All That Matters escrita por Mikaah


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Olá povo, rsrs. Eu sei que sumi por um tempo, mas trouxe capítulo novo pra vocês. As coisas na minha vida vão ficar um pouco mais corridas daqui pra frente, mas não me abandonem, hein. Eu demoro, mas vou até o fim pra trazer o melhor pra vcs.

Beijinhos



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Pov Jesse

Estraguei tudo. Uma vida inteira de uma amizade perfeita, e eu estraguei tudo em cinco segundos, porque não consegui me conter.

Não sei o que deu em mim. Perdi totalmente o controle, a raiva e a emoção me dominaram, e eu simplesmente a beijei. Quando dei por mim, minhas mãos já tinham tomado o seu rosto e o atraído para os meus lábios. O beijo foi rápido e incompleto, mas posso afirmar com toda a certeza que foi o melhor da minha vida até agora. Os lábios da minha melhor amiga são macios e quentes. E como se eu já não tivesse problemas o bastante, o que mais me incomoda no momento é a certeza de que não poderei senti-los mais uma vez.

Como um covarde, dei-lhe as costas e sai de lá assim que pude. Não queria ter que pedir desculpas pelo beijo mais sincero que já dei em alguém.

Estou deitado em minha cama, olhando para o teto, quando ouço o barulho da porta do meu quarto abrindo, e ergo a cabeça na direção do som.

É ela.

Rachel está usando o vestido da apresentação, e caminha a passos curtíssimos em direção à minha cama.

“Oi.” – ela diz, e sua voz é praticamente um sussurro. Está olhando para mim, e seu rosto fica mais vermelho a cada passo que dá. Não sei como está meu rosto nesse momento, mas estou nervoso, meu coração está acelerado no peito. É a primeira vez em que me sinto assim em todos esses anos de amizade, sem coragem de olhar pra ela.

“Oi.” – respondo, e me sento na beirada da cama – “Como foi lá?” – eu sai antes do resultado final. Porque eu estava com raiva do beijo de Rachel e Finn. E porque eu a beijei. Realmente não foi o melhor assunto para puxar agora.

“Nos classificamos,” – ela diz, se sentando ao meu lado, - “mas ficamos em terceiro. E Santana tentou me bater.” – ela dá um sorriso tímido, e eu retribuo. Estou olhando-a nos olhos, e ela abaixa a cabeça, envergonhada.

“Meu pai veio com você?” – quero saber como ela entrou na minha casa.

“Não, ele foi levar o pessoal pra lanchar, acalmar os ânimos. Mas eu tava sem cabeça, depois de tudo.” – me olha, e sei que se refere à culpa que sente por não terem conseguido o primeiro lugar. E ao beijo, o meu beijo – “Eu usei a chave de emergência.” – ela me mostra a chave em sua mão, que meu pai deu à Shelby para eventuais situações de emergência, já que somos vizinhos. Nós também temos uma cópia da chave da casa delas.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, sem coragem de nos olharmos nos olhos.

“A música...” – ela fala baixo, e está olhando pro chão – “é sobre mim, né?” – ergue a cabeça, e me olha. Eu tenho um milhão de palavras e explicações para dizer, mas estão todas presas na minha garganta. Afirmo com a cabeça, e não consigo dizer nada.

“Jesse, você gosta de mim? Desse jeito?”

“Gosto.” – admitir isso é a coisa mais fácil que fiz na vida.

“Eu...” – ela gagueja. Ela não esperava isso. Certamente esperava que eu dissesse que foi um erro, uma loucura, até mesmo uma atração passageira, mas não é. Eu gosto dela de verdade, e sei que isso complica tudo, mas não posso mais fingir que não é isso que eu sinto – “eu nunca pensei na gente... desse jeito, Jesse. Quer dizer, você é quase meu irmão e...”

