Alleine In Die Nacht escrita por Maty


Capítulo 25
Capítulo 25 - Destino




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    Me despedi de Gordon e minha mãe com um abraço e segui, dessa vez sozinho, até as portas do hospital. Carlos, o novo enfermeiro estranhamente calado, me acompanhou até meu quarto. Deixei meu corpo cair no colchão confortável da minha cama e encarei o teto por alguns segundos antes de levantar e entrar no chuveiro.  O banho quente e demorado me deu tempo o bastante para esfregar minha pele com força, na esperança de limpar também a raiva, frustração e memórias desagradáveis que enchiam meu corpo inteiro.

 

    O dia foi longo, mais longo do que eu esperava. Quando Gordon veio me buscar eram apenas 7 horas da manhã e agora já passavam das nove da noite. Foi bom passar um tempo com meus pais e amigos depois do tribunal, mas eu não estava no melhor dos climas para isso. Limpei o espelho embaçado com minha mão direita, meu rosto estava cansado e provavelmente o mais apropriado era que me deitasse e dormisse logo. Mas eu não conseguia deixar de pensar que talvez tudo o que eu precisasse era da minha dose diária de Arabella.

 

     Pela primeira vez eu fui até sua janela. Fazendo como tantas vezes ela me explicara. Andei até o fundo do jardim, tão no fundo que eu podia encostar minha mão no muro, e dei a volta na construção me escondendo nas sombras das árvores. Contei até a nona janela, e bati de leve para não chamar a atenção de mais ninguém. Dei alguns passos para trás e esperei até que ela abrisse a janela.

 

-Olá! – tentei sorrir. Mas como não sentia vontade de sorrir apenas puxei meus lábios um pouco para o lado e dei as costas andando até os fundos do jardim novamente, onde ninguém poderia nos ouvir. Arabella andava séria atrás de mim. – Tudo bem? – me joguei na grama, ela se sentou ao meu lado e me encarou em silêncio por alguns segundos. Tinha os olhos arregalados, emocionados, surpresos e nervosos. Tudo ao mesmo tempo.

 

-Você... – apontou seu dedo em direção ao meu rosto. – Como faz isso comigo?! – começou a socar meu peito, olhando para baixo para desviar seus olhos do meu. – Eu pensei que você tivesse ido embora!! Achei que nunca mais voltaria! Como vai embora e não me avisa!? Achei que tivesse me deixado!! – me inclinei para trás. – Não faça mais isso, idiota!!! Nunca mais me deixe desse sem avisar desse jeito!!! – segurei seus pulsos.

 

-Para de me bater! – exclamei irritado. Respirei fundo, estava com raiva por tudo que me aconteceu hoje. Arabella não tinha culpa de nada disso. – Desculpa não ter avisado, não achei que Gordon ia passar para me pegar tão cedo. – soltei seus pulsos com cuidado e ela os levou primeiro até seus olhos, e então deixou-os cair ao lado de seu corpo. Ainda se negava a olhar para mim. – E nunca mais seja boba o bastante para considerar a hipótese de que eu te deixaria. Eu já te disse que nunca faria isso! Agora que te achei sou incapaz de deixá-la! – ficamos os dois em silêncio, ofegantes e irritados. – Hoje eu fui obrigado a rever o homem que matou meu irmão... Seu nome é Alouis Conrado. – sussurrei me encostando á arvore. Arabella finalmente levantou o rosto e olhou para mim.

 

-Como foi?

 

-Eu senti raiva... E medo de ter que encará-lo tão de perto novamente. Ele tinha os mesmos olhos vazios. – suspirei. – Passei grande parte da tarde lá, e no fim ficou decretado que ele passará um longo, longo tempo na cadeia pelo que fez com o Tom. – levantei o rosto e olhei para ela, sua expressão já não estava irritada, estava preocupada e sensível ás minhas palavras. – Eu achei que quando isso acontecesse, quando eu o fizesse pagar pelo que fez ao meu irmão me sentiria melhor. Achei que quando ele estivesse arrependido pelo menos uma parte da minha raiva ia sumir. Mas não sinto nada de diferente. Isso me deixa frustrado.

