– Senhora... É difícil dizer isso, mas sua filha sofre de uma doença muito rara...

– Há algo que se possa fazer?

– A operação é muito cara, senhora Woolridge.

– Quanto?

Ele diz o valor da operação, o que me fez perder o chão, me fez me sentir um lixo diante de uma pessoa tão insensível. É claro que grande parte das pessoas deste hospital não faz isso pelo bem da população e isso me deixa fula da vida.

– Então posso ir embora? O senhor não me deu esperança alguma.

– Sinto muito, senhora, mas...

– Ah poupe suas palavras, Doutor. Adeus.

Skye saiu do consultório com uma expressão péssima, parecia que tinha ido a um velório – Grey, que pensamento é esse? – Me levantei imediatamente assim que ela se aproximou de mim. Minhas próprias emoções estavam descontroladas.

– E então? O que o médico disse?

Foi então que ela deixou cair lágrimas que há tempos não se permitia, ou era isso que aparentava, pois eram infindas. Instintivamente a abracei e me repreendi por sentir desejo por ela até com este simples toque e numa situação dessas!

– Ruiva, por favor, fale o que houve.

Pedia fervoroso, não aguentava vê-la assim. Imagino porque Deus demorou tanto tempo para fazer nossos caminhos se cruzarem, ela é tudo o que eu preciso, sua felicidade é a minha.

Ela me olha surpresa, talvez pelo ‘Ruiva’ que escapou de meus lábios sem o menor aviso; e soluçando, me conta o ocorrido.

– Lily tem uma doença muito rara, até existe a possibilidade de operação, mas custa muito caro. De onde vou arranjar 25 Mil Dólares?

Nesse momento, uma ideia me ocorreu, vou bancar tudo para elas, se elas quiserem, poderão passar um tempo no meu apartamento, serei tutor de Lily, e quem sabe... Não, ainda é muito cedo pra empurrar Skye para meu mundo pervertido, ela é determinada e não aceitaria isso facilmente.

– Você se esquece que eu estou aqui? Que também estou preocupado com a menina? – Respiro fundo e continuo – Me ofereço a bancar tudo e não estou disposto a aceitar um não como resposta.

Seu olhar é distante, seus lábios formam um círculo e suas sobrancelhas franzidas, não sei o que se passa na cabeça dela, mas daria tudo pra descobrir.

– Terá que aceitar um não como resposta. Senhor Grey, não há necessidade disso. O senhor já me admitiu no estágio, isso é um pouco demais.

– Não há necessidade de chamar-me de senhor fora da empresa, nem de recusar o que estou propondo. Por favor, deixe-me ajudar.

Como resposta, ela dá um longo suspiro e um pequeno sorriso, que retribuo de bom grado.

– Quer que eu a leve pra casa?

– Uhum.

A resposta não me agradou muito, mas relevei porque ela estava cansada, dava pra notar em seu olhar. De repente, me vejo encarando seus cabelos e me veio uma vontade de tocá-los...

Saio com ela do hospital e vamos até o carro. Seu semblante está mais sereno, e a menina dorme; levo minha mão às suas costas e imediatamente uma pancada de eletricidade se faz sentir, e acho que ela também sentiu, percebi sua respiração mudar. Oh Deus, preciso tê-la.