Não quero ouvir. Quero dizer-lhe que não interessa, que toda essa história de irmandade está me tirando do sério porque a quero como mulher, mas não posso, não consigo quebrar a barreira do silêncio, e não quero ouvir o seu não. Me mantive calado todo esse tempo porque eu sabia que ela não reagiria como eu gostaria, e porque não quero, não posso perder sua amizade. Eu não posso explicar tudo isso, mas sinto que ela sabe, que ela finalmente pode ler nos meus olhos.

“Rach...” – a interrompo, antes que continue involuntariamente machucando meu coração – “Deixa. Olha só como isso está nos deixando, você nem consegue olhar nos meus olhos. Eu não quero perder a sua amizade. Eu não sou idiota, eu sei que você gosta do Finn, e eu jamais vou te exigir nada, Rach. Podemos por favor fingir que isso não aconteceu? Eu não posso perder você.” – não posso dizer mais nada, e minha voz está falhando, e estou com medo de que nossa amizade acabe aqui, de que ela decida se afastar de mim para me proteger e que leve o meu coração com ela.

Ela afirma com a cabeça, e está olhando nos meus olhos. Sorri o tipo de sorriso que eu amo, e se joga nos meus braços. Eu finalmente respiro fundo, e correspondo o abraço.

“Também não posso te perder, Jess,” – sua voz está abafada, a cabeça encostada no meu ombro – “você sabe que não posso te perder.”.

E é assim que as coisas começam a voltar ao normal.

Ela se solta do meu abraço, e me olha nos olhos outra vez. Estou sorrindo, porque apesar de não poder tê-la como minha da forma como quero, nossa amizade é muito mais importante do que isso. Tudo o que quero é vê-la feliz.

“Podemos... começar a fase do esquecimento daqui há 5 minutos?” – ela diz, e eu estranho a pergunta esquisita.

“Porque?”

Rachel inclina o rosto levemente na minha direção. Fecha os olhos, e eu estou entrando em choque, eu não estou conseguindo acreditar no que está prestes a acontecer, e acho que não estou me mexendo. Fecho meus olhos, e sinto sua respiração em meu rosto. Nossos narizes se tocam, nossos lábios se tocam levemente, e nos beijamos outra vez.

Nossos lábios se abrem, e eu invado sua boca com a minha língua. Ela está retribuindo meu beijo enquanto nossos lábios se mexem, e minhas mãos vão para o seu pescoço, enquanto nosso beijo se torna mais intenso.

Não sei quanto tempo passa quando o beijo termina. Minutos, anos, milênios, o mundo poderia explodir ao meu redor e eu nem sequer perceberia. Tudo me parece rápido e longo demais, e eu ainda quero mais de seus lábios quando ela os afasta de mim. Abro meus olhos, e estamos nos olhando, estamos respirando, e nossos rostos estão próximos demais. Acho que ainda não entendi o que acabou de acontecer, mas esse é o beijo que enlouquece, que tira a razão de um homem e o torna dependente de uma mulher. Nesse momento, estou preso nos lábios de Rachel Berry.

“Eu tinha que saber.” – Ela diz, e sinto sua respiração em meus lábios. Ela mexe a cabeça para longe de mim, quebrando a conexão e me trazendo de volta à realidade.

E sai do meu quarto sem dizer mais nenhuma palavra.

Pov Kurt

“Inegavelmente Hitchcock é o mestre do cinema!” – Artie está praticamente batendo na mesa, enquanto Tina continua insistindo no nome de um outro cineasta que nem cheguei a ouvir. Os dois começaram falando sobre o festival de cinema que foram assistir no sábado, e agora estão discutindo sobre qual cineasta é o melhor. Estou rindo da patética cena. Eles estão juntos a menos de uma semana, e já estão brigando feito loucos.

