Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 11
Capítulo 11: In periculo non est dormiendum


Notas iniciais do capítulo

Esclarecimentos:

* Na cronologia de LC Sísifo achou Atena cinco anos antes do inicio da guerra santa, mas para a fic fiz algumas alterações com o tempo e a historia se passa três anos antes da guerra e meses antes do sagitariano encontrar a deusa. Por isso coloquei Regulus sem armadura.

* Quem acompanha LC pelo mangá e já passou do capitulo 141 sabe que o par Lithos e Sísifo estaria errado, mas como eu soube disso depois que iniciei a fic, vai continuar esse par.

* Idades dos cavaleiros do passado são aproximadas.

* Quem já passou do capitulo 150 (mais ou menos) já deve ter lido sobre o "segredinho" do Deuteros, estou cuidando disso de forma a encaixar na fic.



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Selinsa o olhava assustada e se não fosse a mascara seu rosto totalmente corado seria visto.

- De na-da... – gaguejou.

Asmita depois das palavras de Shaka não disse mais nada. Continuava achando aquilo uma tolice, mas quem era ele para contestar o "Buda".

- Acho que o treino acabou... – Mani ainda conservava o sorriso. – se mais um deles manifestarem o cosmo vamos morrer.

- Isso não vai mais acontecer.

Olharam para o dono da voz: era Hakurei.

- Senhor Hakurei?

- Sage me enviou. Do templo de Athena sentimos a explosão de cosmo e diante desse descontrole ele pediu que vocês evitassem usar os cosmos.

- Como?

- Ate encontrarmos uma solução, estão impedidos de manifestar suas cosmos energias.

Os dez ficaram atordoados.

- Seremos então apenas homens normais. – disse Shura.

- Por enquanto é o melhor. Também...

A voz do cavaleiro de Altar foi abafada por grande estrondo vindo das proximidades. Shion foi o primeiro a chegar ao local.

- Zeus... – murmurou ao ver uma grande cratera a poucos metros da primeira casa.

Não demorou para que todos se espantassem com o que tinha acontecido, somado a isso...

- Sinto alguns cosmos. – Dégel olhava em todas as direções.

- Fiquem em alerta. – disse Saga.

- Vistam suas armaduras. – ordenou Sísifo. – podemos ser atacados a qualquer momento.

Rapidamente os cavaleiros vestiram suas armaduras com excesso de Regulus que ainda estava em treinamento. Ele fitou os companheiros baixando o rosto contrariado.

- Tenha paciência Regulus. – Sísifo tocou no ombro dele. – logo receberá a sua. Vá ate ao Mestre e conte tudo que aconteceu.

- Sim.

- Coloquem as armaduras. – Saga disse aos companheiros apesar da ordem do mestre, estavam numa situação delicada, talvez uma nova guerra, e aquele pedido não poderia ser acatado.

Os dez elevaram seus cosmos tendo o maximo cuidado para que não perdessem o controle, contudo nada aconteceu.

- Como? – Mu olhou para os braços nus.

- Por que elas não vêm?

- Tentem de novo. – Shaka acendeu seu cosmo com cuidado.

Elevaram mas apenas a armadura de leão cobriu seu dono.

- Por que só o Aioria? – indagou Miro.

- Eu não entendo. – Kanon fitou o leonino.

- Seus cosmos não estão sendo aceitos pelas armaduras. – disse Albafica. – parece que o mestre tinha razão.

- Justamente. – Sage apareceu na companhia de Lara. – não está tendo sincronia cosmo-armadura com exceção de Aioria já que Regulus ainda não foi reconhecido oficialmente.

- E o que faremos sem armadura?

- Manter-se em alerta Aldebaran. Sofremos um ataque sem duvida.

Hakurei que tinha a atenção voltada para a cratera foi ate o seu interior, havia notado algo dentro dela. Parou ao centro vendo um objeto brilhante em meio a terra e pedras. Abaixou para pegar ficando surpreso com o que viu.

- "Uma adaga?" – estranhou.

- O que foi mestre?- Shion notou que ele havia encontrado algo.

O cavaleiro de Altar voltou para perto deles.

- O inimigo deixou um sinal.

Mostrou o objeto a todos: uma adaga dourada. Saga assim que a viu empalideceu. Kamus e Shura trocaram olhares.

- Saga aquela não é... – Miro olhou para o geminiano.

- Conhecem isso? – indagou Sage.

Ficaram em silencio com todos os olhares para Saga.

- É a adaga de Chronos. – disse de olhos fixos no objeto. – pertence ao futuro.

- Então quem nos atacou foi ele. – disse Regulus.

- Parece que sim. – confirmou Hakurei observando a atitude dos dourados. – quer ficar com ela?

Saga piscou algumas vezes, varias imagens vieram em sua mente, abaixou o rosto constrangido.

- Fique com ela senhor Hakurei. – Kanon tocou o ombro do irmão.

- Tudo bem.

Dégel, Sage, Deuteros e mais alguns notaram o clima que se instalou. Havia mais coisas por trás daquela adaga.

- Precisamos saber o motivo....

Sage calou-se, a tensão espalhou-se nos rostos de todos, Selinsa encolheu e de maneira inconsciente agarrou o braço do virginiano, este não sabia se desfrutava da situação ou se preocupava com os grandiosos cosmos que aproximavam do santuário.

- Em alerta! – gritou o mestre nervoso pelo tamanho dos cosmos.

À medida que sentiam a aproximação os dourados ficavam temerosos, aquelas energias eram bem conhecidas.

- São eles... – murmurou MM.

- Pelo menos cinco deles. – disse Dite.

- Cavaleiros com armaduras protejam o mestre. – ordenou Saga no impulso.

- São eles não são? – Marin fitou Saga.

- Sim. Proteja Selinsa, os demais fiquem em alerta.

Sage não sabia se protestava sobre as ordens dele ou se as seguia.

- Eles chegaram. – a voz de Asmita soou fria.

Dirigiam o olhar para o alto da primeira casa. Cinco figuras de negro estavam dispostas lado a lado.

- É uma honra voltar aqui.

- Mostre logo seu rosto, sabemos quem são vocês. – Aioria deu um passo.

- Está diferente Aioria.... abandonou o sangue nos cabelos? – riu. – não importa. Ver a nova e velha geração de cavaleiros de Atena é um acontecimento único.

