Alleine In Die Nacht escrita por Maty


Capítulo 23
Capítulo 23 - Apaixonado




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    Abri os olhos naquela manhã e apesar de ter dormido menos de 2 horas, uma estranha energia tomava conta de todo meu corpo. Pulei da cama e pela primeira vez não liguei o chuveiro. Se fosse me arrumar do jeito que a Arabella queria não ia dar tempo de tomar banho. Agarrei a lata de laquê que mamãe colocara na mala, e eu nunca usei, e aos poucos fui o modelando para cima. Revirei as coisas na minha gaveta procurando pela base, sombra e lápis. Fiz minha maquiagem em poucos minutos, não chegava nem perto da maquiagem que Natalie fazia, mas já era o bastante.

 

-Eu vou dar pesadelos para ela esta noite... – sussurrei sozinho enquanto terminava de arrumar o cadarço da minha bota. – Para Arabella e a clínica inteira. Frankie vai chorar... – pensei no paciente com síndrome do pânico, ele chorava por qualquer coisa.

 

-Ah meu Deus!! –  Genevieve exclamou detrás de seu balcão. – Bill?!!

 

-Bom Dia, Vih... – sorri a cumprimentando com um beijo na bochecha.

 

-Eu já tenho um autógrafo, mas com você vestido assim bem na minha frente eu vou precisar de uma foto. – revistou seu uniforme á procura do celular. Correu até a parte da frente do balcão e pediu para uma outra enfermeira tirar a foto. – Por que a mudança?

 

-Arabella pediu... Eu achei que não era uma boa idéia, mas quando ela coloca alguma coisa na cabeça é um inferno! È realmente muito difícil falar que não.

 

-Vocês dois se tornaram muito próximos... – sorriu. – Mas é bom que não se tornem próximos demais! Sabe que é contra as regras.

 

-Não se preocupe com isso. – pisquei um olho sorrindo, o que aparentemente não foi o bastante para convencê-la. – Por que essa cara de preocupada?!

 

-Por que você é teimoso... Fala da Arabella, mas é igual á ela! Quando coloca uma coisa na cabeça não está nem aí para regras!

 

-Mas você também sabe que se eu quiser mesmo ter algo a mais com a Bells vou fazer isso do jeito certo, para que ninguém perceba. – Genevieve fez uma careta, que eu optei por ignorar. – Tenho que tomar o café da manhã, até logo, Vih! – sorri a abraçando e seguindo adiante até o refeitório.

 

     Parei na porta e aguardei enquanto todas as cabeças se viravam em minha direção. O olhar assustado e até mesmo um pouco admirado de todas aquelas pessoas me arrancou um tímido sorriso. Eu voltara a ser o centro das atenções. Até que ponto isso era bom? Peguei a fila para a comida me sentindo um pouco desconfortável enquanto o paciente á minha frente parecia ser incapaz de parar de me encarar. Eu podia jurar que durante todo o percurso da fila eu não vi ele piscar nenhuma vez.

 

-Bill?! È realmente você?! – Arabella perguntou tocando meu rosto com a ponta de seu dedo.

 

-Para, Bells!! Você sabe que sou eu! – empurrei sua mão, irritado, mas não consegui deixar de sorrir ao me deparar com sua expressão curiosa e espantada. – Eu disse que era diferente.

 

-Seu cabelo... Como conseguiu deixá-lo assim?! – tocou a ponto de meu moicano com a palma da mão.

 

-Com laquê. – fechei a cara a olhando com o canto dos olhos. – Você... Não gosta?

 

-O que? Claro que gosto! – riu. Aproximou-se um pouco mais e falou baixo em meu ouvido, como se estivesse me confidenciando um segredo. – Olhe ao seu redor! Todos estão com ciúmes de você, por que você está lindo! – olhei para ela e sorri. Sorri como um bobo. Sorri como apenas os apaixonados podem sorrir. Me inclinei para mais perto dela, encostando meus lábios em seu ouvido.

 

-Eu preciso me produzir por uma hora para deixar as pessoas dessa clínica com ciúmes... Você só precisa sorrir para deixar o mundo inteiro com ciumes. 

 

-Você pode estar usando maquiagem, roupas estranhas e justas e o cabelo todo para cima, mas continua sendo o Bill de sempre! – abriu um sorriso enorme. – E é por isso que eu continuo gostando de você.

 

   Naquele momento foi realmente difícil não me inclinar e beijá-la. Eu sentia vontade de mandar todas as regras daquele lugar para o inferno.

 

-Ontem eu liguei para sua mãe e ficamos um tempão conversando! – mudou de assunto. - Ela disse que ia me trazer uma surpresa...

 

-Ela está dando mais atenção á você do que á mim ultimamente. – rolei os olhos. – Sempre quis ter uma filha... Dizia que eu o Tom só trazíamos dor de cabeça.

 

-Ela sempre fala muito bem de você e do Tom para mim. Só reclama de vocês terem saído de casa tão cedo. Ela dizia que você e ele se apoiavam muito um no outro e por isso sempre foram precoces. – tentei sorrir, mesmo sem muita vontade de fazê-lo. Arabella não se incomodou com meu sorriso distorcido, a aquela altura já estava bastante acostumada com ele. Depois de alguns segundos em silêncio, sorriu e tocou com a ponta de seu dedo, a pinta logo abaixo da minha boca. – Tom também tinha?

 

-Sim... Mas a dele era aqui. – toquei o local na minha bochecha, próximo ao nariz, onde ficava a pinta do Tom. – Essa era uma das poucas coisas que nos diferenciavam. – sorri movendo meu dedo indicador da minha bochecha para a ponta do nariz de Arabella. Ela fez uma careta e com isso aumentou em 3 vezes o tamanho do meu sorriso. – Eu estou cansado, com sono, essas botas me machucam, todos estão me olhando como se eu fosse uma aberração, estou triste e desesperado por que sinto falta do meu irmão e mesmo assim quando estou com você não consigo parar de rir...

 

-Ainda está com medo de esquecê-lo? – tombou a cabeça para o lado com um bico de criança preocupada.

 

-Por mais que tente, não consigo mandar esse medo embora. – soltei uma risada incrédula e irônica. Chacoalhei a cabeça tentando tirar Tom dos meus pensamentos. – O que quer fazer hoje?

 

-Vamos assistir a um filme? Depois da minha consulta, é claro. – sorriu. – Ouvi dizer que a sala de vídeo estará vaga hoje... Escolha o filme que eu te encontro lá depois!

 

-Hum... Não sei...

 

-Qual o problema?

 

-Não sei se vou agüentar ficar ao seu lado no escuro e não te abraçar ou beijar como ontem á noite. – sorri ao notar suas bochechas corando.

 

-Não podemos fazer isso quando está claro! – exclamou. – Hoje á noite faremos tudo de novo. – soltou uma risada tímida e se levantou, pulando até a porta. Deixando um apaixonado sorrindo bobamente da cadeira do refeitório.


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Notas finais do capítulo

próximo capítulo:
 
" -Nós somos de dois mundos completamente diferentes... E apesar de querer ficar para sempre ao seu lado, não posso viver no seu mundo, Bells.
 
—Então eu deixo o meu mundo e você me mostra o seu. "
 
" -Você já não fala como uma criança... Às vezes fala como adulta.
 
—È por que eu tenho você! – sorriu, - Você é como minha pequena passagem para o mundo de gente grande. "