O fato de que eles estão juntos surpreendeu a todos nós, já que Tina parecia ainda não ter superado o fim do namoro com Mike Chang. Aliás, desde a fatídica quarta-feira passada, em que ficamos em 3º lugar nas seletivas, os ares estão meio estranhos aqui na escola. Blaine continua sem me encher o saco, Puck largou o futebol, e como não arrumou um emprego fixo, ‘iniciou seu próprio negócio de limpar piscinas’, segundo as próprias palavras dele. Mercedes decidiu fazer uma dieta. Mas a coisa mais maluca que aconteceu é certamente o fato de que Jesse e Rachel não andam mais pendurados um no outro, como de costume.

Eles estão sentados um de frente para o outro, passaram o almoço inteiro se revezando entre encarar a comida, encarar um ao outro e voltar a encarar a comida. Isso tem se repetido desde quinta-feira passada. Eu ainda não perguntei a Rachel o motivo de tudo isso, não quero parecer intrometido, mas tem algo de muito estranho nessa história toda.

Finn, que estava sentado na mesa dos idiotas - ou seja, do time de futebol - chega por trás de Rachel, e a beija nos lábios. Depois do desastroso beijo durante a apresentação, ele parece ter perdido de vez a vergonha na cara. É bom que Jesse não esteja segurando uma faca, ou meu irmão correria um sério risco de perder literalmente a cabeça.

O sinal toca, e todos vamos para nossas próximas aulas. Rachel e eu estamos juntos agora, em geometria, e nos sentamos no nosso ocasional fundo da sala. Não é que sejamos ruins em matemática, é só que ela e eu queremos cursar faculdades relacionadas às artes teatrais e musicais, e portanto, consideramos geometria um tanto quanto desnecessário.

Nosso desleixado professor, Sr. Mcbeth, passa exercícios do livro, e senta num canto para ler seu jornal de sempre.

“Kurt...” – Rachel sussurra para minha carteira. As cadeiras da sala são afastadas, e embora o Sr. Mcbeth seja distraído, não gosta de conversas em sala.

“Kurt!” – ela me chama de novo. Ignoro o professor, que está quase cochilando em cima do jornal, e arrasto minha cadeira para o lado dela.

“O que é?”

“A gente tem que conversar.” – estamos falando em voz baixa – “Eu preciso mesmo de ajuda.”

“Problemão?” – sussurro, enquanto vigio o cochilo do Sr. Mcbeth. Se ele acordar e vir minha cadeira fora do lugar, com certeza vou pegar umas 2 horas de detenção.

“Enorme. Daqueles que só posso contar pra você.”

“Pra mim e pro Jesse, é claro.” – rolo os olhos. Eu sei que não posso ter ciúmes da amizade que ela tem com Jesse, já que eles se conhecem a vida toda, mas a verdade é que tenho. Rachel tem sido a pessoa com quem mais me sinto confortável, e fico um pouco enciumado por não ser o ‘melhor amigo’ dela, se é que na nossa idade ainda consideramos esse tipo de hanking de amizade.

“Não! Não posso falar nada disso pro Jesse.” – ela está ficando vermelha.

“Ai caramba, então é sério mesmo!” – digo, e ignoro o professor. 2 horas de detenção valem a pena para ajudar uma amiga com problemas – “Fala logo!”.

Ela enrola alguns segundos antes de finalmente soltar a torrente de palavras às quais já me acostumei.

“O que é que a gente faz pra não querer beijar alguém?” – ela sussurra quase sem voz.

“Isso quer dizer que você e Finn vão ficar se beijando em todas as apresentações? Porque eu não quero perder!” – faço piada do momento constrangedor. Ela precisa parar de se culpar por não termos conseguido o primeiro lugar.

“To falando sério!” – ela diz, e eu presto atenção no seu olhar. A ficha cai num estalo.

“Ai minha nossa, você e Jesse?”- falo alto demais, e por sorte o professor não acorda.

“Como você sabe?” – Rachel parece surpresa.

“Dã, o jeito como ele olha pra você, o climão essa semana toda... Não acredito que não percebi antes!”

