Sempre escrita por Hanna Martins


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Esta é minha primeira one-shot. Ela se passa após a Katniss ter levado o tiro no Distrito 2. A ideia surgiu após eu ler o seguinte trecho de "A esperança":
"Na fase final do mortifáceo, Peeta sussura a palavra e vou atrás dele. É um mundo diáfano, em tons violáceos, sem bordas salientes e com muitos lugares para se esconder. Avanço em meio a bancos de nuvens, sigo trilhas tênues, capturo o aroma de canela ou de aneto. Assim que sinto a mão dele em meu rosto, tento prendê-la, mas ela se dissolve em meus dedos como se fosse névoa" (A esperança, p.235).
Após ler este trecho uma ideia me surgiu, e se isso não fosse apenas um sonho de Katniss, se realmente Peeta estivesse lá. Assim esta pequena one-shot surgiu.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/571894/chapter/1

Peeta olhou para a garota que tinha diante de si. Naquele momento, ela lhe parecia tão frágil. Não, ela não era nada frágil. Ela era um bestante. Ela matara seus amigos. Ela matara sua família. Ela já tentara o matar diversas vezes. Katniss Everdeen era uma mentirosa, que enganava a todos. Mas ele não se deixaria enganar. Ele não. Por mais que todos afirmassem que Katniss era uma boa garota, ele não acreditava nisto. Ela estava os enganando, até mesmo tinha iludindo Delly com suas mentiras. Tentara alertar sua amiga sobre as mentiras daquela bestante. No entanto, Delly não acreditara nele.

Sabia que todos acreditavam que ele estava louco. Algumas vezes, ele até mesmo acreditara nisso. Notava o modo que as pessoas o olhavam, alguns com cautela, outros com medo. Aquilo era estranho. As pessoas nunca haviam o olhado daquela maneira. A culpada de tudo era ela.

Katniss começou a se mexer na cama lentamente. Podia matá-la se desejasse, ela estava totalmente a sua mercê, ninguém a viria socorrer como da primeira vez. No entanto... ele, estranhamente, não desejava matá-la, só queria ficar ali a observando.

Quando soubera que Katniss havia recebido um tiro e seu estado não era nada bom, seu primeiro impulso fora correr até ela. Não soubera de onde viera aquele impulso, apenas que precisava vê-la, sem ao menos ter um motivo plausível. Peeta escutara a notícia por um deslize dos médicos que cuidavam dele.

Ele estava confinado em um pequeno quarto do hospital. Informaram a ele que estava no Distrito 13, o distrito que todos julgavam estar destruído, porém que se revelara ao mundo finalmente. No início o mantiveram preso na cama por amarras. No entanto, um dia acordara sem uma das amarras nos pés, três dias depois seus pés estavam completamente livres, na semana seguinte já não tinha as mãos amarradas, era livre em seu quarto. Apenas quando Delly, Haymitch ou Plutarch iam o ver, as amarras eram novamente colocadas.

No começo, tentara lutar. Aquilo lhe rendera horas e horas, talvez até dias, já perdera muitas vezes a noção do tempo, de sono induzido por algum sedativo. Com o tempo aprendera a controlar sua raiva, e já não lhe davam mais tranquilizantes. De qualquer modo, aquilo era o paraíso se comparado a prisão da Capital. Acordava muitas vezes com as lembranças da tortura que recebera na Capital, quando não sonhava com Katniss matando sua família, seus amigos ou tentando o matar. O pior nem era a tortura em si, mas os gritos dos outros prisioneiros. Torturavam Avox, e aqueles gritos, sem voz, quase inumanos certamente nunca seriam banidos de sua memória. Os pesadelos eram constantes, não havia uma única noite que não tivesse pesadelos. Muitas vezes, tentava adiar ao máximo a hora do sono, só dormindo quando era extremamente necessário.

