Akai Ito escrita por Karol Montblanc


Capítulo 38
Tama ni shika au koto dekinasu natte


Notas iniciais do capítulo

Oi gente *---*
Tudo bem?
Olha só quem conseguiu terminar o capítulo um dia antes, sim fomos nós o/
Como sabemos que vocês estão mega curiosos pra saber o que aconteceu com a Saki, decidimos acabar com o sofrimento de vocês ❤
Esperamos que gostem!
ATENÇÃO! Favor ouvir a música do capítulo de hoje, é muito, muito importante que vocês leiam com a música tocando de fundo, então abram o vídeo que colocamos nas notas finais, aperta o replay e vem chorar com a gente.



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Capítulo XXXVIII

"Emoções... como cavalos selvagem

Não podem ser domados, comandados...

Nos faz perder a cabeça

nos leva a saltar na imensidão desconhecida de braços abertos

Sem se preocupar com o chão

Desejar que o fogo nos consuma por inteiro

A mais profunda loucura, o mais forte dos sentimentos.

O verdadeiro sentido da existência humana

Perder a cabeça para encontrar o que lhe faltava, sua metade perdida."

( Paloma Caroline )

Eu queria continuar ligada a você

O clima na sala de espera mantinha-se tenso, Mebuki abraçada ao marido rezava silenciosamente para que sua filha saísse completamente bem da cirurgia. Kizashi tentava acalmar a esposa e ignorar a presença do Uchiha no outro extremo da sala.

Sasuke caminhava de um lado para o outro, o nervosismo era evidente em seu rosto, a cada vez que as largas portas brancas eram abertas sentia seu coração paralisar, todo enfermeiro que por ali passava logo era abordado em busca de notícias de sua amada. Perdido em devaneios não notou a aproximação de alguém.

─ Sasuke? - o olhou atentamente.

─ Karin, o que faz aqui? - franziu o cenho para então caminhar em direção a Uzumaki

─ Soube que hoje era a cirurgia da Sakura então eu e o Sui decidimos te fazer companhia - sorriu docemente.

─ E onde está o Suigetsu? - procurou a sua volta, mas não o viu.

─ Estacionando o carro, não encontramos uma vaga se quer pelas redondezas - o olhou preocupada - E então como ela esta? Alguma notícia?

─ Não, ninguém sabe informar nada. Inúteis! - bufou.

─ Vai dar tudo certo, você vai ver - sorriu confiante com o intuito de trazer algum conforto ao coração do rapaz.

Todos tiveram sua atenção desviada para a correria que acabará de ser iniciada, enfermeiros entravam e saiam da sala rapidamente, sem parar nem mesmo a pedido da senhora Haruno.

─ O que está acontecendo? - Mebuki olhava desesperada a cena a sua frente – Me digam! O que houve com a minha filha? - tentava parar algum enfermeiro sem sucesso algum.

─ Mebuki, se acalme – Kizashi envolveu a esposa em um doce abraço.

Ignorando o pedido do marido, Mebuki parou em frente a porta com os braços estendidos fechando assim a passagem.

─ Eu exijo saber o que está acontecendo! - declarou convencida ao jovem enfermeiro que almejava passar.

─ Não sabemos Senhora, por favor me deixe passar. A Dra.Tsunade precisa deste material - mostrou a maleta que trazia consigo - Cada segundo é um risco de não conseguirmos salvar a paciente.

─ Sa-salvar? - Mebuki sentiu seu corpo desabar sendo amparada pelo marido - Minha menina, nossa Sakura - abraçou Kizashi escondendo o rosto em seus ombros.

Com a mão sobre o ombro de Sasuke, Karin sentiu o corpo dele enrijecer, com toda certeza todos pensaram o mesmo que ela, alguma complicação se deu durante a cirurgia, será que... Sakura iria morrer? Envolvendo seu amigo em um terno abraço, permitiu que sua mente vagasse livre.

oOo

Na sala de cirurgia todos mantinham-se tensos, 10 minutos esse era o tempo em que o coração da Haruno permanecia paralisado, em outras circunstancias qualquer médico já teria declarado óbito, contudo Tsunade não estava pronta para desistir.

─ Ajuste o desfibrilador para 120 - gritou aos enfermeiros.

