As vozes vindas da sala de jantar podiam ser ouvidas de todos os cantos da casa, estavam todos animados e o jantar estava delicioso.

Catarina e Petruchio entram na sala de jantar!

“Finalmente! Por onde andou Catarina? E ainda por cima acompanhada por Petruchio.”- Pergunta Batista.

“Eu fui guardar as apólices, não foi o senhor quem me aconselhou a guardá-las?”

“E quanto a Petruchio…”–Diz sem saber o que responder.

“Ora papai não tenho que lhe dar satisfações de minha vida, ele é meu marido e eu faço o que eu quiser que o senhor não tem nada haver com isso!”- Diz brava se sentando na mesa ao lado de seu marido.

Petruchio sorri orgulhoso, Batista engole um seco e faz cara feia.

Catarina observava Petruchio que se deliciava ao ver tanta comida junta!

Sorrindo ela pega no prato dele e serve com tudo o que ele gostava, depois se serve também.

Bianca observava discretamente Catarina servindo Petruchio, ela era tão atenciosa com ele, e o que mais a impressionava é que o fazia com tanto prazer e carinho.

(...)

Todos acabam de comer e se dirigem para a sala, conversar.

Petruchio decide ir dar um palavra a seu tio, ainda não o havia cumprimentado, e também não era muito boa ideia ficar perto de Catarina o resto da festa, poderiam acontecer coisas que não deviam...!

“Catarina eu vou só falar um pouco com meu tio ali, eu já volto!”-Ela acena com a cabeça.

Catarina com o ar um pouco aborrecido se dirige ao sofá, senta-se, não podia ficar muito tempo de pé por causa do peso de sua barriga, ao seu lado estavam Bianca e outras amigas conversando.

Assim que Catarina se senta Bianca pergunta, sem que as outra ouvissem:

“Você e ele…?”- Diz sorrindo.

“Eu e ele o que?”-Diz tentando se fazer de desentendida.

“Eu vi muito bem, vocês descendo de lá de cima, o que tanto faziam lá em cima, sozinhos!?”. Pergunta sorrindo.

Catarina fica vermelha, começa a abanar a perna nervosa, constrangida.

“Há você viu? Há… Não estávamos fazendo nada ora essa, mas isso não importa, é melhor mudarmos de assunto Bianca…”

“Não estavam fazendo nada e apareceram bem juntinhos, com aquele sorriso bobo, tá bom Catarina vou fingir que acredito?!”

Catarina faz um ar inocente sem saber o que dizer...

“Me conceda a honra desta dança.”-Diz Edmundo tirando Bianca para dançar.

Catarina suspira “ Finalmente! Não ia para de fazer pergunta.” pensa aiviada.
Procura Petruchio, tinha perdido de vista no meio da conversa, mas logo o encontra, estava conversando animadamente com seu amigo Celso, perto das escadas.

Ela observava-o, mal podia esperar pra passar o resto da noite e de sua vida perto dele.

Os minutos forma passando...

Catarina que continuava sentada no sofá, sozinha, comendo doces (de algum tempo pra cá seu apetite tinha duplicado ou até triplicado), já estava cansada daquela festa, nunca mais acabava. Sentia-se cansada, aquela música alta, as pessoas conversando faziam sua cabeça doer, apesar de estar sentada suas costas começavam a ressentir-se do esforço que fazia para andar, seus pés doloridos precisavam descansar.

Suspirava só de pensar que dali a algum tempo iria estar no paraíso, nos braços de seu marido como havia sonhado durante todo aquele tempo.

Petruchio sozinho no fundo da sala, bebendo um licor, observa-a. Ela parecia uma rainha ali sentada, ela se destacava de tudo e de todos,
tinha uma luz natural, que iluminava tudo a seu redor, cada gesto seu parecia tão delicado que tocava fundo em seu coração. Sorria ao vê-la comer com tanto apetite, ela realmente ficava linda grávida, não deixava de ser Catarina a Fera, mas parecia tão mais inocente, mais graciosa, mais vulnerável e sensível, tão especial.
Petruchio perguntava-se como havia tido forças pra deixa-la sozinha durante todo aquele tempo e ainda por cima grávida.

Por mais independente que ela quisesse ser precisava de alguém que a protegesse dos problemas em que se metia, que a acalmasse quando ela estava prestes a jogar um vaso em alguma cabeça, alguém que tal como ela fosse corajoso e lutador, acima de tudo alguém que a amasse como ela era, que cuidasse dela e que lhe mostrasse o que realmente era amar alguém.

Petruchio era esse alguém e muito mais, ele fez despertar dentro de Catarina, no meio de tanta revolta e de tantos sentimentos negativos, o amor que por mais que ela negasse e evitasse, tomava conta dela cada vez que pensava nele, se manifestava quando estavam um perto do outro.

Petruchio já nem podia olhar pra ela, se o fizesse não ia resistir! Iria ter com ela e leva-la naquele preciso momento para casa.

Sem que ele esperasse:

Ela se levanta lentamente vai até ele discretamente sem que ninguém reparasse. Se encosta nele deitando sua cabeça em seu ombro, ele abraça-a e beija sua testa.

“Já tá cansada meu favo de mel?”

“Hum, hum…”- Diz fechando os olhos, aliviada por se sentir melhor em seus braços.

