Akai Ito escrita por Karol Montblanc


Capítulo 40
Human


Notas iniciais do capítulo

Olá criaturinhas, fofas, maravilindas que amamos de montão o/
Estão preparados para mais enigmas, revelações e muitas emoções?

Ouçam a música e preparem os lencinhos :)

Bora ler o/



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Capítulo XL

"O tempo deixa perguntas,

Mostra respostas, esclarece dúvidas...

Mas, acima de tudo

O tempo traz verdades."

(Desconhecido)

Humana

Noite anterior. 22:40pm

O céu carregado de nuvens cinzentas construía um cenário mórbido em meio a tempestade que caia sobre a cidade, ventos fortes levavam e traziam tudo que estivesse ao alcance sem qualquer piedade, moradores temiam por seus lares, em uma reza silenciosa aqueles que tinham o privilegio de se proteger agradeciam a Kami-Sama, poucos sendo aqueles que intercediam pela vida dos que enfrentavam o tempo terrível.

Porém, alguém corajoso enfrentava com vigor a tempestade que poderia arrasta-lo. Escondido na penumbra da noite, correu o máximo que pode atravessando o clã, chegou a casa mais afastada batendo na porta duas vezes.

─ Entre, rápido - comandou, estreito os olhos em uma breve afirmação de que não houvesse mais ninguém, em seguida trancando a porta com chave - Deixei roupas secas no outro comodo, vá se trocar.

─ Não pretendo ficar, algum samurai poderia tirar conclusões erradas. Aqui esta o que me pediu - em poucos passos entregou a bainha revestida de couro negro adornado por Kanjis e um dragão ao centro em dourado - O que pretende?

Ela observou com devoção o objeto que pertenceu aos seus ancestrais e fora roubado pelo clã que a acolheu. Retirou com suavidade a espada da bainha revelando o sangue na lamina, a posicionou diante dos olhos, tendo seu rosto refletido, o sangue escorreu pelo fio de gume manchando suas mãos envolvidas ao cabo.

Soberania. Ambição. Apetite insano por poder, começava a fluir em suas veias assim como a sede por justiça, sensações que fugiam do autocontrole sufocando-a gradativamente, pretensões afugentadas em seu subconsciente a espera de uma abertura para se manifestarem.

Tudo que foi perdido em anos e ela ainda lutava, toda amargura e sofreguidão trancafiadas em seu coração surgiram em lampejos. Cenas do campo coberto por corpos mutilados, jaziam nitidamente diante dos seus olhos, uma verdadeira carnificina complementava o cenário de horror. Ainda se podia ouvir gemidos e gritos de desespero, pedidos e suplicas por um pouco de compaixão se misturavam a forte tempestade. Não havia vida, não havia esperança. Somente dor e ódio, nada mais. Famílias, amigos, parentes, vizinhos, conhecidos; Todos mortos.

Em meio ao caos e calamidade, ela, ainda uma criança de seis anos chorava a plenos pulmões delatando a erradicação do clã submisso, o fim da guerra e o inicio de uma vitória injusta.

─ Kurenai-sama - Neji a despertou de seus devaneios, impaciente - O que pretende com a Kusanagi? - voltou a reformular sua pergunta.

─ O assassino escolheu Naruto como culpado. Um alvo fácil que, não demoraria a ser decidido sua execução, pois não pertence ao clã e constitui um relacionamento proibido com a Hyuuga - as lembranças foram sanadas com a mesma rapidez com que tomaram seus pensamentos. Seus olhos focaram no movimento de devolver a espada a bainha e deposita-la sobre a mesa - Irei apenas realizar um desejo bastante almejado pelo concelho. Tenho fortes suspeitas que há alguém entre nós capaz de qualquer coisa para tomar o posto de líder do clã, então, precisarei que você faça algumas investigações em minha ausência e entregue tudo que conseguir a Hinata - caminhou até a pia, limpando suas mãos do sangue impregnado, enxugou com o primeiro pano que encontrou e voltou a encarar o Hyuuga.