Esfregando uma placa contra a outra, Tsunade colocou o aparelho sobre o tórax da moça fazendo seu corpo contrair-se por conta da corrente elétrica que o atravessava.

─ 150 - ordenou aos enfermeiros antes de repetir o procedimento - 200 - quarta tentativa e nada, Sakura se quer respondia aos estímulos - 250 !

─ Doutora, acho melhor pararmos...

─ 260 - gritou ignorando o comentário de seu colega de equipe - ONDE ESTÁ A EPINEFRINA?! - gritou raivosa.

─ Aqui Doutora, aqui - um dos enfermeiros entregou a maleta que trazia consigo.

Rapidamente o conteúdo foi entregue ao médico que preparava-se para despeja-lo na veia, quando uma ordem lhe foi dada.

─ Injete direto no coração! - preparava mais uma vez o desfibrilador, aquela era sua última chance.

─ Mas Doutora...

─ AGORA!

Assim como lhe foi dito o experiente médico fez, inserindo a agulha no peito da jovem despejou uma alta dose de adrenalina direto no coração.

Mais uma vez Tsunade usou o desfibrilador, desta vez em sua voltagem máxima. Uma, duas, três... Nada, o coração da moça se recusava a responder. Não havia mais o que ser feito, aquela batalha estava perdida. De cabeça baixa, desligou o aparelho.

─ Doutora - aproximou-se Yoko, uma jovem enfermeira, que pousou a mão sobre o ombro da Senju tentando confortá-la - Fizemos tudo o que podía... - sua frase foi interrompida pelo BIP do monitor cardíaco.

Ela estava viva, Sakura voltou a respirar.

oOo

No momento em que as largas portas foram abertas todos os presentes na sala voltaram sua atenção a jovem mulher que retirava sua mascara, ainda com as roupas usadas na cirurgia, Tsunade caminhou até o centro do local convidando todos a se juntarem a ela.

Seu rosto neutro e cansado, não deixava transparecer qualquer sentimento. Mebuki sentia seu coração bater forte, toda a cena transcorria lentamente, aumentando seu desespero. Os lábios da loira subiam e desciam, contudo nada conseguia ouvir, sua respiração ofegante lhe roubou a capacidade de ouvir.

Um sorriso, o mais lindo sorriso que viu em sua vida. Aquela era a confirmação que tanto esperou, sua garotinha estava bem, lágrimas corriam por seu rosto enquanto tinha o corpo envolvido pelos braços do marido.

─ Ela está bem - declarou aliviado - Meu algodão doce está bem - lágrimas corriam pelo rosto do casal que transbordava de alegria.

A felicidade era visível, cada pessoa naquele lugar comemorava a sua maneira.

─ Nós podemos vê-la Doutora? - indagou a matriarca.

─ A cirurgia demorou mais do que esperávamos - observou o relógio de parede - O horário de visitas já terminou - coçou o queixo pensativa - Mas acredito que o diretor não irá se importar se abrirmos uma pequena exceção, no entanto não poderão permanecer por muito tempo - olhou para os jovens presentes - Sinto muito, mas apenas familiares poderão entrar.

─ O que?! - A olhou furioso - Você tá dizendo que não vai me deixar entrar? - indagou o Uchiha.

─ Sinto muito - pediu sinceramente - Peço que entenda. Sakura acabou de passar por uma longa cirurgia, ainda se encontra adormecida e em observação. Amanhã logo cedo você poderá vê-la.

A contragosto Sasuke marchou furioso em direção a cadeira onde acomodou-se mais uma vez.

Comovida, Mebuki foi em direção ao jovem, segurou sua mão o fazendo olhar para si.

─ Eu trago notícias - sussurrou para que apenas ele ouvisse.

oOo

Dez minutos, esse foi o tempo dado a eles para permanecer no quarto. Abrindo a porta devagar, caminharam a passos largos até a cama. Ambos observavam a jovem encantados, o som calmo de sua respiração aquecia seus corações, fazendo com que todas a preocupação que mais cedo os atormentará se esvaísse.

Distraídos não viram o tempo passar, apenas notaram que é hora de ir ao ver Tsunade abrindo a porta. A contragosto despediram-se de sua garotinha, antes de sair Mebuki depositou um suave beijo entre os fios róseos com a promessa de retornar no dia seguinte.