- Identifiquem-se. – Sage tomou a frente.

- Você deve ser o mestre atual e nós somos...

Os cinco retiraram os capuzes revelando suas faces.

- Eu sou Pontos deus primordial do mar – os cabelos loiros tremulavam com o vento, os olhos pareciam um buraco negro pronto a sugá-los, trajava uma armadura negra - e eles são...

- Sou Céos, titã do relâmpago negro. – ele era o mais alto de todos, tinhas cabelos loiros na altura dos ombros e olhos tão azuis quanto o céu, trazia uma expressão séria.

- Sou Créos, deus das galáxias. – era mais baixo que Pontos e Céos, tinhas os cabelos claros e olhos vermelhos.

- Japeto, deus das dimensões. – era o mais baixo dos três. Tinha cabelos castanhos e olhos amarelados, trazia a expressão serena.

- Sou Temis deusa da justiça. – a única mulher do grupo, seus cabelos eram repicados e pretos seus olhos eram rosados.

- O que querem aqui? – Aioria cerrou o punho.

- Gostou do nosso presentinho Saga? – Pontos o fitou sorrindo ignorando o leonino. – não lhe trás boas recordações?

- Como vieram parar aqui? – Shaka adiantou-se antes que palavras comprometedoras fossem ditas.

- Através disso. – Pontos ergueu um objeto.

- A Megas Depranon! – exclamaram espantados.

- Isso mesmo. Com isso conseguimos transitar pelo tempo. Chronos nos deu esse presentinho.

- Mas a arma estava no santuário. – disse Afrodite. – como...

Os cinco sorriram.

- Foi mais fácil do que naquela época. – Japeto sorriu. – os cavaleiros de bronze que enfrentaram tantos deuses olímpicos caíram diante de nós.

- Como?

- Foram eliminados rapidamente.

Kamus e os outros levaram um susto.

- A primeira resistência do santuário caiu como uma folha ao vento. O segundo a perecer foi o Sagitário.

- O que?!? – Aioria arregalou os olhos. – o que disse?

- Foi morto por mim. – disse Créos. – tinha que fazer as honras... claro que a luta não foi tão interessante, mas ele tinha seu valor.

- Não é possível.... ele nunca perderia.... Aiolos nunca perderia! – gritou com ódio.

Regulus o fitou.

- "Aiolos era..."

- Não se preocupe ele não esta sozinho. – a voz de Céos soou fria. – logo após foi a vez do mestre do santuário. – olhou para Shion e Dohko. – hum... os sobreviventes... estão bem jovens.

Shion e Dohko olharam se entre si.

- O que fez com meu mestre? – a voz de Mu estava alterada.

- Foi morto por essa arma. – o titã ergueu sua rapieria. – em seguida foi o libriano.

- Atena... – a voz de Shura saiu fria. – o que fizeram com ela?

Temis ergueu uma das mãos fazendo aparecer um objeto. Com seu cosmo o jogou para perto dos dourados. Houve um silencio mórbido, com olhares incrédulos dos dourados para o báculo de Atena. Sage, Hakurei, Sísifo e Lara também olharam.

- Não pode ser.... – Deba cerrou o pulso. – Atena...

- O santuário não existe mais. – Pontos tomou a palavra. – é melhor começarem a se acostumar com essa época, pois não tem para onde voltar.

- Maldito. – o cosmo de Aioria elevou. – vai pagar por isso. Relâmpago de Plasma.

- Extinção Estelar! – o ariano estava igualmente nervoso.

- Excalibur!

Os golpes foram em direção a eles, contudo o único que aproximou, mesmo assim sem efeito, foi o de Aioria, os dos demais perderam forças devido à inconstância dos cosmos.

- Isso é tudo que conseguem? – Japeto sorriu. – a elite de Atena reduzida a isso.

- Não tire conclusões precipitadas! – MM ergueu o braço, não sentia seu cosmo, mas não deixaria aquela ofensa barata. – vão para o Inferno.

Seu cosmo antes fraco aumentou bruscamente assustando a todos.

- Sekishiki Meika ha.

Logo acima dele, a passagem pra o Yomotsu se abriu, uma forte corrente de ar arrastava tudo. Seu cosmo elevou ainda mais, deixando todos surpresos, aquele nível ultrapassava em muito o seu normal.

- "O cosmo dele..." – Saga estava preocupado, pois aquele poder não era normal.

Os dourados e cavaleiros começaram a sentir os efeitos do ataque, inclusive os titãs. Sage e Hakurei preocuparam-se, era nítido que o cosmo do canceriano estava descontrolado podendo ser perigoso.

- Meu corpo está se movendo... – Céos o fitou.

- Esse inseto não tem poder para isso. – observou Temis.

- Fiquem tranqüilos. – Pontos continuava de olhos fixos no canceriano. – esse poder todo vai desaparecer. – sorriu.

E era isso mesmo que acontecia a cosmo energia de Giovanni oscilava, o canceriano havia percebido isso e temia perder o controle de seu golpe.

- Shaka, para ele! – Shura arrastava lentamente.

O virginiano tinha essa pretensão, contudo não chegou a agir, Hakurei havia adiantado parando a frente do dourado e no minuto seguinte caia exausto no chão.

- Você está bem? – Kanon o amparou.

- Não foi nada... – disse de olhos fixos para sua mão: ela estava com queimaduras.

- Será mais fácil que imaginei. – Pontos sorriu. – infelizmente teremos que deixá-los, temos outros compromissos. Aproveitem para procurar outra ocupação. E Saga... espero que tenha gostado do presente. – sorriu cinicamente.

Da mesma forma que apareceram sumiram completamente.

- Droga! – Aioria deu um soco no chão provocando um leve tremor. – eu acabo com eles!

Regulus deu alguns passos e com cuidado pegou o báculo outrora pertencente à Atena.

Os dourados fitaram tal objeto, o sentimento de todos era de frustração e tristeza.

- Vamos para o templo. – Sage tomou à dianteira.

O cortejo seguiu em silencio e no templo posicionaram-se assim: os cavaleiros de um lado, os dourados do outro e Lara, Marin e Hakurei no meio.

Sage, no trono, estava em silencio, em poucas horas a situação mudara completamente.