Pega o copo de licor de sua mão, pousa-o em cima da mesa e puxa-o para o canto da sala, onde ninguém os via.

(...)

Ele se senta na poltrona que lá havia, ela ensonada se senta no colo dele, abraça-o, deita sua cabeça em seu peito fechando os olhos.

Catarina já nem estava preocupada se alguém os visse, só estava cansada e queria ficar perto de seu marido. De olhos fechados ela dizia.

“Petruchio? Passa a mão no meu cabelo, passa…”- Pedia com voz de sono, meiga.

Ela gostava quando ele passava a mão no cabelo dela sentia-se confortável e dormia melhor.

(Catarina também andava com muito sono por causa de gravidez)

Ele tira o lenço da cabeça dela delicadamente e passa os dedos por entre seus cabelos lentamente e ela mexia a cabeça se aconchegando.

Cada toque dela era para ele como uma faísca que a qualquer momento podia incendiar todo seu corpo, a sua vontade era carrega-la em seus braços e leva-la para um lugar qualquer onde pudessem estar a sós. Mas tentava se acalmar "Nao faz isso comigo Catarina. Se controla Julião Petruchio, se controla." pensava enquanto olhava para seu rosto dormindo, sentindo seu corpo bem colado no dela.

Ficam ali por alguns minutos de vez em quanto Catarina abria os olhos e eles se beijavam e ela voltava a dormir.

Ele não se cansava de olhar pra ela! E de alisar sua pele.

E ela já nem ouvia as vozes que importunavam sua cabeça, nos braços dele até as dores de costas havia esquecido, apenas se deixava envolver pelo mundo deles.

Joana que passava para a cozinha vê os dois ali sentados sorri ao vê-los tão juntinhos, mas aproxima-se alertando:

“Senhor Petruchio, Senhor Petruchio, acorda ela se o pai dela aparece arruma um escândalo!”

“Mas é que ela tá muito cansada, eu acho até que isso não é normal…”- Diz preocupado olhando pra ela dormindo.

“É normal sim, grávida é tudo assim, sempre cansada.”- Ela diz.

Eles acordam Catarina.

“Catarina, Catarina… acorda!”

Ela acorda lentamente, se assusta ao ver Joana ali…

“Joana! O que faz aqui, alguém nos viu?”- Diz preocupada.

Joana a tranquiliza.

“Não Catarina, mas é melhor você sair daí se não quer arrumar confusão com seu pai.”

Catarina olha para Petruchio, se levanta com a ajuda dele.

“É você tá certa papai é capaz de arrumar um escândalo!”

“É… vá, até já e vão para a festa, tá tão boa!”- Ela diz sorrindo e se retira.

Catarina olha pra Petruchio e volta a abraça-lo…

Petruchio pergunta preocupado:

“Se você tá tão cansada porque não sobe pra descansar.”

“É que eu não estou só cansada… eu quero ficar com você…” –Diz abraçando-o com mais força.

“E não podemos subir se agente subir... você sabe…”- Fala olhando pra ele.

Ele sorri, ela sorri, trocam um beijo, se olham com as testas coladas:

“Então vamos pra casa logo não aguento mais ficar aqui.”- Diz.

“Tem que esperar, eu também já estou farta dessa festa, mas tenho que ficar por Bianca, ela esperou muito tempo por esse noivado Petruchio, não posso fazer um desfeita dessas. E ainda tenho que arrumar as minhas coisas pra levar pra fazenda!”

“Então quer dizer que você vai voltar pra fazenda?”

Ela o olha sorrindo!

“Ainda tinha duvidas seu bobo?”- E o beija.

Olha em seus olhos profundamente:

"Eu vou para onde você for..."- E o abraça carinhosamente.

Joana volta a passar e dirige um olhar a Petruchio.

Eles se separam.

“Agora temo que sai daqui senão seu pai pode aparece…”-Diz Petruchio.

“Tomara que essa festa não demore muito pra acabar…não quero ficar nem mais uma noite longe de você meu favo de mel!”

Catarina sorri.

“Nem eu …”- Beijam-se novamente.

Ela se afasta pega o lenço que estava na mão dele, coloca na cabeça e pergunta:

“Tá bom?”- Ajeitando o lenço.

“Perfeita com sempre!” – Ela sorri discretamente.

Ele a puxa pra perto de si, ela sorria tentando desviar seu rosto do dele:

"Sabia que você fica ainda mais linda grávida?"-Ele diz cheirando seu pescoço.

Ela não responde, ele a olha e a beija sem que ela conseguisse evitar.

Depois se separam novamente:

"Agora vou voltar para o sofá, papai pode aparecer a qualquer momento!"- Ela segue voltando para a festa.

Ele respira fundo se senta novamente.

"Desse jeito meu coração não aguenta...!"-Diz olhando pra ela se afastando.

Ela senta novamente no sofá e também respira fundo:

"Essa festa não vai acabar nunca?"- Diz baixo serrando os dentes olhando em volta.

Aborrecida continua comendo, esperando que a qualquer momento papai acabasse com a festa, já se estava fazendo tarde...

Petruchio depois de se sentar por um pouco se levanta e vai conversa com seu tio novamente, sem nunca deixar de admirar Catarina que continuava comendo seus doces...