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Sentado na cama com o notebook no colo e uma caneca de chá fumegante nas mãos, Itachi tentava se concentrar em seu trabalho, o que estava sendo quase impossível, já que uma bela loira de longos cabelos encaracolado fazia barulhos realmente irritantes no quarto ao lado.

O Uchiha suspirou buscando pelos fones de ouvido, colocou o vídeo para rodar e por poucos minutos conseguiu prestar atenção. No entanto o barulho voltou arranhar em seus ouvidos, em seguido veio um baque que o deixou preocupado, um tanto curioso, mas preocupado. Colocou o notebook na cama, a caneca sobre a cômoda e seguiu para o quarto de Washu, abriu a porta sem ao menos bater encontrando a dona sentada no chão repondo algo dentro de caixas. Seus olhos vagaram pelo local finalmente percebendo o motivo de tanto alarde.

─ O que esta fazendo? - franziu o cenho analisando a bagunça.

─ Procurando minha pulseira de pingentes da liga da justiça, preciso encontra-las logo - se levantou deixando a caixa no lugar - Quer me ajudar?

─ Já procurou embaixo do travesseiro? - sugeriu, os olhos castanhos estreitaram em duvida, mesmo assim Washu foi ate a cama e ergueu os travesseiros.

─ Uau - sorriu ao encontrar a pulseira dourada com muitos pingentes - Obrigada, Sherlock - após colocar a pulseira no pulso direito foi em busca de sua bolsa, seus passos foram observados atentamente pelo moreno parado ao batente da porta.

─ Vai sair? Posso te levar - não era uma pergunta, nunca era. E foi por isso que Washu parou no meio do quarto e suspirou para então voltar a se senta na cama e calçar seus sapatos.

─ Não precisa, pego um taxi - sua voz soou baixa como um murmuro.

─ Não quero bancar o babaca, mas, suspeito que tenha algum problema eu ir com você - Itachi afastou seu corpo da porta para caminhar ate ficar diante da moça - Por que?

─ Não é nada, vou apenas visitar uma amiga - ela não olhou nos olhos dele, não conseguiria. Assim que se levantou um panfleto caiu de sua bolsa, Itachi foi mais rápido e não gostou nada do que viu.

─ Por que esta procurando apartamento? Não, melhor. Por que não me disse nada? - era difícil ver Itachi irritado, tanto é que Washu apenas presenciou uma única vez, quando Ori decidiu construir um mundo cor-de-rosa no casamento, e mesmo assim o Uchiha não pareceu tão amedrontador quanto naquele momento.

─ Eu ia te contar em algum momento, não queria magoar você - suspirou jogando a bolsa sobre a calma.

─ Serio? - riu sem um pingo de humor - Então você simplesmente avisaria, pegaria suas coisas e iria embora? Serio isso Washu?

─ Você falando desse jeito parece ate que sou interesseira, e não é nada disso. Se me deixar explicar eu...

─ Explique. Estou realmente muito ansioso para ouvir - cruzou os braços sobre o tórax com um olhar analítico sobre a moça.

─ Você sabe que sempre fui muito independente, tinha meu próprio apartamento em Londres e nunca dependi de ninguém. O que quero dizer é que estou aqui a quase um mês e isto esta me matando - soltou um suspirou, seu corpo caiu sobre a cama exausto - Eu gosto muito da sua família, sou muito grata por me deixarem ficar, mesmo que eu tenha insistido em pagar parte das despesas. Não tenho palavras para agradecer. Mas eu preciso do meu próprio cantinho, minha bagunça, minhas coisas. Um lugar que eu possa chamar de meu - Washu pronunciava com emoção, um brilho nos olhos como se estivesse prestes a chorar. Havia guardado toda aquela angustia por muito tempo, pois realmente amava Itachi.

─ Vem cá - ele não esperou ela vir, apenas a puxou para seus braços envolvendo-a em um abraço apertado - Não sabia que se sentia assim, você nunca demonstrou. Não deveria esconder de mim.

─ Eu sei, desculpa - apertou seus braços na cintura dele fazendo com que seus corpos quase se fundissem.

─ Estava pensando nisso também, acho que já esta na hora de dar um novo passo - abrandou, acariciando os cabelos encaracolados.

─ O que quer dizer? - ergueu os olhos para encara-lo.