- Estamos lidando com inimigos fortes. – iniciou. – tão forte a ponto de... – não concluiu a frase em respeito aos dourados.

Realmente os dez estavam abatidos, sentiam completamente inúteis, pois não conseguiram realizar sua principal função que era proteger Atena acima de tudo, somado a isso a morte de companheiros tão queridos.

Saga olhava fixamente para a adaga dourada nas mãos de Hakurei.

- Saga. - o mestre o chamou.

O geminiano ergueu o olhar.

- Acha que os outros titãs vão aparecer?

- Não sei, mas a julgar as atitudes de Pontos, creio que não.

- Vamos reforçar as defesas do santuário.

- Devemos atacar. – Kárdia adiantou-se.

- Não. Precisamos agir com cautela. Não são inimigos comuns.

- Pelo menos uma coisa descobrimos.

Todos os olhares dirigiram-se para Hakurei.

- Se Pontos veio para o passado ele sabe como reverter o poder de Chronos.

Olharam uns para os outros, o cavaleiro de Altar tinha razão, talvez houvesse um meio.

- Ele sabe de uma forma de voltarem para o futuro.

- Como se isso adiantasse. – murmurou Afrodite.

- É uma boa oportunidade. – disse Dégel. – não quer voltar?

- Voltar para onde e para que? – o pisciano trazia o olhar frio. – não existe santuário, não tem porque voltarmos.

Dégel silenciou-se assim como os demais cavaleiros. Regulus fitou o companheiro de signo que trazia o rosto baixo.

- Não somos mais úteis. – Afrodite levantou. – com licença mestre.

Sage não o impediu de sair. Ele era um cavaleiro e entendia perfeitamente os sentimentos de Afrodite.

- Afrodite tem razão. – foi à vez de Aioria levantar. – não faz diferença ficarmos ou irmos, pelo menos vamos tentar impedir que isso ocorra nessa Era. Com licença.

Um a um foram saindo, apenas Marin permaneceu.

Pararam na porta do templo.

- E agora? – indagou Shura fitando seu braço. – não temos cosmos, não temos santuário, o que faremos?

- Um a um foram derrotados. – Miro cerrou o pulso. – e nós, presos nesse mundo.

- Eu juro que vou matá-los. – Aioria deu um soco na parede. – vou me vingar, pelo meu irmão, por Atena e pelos outros.

Saga tinha o olhar vago, desde que voltara a vida, havia jurado proteger Atena a qualquer custo e agora....

- Falhamos... – murmurou. – falhamos...

A sensação era compartilhada por todos. Mu e Kamus começaram a andar, não havia mais nada a fazer ali. Não demorou muito para os cavaleiros surgirem na porta. Ficaram em silencio.

Um pouco sem jeito Regulus aproximou do leonino.

- Eu sinto muito Aioria.

- Eu sei... – brincou com os cabelos dourados dele. – vou para casa, tenho que contar para as duas.

Referia-se a Lithos e Áurea. Sísifo queria acompanhá-lo, mas talvez não fosse o melhor momento. Silenciosos cada um seguiu para sua casa.

 

-----Peixes----


Afrodite entrou calado. Albafica, apesar de todos os problemas que tinha com ele, compartilhava do mesmo sentimento. Era frustrante ser um cavaleiro e ficar impotente diante de uma batalha. Não disse nada quando o pisciano do futuro trancou-se no quarto.

 

-----Aquário----


Miro passou direto causando estranheza em Kárdia que achou melhor segui-lo. Dégel respeitando o silencio do amigo, dirigiu-se para a biblioteca deixando Kamus na sala.

 

----Capricórnio----


El Cid apenas observava Shura sentar de forma pesada no sofá. Aproximou tocando o ombro do companheiro.

- Ela sabe dos seus sentimentos. – disse com o rosto impassível.

Mas Shura sabia que apesar da impassibilidade o cavaleiro queria confortá-lo. Limitou-se a acenar.

 

----Sagitário----


Sísifo trazia o ar preocupado, era um grupo pequeno de titãs, mas com os dez cavaleiros sem poder utilizar o cosmo e os outros onze inexperientes para batalhas o combate seria perigoso. Ainda tinha Lithos, queria está ao lado dela, certamente sofreria, principalmente pela morte de Aiolos, mas em tempos como aquele tinha que permanecer em seu templo.

 

----- Escorpião----


Miro que tinha descido primeiro desabou no sofá. Kárdia chegou pouco tempo depois.

- Então esses titãs são poderosos. – comentou.

O escorpião do futuro não respondeu absorvido em seus pensamentos. Sentia-se impotente. Atena e os outros tinham morrido e ele não estava lá nem ao menos para tentar defende-los.

- Droga.... – murmurou.

- Por que não responde o que eu perguntei?

- São Kárdia. – disse desanimado. – eles têm uma força incrível.

- Então terei uma grande luta. – sorriu. – finalmente vou poder testar minha força.

Miro deu um meio sorriso.

- Ainda é uma criança.

- Como? Repete?

- Disse que é uma criança. – o fitou. – não faz idéia como é uma batalha, ainda mais contra eles.

- Sei sim! Treinei para isso. Esse santuário está muito calmo, quero ação.

- Quando perder um companheiro vai entender. – levantou. – vou deitar.

Kárdia silenciou-se. Esquecera completamente o que havia ocorrido no futuro. Deu um suspiro indo para sua sala de treinamento.

 

----- Libra-----


Os mesmos pensamentos de Sísifo eram compartilhados por Dohko. Apesar do numero de defensores de Atena ser maior, em nível de poder era desigual. Sabiam que tinham o controle sobre o cosmo, contudo nunca enfrentaram uma batalha ainda mais nesse porte.

Restava apenas torcer para que tudo desse certo.

---- Virgem-----

Shaka não disse nada indo direto para o jardim da arvores gêmeas. Asmita foi meditar em seu quarto.

 

---- Leão----


Todos haviam decido ir para suas casas com exceção de Shion, o ariano, arrumando uma desculpa que queria conversar com Regulus, permaneceu na casa. A verdade é que queria estar perto de Áurea quando ela recebesse a noticia.

- Já voltaram? – a loira apareceu na porta da cozinha. – o treino foi rápido.

- Cadê a Áurea? – indagou Aioria com o rosto sério.

- Lá fora.... o que houve? – notou a expressão do rosto dele.