─ Minha prima? - arregalou os olhos - Hinata não deveria estar nem mesmo a par desta situação, isso não é pra ela - alterou a voz visivelmente aborrecido com a decisão.

─ Ela é a líder, ela foi a escolhida e não você - abrandou, seu olhar cético transcorreu pelo rosto emoldurado de expressões, via a preocupação do homem que conheceu quando ainda era apenas um menino cheio de sonhos grandes e uma determinação admirável que, foi devastada pela perda dos pais em uma invasão, para proteger o líder, Hiashi Hyuuga.

─ Meu dever é protege-la - contrapôs irrevogável - Não vou coloca-la em risco por um descuido seu.

─ Eu quero que ela se sobressaia, que tome o posto de uma líder de verdade e não se esconda feito um bichinho assustado - havia seriedade em sua voz - Faça o que estou pedindo, por favor.

─ Se Hiashi souber é bem capaz de vir até Nova Iork e...

─ Se ele souber... É comigo que irá se resolver - ditou com convicção.

Mesmo a contragosto Neji assentiu não fazendo objeções, a chuva diminui e logo aproveitou a oportunidade para voltar ao seu quarto.

Kurenai se viu sozinha no comodo apenas iluminado por uma lâmpada fraca, caminhou até o quarto abrindo o guarda-roupa, retirou do fundo falso a caixa mediana de madeira escura, abriu a tampa e pegou com certo carinho a foto antiga. Sua única lembrança, seu objeto mais precioso se encontrava ali em suas mãos. A imagem gravada de um homem sorridente e uma mulher radiante com seus quatro meses de gestação, lhe trazia memórias dolorosas.

Depositou um beijo sobre as pessoas com um sorriso ameno, suspirou impedindo que lagrimas surgissem por seu rosto, odiava chorar. Assim que colocou a caixa no lugar guardou a foto dentro de suas roupas. Esta seria sua única companhia, sua única razão para acreditar que não morreria.

oOo

Kurenai retirou a lamina da bainha sem hesitar, depositou sobre a mesa atraindo a atenção de todos. Havia sangue coagulado em sua espada. Ela possuía a Kusanagi.

Os presentes ali, desde de lutadores a Samurais, olharam perplexos para a mulher que sustentava o semblante impassível. O concelho entrou em uma discussão fervorosa sobre a acusação de tal blasfêmia ao clã, em nenhum momento profanaram a alegação de uma suposta armação, todos acreditavam fielmente no que se revelava diante de seus olhos.

─ EU SABIA! ELA ERA A ÚNICA QUE PODERIA CAUSAR TAMANHA MOSTRUOSIDADE AO CLÃ! - gritou um dos concelheiros.

─ COMO TEVE CORAGEM? - Darin visivelmente horrorizado se levantou pronto para ir ate a mulher - COMO PODE TER SANGUE TÃO FRIO? VOCÊ MATOU O MEU IRMÃO E PERMANECEU INDIFERENTE POR TODO ESSE TEMPO, NOS ENGANANDO!

─ Justo você que foi acolhida por um dos lideres mais proclamados... Agora nos apunha-la pelas costas! - pronunciou, Haiato incrédulo.

─ EU MESMO VOU MATAR VOCÊ - exaltou, Darin, completamente cego de ódio, assim que conseguiu se soltar de quem o segurava correu em direção a Kurenai com os punhos cerrados. No entanto, a Yuuhi desviou do golpe com facilidade logo prendendo os braços de Darin em suas próprias costas - ME SOLTA TRAIDORA! EU VOU MATA-LA COM MINHAS PRÓPRIAS MÃOS, ASSIM COMO FEZ COM MEU IRMÃO!