“Ele olha pra mim... desse jeito? Quer dizer, tão na cara?” – ela está ficando envergonhada, e um sorrisinho quase escapa do seu rosto – “Porque eu nunca tinha notado nada. E tá tudo tão esquisito agora.”.

É óbvio pra qualquer um que conheça Jesse pelo menos um pouquinho, que ele está apaixonadíssimo por ela. Só não enxerga isso quem realmente não quer ver. E Rachel é uma dessas pessoas.

“Para de enrolar e me conta os detalhes. Como foi que ele te contou?”

“Ele...ele me beijou.”

Estou com a boca aberta, em choque.

“E eu beijei ele de volta. De verdade.”

“Porque? Mas e o Finn?” – não a estou julgando, mas amo meu irmão, e não quero que ninguém o machuque.

“Eu amo o seu irmão, Kurt, sempre amei, tenho certeza disso. Eu só, eu só precisava entender. Quando Jesse me beijou, foi rápido, foi de supetão, eu acho que eu nem senti nada de tão paralisada que estava, mas, eu precisava saber, eu precisava saber se eu estava maluca ou se...”

“Ou se o beijo tinha mexido mesmo com você, né?” – completo o pensamento que ela está tentando organizar na mente.

“Não, não mexeu. Eu só, eu só estava curiosa, sei lá. Ai eu fiquei maluca e beijei ele, só isso.”

“E...” – sei que a história não acaba ai, conheço Rachel bem demais para saber que está tão confusa que nem sequer quer admitir isso a si mesma.

“E ele beija bem. Muito bem. Caramba, ele beija bem! E agora eu fico com vontade de beijá-lo toda vez que vejo. Sei lá, o Jesse é lindo e tal, não sou cega só porque somos amigos, mas eu não o amo, não dessa forma, eu só me sinto atraída por ele e eu não devia me sentir assim, eu não quero me separar do seu irmão, Kurt, me ajuda, eu o amo!”

“Sério que você está pedindo ajuda à mim? Eu nem nunca beijei ninguém!” – ela parece surpresa com o que eu digo – “Quer dizer, eu beijei a Brittany no jogo da garrafa na 8ª série, mas quem nessa escola nunca beijou a Brittany?” – estou tentando acalmá-la. Ela simplesmente começa a bater a cabeça na mesa.

“Hey hey, se acalma. Se foi só isso mesmo que você está dizendo, tudo bem, é só você deixar pra lá e ignorar essa atração.”

“Acha que devo contar ao Finn?”

“Caramba, não acredito que estou dizendo isso, mas não, não deve. Você sabe como o meu irmão é estourado, você não quer que ele arrume uma briga com o Jesse por causa disso, não é?” – Finn é um cara super ciumento, e embora ele não tenha visto problema nenhum em cantar ‘eu quero a garota do Jesse’ quando achou que eles estavam juntos, certamente pularia no pescoço de Jesse se soubesse do acontecido.

Ela se joga no meu pescoço, e me abraça.

“Você tem razão, Kurt. Obrigada.”

“Só mais uma coisa, Rachel,” – preciso dizer a ela o que estou pensando. Eu a amo, confio nela, e não vou dizer nada a Finn que não me diga respeito, mas preciso proteger meu irmão – “Não faz isso de novo não. O Finn não merece, sabe?”

Ela concorda com a cabeça, bem na hora em que o sinal toca, assustando o Sr. Mcbeth, que quase cai da cadeira.

Pov Rachel

Kurt tem razão, não posso magoar Finn. Ele é um namorado maravilhoso, um amigo incrível, e merece mais do que uma namorada traíra, embora essa nunca tenha sido minha intenção. Eu sei que o amo de verdade, e que essa atraçãozinha por Jesse vai passar em breve. O gosto dos lábios dele permanece nos meus lábios, no entanto.