- Vá chamá-la, por favor.

Lithos estranhou, mas obedeceu. Instantes depois as duas estavam diante dos três cavaleiros.

- Está esquisito Oria, o que foi?

- Precisa ser forte.

- Como assim? – preocupou-se pelas palavras dele. – o que aconteceu?

- Escutou a explosão?

- Estavam treinando não? – disse Áurea.

- Não. Foram os titãs.

- COMO?! – exclamaram as duas ao mesmo tempo.

Aioria contou resumidamente sobre o ocorrido sem contar a parte referente ao santuário.

- Não acredito que esse pesadelo voltou. – disse a grega de cabelos prateados. – não basta o que sofremos naquela época?

- Tem mais. – Aioria deu uma pausa, tentando escolher as melhores palavras.

- Mais? Mais o que? – Lithos aumentou a voz.

- Antes deles virem para cá, eles... eles... – o leonino abaixou o rosto.

- Fala Aioria! – já estava nervosa.

- Destruíram o santuário.

As duas se olharam confusas.

- Fizeram o que?

- O santuário foi destruído. Atena, Aiolos... – segurou as lagrimas. - foram mortos.

Arregalaram os olhos.

- É brincadeira não é?

- Rodoria? – Áurea já estava de pé, tremendo muito.

- Tudo.

Ela levou as mãos ao rosto, as lagrimas não demoraram a cair.

- Meus pais....

- Sinto muito Áurea.

Lithos ainda fitava o leonino, não era possível que aquilo era verdade.

- Aiolos.... – os olhos marejaram. – Atena.... Shina....

- Sim...

- Ate Shion?

Soltou sem perceber, mas não teve perigo, pois o próprio continha os sentido em Áurea e Regulus nela.

- Sim.

Áurea voltou a sentar no sofá, num choro convulsivo. Shion tentava se conter, sua vontade era abraçá-la, mas não podia.

- "Áurea...."

- Aioria... - Lithos abraçou o irmão. – todos....

Começou a chorar, tentando ser amparada por ele. Regulus assistia a tudo agoniado. Gostava dela, como uma irmã e vê-la naquele estado o angustiava.

 

----Câncer-----


Desde o templo Mask não tinha pronunciado uma única palavra. Manigold o seguia de perto apenas observando-o.

- Vou ficar no meu quarto. – disse o italiano do futuro. – não me amole.

- Tudo bem. – tinha uma resposta na ponta da língua, mas por causa da situação ficou calado.

 

---Gêmeos----


Saga trazia a expressão séria e Kanon sabia muito bem o porquê. A aparição dos titãs principalmente da adaga mexera com o irmão mais velho somado a isso o que acontecera no templo. Deuteros seguia atrás calado.

- Não vai se culpar por isso. – Kanon tocou no ombro do irmão.

- E no fim não é? – Saga nem o olhou.

- Para de se culpar por tudo que acontece. Eu tive a maior parcela de culpa. Eu que instiguei seu outro lado.

Deuteros mais atrás, escutava atentamente.

- No fundo eu tive culpa sim Kanon.

- Vamos resolver isso, não se preocupe.

Entraram deixando o geminiano do passado pensativo.

 

----Touro-----


Selinsa que não tinha ido a reunião ficou preocupado ao ver a expressão de Aldebaran, queria mostrá-lo sua solidariedade, mas estava sem jeito. Quando ia dizer alguma coisa calou-se ao vê-lo passar direto para o quarto.

- Deixe-o. – Hasgard tocou no ombro dela. – ele precisa de tempo.

Ela concordou.

 

---Áries----


Mu não pronunciara palavra alguma desde que saíra do templo. Chegara à primeira casa indo direto para o quarto. Sabia que não era hora para recolher-se, pois o inimigo batia a porta, mas lembrar que seu mestre tinha sido morto e que não fizera nada era decepcionante. Precisa de um tempo para recuperar-se.

 

----Templo de Atena----


Marin tinha se recolhido ao seu quarto. Deixou o corpo cair de forma pesada na cama, retirando a mascara. Tudo que estava acontecendo parecia um pesadelo. Atena e os outros mortos era algo inconcebível.

- Entre. – disse ao ouvir batidas a porta.

- Atrapalho? – era Lara que abrira um pouco a porta.

- De maneira alguma.

A loira fechou a porta atrás de si, sentando na outra cama. Trazia o rosto descoberto.

- Eu sinto muito pelo o que aconteceu.

- Falhamos. Não estávamos lá quando Atena mais precisou.

- Não tem culpa. Alias nenhum de vocês.

- Alem do santuário ainda destruíram a vila... pessoas inocentes morreram....

Lara ficou em silencio. Também sentiria o mesmo se Rodoria fosse destruída.

- Vamos eliminá-los. – disse tentando animá-la. – e ainda encontraremos uma maneira de voltarem para o futuro.

- Como se isso fosse valer de alguma coisa... – murmurou. – mas agradeço. – sorriu.

- Vamos vencer. – levantou indo ate a ruiva. – vamos conseguir. – a abraçou.

A tarde findou nesse clima de tristeza para os dourados e preocupação para os cavaleiros. Sage e Hakurei estavam trancados tentando encontrar a melhor estratégia.

Em leão Áurea e Lithos estavam um pouco mais calmas, Regulus havia feito um chá e tentava animá-las. Shion resolveu ir embora sem antes lançar um olhar piedoso para Áurea. Aioria estava trancado no quarto.

- Preciso fazer alguma coisa. – disse o leonino mais novo, colocando as xícaras na pia. – será que...

Deixou as coisas como estava indo para o templo. Passou por fora das casas para ganhar tempo. Esperou que Sage terminasse a reunião com seu irmão para lhe falar.

- Mestre. – fez uma leve mensura.

- Aconteceu alguma coisa Regulus?

- Vim lhe fazer um pedido.

- E qual seria? – Hakurei estava curioso.

- Aioria relatou tudo para as meninas.

- E como a Áurea está? – o cavaleiro de Altar adiantou-se.

- Deprimida, afinal Rodoria foi destruída.

Hakurei abaixou o rosto.

- O que quer pedir Regulus? – indagou Sage de olhos parados no irmão.

- Sei que não é o melhor momento, mas queria permissão para levá-las ate a vila. Para se distraírem.