─ DOKKOI "Segurem-no" - a voz firme de Hinata ecoou, no mesmo instante os Samurais acataram sua ordem - Peço que mantenha a calma ou retire-se do ressinto - encarou Darin com seriedade.

─ NÃO PROTEJA ESSA ASSASSINA! - gritou, se debatia no intuito de se soltar, o que era em vão.

─ Darin, por favor - o repreendeu.

─ ELA...ARGH... ESSA MAL...

─ JÁ CHEGA! - estremeceu com o próprio tom autoritário - Por favor, sente-se ou saia!

Darin aparentava ter não mais do que vinte anos, cabelos castanhos, longos, presos em um baixo rabo de cavalo, estatura mediana e olhos característicos ao clã. O jovem raivoso arregalou os olhos surpreso, assim como a grande maioria que jamais havia visto a Hyuuga tão determinada. Resignou-se ao lugar em silêncio, em respeito a ordem da líder. Ali permaneceu de braços cruzados, olhar cético, direcionado a mulher que um dia tanto admirou, e agora, se mostrava uma assassina, assassina de quem mais amou.

─ O que irá decidir, Hyuuga-sama? - um outro concelheiro perguntou em tom sarcástico.

Hinata foçou-se a permanecer impassível, com tantos olhares direcionados a si era difícil raciocinar, por esta razão respirou fundo sentindo o estômago embrulhar, detestava ser o centro das atenções, contudo se encontrava encurralada diante de suas obrigações.

Por instinto procurou por olhos azuis, Naruto, ele sempre seria seu porto seguro, aquele que lhe dava coragem e força. Ele a olhou como se penetrasse em sua alma compreendendo cada um de seus medos, curvou os lábios em um sorriso pequeno e assentiu, então, ela soube que qualquer que fosse sua decisão ele estaria ao seu lado.

─ Eu... - hesitou ao sentir a mão de alguém em seu ombro, ao virar-se encontrou Kurenai com o mais belo sorriso. Suas duvidas, seus medos ou qualquer questionamento foi dissipado no momento que seus olhares se chocarem, o sentimento de ser reconfortada a envolveu, em simples gestos foram como se trocassem milhares de palavras e ao mesmo tempo nenhuma - Eu, proclamo que, Kurenai Yuuhi, será levada a julgamento com o consentimento de provar por sua inocência e lealdade ao clã - deu uma pausa dramática retomando o fôlego - Acusada pelo assassinado de Mesaren Hyuuga, por hora, será levada para o calabouço sob o tratamento de apenas pão e água - dirigiu seus olhos aos Samurais e comandou com destreza - Kanojo... O torimasu "Levem-na".

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Dentro do elevador, Karin segurava o corpo do amigo quase adormecido, seu ombro doía por conta do peso, mas ela sabia que se o deixasse cair não conseguiria mais levanta-lo.

─ Vamos lá Sasuke, só mais um pouquinho - o sacudiu quando a porta de metal foi aberta.

Com muito esforço, conseguiu entrar em seu apartamento, jogando o moreno sobre o sofá.

─ Meu Deus, o que você anda comendo? - alongou a coluna.

─ Mo-ran-gos - declarou de maneira quase incompreensível.

Pela milésima vez repetia tal frase, Karin começava a achar que a bebida era quem falava por ele.

─ Ok, ok - o ajudou a se acomodar, retirando seus sapatos e ajeito o travesseiro em sua cabeça - Agora durma um pouco, tá?

Sem esperar por uma resposta, caminhou em direção ao seu quarto, as noites costumavam ser frias, então achou melhor pegar um cobertor. Quando retornou notou que o moreno já adormecerá, devagar aproximou-se dele o cobrindo delicadamente com receio de acordá-lo.

─ Ai, ai. Sasuke - suspirou enquanto admirava o garoto adormecido - Durma bem - depositou um suave beijo entre os fios negros.

