(AMBOS) 

—  Por quanto tempo vai fazer silêncio sobre para onde estamos indo? – Damon não era uma pessoa muito paciente, mas naquele momento, ele estava mais curioso do que impaciente.

— Já estamos chegando – Ela disse com calma e um pequeno sorriso no canto dos lábios. – Pode parar ali!

— Sério? Tanto suspense por um parque de diversões? – Debochou.

— Não. Teremos que passar pelo parque, para chegar ao lugar. – Respondeu a garota revirando os olhos.

Damon riu e saiu do carro rapidamente para abrir a porta para Elena e segurou sua mão. Os dois caminharam em silêncio, observando tudo que acontecia ao redor deles. As filas para os brinquedos não estavam muito demoradas ou cheias, havia pais correndo atrás de crianças que tinham pirulitos em suas mãos, casais assim como eles apenas sentados tomando um sorvete ou comendo pipoca nos bancos de madeira, algumas pessoas se amontoavam para pegar um bom lugar para o pequeno show que aconteceria dali algumas horas. Elena e Damon começaram a ouvir cada vez menos os gritos e risadas vindo do parque e Damon começou prestar atenção a onde a jovem ao seu lado o estava levando, até que após uns quinze minutos de caminhada os dois pararam em frente a uma árvore, uma grande árvore na verdade, com um balanço feito de pneu pendurado em um de deus grossos galhos.

— Bom, chegamos. – Elena disse se virando para ele e sorrindo.

— Escreveu as inicias com seu primeiro namorado nesta árvore? – Ele perguntou, soltando uma risada alta quando a menina soltou violentamente de sua mão e se encostou na árvore de braços cruzados. – Qual é, estou brincando. – Damon se aproximou parando ao seu lado, apoiando-se e cruzando os braços assim como ela. – Conte-me.

Elena analisou sua expressão por alguns segundos e começou a falar quando percebeu que ele realmente estava interessado. – Quando eu era pequena, eu e minha família sempre parávamos aqui nos fins de semana para fazer um piquenique e observar o pôr do sol. Não sei o motivo, mas a ultima vez que meu pai nos trouxe foi no aniversário de 4 anos do meu irmão.

— Suponho que isso já faz alguns anos.

— Sim, 14 anos para ser exato. Mas eu não deixei de vir, acho que faz mais ou menos 6 meses que não venho, costumo vir aqui quando preciso ficar sozinha e fingir que não tenho tantas responsabilidades.

Damon demorou para dizer algo, Elena se sentou e ficou observando o horizonte e ele a admirando. – O pôr do sol deve ser lindo visto daqui. – Ele finalmente disse se juntando a ela.

Os dois se olharam e sorriram. – Sim, por isso que trouxe você aqui. Algo tão belo assim deve ser compartilhado com pessoas especiais. – Elena lhe deu um selinho e encostou em seu ombro.

— Me conte mais sobre você, sobre sua família. – Ele pediu enquanto fazia carinho em sua mão.

— Bem... Meu pai quase nunca está em casa, trabalha demais. E quando está... ­– Ela hesitou. – Papai não é uma pessoa muito fácil de se lidar, ele não aceita muito bem o fato de meu irmão, Jeremy, não querer seguir a mesma carreira que ele e eu, portanto os dois não se dão muito bem. Minha mãe é dona de uma lojinha de doces bem famosa na cidade e é uma pessoa muito calma e paciente. Jeremy é quieto, sempre foi, eu e ele somos muito próximos. Está em uma fase rebelde, mas é um bom garoto. – Elena deu os ombros. – E quanto a sua família?

Damon deu um longo suspiro. – É complicado. – Murmurou. – Meus pais faleceram quando eu e meu irmão ainda crianças. Fomos separados quando nos mandaram para os abrigos. Então, nunca mais o vi. – Ele terminou friamente.

— Uau. – Elena o lançou um olhar triste. – Nunca chegou a ter noticias? Já tentou procura-lo?