Os dois irmãos trocaram olhares.

- Está bem. – Sage concordou – mas apenas por uma hora. Leve Albafica e Shion. Se alguém mais quiser ir, mas que não vá dois cavaleiros da mesma casa.

- Sim mestre. Não irei ultrapassar o tempo estipulado.

- Eu não permitirei. – Hakurei deu um passo. – vou com vocês.

Sage o fitou imediatamente, o irmão apenas acenou, saindo na companhia de Regulus.

Poucos aceitaram a acompanhar Regulus a vila, Albafica, que queria distancia de Afrodite, Sísifo, que soube que Lithos iria, Asmita e Shaka, que queria fazer uma caminhada causando estranheza, as meninas, Aioria não quis ir, Kanon, Aldebaran, Hasgard não estava a fim de ir ainda mais quando soube que o virginiano iria chegou ate em cogitar a ir ao saber que Shaka também iria, mas acabou desistindo, mas pediu que Selinsa acompanhasse o amigo do signo, pois o julgou triste e Shion. Marin e Lara quando souberam seguiram o grupo.

 

X.x.X.x.X.x.X


Miro que tinha ido para o quarto ao sentir o cosmo de Regulus foi para a sala, escutou o pedido do pequeno leonino, mas recusou. Não tinha clima para se divertir, tinha que pensar numa maneira de se vingar. Deitou no sofá passando a fitar o teto.

Kárdia continuava na sala treinando, o saco de areia já estava todo furado esparramando todo o conteúdo no chão toda vez que ele dava um soco. Apesar de tudo trazia um fino sorriso nos lábios, finalmente teria uma luta onde poderia usar seu poder ao maximo. Sorriu ainda mais ao se dar conta que sua unha mataria um titã.

- Perfeito!

Seu cosmo queimava lentamente ao redor e crescia a cada minuto e com isso seu coração batia rapidamente.

- "Contra os titãs" – estava excitado. (no bom sentindo ^ ^) O corpo estava quente principalmente seu coração. Quando foi para desferir um soco perdeu as forças indo ao chão. Suava muito e a dor no peito talhava os sentidos.

- Droga...

Com muita dificuldade levantou, sabia que precisava da ajuda do aquariano, mas era extremamente orgulhoso para aceita-la.

- Preciso apenas de ar puro.

Saiu indo para a sala. Tentava andar normal e endireitou o corpo ao ver Miro no sofá.

- Folgado! Vai quebrar o meu sofá.

- Não amola. – nem o olhou.

- Sai logo do meu sofá! Só eu posso deitar nele!

- Que garoto mimado...

- Garoto o que?? – já ia avançar, contudo sentiu uma pontada no coração, por pouco não caiu.

- Garoto mimando. – disse novamente. – você é muito criança. – o olhou. – Kárdia...? – estranhou a brancura do rosto dele. – o que...

- Vai para o inferno! – gritou tomando o rumo da saída.

Miro não entendeu nada, mas achou esquisito o tom da pele dele.

Na medida do possível subia com certa velocidade, não queria ter que depender de Dégel, mas em prol de sua grande batalha, não poderia morrer de forma tão estúpida. Tinha esse motivo também, mas a dor também era inebriante.

Na décima primeira casa, Kamus lia um livro na sala e Dégel estava trancado em sua biblioteca fazendo uma pesquisa. Se seus adversários eram os titãs tinha que descobrir o maximo sobre eles.

Trajava roupas simples, mas o objeto que lhe conferia ar intelectual, o que era verdade, era seus óculos de leitura. Estava de pé diante de uma enorme estante que chegava ate o teto. Ele possuía a coleção mais completa de toda Athenas e constantemente Sage lhe pedia ajuda. Dominava alem de sua língua natal, o russo, o grego, latim... possuía instrumentos de causar inveja a qualquer observador dos astros e entendia dessa ciência como ninguém. Não era atoa que era considerado o homem mais inteligente do santuário. Ele não se gabava por isso, dizia que se sua inteligência fosse útil a Atena já era mais que suficiente.

Kamus virava a pagina quando sentiu o cosmo de Kárdia, estranhou, ele vibrava de maneira intensa e desgovernada.

- Boa noite Kamus. – deu um sorriso. – maldito frio. – estremeceu.

- Boa noite. – fechou o livro observando atentamente. Ele estava pálido e não era a primeira vez que o via assim. – algum problema?

- Nenhum. Dégel?

- Biblioteca.

- Não sei porque perguntei. – suspirou entediado. – não sei por que gosta daquela velharia. Aquele mofo me provoca espirros.

- São livros preciosos.

- Huf. Velharia. Fazer o que? – deu nos ombros dirigindo-se para o corredor.

- "Tem algo errado." – pensou.

Ao sair das vistas do aquariano apertou o passo, a dor estava insuportável e nem sabia como conseguira disfarçar diante do cavaleiro.

A porta estava fechada e nem bateu entrando direto.

- Kárdia.. bata na porta... – Dégel fechou o livro.

O escorpião nem respondeu. De rosto sério aproximou do amigo e sem cerimônia, pegou na mão dele levando ate o coração.

Dégel o fitou surpreso antes de começar a liberar seu cosmo. Sabia do orgulho do escorpião e pelo fato dele está ali era porque a dor era forte do contrario não prestaria a "tal humilhação" como sempre dizia.

Kárdia sentiu um alivio imediato.

- Melhorou?

- Sim. – respondeu sem olhá-lo.

- Estava forte não estava?

- Sem interrogatórios. – virou o rosto.

- Tudo bem. – continuou o tratamento que durou cerca de cinco minutos. – pronto.

- Obrigado. – torceu o nariz. – o que esta pesquisando? – o fitou. – esses seus óculos são ridículos!

- Sobre os titãs. – ignorou o comentário abrindo o livro.

- Não precisa pesquisar. É só matar. – aproximou da mesa, dando tapinhas no globo terrestre, fazendo o girar.

- Vai quebrar.

- Isso é divertido. – deu um mais forte quase derrubando-o. – ops.

- Se afaste da mesa. Se afaste dos meus livros.

- Afaste da mesa... – imitava a voz de Dégel. – afaste dos livros... ai. Ai, que medo.

- Pelo visto melhorou. Se não tem nada para fazer vai dar uma volta e me deixe trabalhar.