“Pessoal,” – Sr. Schuster entra na sala do coral, me acordando dos meus devaneios – “temos muito o que acertar a partir de agora. Em primeiro lugar, quero esclarecer que não vamos tolerar agressões ou acusações com os outros membros desse Glee Club. Somos um grupo, aceitamos derrotas e vitórias juntos, entenderam?” – ele está se referindo ao fato de que muitos dos integrantes do clube ainda olham torto para mim e Finn, que está com o braço em volta do meu – “E também que, caso não estivesse claro antes, vocês precisam se ater ao que foi ensaiado. Improvisos podem ser benéficos, mas como vimos, podem ser penosos, também. E pra finalizar, quero encerrar o assunto Seletivas, nosso foco a partir de hoje será Regionais!”

Todos batemos palmas para as palavras dele.

“Sr. Schuster,” – Blaine levanta o braço, que não está mais enfaixado – “Se me permite, antes de começarmos, eu queria cantar a música que eu trouxe.” – nem todos de nós trouxeram a canção que nos define. Aliás, eu ainda não trouxe a minha.

“Claro Blaine, pode assumir o palco!” – Sr. Schuster brinca, e Blaine vai até o rádio, coloca seu cd, e começa a cantar uma música que não combina com o seu feitio. Blaine, o jogador idiota praticante de Bullying é um cara com uma voz maravilhosa, mas que se atém à canções lineares e às baladas de sucesso do momento. Mas dessa vez, ele não só canta, mas interpreta a música, e a emoção é quase palpável no ambiente.

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=v5ZcguPRBxQ

A vida é muito curta para se importar com ela, whoah

Eu estou perdendo a cabeça, perdendo a cabeça, perdendo o controle

Aqueles peixes no mar estão me encarando, oh oh

Oh oh oh oh

Um mundo molhado anseia pela batida de uma bateria,

Whoah-oh

Se eu conseguisse achar um jeito de ver isso melhor

Eu fugiria

Pra algum destino que eu já deveria ter encontrado

Eu estou esperando esse xarope pra tosse fazer efeito, fazer efeito

A vida é muito curta para se importar com ela, whoah

Estou chegando agora, chegando agora, saindo do nada

Esses zumbis no parque, eles estão procurando por meu coração

Oh oh oh oh

Um mundo escuro anseia por um respingo do Sol, oh

Se eu conseguisse achar um jeito de ver isso melhor

Eu fugiria

Pra algum destino que eu já deveria ter encontrado

Então eu corro para o que eles disseram que poderiam me restaurar

Restaurar a vida do jeito que ela deveria ser

Estou esperando esse xarope pra tosse

Fazer efeito

A vida é muito curta para se importar com ela, whoah

Eu estou perdendo a cabeça, perdendo a cabeça, perdendo o controle

Se eu conseguisse achar um jeito de ver isso melhor

Eu fugiria

Pra algum destino que eu já deveria ter encontrado

Então eu corro para o que eles disseram que poderiam me restaurar

Restaurar a vida do jeito que ela deveria ser

Estou esperando esse xarope pra tosse

Fazer efeito

Mais uma colherada de xarope pra tosse agora, oh

Mais uma colherada de xarope pra tosse agora, oh

Todos aplaudem quando Blaine termina a canção. Sua voz é magnifica, e essa é uma das performances mais sinceras que ele já fez, se não a mais sincera.

“Ual, Blaine, incrível!” – Sr. Schuster se levanta, e coloca um braço em volta do ombro de Blaine – “Ainda é cedo pra dizer, mas acho que temos nosso solista pras Regionais.”.

“Sr Schuster, obrigada, mas, se me permite, eu preferiria concorrer à posição para um dueto, se estiver tudo bem.” – ele pede, olhando para o Sr. Schuster.

“Bom, claro, podemos ver isso durante os ensaios.” – Sr. Schuster concorda, soltando Blaine e indo em direção ao quadro onde escreve nossas lições.

“Mais uma coisa, Sr. Schuster.” – Blaine fala – “Eu já tenho uma música em mente, e se me permite, eu gostaria de ensaiá-la... com Kurt.” – ele olha para onde o meu amigo está sentado. Kurt está com os olhos arregalados, e parece congelado na cadeira, sua boca literalmente está aberta e congelada dessa forma.