Aos poucos, enquanto lhe aplicavam mil e um tratamentos estranhos, estavam deixando de considerá-lo perigoso. Quatro eram os médicos  que formavam sua equipe médica. Bran, um médico jovem e de sorriso amável, fora o primeiro a querer ter uma conversa amigável com ele. No início, Peeta o ignorara, porém, Bran era insistente. E Peeta acabara por trocar algumas palavras com ele. Bran falava sobre coisas triviais, como o cardápio do dia. Às vezes, até lhe trazia alguma comida extra, uma grande demonstração de simpatia naquele lugar, onde tudo era mantido sobre controle absoluto. Robb, que era apenas um pouco mais velho que Bran, porém parecia ser quase um idoso, era o que ainda mais tinha cautela em relação a Peeta. Robb nunca sorria, nem dirigia qualquer palavra a ele, que não fosse necessária. Não dava para saber o que Sara pensava dele. A médica de dóceis olhos castanhos sempre se mantinha calada, embora não manifestasse abertamente seus receios como fazia Robb, ela também não era agradável como Bran. Danny, o mais velho dos quatro, mantinha uma atitude amigável com ele. Já estava até adquirindo certa confiança, muitas vezes chegava até dormir no quarto de Peeta. Se isso, não era sinal de confiança, Peeta não sabia o que mais seria.

Peeta às vezes passava o dia completamente apático, olhando para o vazio que tinha em sua frente, já outras vezes ficava mais agitado. Naquele dia, estava um tanto agitado, como não queria que os médicos o apagassem, tratou de fingir que dormia, quando Bran e Robb entraram para verificar seu estado.

― Seus sinais vitais estão normais ― informou Robb. ― Deixemos que ele durma mais um pouco...

― Você tem razão. É melhor que ele durma... Como você acha que ele reagiria se soubesse?

Os ouvidos de Peeta puseram-se a escutar atentamente.

― É melhor que ele não saiba ― falou Robb com frieza. ― Se ele soubesse, todo nosso progresso poderia se transformar em lama.

Saber do quê? Sua curiosidade aumentava a cada palavra pronunciada pelos médicos.

― Ele amava aquela garota... ou talvez ainda ame ― disse Bran com ternura.

Aquela garota... eles estavam se referindo a Katniss. Tinha certeza que a conversa era sobre ela. Sua audição ficou ainda mais aguçada.

― Pobre garoto... se ele soubesse que agora ela está lutando entre a vida e a morte ― continuou Bran.

Naquele instante sua respiração parou. Teve que fazer um esforço supremo para continuar fingindo que estava dormindo.

― Todos sabem que está palavra está proibida! ― advertiu Robb. ― Ninguém pode saber que o Tordo está entre a vida e a morte. Ninguém!

― Ok! ― disse Bran. ― Se souberem que o Tordo está naquelas condições, nem quero pensar nas consequências.

― Temos ordens para não comentam com ninguém sobre isso, nem sua família, nem seus amigos sabem disso. Melhor terminarmos com isso logo ― disse a voz autoritária de Robb, que não admitia replicas.

Depois disso os dois ficaram em silêncio e após alguns minutos foram embora.

Peeta não conseguira mais tirar aquelas palavras da cabeça, Katniss poderia morrer?

Sentia uma imensa vontade, que ele não sabia de onde vinha, de ver Katniss. Sentia uma necessidade tão grande que chegava até doer. Ele não entendia este sentimento novo. Aquilo era complicado demais. Pensara que passaria. Não passou.

A cada dia sua agonia aumentava. Ela tinha que estar viva, não tinha? Se tivesse morrido, saberia, não saberia? É claro que saberia, afinal ela era o Tordo. Tentava convencer a si mesmo de que ela estava viva. O que ele não compreendia era a necessidade de convencer a si mesmo de que Katniss vivia. Afinal, ele já até tentara matá-la uma vez, e quase conseguira, já pensara em matar Katniss inúmeras vezes e de diversas maneiras depois daquilo. Talvez fosse a ideia de vê-la morrer por outras mãos que não fosse as suas. Katniss matara sua família, seus amigos. Ele precisara se vingar dela de algum modo e a morte era o que ela merecia. No entanto, devia ser ele a matar Katniss, sim era isso. Só podia ser isso, não havia outra explicação para sua súbita preocupação pela vida daquela bestante.