Sentou numa poltrona de veludo. Kárdia bufou, mas sentou no chão de frente para ele. Seguiu alguns minutos de silencio, minutos esses que irritavam o escorpião. Para se distrair começou a arranhar o chão com sua unha provocando um ruído incomodo. O aquariano tentou ignorar, mas na quarta vez.

- Kárdia, por favor.

- Esse silencio incomoda.

- Vai ler um livro. – pegou um em cima da mesa. – esse fala de batalhas. Leia.

- Ler... – pegou a contra gosto. – odeio ler. – abriu vendo algumas figuras e bem de seu gosto, batalhas sangrentas. – olha esse é interessante. – deitou no chão passando a ler.

Novamente silencio que desta vez incomodou Dégel. Era estranho o escorpião silencioso por mais de cinco minutos.

- Gostou?

- Hum....

Arqueou a sobrancelha, pelo menos podia completar sua leitura.

No santuário todos se perguntavam como o intelectual aquariano dava tão bem com "ignorante", como muitos chamavam Kárdia. Era uma relação sem fundamentos que os dois simplesmente explicavam: "somos amigos." Dégel via em Kárdia como irmão mais novo e ele por sua vez via no aquariano como irmão mais velho.

- "É uma criança mesma." Pode levar o livro se quiser.

- Posso mesmo? – os olhos brilharam.

- Às vezes tenho duvidas se é um cavaleiro. Leva.

- Te devolvo amanha. – levantou as pressas. Gostara do livro, mas aquele frio todo estava incomodando. – até. – acenou saindo.

- "Ele vai perder esse livro." – suspirou desanimado.

Na sala Kamus continuava a leitura.

- Ate amanha Kamus.

- Ate.

Kamus o acompanhou com os olhos ate ele desaparecer no corredor. Achara tudo estranho. Antes notara a palidez no rosto do escorpião e agora ele parecia bem, fora que sentira o cosmo de Dégel elevar-se um pouco.

- "O que eles escondem?"

 

X.x.X.x.X.x.X


O grupo se encontrou na entrada da vila. Hakurei, junto com Lara e Marin os aguardava. A noite realmente estava propícia a um passeio, as estrelas brilhavam no céu e uma brisa suave refrescava o ambiente. Sentaram na praça central da vila. Havia muitas pessoas na rua, crianças brincando, pequenas barracas, um cenário tranqüilo. Albafica, contudo, não achava graça naquilo, preferindo se afastar.

- Ele não gosta muito de andar em grupo. – disse Aldebaran.

- É. – Selinsa concordou.

- Garotas, - Lara levantou. – vou buscar algo que vão adorar. Não demoro.

- Eu vou com você. – disse Kanon.

Lara o fitou imediatamente.

- Não precisa.

- Se você vai trazer para elas eu trago para os homens. – deu o seu melhor sorriso. – justo.

- Mas....

- Terá uma ótima companhia. Eu sou uma pessoa excepcional.

- Seu ego é gigantesco Kanon. – Deba abafou o riso.

- Nem tanto. Vamos Lara?

A amazona continuava incrédula, como ele se atrevia a falar daquele jeito.

- Pode deixar eu não...

- O prazer é todo meu. – a tomou pelos braços.

Lara estremeceu ao contato.

- Eu sei andar. – tentava não corar.

- Então vamos.

Saíram sobre os protestos dela.

- Kanon não aprende. Continua o mesmo abusado. – Shaka os fitava com desaprovação.

- Ela vai dar uma boa surra nele. – Aldebaran riu. – deixa ele apanhar.

- E vai mesmo. – disse Sísifo. – ela é geniosa.

- Demais. – concordou Hakurei e Shion.

- Só há ela de sacerdotisa senhor Hakurei? – indagou Lithos.

- Sim. Amazonas tem sido cada vez mais raras.

- No santuário alem da Marin tem a Shina... – iniciou Áurea para silenciar. – no santuário...

Lithos se lembrou de todos, ficando com os olhos marejados.

- Eu vou procurar por água. Não demoro. – saiu correndo.

- Ela deve está sentindo muito a perda de Aiolos. – disse Shaka, fazendo outro sagitariano prestar atenção. – afinal viveu mais tempo com ele.

- Deve mesmo. – concordou Marin.

- Eu queria que Aioria viesse. – disse Regulus. – perder o irmão desse jeito.

- Por duas vezes. – observou o taurino.

- Duas vezes? – indagou Hakurei.

- Longa historia... – Marin levantou. – vou ver como ele está. Diga a Lara que depois seguirei direto para o templo.

Asmita que fingia não prestar atenção na conversa, não gostou do suposto consolo.

- Vou andar por aí. Não me esperem.

- Cara esquisito... – murmurou o leonino.

- Eu vou atrás da Lithos. – Áurea levantou. – não demoro.

- Sísifo, não é melhor darmos uma olhada pela vila?

- Shion... – ele ia negar, mas teve uma idéia. – claro. Voltaremos rápido senhor Hakurei.

Internamente Sísifo sorria, Shion não sabia, mas tinha ajudado-o muito, mas, mal ele sabia que aquele era um simples pretexto por parte do ariano.

- Talvez seja melhor averiguar. Aldebaran e Regulus venham comigo. Selinsa e Shaka fiquem aqui esperando os outros.

- Sim.

- Cla-ro... – a grega gaguejou.

Lara x Kanon

- Quer me soltar? – a amazona deu um beliscão em Kanon.

- Só quero ser gentil, não precisa bater.

- Eu sei me cuidar muito bem.

- Só quero ser gentil.

- Se viesse do Saga até acreditaria.

- Por que dele?! – a olhou incrédulo.

- Ele parece ser um homem respeitoso e gentil. Alem de educado.

- Blá, blá, blá.... um chato você quer dizer.

- Não é grosseiro como você.

- Mas é dos grosseirão que vocês gostam.

Sem que ela esperasse, Kanon a pegou pela cintura trazendo-a para perto de si. Lara gelou com o contato para depois corar, sorte que tinha colocado a mascara logo que se distanciou do grupo.

- Me... sol-ta... – gaguejou.

- E se eu não quiser? – aproximou seu rosto do dela.

- Não brinque comigo. – a voz ficou fria e num movimento rápido lhe deu um soco no estomago.