─ Vamos morar juntos - sorriu - Vou falar hoje mesmo com meus pais e daqui três dias estaremos...- aproximou sua boca do lóbulo para sussurrar - Na nossa casa.

─ Esta falando serio? - Washu se afastou piscando os olhos incrédula - Itachi, sua mãe ela...

─ Ela vai ter que entender. Na verdade eu sempre pensei nessa possibilidade, mas morar sozinho não é algo que desejasse. Só precisava de uma razão - enlaçou a cintura da Nakamura a trazendo de volta para os seus braços.

─ Apenas Itachi Uchiha e eu, sozinhos em um apartamento, nosso - constatou com um sorriso radiante - Isso parece muito para o meu pobre coração - riu colocando as mãos sobre o peito.

─ Espero que seu coração aguente quando pedi-la em casamento - com um sorriso nos lábios, Itachi a beijou em uma troca de carinho que durou pela tarde toda.

oOo

Quando Itachi finalmente criou coragem para falar com seus pais. A conversa que deveria ser simples e objetiva, tornou-se uma grande tempestade com direito a raios e trovões.

─ VOCÊ NÃO VAI SAIR DESTA CASA! - Mikoto gritou pela quarta vez consecutiva - SE SAIR POR ESTA PORTA, JURO QUE O TRAGO PELA ORELHA DESDE SEJA LÁ ONDE FOR E O TRANCO NAQUELE QUARTO!

─ Mãe, pare de fazer drama - Itachi suspirou passando as mãos pelo cabelo - Eu sou um homem, não uma criança.

─ Esta vendo isso Fugaku, eu o gerei por nove meses, criei e cuidei por vinte e cinco anos e é assim que me agradece - um soluçou escapou de seus lábios trêmulos - Itachi - saiu de onde estava para se sentar ao lado do filho, rapidamente grudou em suas mãos e o encarou com os olhos vermelhos pelo choro excessivo - Meu bebê, você não pode me deixar. Nunca esta me ouvindo, nunca - depositou um beijo demorado sobre as mãos do filho - Eu te amo e o quero para sempre perto de mim, pra sempre - segurou o rosto serio e sorriu - Não faça essa cara, eu te amo demais para deixa-lo livre pelo mundo.

─ Eu também te amo, mãe. Mas a senhora precisa entender que já passou da hora de.... - interrompeu a si mesmo, era meticuloso em suas palavras - Quero ser independente, preciso disso.

─ É por causa dela não é? É por causa da Washu, não é? - havia magoa em seus olhos - Você nunca sairia daqui por si mesmo, é o meu bebê, sempre viveu debaixo de minhas asas e isso jamais irá mudar.

─ Não é só por ela, é por mim mesmo, mãe. Só preciso qu...

─ NÃO! - gritou apavorada - Não vou deixar, você não vai sair. Não vai me abandonar - seu corpo tremulo foi amparado por Fugaku que, ate o momento se mantinha calado.

─ Itachi apenas a obedeça - sua voz soou como uma ordem - Vamos lá pra cima, se acalme Mikoto.

Com aquela pequena amostra do que poderia acontecer se realmente pusesse os pés para fora daquela casa, Itachi se viu sem alternativas. Já não sabia mais discernir se sua mãe apenas estava agindo com seu próprio egoísmo ou realmente fora pega de surpresa.

─ Tudo bem - Itachi se deu por vencido, aproximou-se da matriarca e plantou um beijo sobre sua testa - Por hora não tocarei mais no assunto.

Fugaku a conduziu em alguns lances da escada ate sumirem pelo corredor do segundo andar. Com um suspiro pesaroso Itachi caminhou ate o quarto de Washu, bateu na porta e assim que a mesma consentiu ele entrou.

─ Pela sua cara a conversa não foi nada amigável. Senta aqui - bateu sobre o espaço na cama e assim ele fez.

─ Ela pirou - suspirou pela milésima vez - Vamos ter que adiar.

─ Itachi eu não posso, não quero ser egoísta com os seus sentimentos muito menos com os meus.

─ Esta dizendo que vai ir morar sozinha? - levantou abrupto - Washu eu disse que iria com você e eu vou.