 

-Você é um bobo se achou que trancá-lo em algum lugar pagaria pela morte de uma pessoa. E foi mais bobo ainda se achou que fazê-lo se arrepender de alguma coisa o faria se sentir melhor. – tocou meu rosto e sorriu. – Aquele homem é só mais um homem. Não importa o que ele faça não mudará nada em relação ao Tom ou ao que você sente.

 

-Eu tenho tanto ódio dele, Bells. – franzi o cenho fazendo força para não chorar. – Aqui dentro... – toquei meu peito. – Eu sinto que todo o tempo que ele terá de passar na cadeia não é o bastante. Uma pessoa trancada não equivale a uma vida tirada, certo? Principalmente a vida de uma pessoa como o meu irmão.

 

-Não... Mas nós não podemos matar todo mundo que mata alguém, podemos? Você mesmo me disse que ele estava bêbado. Se ele se arrependesse, valeria a pena matá-lo mesmo assim?

 

-Ele me pediu perdão... Antes de ser levado tocou em meu braço e me pediu perdão. – lembrei da cena e instintivamente toquei a parte de meu braço que foi apertada pela sua mão. – Eu não consegui perdoá-lo, Bells. Não depois de tudo que ele me fez passar, não depois de ter arrancado á força uma metade de mim daquela maneira!

 

-Talvez tudo aconteça por alguma razão... Talvez já esteja tudo escrito. Talvez seja tudo destino. Já pensou assim? – se deitou sobre meu peito. Gostava de saber que já estava tudo bem entre a gente de novo. Arabella ficava irritada facilmente, mas também perdoava com facilidade. È assim que são as crianças, certo? – Eu penso muito assim desde que te conheci.

 

-O que você pensa?

 

-Minha irmã conheceu esse cara rico, e por causa dele que eu estou aqui. Mas também foi por causa dele que ela me deixou e foi para longe. Às vezes o destino o colocou no caminho dela para fazê-la mais feliz, para ele me colocar aqui e eu conhecer você... E a levou para longe para que um dia eu possa ser colocada á prova e perdoá-la.

 

-Você a perdoaria? Por te deixar?

 

-Ela não esqueceu de mim. Manda presentes de vez em quando... Todo mundo tem que ser capaz de perdoar. Eu posso perdoar tudo com facilidade, mas quando penso na minha irmã, sinto raiva. Talvez ela tenha ido para longe para que eu aprendesse a perdoar.

 

-E quanto á mim? Por que tudo isso aconteceu comigo? Por que o destino ia querer me fazer sofrer tanto?

 

-Eu acho... – passeou com a ponta de seus dedos pelo meu tronco. – Eu acho que o destino mandou seu irmão embora para que você deixasse de ser tão dependente. Para que você pudesse andar sobre seus próprios pés sem o apoio dele. Eu acho que ele colocou esse tal de Alouis na sua vida para você também aprender a perdoá-lo por matar seu irmão. São coisas difíceis de perdoar, mas se conseguirmos isso faria de nós pessoas melhores, certo? – ela olhou para mim e sorriu. Levei minha mão aos seus cabelos e lhe beijei carinhosamente.

 

-Talvez o destino tenha levado o Tom embora não só para me ensinar a ser independente. Mas também para que eu pudesse te encontrar... – acariciei suas maçãs do rosto. – Por que nenhuma outra pessoa no mundo seria capaz de me fazer sorrir novamente. Somente você.

 

-Você sempre esteve escrito no meu destino. O homem que me ensinaria a amar e ser grande. – me beijou, e eu me deixei envolver pelo seu gosto doce e toque delicado. Ela desencostou nossos lábios e juntou sua testa á minha. – E eu estava escrita no seu destino, como a menina que lhe ensinaria a sorrir de novo.


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Notas finais do capítulo

Meeeu Deeeus!!
desculpem desculpem desculpem pela demoraa!!!! O_o   tava sem internet em casa...
e quando ela volto eu tava viajando
xP   boom... prometo postar com mais frequencia!
pelo menos essa semana que eu acho que vo te mais tempo livre   eu acho que esse é um dos meus capítulos favoritos hihi espero que vcs gostem!



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