- Doeu... – o geminiano caiu de joelhos. – exagerou.

- Me respeite Kanon de Gêmeos. Sou uma sacerdotisa de Atena.

- Desculpe... – a dor era forte.

- Mais uma gracinha te mato sem piedade. – saiu pisando duro.

- Entendi.... – levantou, mas a dor não diminuiu. – ela é bem forte. – deu um sorriso travesso. – que mulher.

 

Marin x Asmita


Marin caminhava lentamente em direção a primeira casa, trazia sua mascara na mão querendo sentir a brisa suave em sua face. Cruzou os braços sobre o corpo diminuindo ainda mais o passo. Não parava de pensar na amazona de cobra e nos outros, friamente mortos. Deu um suspiro ao se lembrar da alegria de Aioria ao ter seu irmão de volta.

- É injusto... – deixou escapar.

Tão compenetrada em seus pensamentos que não notou alguém vindo em sua direção.

- Boa noite amazona de águia.

A grega ergueu o rosto.

- Asmita...? Não estava com os outros?

- Resolvi caminhar. Não está uma bela noite? – olhou para o céu.

- Sim... – fez o mesmo movimento. – vou indo.

Recomeçou a andar passando por ele.

- Vai consolar o leonino? – havia um pouco de sarcasmo na pergunta.

- Ele perdeu o irmão, nós perdemos companheiros. – parou olhando para trás

- Ate imagino o tipo de consolo...

- Aioria e eu crescemos juntos. – a voz ficara um pouco alterada, não gostava do tom de voz dele. – passamos por dificuldades juntos principalmente eu de origem asiática. Devo a ele gratidão.

- Só gratidão? – deu um sorriso sarcástico.

- Você deveria aprender com Shaka sobre sentimentos, já que não os possui. É apenas uma casca vazia, cavaleiro.

- É bem atrevida.

- E você um arrogante. Cuide de sua vida.

Deu as costas, mas assustou ao vê-lo na sua frente.

- Quer dar licença?

Asmita sorriu recuando um pouco o corpo. Marin faltou atropelá-lo, contudo nem deu tempo. O virginiano a pegou pelo braço, segurando sua cintura e no seguindo posterior a beijou. Marin tentou separar-se dele, mas foi cedendo, ainda mais quando o cheiro de incenso invadiu suas narinas. Era forte, muito forte e ao mesmo tempo mexia com seus nervos. Asmita a trouxe mais para si intensificando o contato. Nunca planejara fazer aquilo, principalmente com uma pessoa tão irritante, mas ela exercia algo sobre ele.

Recuperando a razão, a amazona deu um empurrão nele.

- Seu idiota! Quem pensa que é? – estava irritada.

- Esse drama todo porque fui eu a te beijar e não o Aioria?

- Cretino!

- Vai consolá-lo ele vai gostar.

Deu as costas saindo. A amazona teve que se controlar para não voar em cima dele.

- Você me paga!

- Só quero ver! – gritou de longe. – "tola."

 

Lithos x Sísifo


Lithos caminhava sem rumo, dera aquela desculpa para que eles não a vissem chorando. Estava abalada pela morte de todos principalmente de Aiolos. Gostava dele da mesma maneira que gostava de Aioria. Para ela os dois eram seus irmãos.

- Lithos...

A garota olhou para trás deparando-se com Sísifo. O cavaleiro a fitava com o rosto sereno.

- Sísifo...- As lagrimas logo vieram.

Ela o abraçou com força deixando as lagrimas escorrem com vontade. Precisava de consolo, precisava dele. Ele a envolveu dando todo o apoio que ela precisava.

- Vai ficar tudo bem.

- Eles estão mortos... – dizia com voz embarcada. – todos.... o Aiolos....

Escutar aqui fez o coração dele balançar. Não era possível que ela....

- Ele significava muito para mim.

- Eu imagino... – a voz saiu entristecida.

- Era como um irmão.

- Irmão?

- Sim... – o fitou. – ele era meu irmão e agora....

- Calma.... – enxugava o rosto dela com as mãos. – vai ficar tudo bem. Os titãs serão punidos por isso.

- Tenho medo que isso se repita, não quero perder mais ninguém.

- Prometo que não vou deixar que isso aconteça.

 

Albafica x Athina


Fazia muita força para não deixar a cesta cair. Estava acostumada a carregar pesos, mas aquilo era alem da conta.

- "Devia ter pedido ajuda ao papai." – pensou Athina já com os dedos vermelhos.

Às vezes parava para pegar fôlego para em seguida continuar seu trajeto e nesse anda e para não notou que uma pessoa caminhava em sua direção. Sendo atentamente observada.

- O que faz aqui sozinha? – a voz saiu fria.

A grega ergueu o rosto deparando-se com o cavaleiro de Peixes.

- Senhor Albafica... boa noite.

- Não deveria andar sozinha.

- Só fui buscar algumas coisas.

- Vou te levar para a casa. – disse dando meia volta.

A garota continuou parada. Piscou algumas vezes para ter certeza que ouvira mal.

- O senhor o que?

- Anda não tenho tempo a perder.

- Sim... – sussurrou espantada.

Colocou mais força na mão e o seguiu, como sempre num completo silencio. A principio o peso não incomodava diante da surpresa em tê-lo perto de si, contudo suas mãos já doíam. Albafica percebeu que aquele objeto deveria estar pesado demais para mãos tão delicadas, mas não podia ajudá-la, o menor contato e a cesta ficaria contaminada.

Lembrou-se que tinha algo no bolso tirando-o.

- Deixe a cesta no chão.

- Como? Por quê?

- Faça rápido.

Obedeceu. De posse do lenço envolveu a alça de forma que sua mão não tocasse.

- Não precisa se incomodar... – estava incrédula.

- Estava pesada. – voltou a andar.

Athina não se moveu perplexa demais pelo que tinha acontecido.

- Anda logo Aza. – disse sem se virar.

Arregalou os olhos ao ouvir aquilo. Como ele sabia daquele apelido de infância? A ultima vez que o escutara foi pouco antes de sua mãe morrer, desde aquele dia nem seu pai o pronunciava.

- O que disse?

- Para você andar rápido, Aza. – a fitou sem entender.

Ele falara de novo. A garota esboçou um grande sorriso. Adorava aquele apelido ainda mais na boca do cavaleiro.