─ A questão não é mais esta - levantou-se também para encara-lo em pé - Não quero que fique mal com seus pais. Dona Mikoto é uma ótima mãe, exagerada, super protetora? Sim, e eu admiro isso. Eu nunca tive nada comparado, e não quero que você perca tudo.

─ Você não conhece minha mãe, Washu. Ela sabe chantagear como ninguém e não duvido nada que esteja agora mesmo rindo de seu feito - frustrado, Itachi não poderia estar mais decepcionado com toda situação.

─ Ita...

─ Eu não vou impedir você - pronunciou sem ao menos olha-la nos olhos, virou-se e estava prestes a sair quando Washu segurou sua camisa.

─ Você esta chateado, não quero que fique assim, eu só... Itachi - doía vê-lo daquela forma, apenas deixou seus lábios o chamarem em um pedido de desculpas.

─ Apenas me ligue quando chegar, vou resolver tudo, não se preocupe - depositou um beijo rápido sobre os lábios e outro na testa, virou-se e saiu.

Washu fechou os olhos sentindo falta de algo, algo importante. Seus dedos tocaram a própria testa e logo não foi capaz de segurar as lagrimas

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Kurenai de imediato ordenou que levassem o corpo, os médicos do clã iriam analisar minuciosamente e assim dariam o veredito a qual arma fora utilizada para tal fatalidade.

Hinata somente pensou na família daquele pobre homem, um conselheiro de idade avançada, porém forte. No dia do julgamento o mesmo disparou atrocidades contra Kurenai que, bravamente o contrapôs. Seria ela capaz de mata-lo? Tão rápido quanto chegou a esta conclusão tratou de espantar tal pensamento absurdo. Seus olhos varreram pelo dojo a procura de Neji, mas não o encontrou, Kurenai se mantinha presa em suas próprias divagações, no entanto ela precisava saber que medidas seriam tomadas diante daquela calamidade.

─ Kurenai-sama, precisamos alertar a polícia. - disse o que seria mais óbvio.

Com um riso mal humorado Kurenai virou-se para Hyuuga arqueando uma das sobrancelhas.

─ Então você realmente não leu o livro de artigos sobre o clã que eu lhe dei - balançou a cabeça negativamente e passou a caminhar pelo local - Deixe-me explicar uma coisa; Somos um clã independente. Lembre-se sempre disso. O princípio de estilo de vida que vivemos iniciou justamente para obter a liberdade que almejamos. Não somos cidadãos de Nova Iork a dois séculos, pertencemos ao clã Hyuuga, ou seja, qualquer adversidade que ocorra aqui nós resolvemos.

─ Mas foi um assassinato, independente de suas...

─ Independente do que contestar serão apenas palavras jogadas ao vento - pontuou com seriedade - Já lhe disse uma vez, Hinata-hime; Não tente adornar os sábios que dispuseram a sabedoria– murmurou próxima a Hyuuga, seus lábios se curvaram em um doce curto sorriso, para então virar as costas e sair.

Hinata fitava o chão apertando seus dedos contra a palma da mão, seus lábios franzidos contraiam se obrigando a engolir todo seu orgulho. Havia perdido mais uma vez para o clã. Daquela maneira que tipo de mudanças poderia fazer?

Em contrapartida sua consciência a alertou que, era uma líder sem poder, um fantoche bem posicionado de cordas frágeis submisso. O caminho que escolhera se tornava cada vez mais estreito, e, sem volta.

Se perguntava ate onde aguentaria.

Quão longe iria sua força?

Perdida em seus próprios devaneios mal percebeu a presença de outra pessoa.

─ Hyuuga-sama, esta tudo bem? - alguém tocou seu ombro.

Por um instante Hinata se assustou, logo suavizou sua expressão na tentativa de se lembrar do nome do homem ao seu lado.

─ Senhor...

─ Por favor, apenas Haiato - sugeriu com um singelo sorriso.

─ Certo, Haiato-san. Estou bem - devolveu o sorriso, apenas por gentileza ao homem que durante o julgamento pareceu ser alguém intransigente.

─ Desculpe minha indelicadeza, mas não parece. Não tenha vergonha, todo clã esta em luto hoje.

─ Fico imaginando quem poderia ter feito tal atrocidade - suspirou com pesar, não conseguia convencer nem a si mesmo.

