpe a correntinha tinha arrebentado....

Já havia algum tempo que os dois leoninos mais Sísifo subiam as escadas.

— Essas escadas não acabam. – murmurou Regulus.

— Pode ser uma armadilha de Pontos. – disse Aioria. – como vamos achar as armas de Chronos? – olhou para o “cunhado”

— Ainda não tenho idéia... – Sísifo mantinha a visão reta.

— Eu vou encontrá-la, tenham a certeza disso. – disse Regulus.

Os dois mais velhos não disseram nada, ainda mais quando viram uma luz no alto da escada. Sem trocarem palavras correram para lá.

Regulus abriu a boca ao fitar o recinto. Era a maior sala da fortaleza dos titãs, suas grandes janelas davam para as varandas do edifício, as paredes eram decoradas com desenhos que retratavam a antiguidade. O teto em forma de abobada estava cravado de pontos brilhantes semelhantes a estrelas.

— Parece uma igreja gótica. – murmurou o pequeno, que sentido a brisa no rosto correu ate uma porta.

— Espere Regulus!

Ele não deu ouvidos, indo em direção a uma das varandas da fortaleza.

— Zeus... – deixou escapar.

Não era uma varanda comum, nela continha pequenas pontes que ligavam aos pequenos castelos erguidos no ar que circundavam o castelo.

— Regulus! – os dois cavaleiros aproximaram.

Aioria olhou ao redor, conhecia muito bem aquele lugar.

— Continua o mesmo....

— Esteve aqui?

— Sim Regulus. Essas salas suspensas, - apontou para elas. – são pequenos templos. Já lutei em uma delas.

O sagitariano fitou-as, não sabia se era por causa das batalhas ou talvez alguma interferência dos titãs, sentia um cosmo vindo de uma delas. E a energia era extremamente poderosa.

— “As megas podem está em uma dessas salas, mas... – fitou Regulus. – não posso deixá-lo ir sozinho nessa.” Vamos entrar.

Os outros dois apenas concordaram, antes de entrar Aioria sentiu um cosmo da mesma maneira que Sísifo, mas preferiu não comentar.

Voltaram para o meio da sala.

— Não tem ninguém aqui. – Regulus não queria transparecer mas a grandiosidade daquele local o assustava.

— Sejam bem vindos.

Uma voz forte ecoou por todo o recinto. Os três tomaram posição na hora.

— Apareça Pontos! – gritou Aioria.

Escutaram o barulho de passos vindo do fundo. Não podiam ver o titã, mas o cosmo que emanava dele preenchia todo o local. Regulus recuou um passo.

— É uma honra recebê-los em minha casa.

Pontos fez se presente parando a pouco deles. Vestia sua Ars Magna.

— Aioria, Sísifo e Regulus... os primeiros a contemplarem a minha glória.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Temporits Actis" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.