- Estou indo!

Albafica a observava de rabo de olho havia chamado sem querer pelo apelido de infância dela e não queria se permitir tal intimidade. O trajeto foi curto e na porta dela ele colocou a cesta no chão.

- Entre.

- Obrigada. Deixe-me lavar seu lenço a cesta estava suja.

- Não é necessário.

Guardou o objeto seguindo rumo ao santuário.

Athina entrou com um grande sorriso nos lábios.

- Quem estava com você? Escutei uma voz. – o pai estava à mesa.

- Só um amigo que me ajudou com a cesta.

- Não devia ter pedido para você ir buscar, olha só o peso. – disse assim que segurou o objeto.

- Não foi nada papai.

- Agradeça a seu amigo por mim.

- Quando tiver uma oportunidade direi.

 

Áurea x Shion e Hakurei


Áurea andava pelas ruas da vila, havia dado a desculpa que iria atrás de Lithos, mas na verdade queria ficar sozinha. Estava muito abalada pela morte de seus pais.

- "Eu não pude fazer nada..." – pensou.

Tentou conter as lagrimas, mas não conseguiu principalmente ao ver uma construção. Inconscientemente fez o trajeto que levava ate sua casa. Por se tratar de uma construção antiga a fachada seguia o modelo do século XVIII, o século que estava.

- Ela sempre existiu....

Tirando as lamparinas que ficavam perto da porta ao invés de lâmpadas, aquela era a casa de Áurea.

- Era a sua casa?

A grega olhou para o lado deparando-se com o cavaleiro de Altar que fitava a construção.

- Sim. – limpou o rosto. – preservarmos a fachada.

- É uma bonita construção.

- Sim...

- Sinto muito pelo o que aconteceu a seus pais.

- Eu sei.

Seguiu alguns minutos de silencio e Hakurei não queria quebrá-lo.

- Nem pude me despedir. Ficamos tantos anos afastados do santuário e quando voltamos... é injusto.... somos simples moradores. Sei que não é correto o que vou dizer, mas não temos nada haver com a batalha de vocês.

- Entendo o que sente. Nem sempre o mundo é justo.

- Estávamos tão felizes por retornar e agora.... e agora.... – as lagrimas voltaram. – eu não tenho mais ninguém...

Áurea o abraçou e ele não negou aconchego, perdera os companheiros de forma violenta entendo muito bem o que ela sentia.

- Vai ficar tudo bem. – alisava os cabelos prateados.

Não havia ninguém na rua que estivesse presenciando a cena, com a exceção de um par de olhos roxos encobertos pela escuridão.

Shion observava tudo num misto de compaixão e raiva. Estava triste pelo o que aconteceu a Áurea e queria ajudá-la, foi nesse intuito que resolveu ir atrás, mas deixou esse sentimento de lado ao vê-los. Sentiu o cosmo do mestre, mas jamais pensou que ele estaria com ela. Aproximou um pouco, já que seu tinha ocultado seu corpo.

No fundo queria que fosse ele a abraçá-la. Deu meia volta, indo para perto dos companheiros.

 

Shaka x Selinsa


Selinsa estava com o rosto baixo, era constrangedor ficar ao lado dele, apesar de estarem sentados um pouco afastados. Fitava o chão e torcia para volta de todos.

Shaka, de olhos fechados, respirava tranquilamente. Claro que a presença dela mexia com ele, mas não poderia deixar-se levar por qualquer sentimento.

- Eu sinto muito pelo o que aconteceu na sua época. – disse, mas sem olhá-lo.

- Eu sei... foi algo horrível.

- Os titãs parecem ser extremamente fortes.

- Mais do pensa.

- Me desculpe por hoje. – abaixou ainda mais o rosto.

- Pelo....? – a fitou abrindo os olhos.

- É que eu... – o olhou corando por debaixo da mascara. – eu não agi como uma amazona perante o inimigo. Demonstrei minha fraqueza ao segurar seu braço.

- Estava com medo não é?

- Um pouco.... nunca tinha sentindo cosmos como os deles.

- É natural que se assuste. Ainda é uma aspirante e nunca tinha visto um deus de perto.

- Eu sei, mas...

- Não se preocupe com isso. Preocupe-se em apenas treinar para nos ajudar a vencê-los.

- Mesmo que eu quisesse nunca vou chegar ao patamar deles. – fitou o chão.

- Nada é impossível para os cavaleiros de Atena.

Disse firme o que fez que ela o olhasse.

- Mas se isso não bastar. – ele levantou. – não importa o que estiver no meu caminho, - começou a andar. – enquanto eu viver, você estará protegida. Boa noite.

Selinsa o olhou surpresa, não tinha entendido bem as palavras dele, mas gostou de escutá-las.

 

X.x.X.x.X.x.X


A noite seguia tranqüila e o amanhecer estava próximo. No horizonte o sol apontava mostrando que o novo dia seria ensolarado. Nas doze casas seus moradores ainda dormiam e na vila algumas pessoas já estavam de pé para o inicio das tarefas diárias.

Tinha tudo para ser um dia normal se não fosse por uma figura misteriosa próxima ao lugarejo. Seus olhos vis observavam as construções e primeiras fumaças lançadas pelas chaminés.

- Mais um dia tranqüilo para esses insignificantes... – sorriu com escárnio. – humanos patéticos.

A armadura negra brilhou ao contato com o sol. O ar imponente levava a crer que se tratava de uma figura divina.

- Hora de despertar.

Créos ergueu sua cimitarra e com um pouco de cosmo disparou contra a vila. O estrago foi instantâneo e estrondoso: um quarto da vila havia sido varrido, fora os incêndios que começaram a se alastrar.

- Foi divertido.

A figura desapareceu.

No santuário acordaram com o barulho. Sage levantou depressa indo para o salão principal.

- Mestre Sage. – um guarda aproximou ajoelhando.

- O que houve?

- A vila foi atacada.

- Por quem?

- Não sabemos.

- E como...- temia a pergunta, pois no intimo já imaginava quem os atacara. - os estragos...?

O rosto do soldado ficou sombrio.

- Um quarto da vila foi dizimado.

 

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Continua.....


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Notas finais do capítulo

Tradução capitulo XI : Quem tem inimigo, não dorme



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