Em seu quarto, atirou-se sobre o colchão, cada músculo latejava ao mínimo movimento, deixando-a exausta demais para fazer o que quer que fosse, não demorou muito para adormecer e cair no mundo dos sonhos.

Frio, era o que a ruiva sentia. Com dificuldade abriu seus olhos, saltando ao perceber onde estava, no parque de Tóquio... Mas, como? Olhando de um lado a outro, entrou em pânico, algo estava errado, muito errado. Tentou abrir a boca para gritar por socorro, contudo sua voz não saia.

O pânico começará a se apossar de seu corpo, o vento gélido fez seu corpo contrair, ela desejava correr, mas não era capaz de faze-lo. Cada parte sua se entregava a escuridão, enquanto uma grossa camada de neve caia sobre si. Sua mente já não respondia aos seus comandos, ela iria morrer?

Foi quando uma voz chamou por seu nome, a fazendo despertar, não sabia quem era, entretanto, sentia a necessidade de ir de encontro a ela. Lentamente, quebrou a barreira de neve que cobria seu corpo.

No instante em que se levantou viu o sol brilhar, fazendo com que toda a neve derretesse, como se nunca tivesse estado ali. O campo antes branco, agora encontrava-se florido, pássaros cantavam doces melodias, enquanto famílias brincavam na grama.

A escuridão tomou conta do local, o jovem garoto transformou-se em um homem. De cabeça baixa, Karin conseguia ouvir o choro do rapaz soar em sua cabeça, a machucando, dilacerando. Tentou se aproximar, mas quanto mais andava maior era a distância entre eles. Logo uma forte tempestade se fez presente os afastando por completo.

Em um momento de lucidez, a ruiva foi enfim capaz de se lembrar daquele lugar, era familiar porquê já havia estado ali, em um outro sonho.

Ela sabia como aquele sonho acabaria, ele vinha se repetindo várias e várias vezes. Nos primeiros dias acreditou que iria enlouquecer, mas uma luz logo se fez presente, mostrando a ela que aquilo podia ser evitado. Tinha de ser. Com cuidado, deslizou seu corpo até o chão, abraçou o próprio corpo e gritou em sua mente, clamou com todas as forças para que aquele pesadelo tivesse fim.

Despertou subitamente, se sentando na cama, o suor intenso grudou as roupas em seu corpo, seu coração batia freneticamente tendo dificuldade para respirar. Passando a mão sobre os cabelos, tentou esquecer as cenas. Cansada, optou por tomar um banho gelado, talvez a água lhe trouxesse um pouco de paz.

Com a cabeça em baixo d'água, Karin remoía tudo o que acontecerá, sua vida parecia estar de ponta cabeça. A cada dia tinha mais trabalho, suas noites tornaram-se verdadeiros castigos, já não sabia mais o que fazer.

Mais calma, enrolou a toalha em seu corpo húmido, caminhou pelo quarto pensativa, próximo a cama um pequeno papel permanecia colado na parede, estendendo a mão o pegou e releu suas anotações.

Naquela folha suas ideias eram detalhadas, cada passo, milímetro, pensamento, tudo o que vinha planejando com tanto afinco. No topo do papel um pequeno "x" marcava a primeira frase, deixando claro que tal etapa fora cumprida, não foi exatamente como imaginou, mas enfim... a vida era cheia de surpresas, entretanto, isso não a faria desistir, era hora de agir. A segunda parte de seu plano devia ser posta em prática, o mais rápido possível.

oOo

Sasuke não sabia onde estava, sentia-se tão perdido e vazio. Acreditou que o álcool o faria esquecer, mas parecia avivar mais e mais seus pensamentos. Sua mente vagava perdida, lutando contra qualquer lembrança que insistisse em aparecer. Enquanto tentava se distrair, Sasuke notou que nada podia ser visto, a escuridão o cercava por completo nem mesmo sua própria mão podia ser identificada.

