Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 19
Capítulo 19




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Chegando a Aldeia, avistamos Haymitch gritando e jogando sementes para os gansos. Eu não consigo conter o riso.

– Gansos? - Peeta grita para ele

– Não. São elefantes, não está vendo?

Nós rimos.

– Bem vindos, pancadas - ele sorri e volta a gritar com bichos.

Me aproximo de minha porta, e Peeta me segue. Vamos para a cozinha.

– Você estava certo quanto ao Haymitch.

– O que?

– Que ele precisava de algum animal pra se distrair, quando você estava fora ele me contou que criava gansos com a família dele.

– Você que deu os gansos?

Assinto.

– Te daria os parabéns pela brilhante ideia, mas algo dentro de mim, me diz que Haymitch vai mata-los - ele ri

– Pelo menos se ocupa com algo que não contém álcool em sua composição.

Peeta admira a cozinha, e expressa:

– Estou com fome, e você?

Dou de ombros.

– O que tem aqui pra gente?

– Fique a vontade para descobrir

– Vou procurar algo aqui pra nós – ele diz já abrindo os armários

– Eu vou subir e tomar um banho.

– Ok, te espero então.

Buttercup surge na cozinha miando ferozmente. Esta com fome. Peeta faz um barulho chamando-o.

– Psss, vem gato feio vem. Vamos achar algo pra gente comer

Então vou para meu quarto.

Preparo meu banho com água morna e sabonete líquido, que tem perfume de flores. O aroma me faz lembrar Rue, das flores que coloquei em volta dela. Apoio minha cabeça na borda da banheira, e murmuro a canção velha “Bem no fundo da campina, embaixo do salgueiro. Um leito de grama, um macio e verde travesseiro. Deite a cabeça e feche esses olhos cansados. E quando se abrirem, o sol já estará no alto dos prados ...” Rue. Tresh. Marvel – não, eu não queria matá-lo, nenhum de nós desejávamos isso, nem mesmo Cato. Mas os Jogos nos transformavam em monstros, como Peeta havia dito, nos fazia ser algo que não éramos. Todos os outros 22 tributos mortos no meu primeiro Jogos Vorazes não eram más pessoas, éramos todos vítimas. A lembrança das mortes – Glimmer atacada pelas tele-guiadas, Foxface envenenada pelas amoras, Cato sendo mastigado pelas malditas mutações, Clove morta por Tresh – estão vivas em minha mente, e começam a me fazer tremer e iniciar mais um surto, sento e respiro como o Dr Aurelius me ensinou, até me acalmar de fato. Enrolo-me na toalha, e no quarto busco em minha bolsa do hospital a lista que estava escrevendo para acrescentar tributos, encontro a mamadeira de Johanna e a coloco em cima da cômoda, junto a pérola que Peeta me deu.

– Katniss qual … - ele abre a porta e depara-se comigo de toalha

– Peeta! - eu grito assustada

– Oh! Me desculpa, eu achei que você já tinha terminado e eu só

– Sai daqui! - posso sentir o constrangimento me tomar por inteira

– Tá legal, desculpa – ele continua parado na porta

– Peeta! Dá o fora! - pode ser impressão, mas sinto que ele me observa

– Ok, ok – ele se vira levantando as mãos, e posso ouvir um certo riso se formando em sua voz, ele fecha a porta e grita – só queria saber se você prefere suco de laranja ou limão?

– Qualquer coisa – corro e tranco a porta

– Olha, qualquer coisa não tem – ele brinca

– Sai daqui!

– Tá legal – ele ri

Sento na cama, e ao olhar no espelho estou vermelha, não sei se de raiva, ou vergonha. Mas por um momento minha memória volta aos olhos dele direcionados ao meu corpo. Não, não pode ser. Estou enlouquecendo de fato, ao pensar que Peeta olharia pra mim de outra maneira.

Chego na cozinha e a mesa já está posta. Um cozido borbulha dentro de uma panela e pelo aroma identifico o que é- carneiro com molho de laranja – meu preferido. Peeta está de costas virado para a pia.

– Posso me virar, ou prefere que eu feche os olhos?

– Não tem graça – ele se vira, rindo – do que você tá rindo?

– Eu não estou rindo – ele continua sorrindo

– Tá sim – cruzo meus braços nervosa – tá zombando de mim! - ele deve ter reparado em como sou uma perfeita colcha de retalhos

– Claro que não Katniss! - ele se senta e começa a comer – eu só achei engraçado você ficar tão sem graça

– Eu não vi a menor graça – me sento de volta já me servindo

– Não entendo o porque de tanta vergonha, se eu me lembro bem, você quase me viu nu em nossos primeiros Jogos

Tenho certeza que estou vermelha agora. Meu rosto de arde, por lembrar da cena.

– Ah .. aquilo … aqui-quilo – me odeio por gaguejar – foi diferente

– Por que? - ele não tira o maldito sorriso do rosto

– Porque você estava doente e – suspiro irritada – chega desse assunto

– Tudo bem! - ele fala quase que cantando, e continua a comer com um riso formado nos lábios.

Eu sei que se não mudar de assunto, mesmo em silêncio ele vai continuar a repassar a cena em sua mente, e isso me deixa louca. Preciso dizer algo, mas nada há não ser xingamentos passam pela minha cabeça. Até que finalmente digo:

– Eu vi o bebê do Finnick

– Sério? - seus olhos me fitam

– No hospital, Johanna foi me ver e me levou até onde ele estava.

– E como foi? Como ele é? Você pegou ele? - Peeta se empolga

– Ah … - aquele rostinho, com olhos verdes-mar surgem na minha mente – ele é lindo Peeta, tão delicado, tão .. tão pequeno. Nós o vimos apenas pela janela

– Ah – ele parece desapontado – queria tê-lo visto.

– Podemos pedir pra Annie mandar uma foto dele.

– Ótima ideia

– Annie não teve mais crises após a gravidez - como mais um pedaço do maravilhoso cozido - ela ainda toma os remédios, é claro, mas está bem

– Ela tem uma motivação a mais agora, para se manter bem.

Eu assinto

– Meu pai dizia que cada criança nascida é uma nova esperança de vida - ele faz silêncio, aposto que lembrando da família - e faz sentido, bebes mexem com as pessoas

– Por isso que você falou de um bebe? Na entrevista pro Massacre Quartenário?

– Eu não consigo lembrar direito das minhas emoções. Mas você me disse que sempre queríamos salvar um ao outro certo? Então eu devo ter pensado que por dizer isso, talvez você fosse poupada de participar.

– Snow jamais deixaria

– Acho que eu precisava tentar - ele termina de comer – Por falar em Massacre Quartenário, eu ainda não vi os vídeos. Você os tem?

– Tenho. Plutarch me mandou, ele considera um clássico a cena que eu destruo o campo de força.

– Eu quero ver. Quero ver tudo.

– Tem certeza?

– Absoluta

– Ok.- digo apreensiva.


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