Passara a ficar atento a qualquer coisa que era falada. Procurava nas palavras banais que eram ditas, nos olhares que recebia, qualquer indício de que Katniss estava morta ou continuava viva. Certa vez, pensou ter visto em Haymitch um olhar sombrio. Ficara tão agitado que os médicos precisaram lhe aplicar um sedativo. Muitas vezes, fingia que estava dormindo, quando os médicos vinham o visitar, na esperança que algo fosse dito. Porém, nenhuma palavra sobre ela era pronunciada. Haymitch se mostrava evasivo. Plutarch se interessava mais em perguntar sobre sua saúde e verificar quando ele estaria bom para aparecer em algum vídeo. Delly sempre sorria gentilmente e tentava falar sobre doces momentos que passaram juntos na infância. Katniss parecia uma palavra proibida, um verdadeiro tabu.

Aos poucos descobrira pequenas informações sobre onde Katniss poderia estar no hospital. As pessoas feridas como Katniss ficavam em um ala não muito longe da sua. Ele conhecia o local. Às vezes, os médicos o levavam para outro lugar do hospital para fazer algum tratamento, obviamente que era escoltado por guardas. Aproveitava o trajeto para estudar o hospital. Era uma distração para sua mente confusa, o ajudava a se situar. E aquele passeio sempre era bem vindo. Ficar confinado em um quarto branco era muito ruim. No início, os corredores brancos, os médicos, os enfermeiros, tudo lhe parecia igual, mas aos poucos aprendera a diferenciar um lugar do outro.

Naquela noite, Danny viera fazer o check up noturno habitual. Os médicos se revezavam naquela tarefa.

― Vejo que você está bem melhor, hoje, Peeta! ― disse o médico, terminando de checar os sinais vitais dele. ― Sabe que hoje visitei muitos pacientes? O hospital está um tanto caótico. Mal tive tempo para dormir.

Danny olhou para a poltrona que ficava ao lado da cama de Peeta. Estava muito cansado, os círculos negros em volta de seus olhos eram enormes.

― Disponha! ― falou dando os ombros.

― Este é um convite irrecusável ― disse Danny bocejando. ― Se eu ficar mais um pouco sem dar um cochilo, acho que serei eu em uma daquelas macas na próxima vez...

Danny se jogou na poltrona e dentro de poucos minutos estava roncando.

Peeta notou a credencial de Danny que caia de seu bolso. A credenciar era um cartão que os médicos usavam como chave para abrir os quartos dos pacientes. Não pensou duas vezes, apanhou a credencial de Danny, abriu a porta com ela e saiu do quarto.

Não encontrou nenhum guarda em sua porta como temia. O Distrito 13 estava mesmo muito confiante em sua recuperação para não deixar nenhum guarda ali.

Peeta não teve nenhuma dificuldade em chegar até aquele quarto. Era noite, não havia muitas pessoas no hospital e ele conhecia o caminho o suficiente para evitar os principais pontos críticos.

Procurou cautelosamente por Katniss pelos quartos e a cada quarto que não a via, sentia algo estranho em seu peito. Katniss estava viva, sim, ela tinha que estar viva. Aquela bestante não iria lhe tirar a oportunidade de tomar sua vida, um pagamento pela vida de todos que ela matara. Katniss precisava estar viva!

Chegara, finalmente, em um dos últimos quartos e lá estava ela, dormindo tranquilamente.

Ela mexeu-se mais uma vez e murmurou algo que não conseguiu entender. Tinha uma expressão de dor. Automaticamente levou sua mão até o rosto dela. Não soube o motivo daquele gesto, aquilo fora instintivo.

Katniss estava com os lábios entreabertos. Passou vagarosamente seu polegar sobre os lábios dela. Já vira muitas vezes, por meio dos vídeos, os dois se beijando. No entanto, não se recordara da sensação, do sabor de seus lábios. Como seria beijá-la? Rapidamente, como se tivesse sido picado por uma teleguiada, retirou sua mão dos lábios dela e a manteve bem longe de Katniss.