Foi então que uma pequena luz chamou sua atenção, mesmo sem saber para onde ia, seus instintos o guiavam em direção a ela. Conforme andava viu a paisagem a sua volta se transformar, a escuridão logo foi substituída por uma sala a meia luz com um banco no centro, muito semelhante aos que haviam na praça de Tóquio, direcionado para uma espécie de tela de cinema.

Imagens começaram a ser reproduzidas, sua infância, adolescência, cada momento já vivido por ele. Hipnotizado, seguiu em direção ao banco onde se acomodou confortavelmente. Seu coração aquecia a cada novo momento, como um turbilhão de sentimentos, jamais sentidos antes.

Uma suave voz chamou sua atenção, ao seu lado uma senhora meio corcunda o observava atentamente.

─ Quem é você?

─ Isso não importa Sasuke - tocou docemente a mão do rapaz.

─ Como sabe meu nome? - afastou-se receoso.

─ Isso também não importa - riu docemente - Eu apenas vim ajudar.

Ao ouvir tais palavras, Sasuke sentiu algo dentro de si ser quebrado. Flashes invadiram sua mente, lembranças a tempos esquecidas. Suas memórias o teriam devorado se uma suave voz não sussurrasse em seu ouvido, tão familiar... Mas quem seria? Por mais que tentasse era incapaz de identifica-la.

Imagens da jovem garota de cabelos rosas apareceram, o dia em que eles se conheceram, o momento em que descobriu que estava apaixonado, o abandono, o reencontro através de um trágico acidente, do qual ele era o único culpado. Se não tivesse bebido tanto, e se tivesse pego um táxi... Teria sido diferente?

─ Sasuke... - sussurrou a voz anterior - Não a deixe ir, lute por ela.

Olhando para todos os lados o Uchiha procurava de onde vinha aquelas palavras. Ao seu lado a senhora sorria, entretanto sua boca não se mexia.

─ Quem é você? - indagou para a escuridão.

Um amigo Sasuke, apenas um amigo.

─ Pequeno Uchiha - acariciou os cabelos negros - Tome cuidado Querido. Muitas coisas não parecem o que são... Pessoas boas erram, você precisa aprender a perdoa-las e nunca se esqueça que todos te amam, sua família, amigos e Sakura.

A cada nome dito, Sasuke via fotos serem reproduzidas em sua frente, sem perceber foi deixado sozinho. A imagem de Sakura permanecia parada diante de seus olhos. E ele sentia tanta saudade... Seu morango.

─ É tudo culpa minha - resmungou em suspiro - Sakura... - acordou em rompante, seus olhos marejaram de modo instantâneo, com o pulso sobre o rosto, escondeu as lagrimas do próprio orgulho - Eu não te faço feliz, não é? Tudo por minha culpa... - se enrolou nas palavras, sua cabeça latejava, porém nada superava a dor em seu coração - O acidente... É culpa minha... Por que se esqueceu de mim? Só de mim... - encolhido no sofá, chorou como uma criança perdida, confusa, esquecida. - Me odeia tanto assim? Hã? - os soluços se misturavam com os sentimentos reprimidos, trancafiados de modo que somente ele pudesse se libertar - Eu vou cuidar... vou cuidar de você - sussurrou melancólico, o choro resignou aos poucos, restando apenas traços molhados em seu rosto - Eu prometo... - silabou, antes de mais uma vez fechar os olhos rendendo-se ao sono.

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Quando os primeiros raios de sol atravessaram as cortinas, Pain sentiu seus olhos arderem, a cerca de duas semanas não tinha uma noite decente, quando não estava em missão, perdia horas cuidando de toda papelada e administração da sede.

A cada movimento sentia seu corpo reclamar, desejava passar o dia inteiro deitado e ele poderia, estava de folga. Isso se um homem todo de preto não estivesse ao lado de sua janela, esperando que ele acordasse.

─ O que faz aqui?! - levantou furioso - Eu deixei claro que não queria ser incomodado.