─ Imaginar não acrescentará em nada - brandeou voltando a fitar a Hyuuga - O máximo de hipóteses e especulações concretas que conseguir é tudo o que pode fazer.

─ Gostaria de ajudar muito mais, conselheiro-san. Mas minha liberdade sobre o clã é limitada - sentia dentro de si que se pudesse ser ouvida apenas uma única vez, mudanças construtivas ocorreriam. Todavia, Kurenai a lembrava todos os dias sobre sua posição, seus verdadeiros deveres estariam longe de liderar o clã.

─ Há algo que possa fazer, estará dentro de seus limites pois ainda que seja submetida, é a líder - com os braços cruzados para trás, iniciou uma curta caminhada em círculos.

─ Sobre o que fala, Haiato-san? - em seus olhos um fio de esperança ressaltou.

─ Durante a reunião haverá um momento que será dada a palavra aqueles que se opuserem as decisões, neste momento terá oportunidade para falar, não como líder, mas como um membro pertencente ao clã.

Hinata tentou acompanhar o raciocino do conselheiro, porém continuava sem compreender. Ao menos sabia que tal momento existiria em uma reunião.

─ Peça para que Samurais e lutares de todo o clã mostrem suas armas...

─ Não compreendo, como mostrar uma arma provara quem é o verdadeiro culpado?

─ Hyuuga-sama, realmente não tem conhecimento dos costumes? - arqueou a sobrancelhas curioso - Pois bem, a direi. Lutadores e Samurais contem sua própria arma, uma única espada a qual utiliza durante batalhas por toda sua vida. Por honra e respeito o sangue jamais deve ser limpo.

─ Então o verdadeiro culpado terá sangue fresco em sua espada - concluiu vendo tudo se encaixar.

─ Exato, Hinata-hime. Espero que consiga encontrar o culpado, Mesaren era um bom amigo - disse com tristeza evidente em seus olhos.

─ Encontrarei, Haiato-san! - Hinata assentiu garantindo que daria tudo de si para encontrar o assassino e assim amenizar a dor de familiares e amigos que sofriam pela perda do conselheiro.

oOo

Ao cair da noite, membros importantes do clã foram convocados para a reunião. No mesmo salão onde ocorrera o julgamento, homens se sentavam envolta da grande mesa, uns expressavam puro desdém, outros frustação por não encontrarem um culpado. A tensão predominava entre os olhos divergentes, todos dirigidos a Kurenai e sua pupila que a seguia, denominada líder.

─ Estão todos presentes - a pergunta retorica silenciou os homens que discutiam trivialidades.

─ Veja por si mesma, Yuuhi - debochou um dos conselheiros, em seguida atraindo risos sarcásticos.

─ Damare "Cale-se" - ordenou sobressaindo sua voz acima das gargalhadas - Temos um assassinato sem culpado evidente, contudo, a invasão de horas antes se fez obvio o objetivo de nos distrair. Tudo indica que o clã Mamoru por não conseguir o que quer e ter seu informante exilado, declarou vingança.

─ Tem provas para o que afirma? - o irmão mais novo de Mesaren levantou-se ansioso por mais informações.

─ Apenas especulações, Darin - suspirou a Yuuhi em frustração - O próprio traidor confessou que transmitia informações sobre a localização da Kusanagi, se tudo o que foi dito for verdade, acredito que saibam com exatidão onde se encontra.

─ Mas desta forma teremos que tira-la daqui - disse um dos conselheiros.

─ Foi uma das primeiras soluções que tive, no entanto o inimigo quer exatamente isso, que retiremos a arma do clã. Mas, arrisco dizer que pode haver traidores entre nós, devemos nos preparar para qualquer que seja o ataque. Por tanto, apenas eu saberei onde a arma se encontra - os homens arregalaram seus olhos com tamanha perplexidade, um burburinho se iniciou preenchendo o silencio.

Hinata observava a tudo calada, por mais que tentasse prestar atenção no que era dito, seu coração aclamava por um certo loiro de olhos azuis. Des do momento que houve a invasão não o viu mais. Sua angustia apenas aumentava a cada minuto, precisava vê-lo.

─ Tudo que podemos fazer agora é aguardar pelo resultado de analise, o sistema medico-nin do clã esta trabalhando para isso, por enquanto procuraremos por mais informações pelos arredores - por mais repugnante que fosse ser vista como uma inimiga, Kurenai os ignorou - Se houver alguém disposto a fazer alguma sugestão, que faça - em seguida voltou a se sentar ao lado da Hyuuga.