Ela abriu os olhos. Eles foram parar em seu rosto. Sobressaltou-se com aquele olhar. Primeiro, seus olhos demonstraram felicidade, depois confusão e depois... algo que ele identificou como medo. Medo... Aquilo o deixou perturbado. Já estava acostumado a ver nos olhos das pessoas o medo. No entanto, ele não estava preparado para ver em Katniss aquela expressão. Por que isso o perturbava tanto? Por que não queria vê-la com medo? Um medo provocado por ele.

Não soube o motivo, mas se esforçou para sorrir. Conseguiu esboçar em seu rosto, uma careta que se semelhava vagamente a algo parecido com um sorriso. Queria a tranquilizar, dizer que nada faria naquele momento. Katniss o olhou confusa, já não havia mais medo em seus olhos.

Com hesitação, ela ergueu uma das mãos e a levou até seu rosto. Deteve a mão quando estava a pouquíssimos centímetros de tocar seu rosto. Sentiu uma leve pontada de decepção. Mas ela voltou a movimentar a mão em direção ao seu rosto e finalmente o tocou.

― Você está aqui, Peeta! ― disse sorrindo.

Ah, aquele sorriso. Ficou por um momento perdido naquele sorriso, julgara que era uma das coisas belas que já tinha visto.

― Peeta! ― falou seu nome, saboreando cada sílaba.

Sem se dar conta, Peeta se aproximou dela, ficando apenas alguns centímetros de seu rosto, o suficiente para sentir a respiração quente de Katniss em seu rosto frio. Aquele calor o fez recordar de algo.

No começo era uma vaga lembrança, cujas imagens se misturavam, o calor do forno da padaria, a chuva fria caindo lá fora, os pães quentes e queimados em suas mãos. Os pães eram tão quentes. Aos poucos as coisas foram ganhando algum sentido. Seu rosto estava doendo devido a pancada da colher que a mãe lhe dera. No entanto, ele não se preocupava com o machucado, tudo o que importava era ajudar aquela garotinha esquelética que estava praticamente caída nas raízes da velha macieira. A garota lhe olhava com aqueles fascinantes olhos cinzentos. Ele não podia olhar para aqueles olhos, se olhasse, não sabia o que faria. Como se não notasse sua presença, jogou os pedaços mais chamuscados para os porcos, como sua mãe lhe ordenara fazer com o pão. Contudo, ele tinha outros planos para aqueles pães quentes em suas mãos. Esperou pacientemente até ouvir a campainha da padaria soar e a mãe ir atender algum cliente. Certificou-se que ninguém estava por perto e jogou os pães na direção daquela garota, sem olhar para ela. Assim que terminou a tarefa entrou na padaria e fechou a porta atrás de si. Seu coração batia forte em seu peito.

Em seguida outras imagens vieram em sua mente. Ele tentava olhar para a garota, como sempre fazia quando ela não estava olhando. Naquele dia iria manter o olhar, estava decidido. A garota também olhou para ele, mas no mesmo instante ela desviou o olhar e apanhou um dente-de-leão.

Os olhos cinzentos de Katniss o olhavam, o chamavam. Então, compreendera aquela garotinha era... Katniss.

Tudo era tão confuso... Não conseguia compreender o motivo de nada. Nem mesmo daquelas velhas lembranças.

Estudou o rosto de Katniss, como se nele estivesse as respostas para todas as suas dúvidas. Mas, outras lembranças se sobrepuseram. Katniss era uma bestante, não podia confiar em uma bestante. Ela matara todos que ele amava, precisava matá-la. Sim, Katniss era mentirosa, manipuladora. Se alguma vez o beijara, lhe dissera palavras amorosas fora para lhe enganar, manipular.

Katniss. Katniss. Katniss. Sua mente estava cheia de terríveis Katniss que competiam com a garotinha esquelética. Uma das Katniss tentava o matar com uma flecha, outra lhe dava amoras escuras que lhe matariam assim que as pusesse na boca. A garotinha o olhava com aqueles olhos cinzentos suplicantes. No entanto, as outras Katniss eram mais fortes do que a garotinha esquelética, que sumia até se tornar uma vaga sombra.