─ Há uma ligação senhor - respondeu sem coragem de levantar o rosto.

O jovem funcionário sentia a tensão, Pain sempre fora um bom chefe, exigente mais calmo, no entanto naquele instante o ruivo parecia possuído, seus olhos queimavam atravessando a alma do rapaz como uma espada.

─ Eu não vou aceitar missões hoje - massageou as têmporas - Mande Deidara ou Hidan, sei lá - virou de costas para o rapaz - Eu estou de folga - voltou a deitar.

─ Eu sei senhor, mas exigiram sua presença.

─ Exigiram? - olhou desconfiado para o jovem - E quem foi?

─ Uchiha, senhor. Ela disse que seu nome é Uchiha.

Se fosse qualquer outro nome Pain recusaria sem pensar duas vezes, estava tão esgotado que nem mesmo um pedido do imperador seria atendido, ao menos não por ele, todavia ele nunca foi capaz de recusar um pedido da morena, por mais absurdo que pudesse ser.

─ Muito bem, diga a ela que aceitamos a missão - levantou da cama,

─ Acho que ela já sabe senhor, mandou que eu entregasse essa lista - estendeu uma pequena folha de papel ao mestre – Ela pediu também para que não se esqueça de nada, e leve ajudantes, quanto mais melhor.

─ Muito bem – dispensou o jovem com um aceno.

Passando os olhos sobre o papel, pain lia cada linha com atenção. O que Mikoto planejava fazer dessa vez? Aquela lista não continha coisas comuns, nem mesmo para a Uchiha.

Curioso, guardou as anotações no bolso da calça, saindo logo em seguida em busca de seus ajudantes. Pain caminhava pelos largos corredores com um sorriso sombrio no rosto, em sua mente repassava quem convocaria, sabia exatamente quem chamar, as pessoas perfeitas para aquele tipo de missão.

Seus devaneios foram sanados quando chegou academia da sede, adentrou adquirindo a comum expressão de seriedade, vagou seus olhos pelo local a procure de seus alvos, e quando os encontrou fez sinal para que viessem a frente. Os homem que ali se exercitavam, rapidamente correram para se posicionar, em sinal de respeito.

─ Hoje é meu dia de folga. No entanto, um pedido da senhora Uchiha nos foi solicitado - indagou firme, caminhando de um lado ao outro com os braços entrelaçados nas costas - Deidara. Tobi e Hidan. Vocês irão comigo para mansão. Alguma objeção?

─ Chefe! - Deidara levantou a mão.

─ Fale.

─ Vou precisar passar ao banco, antes de irmos - disse mordendo os lábios para não rir. Hidan e Tobi, que identificaram logo de inicio o que viria seguir, riam sem pudor.

─ Posso saber o motivo? - perguntou não compreendendo.

─ Quero dar entrada ao meu seguro de vida, antes que a senhora Uchiha acabe nos matando de vez. - antes mesmo de terminar o que dizia gargalhou juntando-se aos outros dois.

─ Tudo bem. Não sei por que demoraram tanto a fazer. Fiz o meu no dia seguinte que conheci a senhora Uchiha - pronunciou indiferente. Os três pararam de rir no mesmo instante - Idiotas! - balançou a cabeça negativamente, enquanto saia da academia - Vamos, ou querem utilizar seu seguro de vida agora? - não foi necessário repetir, os homens rapidamente o seguiram em silêncio.

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Deitada sobre os lençóis brancos, Sakura olhava perdida para o teto. Desejava ir para casa, no entanto, Tsunade insistia em mante-la presa naquele lugar. Sentia tanta saudade de seu quarto, amigos e... Quem mais? Quem era a pessoa de quem sentia tanta falta e por que não era capaz de reconhece-la?

Bufou entediada, estava cansada daquilo, se sua cabeça não estava disposta a lhe contar quem era, então ela mesma iria descobrir.