“Ok...” – Sr. Schuster parece estranhar. Embora Kurt nunca tenha denunciado Blaine por seus bullyngs constantes, todos sabem que eles não são amigos – “Kurt, você concorda?”

Kurt leva quase um minuto para balançar a cabeça em afirmação.

Blaine volta para o seu lugar, e o Sr. Schuster começa a nos passar uma lição sobre funk.

“Tá maluco?” – cutuco Kurt, e sussurro – “Esse garoto só pode estar armando alguma coisa, Kurt!”

Ele me lança um olhar gelado.

“Eu sei, óbvio que sei disso. Mas seja lá o que for, eu preciso descobrir, não acha?” – ele se vira para a frente, para prestar atenção no que o Sr. Schuster está dizendo.

E isso é tudo o que ele diz sobre o assunto.

***********

Finn e eu estamos no meu quarto, sozinhos. Minha mãe está no trabalho, e eu o chamei para ficar aqui comigo, porque eu realmente acho que precisamos nos reaproximar um pouco, eu preciso organizar as confusões que estão na minha cabeça, e sei que passar um tempo com ele vai resolver tudo.

Mas agora sinto que ele está muito perto de mim. De mais.

Estamos deitados na minha cama, ele por cima de mim, me beijando com toda a intensidade do mundo. É claro que eu o amo e amo os seus beijos, mas é como se algo não estivesse correto, como se algo estivesse fora do lugar.

Ele respira cada vez mais rápido enquanto me beija, suas mãos estão percorrendo a lateral do meu corpo, e de repente, rápido e inesperado demais, ele toca meus seios. E eu o empurro com toda a força que tenho.

“Desculpe.” – ele diz, se sentando na minha cama. Eu me sento também, e estou um pouco envergonhada, não sei como agir. Eu nunca fui tocada desse jeito, eu já fiquei algumas vezes, mas nunca tive um namoro sério. Então eu nunca pensei muito em tempo certo pra estar com alguém, e nem em nada disso. Não é que eu não queira, acho que ele só me pegou de surpresa.

“Desculpe, Rachel, de verdade, eu perdi o controle.” – Ele fala, e a forma como ele está sentado faz com que eu perceba o volume em sua calça. É estranho pensar que eu o deixei assim. Eu não sou o tipo de garota sexy, eu nem sequer sei o que fazer ou como fazer para despertar o desejo de alguém. – “Eu só...” – ele me olha nos olhos, se aproxima um pouco mais de mim, e toma meu rosto nas mãos – “Olha, eu quero que você entenda uma coisa, tá bem? Eu não estou pressionando você, eu realmente, realmente nunca faria isso. Eu só... eu quero muito estar com você. Quando você estiver pronta, eu... eu não sei falar as coisas direito mas...”

“Tudo bem, Finn, eu...”

“Eu acho que amo você.”

Ele está olhando nos meus olhos, e eu sinto que há verdade nisso, nesse momento. Essa é a hora em que eu deveria deixar acontecer, em que ele e eu nos tornaríamos um, em que tudo seria lindo, e que eu me lembraria desse momento para sempre, mas não consigo, não consigo me mexer. Ao invés disso, nós nos deitamos outra vez, um ao lado do outro, e nos beijamos mais um pouco. Ele volta a tocar nos meus seios novamente, ele me pergunta com os olhos se pode, e eu permito. Eu ainda me sinto um pouco estranha com isso tudo. Depois de um tempo, a respiração dele se acelera novamente, e o volume no meio das suas pernas me assusta um pouco quando entra em contato com o meu corpo. Ele se afasta de mim, está ofegando, e nós ficamos deitados um de frente pro outro, ele está fazendo carinho no meu cabelo.

Isso é o máximo que consigo permitir, por enquanto.


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