Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 5
Capítulo 5




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Encontramos Grease que entrava na Aldeia dos Vitoriosos

– Bom dia crianças! - ela sorri

– Bom dia Grease

– Katniss! Que bom vê-la aqui fora.

Mantenho-me calada.

– Não precisa levar o café pra ela hoje Grease, nós já comemos.

– Ah que ótimo – ela nos dirige um olhar suspeito

– Com Haymitch - eu acrescento, antes que ela pense qualquer outra coisa – nós 3 comemos juntos hoje.

– Ah - percebo a decepção em sua voz - então o que eu trouxe hoje ficará pra comerem de tarde. Bolo de laranja - ela abre a vasilha e nos mostra - Ok, já vou indo, não quero atrapalhar vocês.

– Você não está...

– Tchau Grease – Peeta a interrompe e ela vai embora - Venha - ele já está alguns passos a minha frente.

O sol já brilha com intensidade, apesar de ainda ser cedo, e as flores começam a perfumar o ar. São tantos aromas que fica difícil identificá-los. Percebo que há várias primroses em casas diferentes pelas quais passamos, muitas delas já construídas, algumas ainda sendo terminadas.

No centro, onde antes ficava o Prego, agora está sendo aberto e diversos comerciantes se aproximam, com caixas que contém repolhos, latas, cereais, sacos e mais sacos sendo carregados em direção ao que até alguns meses não se passava de entulho queimado. Agora possui uma estrutura enorme novamente, com a mesma arquitetura do antigo prédio, porém mais refinada. Paro em frente a ele – Peeta também para - e observo-o : agora pintado de azul escuro, possui a altura de mais ou menos 7m, janelas enormes com decoração de tordos que foram esculpidos em cada extremidade. O meu tordo. As pessoas me observam, e cochicham, como se não acreditassem que eu estivesse aqui entre elas. Me dirijo à entrada do antigo Prego, chamado agora apenas de Mercado, e recebo alguns cumprimentos. O lugar que antes possuía um cheiro quase que insuportável, agora está empesteado do aroma de vegetais frescos, e bonitos. Meus olhos marejam ao lembrar do sofrimento que havia nesse lugar, a miséria que permeava o ambiente. Dentro é mais bonito do que a fachada. Um mercado digno, com pessoas capazes de sustentar a própria alimentação sem precisarem mendigar. Negócios começam a ser feitos, mulheres, homens, crianças e idosos, todos cooperando. Logo saio por outra porta que dá aceso a outra rua do distrito. Onde vejo comerciantes abrirem suas lojas - calçados, roupas, utensílios domésticos, aparelhos eletrônicos e até uma farmácia - não existe mais o monopólio de cada distrito fornecer apenas um material, a presidente Paylor incentivou a interação dos produtos, para que Panem conseguisse se reerguer. Eu tinha visto o anúncio apenas na televisão. Vê-lo aqui, na prática é completamente diferente, causa um enorme impacto.

Peeta ainda me segue.

– Quero te mostrar um lugar

Ele passa na minha frente, e vira numa esquina. Quase não reconheço o lugar. A padaria. Ainda em escombros. A cena de Peeta me jogando aquele pão me bate como um soco na boca do estômago, antes de toda essa destruição, aqui éramos apenas nós. Eu paro e observo ele andar na direção dos destroços. Ele agacha, pega um punhado de cinzas e pedras e deixa escorrer por sua mão. Não sobrou nada. Nem os corpos de sua família para serem enterrados. Ele passa alguns minutos olhando para o horizonte. Se levanta e vem em minha direção.

– Isso é o resto - aponta para o que era a padaria – é passado - seus olhos estão cheios d'água - Katniss, nada vai voltar a ser como era antes.

– Eu sei - minha voz embarga

– Mas aquilo - ele apenas olha para o Prego - aquilo, é o agora, o presente. Você viu as pessoas lá. Elas perderam irmãos, pais, amigos, como nós. Não tem diferença entre elas e eu e você. Mas elas não desistiram. Estão se reerguendo.

– Peeta - eu suspiro segurando o choro - elas .. elas não passaram pelas mãos da Capital, sim eu concordo que é preciso se reerguer, levar a vida mas … eu não tenho mais a força.

– É claro que você tem! O que você não tem é a Prim, e eu sei como isso machuca mas …

– Por favor não fala dela - eu o interrompo.

Silêncio.

– Engraçado - ele sorri levemente de forma cínica - sempre achei que você se parecia mais com seu pai, fisicamente, a força. Mas agora quando eu olho pra você, vejo um reflexo perfeito da sua mãe na época antes dos jogos.

Aquilo me deixa sem resposta. E ele simplesmente se vai. Me deixando, mais quebrada do que já estava.


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