Cansada de ficar parada, levantou-se da cama e pegou suas coisas guardadas no armário próximo ao banheiro. Apoiou sua bolsa na cama, vasculhou cada canto, até que encontrou o que tanto almejava, seu caderno. Se iria iniciar uma investigação, precisava anotar tudo do que se lembrava. Sakura Holmes estava pronta para agir.

Após guardar suas coisas no lugar, pegou o que precisava e saiu pelo corredor. Ela sabia o lugar ideal para pensar e relaxar, o jardim. Sakura andava distraída quando ouviu alguém a chamar.

─ Onde pensa que vai? - de imediato Sakura reconheceu a voz.

─ Porca - se atirou nos braços da amiga que a envolveu em um abraço.

─ Testuda - sorriu docemente - Desculpe por não ter vindo antes, aconteceu tanta coisa e eu... - mordeu os lábios com receio de completar o que gritava em sua mente.

─ Ah, deixa isso pra lá - bateu de leve no ombro da loira - O importante é que você está aqui agora - sorriu de maneira encantadora.

─ E então onde você ia? - a olhou desconfiada.

─ Até o jardim - sorriu.

oOo

Sentadas no terraço, Sakura e Ino permaneciam em silêncio, enquanto uma suave brisa tocava seus rostos. O doce cheiro das flores se espalhava por todo o local as deixando embriagadas.

─ Como se sente, testuda? - perguntou com certo receio.

─ Bem - sorriu.

Ao ver o doce sorriso de sua amiga, sentiu seu coração aquecer, a tanto tempo não a via assim. A velha Sakura estava de volta, sua melhor amiga encontrava-se bem, ali parada a sua frente.

─ E então pra que você trouxe esse caderno? - olhou atentamente o pequeno objeto de capa preta.

─ Eu vou usar isso na minha investigação - sorriu confiante - Quero anotar tudo do que me lembro e assim preencher algumas lacunas - bateu com dois dedos sobre a têmpora.

Sakura observou a loira ao seu lado, algo a estava incomodando. Ino parecia distânte, estranha... Teria acontecido algo entre as duas?

─ Ino-porca-chan - chamou carinhosamente - Está tudo bem?

─ Hm? - agiu como se despertasse de um sonho - Está sim - forçou a sorrir.

─ Muito bem - levantou-se, passou a mão na roupa retirando o pó - Quando quiser me contar, você sabe onde me encontrar - começou a andar, quando a Ino a impediu.

─ Sakura, eu... Eu - mordeu os lábios na tentativa de conter o choro.

─ Vamos lá - segurou as pequenas mãos - Pode falar.

─ Você já tem tantos problemas - secou as lágrimas que deslizavam - E quando enfim eu venho te ver, só trago mais preocupações.

─ Não esquenta sua bobona. Esqueceu da nossa promessa? - sorriu - E quando o mundo te derrubar...

─ Eu sempre estarei lá pra te levantar - sorriu fraco - Eu senti tanto a sua falta, testuda - escondeu o rosto no ombro da rosada, permitindo que tudo o que sentia transbordasse por seus olhos.

─ Eu também, eu também Ino - retribuiu o abraço, acariciando os longos cabelos da Yamanaka.


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Notas finais do capítulo

Primeiramente... HÁ! PEGADINHA DAS AUTORAS :P Não é o penúltimo capitulo meninas ( só vai entender o pessoal do grupo) Eu sei, eu sei fui muito malvada T.T
Mas, então, curtiram o cap? Sentiram uma pontadinha no coração ou algo parecido com lagrimas? Nos conte tudinho ai nos comentários. E se você ai, esta acompanhando e ainda não favoritou a fic, ande logo criatura, e não perca mais nenhum capitulo.

A enquete ainda continua, quem ainda não votou, esta em tempo > http://www.criarenquete.com.br/497506-quem-e-o-amigo-secreto

Música de hoje; Human - Christina Perri