Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 32
Capítulo 32




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Volta a cuidar do meu jardim, e logo depois da minha casa. Organizo a cozinho, sala, banheiro, pauso para comer algo, e volto continuando pelos quartos. Na gaveta de meu criado-mudo, encontro a mamadeira dada por Johanna, e o medalhão de Peeta, com as fotos de Gale, Prim e minha mãe. Eu me sento, e os admiro. Fiz de tudo para protege-los, agora Gale segue sua vida no Dois, minha mãe se reestrutura no Quatro e Prim está morta. Ao me dar a joia, Peeta me mostrava que eles precisavam de mim, mas agora era o contrário. E como eu sentia falta deles! Ao menos minha mãe eu teria por perto alguns dias, e isso já me confortava. Continuo minha limpeza, e não encontro a pérola em lugar algum, um aperto se forma em meu estômago juntamente com um nó na garganta. O objeto mais prezado por mim: perdido. “Ela deve ter caído lá fora, na noite do pesadelo de Peeta”, tento encontrá-lo em vão.



Preparo esquilos grelhados, acompanhados de vegetais, para mim e Peeta jantar. Ele demora a chegar, enquanto ele não vem, tomo um banho, colocando uma calça jeans e uma camiseta leve de algodão. Quando ele chega já vem tomado banho exalando um perfume maravilhoso e com meus pães – que eu devoro. Nós comemos, enquanto ele me conta as novidades da padaria. Esta será mais moderna, com aparelhos direto da Capital, vai servir mais coisas que a antiga, e com o preço menor, ele também já contratou os funcionários e vai manter o mesmo nome e aparência da antiga em homenagem à família. Após o jantar, ele me ajuda com a louça, e trabalhamos no livro.



– Não sei como você consegue desenhar tão perfeitamente assim – digo bem próxima a seu rosto, enquanto ele se concentra terminando a imagem de Rue.

– Da mesma forma que não faço ideia de como você consegue acerta bem no meio dos olhos daqueles esquilos.

– Prática – dou de ombros.

– Não, talento – ele ergue o lápis.



Terminamos o livro,adicionando a foto do nenê de Annie e Finnick, com a última seção sendo sobre minha patinha, Peeta a desenhou perfeitamente, sendo lambida pela bochecha por Lady. Apanho uma das primroses do jardim e a deixo preservada entre as páginas.



Eu me sento no sofá com Peeta, apoiando a cabeça em seu ombro, enquanto ele folheia as páginas de nosso livro – sim, é nosso novamente – pequenas lágrimas escorrem de meu rosto ao passar por algumas perdas, e com Peeta isso também acontece, aos poucos, bem lentamente, eu caio no sono, um sono tranquilo e leve, sentido-do acariciar meus cabelos.



– Katniss – ele sussurra ao pé de meu ouvido, abro meus olhos encontrando seu par de joias azuis – vamos nos deitar.



Eu não respondo, apenas o sigo até o quarto, sonolenta.



– Preciso me trocar – murmuro enquanto ele retira os lençóis da cama.

– Vai colocar aquela roupa que foi à minha casa? - ele diz rindo baixinho, como se fosse apenas para si mesmo

– O que você disse? - me desperto do sono

– Eu? Nada! - um sorriso se forma em seus lábios, ele se dirige a porta – espero aqui fora, e prometo que dessa vez não vou entrar – ele sai e fecha a porta atrás de si.



Eu ainda estou meia atordoada com o que ele disse. Eu não vi demais na noite do pesadelo. Ele havia realmente me notado. A ideia faz meu coração acelerar, e meu rosto ruborizar. Afasto o pensamento dele sem camisa da minha cabeça, e me troco. Vestindo um shorts do pijama azul, e uma camiseta amarela de algodão; peças leves que não revelam muito meu corpo, não seria decente.



– Entra Peeta – digo enquanto pego travesseiros no guarda-roupa, jogo-os na cama, ele apanha e se deita, com a cabeça apoiada em um dos braços.

Eu fico nervosa, apago a lâmpada, e a única luz que ilumina o quarto é a da lua. Me deito ao seu lado, com as costas viradas pra ele.

– Boa noite – ele diz

– Boa noite.

Após alguns minutos, o único som é o de nossas respirações. Meu sono se foi, e fico inquieta na cama. Olhos completamente abertos. Me viro na direção dele, e o encontro na mesma posição, imóvel, com os olhos fechados.

– Peeta – sussurro

– Hum – ele murmura

– Você já dormiu? - ainda sussurro

– Já – sua voz expressa um leve riso



Eu rio. Então ele se aproxima, deita a cabeça no travesseiro e seus olhos encontram os meus. Nossas cabeças estão na mesma direção, posso sentir seu doce hálito, quando ele diz:

– É impossível dormir com você se mexendo desse jeito



Nós conversamos tão baixo, como se tivéssemos medo que alguém nos escute.



– Posso te perguntar uma coisa?

– Pode – ele assente

– O que foi que você sonhou? Na outra noite?



Ele meneia a cabeça, e eu já sei que ele vai dizer não.



– Por favor, me fala

– Não sei se vai ajudar Katniss – ele mantém a voz firme

– Pensa assim: se você contar e ajudar vai ser bom, se você contar e não ajudar não muda nada, você já sonhou mesmo – ele se esforça para acompanhar meu argumento, que inventei agora – Vai, por favor – eu sorrio

– Você sabe que pedir assim é covardia né? - ele sorri, e logo fica sério – Quando eu estava na Capital, uma das torturas era você e … Gale, uma das imagens ele beijava você, ainda era aqui no Doze antes do bombardeio, eu acho que foi antes do Massacre Quartenário. Real ou não real?

– Real – engulo seco

– Eu imaginei mesmo, essa não era brilhante nem nada. Mas as outras eram, mas mesmo assim, eu não conseguia discernir que não eram verdadeiras. E nelas, você estava com ele, feliz, vocês se beijavam, se agarravam, faziam … faziam de tudo Katniss, e eu via. E na outra noite eu sonhei com elas, e depois eu – ele pausa – estava na mansão de Snow, e procurava por algo, eu não sabia o que era, até encontrar, vocês dois juntos, numa situação bem … nada agradável pra mim, então eu … eu … matei vocês. Mas em seguida eu me arrependia do que havia feito, e foi bem aí que você me acordou.

– Oh Peeta, eu sinto muito – falo com todo meu coração

– Não precisa dizer nada não – ele pega uma mecha de meu cabelo e fica dando voltas – foi só meu eu perturbado atacando de novo.

– Eu confesso que já beijei Gale, mas nunca passou disso e …

– Shh... - ele encosta os dedos em meus lábios – eu sei, eu sei. Foi só um susto, mas passou, quando eu abri os olhos e encontrei você. Ainda mais daquele jeito né? - ele ri

– Acho que o sono chegou – eu fico vermelha, e me viro rapidamente para a mesma posição, ouvindo ele rir, rio também, mas não o deixo notar – Boa noite, Peeta

– Boa noite – ele diz passando os braços sobre mim, deixando sua respiração bem perto dos meus ouvidos.



E ali. Tão segura, eu adormeço tranquilamente.


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