Seus dedos gélidos se fecharam sobre o pescoço de Katniss. A garotinha ainda continuava lá, embora só fosse uma tênue sombra. Ela o olhava. Aqueles olhos cinzentos... Não. Não. Não. Ele não podia matar Katniss.

Retirou seus dedos do pescoço dela e a olhou. Viu aqueles olhos cinzentos que o instigavam. Sua boca que o chamava como um imã. Antes que percebesse viu-se atirando seus lábios sobre os dela.

Tudo era confuso, estranho em sua mente.

Os lábios de Katniss eram mornos e macios. Ela acolheu seus lábios com ternura, embora ele abocanhasse seus lábios com violência. Peeta pressionou seus lábios sobre os dela por um longo tempo.

Aos poucos foi se acalmando. Até que retirou seus lábios dos dela. Ela não permitiu que ele se afastasse e lançou seus lábios sobre os dele. Katniss umedeceu os lábios de Peeta com a ponta da língua. Ele permitiu que a língua dela deslizasse com tranquilidade para sua boca. Surpreendeu-se desejando aquilo. De um modo desajeitado pousou uma de suas mãos na cintura de Katniss, enquanto a outra posou novamente no pescoço dela. Entretanto, desta vez, ele fez uma leve carícia em seu pescoço. Puxou-a mais para si. Queria sentir o calor do corpo dela no seu.

Katniss passou a mão por seus cabelos. Aquilo provocou um arrepio em Peeta. Já estava se perdendo em suas carícias, quando ouviu um gemido de dor, saindo dos lábios de Katniss. Só então, percebeu que sua mão estava se fechando novamente sobre o frágil pescoço de Katniss. Afastou-se rapidamente dela.

Ela a olhava confusa. Com certeza, não estaria mais confusa do que ele. Em um instante queria beijá-la, em outro queria matá-la. Não sabia mais o que era real. Nem mesmo sabia quais eram os seus verdadeiros sentimentos.

― O que eu faço, Katniss? ― disse baixinho, não se atrevendo a olhá-la.

Katniss estendeu a mão em direção a ele.

― Fica comigo ― pediu.

Ele olhou hesitante para a mão estendida da garota. Parte dele queria agarrá-la, já outra parte repeli-la ou fazer coisa pior como torcê-la até Katniss gritar de dor.

― Fica comigo ― insistiu mais uma vez. ― Fica comigo ― disse com um sorriso.

Ele tomou a mão dela e disse aquela palavra. Aquela palavra que ele não sabia da onde vinha. Aquela palavra que resumia todo o seu desejo mais profundo.

― Sempre.

Katniss sorriu e deitou-se na cama. Sua mão ainda retinha a dele. Ela tinha o sorriso mais doce da face da terra.

Seus sentimentos e pensamentos ainda eram confusos, muito confusos. Contudo, havia algo de paz em seu interior provocado pelo sorriso daquela garota.

Katniss não iria se recordar daquilo, tinha absoluta certeza, pois ela deveria estar cheia de sedativos e outros remédios. Se recordasse de algo, pensaria que fora um simples sonho. Sentia-se um pouco triste por isso, porém algo lhe dizia que era melhor assim.

Com cuidado retirou sua mão da de Katniss. Antes de sair do quarto lançou um último olhar para ela. Não sabia quando voltaria a vê-la.

Voltou para seu quarto, encontrou Danny dormindo na mesma posição. Colocou cuidadosamente a credencial no bolso do médico. Deitou-se em sua cama.

Não sabia o que faria com aqueles sentimentos e pensamentos contraditórios em seu interior. Só sabia que queria compreender um pouco mais de Katniss, porque se a compreendesse, talvez ele conseguisse compreender a si mesmo.

Naquela noite, pela primeira vez, em muito tempo, Peeta dormiu um sono tranquilo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Estou pensando na possibilidade de fazer outras one-shots neste estilo. Será que devo levar esta ideia adiante? Deixem seus comentários dizendo o que acharam?