Hinata puxou ar para seus pulmões, finalmente havia chego a hora. Com uma coragem que nem mesmo ela sabia que tinha, levantou-se ficando a frente da mesa.

─ Te-tenho... - começou gaguejando, porém parou para respirar fundo e prosseguir - Tenho uma proposta - seus olhos direcionaram a Haiato e o mesmo lhe dirigiu um sorriso encorajador - Sugiro que todo Samurai e lutador mostre sua espada, assim poderemos eliminar hipóteses sobre qualquer suspeita dentro do clã.

Kurenai a olhou com espanto, em seguida suspirou em reprovação. Hinata fingiu não se importar e prosseguiu.

─ Quando? - um dos conselheiros perguntou.

─ Amanhã pela manhã. Quem estiver a favor, por favor levante a mão - pediu se impondo pela primeira vez.

Haiato foi o primeiro a levantar sua mão esquerda, pois é canhoto, em seguida um a um repetiu o ato. Em um mar de mãos direitas levantadas, Hinata sorriu com a aprovação.

Não demorou muito para que a reunião fosse encerrada, Hinata ao menos voltou a olhar para Kurenai que, parecia não ter gostado nem um pouco de sua atitude. No entanto, ela estava decidida, não abaixaria mais a cabeça.

Sem esperar por mais nem um minuto seguiu para o quarto de Naruto, ansiosa, aflita e morrendo de saudade bateu na porta para logo o loiro abrir.

─ Naruto - sorriu perdendo toda a coragem de pular sobre ele e lhe dar um beijo, a vergonha sempre a venceria.

─ Minha Hinatinha - não perdeu tempo e a puxou para um beijo fervoroso - Soube sobre a invasão, você esta bem?

─ Estou sim, e é sobre isso que vim falar com você.

─ Claro, mas antes preciso te mostrar uma coisa - Naruto parecia nervoso, sua expressão alegre desaparecia pouco. Era estranho vê-lo daquela forma, rapidamente entrou em seu quarto e logo voltou com uma bainha em mãos, a mesma que carregava mais cedo - Hinata, preciso que confie em mim.

─ O que esta acontecendo, Na-Naruto? - o olhou começando a ficar preocupada.

─ Há uma semana Kurenai me entregou isso, ela disse que é algo muito precioso para o clã, e se eu realmente amo você deveria proteger a ambas com a minha vida. No começo eu não entendi nada - coçou a nuca desajeitado - Mas ai veio essa invasão e depois o assassinato.

─ Kurenai-sama te entregou a Kusanagi? - colocou as mãos sobre a boca surpresa.

─ Ah é esse nome mesmo - afirmou agitado - Mas não acaba por ai - então Naruto retirou a espada vagarosamente da bainha, pouco a pouco pode ver a mancha carmim cobrindo parte da lamina - Hinata, eu juro pelo nosso amor que não fui eu - atento as reações de sua amada, o Uzumaki implorava para que ela acreditasse em sua palavra.

A Hyuuga ofegou contendo uma vertigem, aquilo não poderia estar acontecendo. Tudo parecia ser uma terrível brincadeira de mal gosto, não poderia ser verdade. Seus olhos perolados se fecharam com força, para então abrir de uma só vez, porém a arma continuava nas mãos de Naruto manchada de sangue, sangue do conselheiro do clã, seu clã.

Com a sua proposta aos conselheiros, Naruto seria obrigado a mostrar sua arma, e por fim iria a julgamento.

Mas, este não era o único ponto que atormentava Hinata, o momento exato em que viu o Uzumaki se esgueirar próximo ao dojo deixava duvidas. No entanto não poderia deixar que hipóteses passassem por cima do seu amor.

─ Hina...

─ Eu acredito em você - o abraçou fortemente, suas lagrimas já não poderiam ser contidas. Havia entregado o amor de sua vida a destruição - Eu acredito!

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Já passava da meia noite quando Gaara decidiu ir para casa. Seu expediente terminará a 4 horas atrás, entretanto cansado de tanto trabalho optou por fazer companhia as crianças, estar com elas eram uma das poucas alegrias de sua vida. Ayumi, sua doce amiguinha era a única capaz de anima-lo depois de um longo e estressante dia.