— Como eu já disse, Elena. É complicado. –

Elena se sentiu mal por Damon, mas preferiu não insistir no assunto pois percebeu que não o agradava nem um pouco. O rapaz logo puxou assunto com a menina sobre seu curso na faculdade e o que ela pretendia fazer depois. O assunto rendeu, ele a escutou atentamente e precisou inventar uma história rápida sobre porque não havia feito nenhuma faculdade e onde trabalhava. – Eu trabalho para um pequeno empresário, ele trabalha com publicidade, propaganda, vídeos e eu o ajudo com edições e esse tipo de coisa. – Damon realmente era bom com computadores, nesta parte ele chegou a dizer a verdade.

— Olhe, o pôr do sol. – Elena exclamou.

A imagem era realmente maravilhosa, as nuvens estavam cor de rosa e o céu variava entre o vermelho e um forte laranja, logo no centro, o grande sol amarelo que já estava pela metade. O silêncio pairava sobre o campo, só podia-se sentir a brisa leve que balançava o cabelo dos dois. Aos poucos as cores foram se modificando, as nuvens começavam a escurecer o céu tomava a cor escura da noite, podia-se até enxergar algumas estrelas que estavam escondidas durante o dia. E antes da noite cair por completo pode-se ver longe dali, alguns pássaros voando de volta para seus ninhos. Foi assim, lento, calmo e repleto de ternura. Assim como os dedos dos dois se entrelaçavam e pouco a pouco, seus lábios também.

Com gentileza, Damon foi deixando seu corpo cair sobre o de Elena e não demorou para os dois estarem deitados na grama baixa e fina. O beijo deles era quente, cheio de paixão e desejo, eles estavam completamente conectados, o cheiro do perfume de Elena havia penetrado na mente de Damon e ele só queria senti-lo cada vez mais. Os dedos entrelaçados de Elena em seu cabelo, só a fazia puxa-lo cada vez mais para perto dela, o cabelo era macio, suave e brilhante. O tempo parecia ter parado, nenhum dos deles se importava. Naquele momento só existiam os dois, eram eles, as estrelas e agora o leve som de grilos escondidos no mato. Aos poucos foram se soltando, seus corpos que haviam se tornado um só voltavam a ser dois seres diferentes, mesmo um dos dois roubando um beijo aqui e outro lá, agora o mundo parecia ter começado a girar novamente.

— Você é extraordinária, Elena Gilbert. – Damon disse ignorando a necessidade de oxigenação e a puxou pela cintura para lhe roubar outro beijo.

— Damon... – Ela disse tentando escapar sem sucesso. – Preciso de ar. – Elena arfou mais sorriu quando ele a parou de beijar. Mas não soltou sua cintura.

— Que tal um sorvete? – Ele perguntou se levantando junto com ela.

— Hum, que tal um cachorro quente E um sorvete. – Ela respondeu colocando o cabelo atrás da orelha.

— Muito bem. Vamos.

A noite terminou normal e divertida, os dois ficaram sentados em um dos bancos escutando e cantarolando as musicas conhecidas que a pequena banda tocava para animar quem estava presente. O vento que batia não era gelado, era fresco e gostoso de sentir ao caminhar. Assim como chegaram, os dois voltaram para o carro de mãos dadas, não demoraram a chegar na casa de Elena, se despediram com mais um beijo e se separaram.

A cabeça da menina estava fervendo, como explicaria aquilo a Matt? A seus pais? Seu pai era um velho amigo da família de Matt e para ele o menino era o melhor partido que sua doce filha poderia ter conseguido. Mas o coração de Elena batia mais forte por outra pessoa agora, um rapaz misterioso, de charme único e com um sorriso irresistível. Será que seu sentimento era reciproco? Ela se perguntava enquanto a água morna de seu chuveiro caia sobre seu corpo. Mas parecia que ela já sabia a resposta, pois à alguns quilômetros dali, o jovem rapaz se perguntava o mesmo, mas não era isso que o atormentava. Como ele poderia ter um relacionamento com aquela menina? Era perigoso, ele seria um sádico egoísta em envolve-la no seu mundo, mas ele não conseguia simplesmente esquece-la, ela fazia parte dele agora, ela o completava e pensar em nunca mais a vê-la chegava a faze-lo suar em desespero. Ele precisava de tempo, tempo para se preparar e contar para a sua garota a verdade.