Brincaram por horas a finco até o cansaço vencer, com cuidado pegou Ayumi no colo a levando para o quarto, delicadamente a cobriu e colocou Rauf, seu fiel cão escudeiro, sobre a cama. Ayumi adorava aquela pelúcia, lembrava-se do dia em que ela mobilizou todo o hospital pois seu pequeno amigo havia desaparecido, enfermeiros, médicos, todos os funcionários ajudaram na busca. No fim das contas, Rauf estava na cozinha, ao assaltar a geladeira durante a noite acabou esquecendo seu amigo dentro da prisão gelada.

Sorridente Gaara deixou o local, caminhando pelos corredores permitiu que seus pensamentos voassem livres, desde o dia que fora afastado do caso Haruno sentia-se estranho, como se algo lhe faltasse. Haruno? Era hoje! A cirurgia dela estava marcada para aquela tarde.

Rapidamente caminhou até o balcão da enfermagem onde procurou o nome da jovem nas diversas fichas a encontrando na sala de observação. Caminhou em direção ao local, ao vê-la deitada dormindo calmamente sentiu vontade de beija-la, entretanto não faria isso sem a permissão da moça.

Sentando-se na poltrona ao lado da jovem, segurou sua mão e com a outra desembaraçou seus fios róseos. Sonhava com o dia em que poderia se deitar ao lado dela e envolve-la em seus braços. Enquanto enrolava uma pequena mecha em seus dedos sentiu que ela despertava.

Os belos olhos esmeraldinos o fitavam intensamente.

─ Está tudo bem Sakura - sorriu docemente - Volte a dormir - acariciou o delicado rosto enquanto a moça se entregava mais uma vez ao mundo dos sonhos.

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Ansioso, Sasuke não conseguiu pregar os olhos a noite toda, contava cada minuto até que pudesse ver sua garota. Em toda a sua vida jamais se preocupou tanto com alguém, Sakura era especial.

Logo cedo voltou ao hospital, almejava vê-la antes de ir trabalhar, não aguentaria ter de esperar até o fim do expediente, por isso preferiu faltar a faculdade, ao menos seu pai não estava lá para repreende-lo.

Identificou-se na recepção com seu crachá em mãos e caminhou em direção aos apartamentos, lugar para onde os pacientes são enviados durante sua recuperação.

─ Sakura está no apartamento 22 - informou Tsunade que coincidentemente passava pelo local.

Indo em direção ao corredor certo, notou que a porta encontrava-se entreaberta. Com cuidado se aproximou ouvindo o som vindo de dentro, Sakura ria docemente, quem a visse jamais imaginaria que acabará de ser operada. Ao seu lado Mebuki acariciava os fios róseos. Por alguns minutos Sasuke observou aquela cena, encantado com o som de sua risada.

─ Sakura - desencostou da parede indo em direção a cama, desejando que Mebuki não estivesse ali. Assim ele poderia matar a saudade que sentia dos lábios rosados.

─ Quem... - apertou os olhos pensativa - Quem é você?

Ambos trocaram olhares, ela confusa e ele em choque. Sasuke procurou qualquer resquício de humor, um simples vacilo, mas nada encontrou.

Ele sentiu seu coração rachar, ela havia o esquecido.


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Notas finais do capítulo

E aí? Vocês fizeram o que eu pedi né? O que acharam? Alguém chorou? Eu chorei gente, essa música sempre me faz chorar t.t

Deixem a opinião de vocês aí embaixo, agora mais do que nunca o comentário de vocês é muito importante ❤
Ps: https://www.youtube.com/watch?v=A3tzYHFtZf8

Ps 2 : O nome original da música não é o que foi colocado, como achamos o nome feio resolvemos usar um trecho da canção como título, seu nome original é "366 nichi"

E para finalizar, criamos uma enquete sobre a questão que esta gerando guerra, queimando neurônios,pois é; Quem é o tal amigo secreto? http://www.criarenquete.com.br/497506-quem-e-o-amigo-secreto Não deixem de votar!!!

O grupo no Whats esta bombando o/ quem ainda não entrou deixe seus numero bonitinho ai no comentário com espaços para não ser removido.

É isso, até semana que vem o/



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