Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 14
Capítulo 14




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Aproveito sua saída e também tomo um banho, visto um pijama leve, e desço a cozinha para alimentar Buttercup. Ele toma o leite olhando atentamente para a porta. Eu agacho ao seu lado, e o acaricio.

– Acho que você também já se acostumou com ele aqui, não?

Ele mia, e instantes depois Peeta entra.

– Desculpa eu nem bati na porta

– Não precisa fazer isso.

Me levanto.

– Está com sono? - pergunto

– Nem um pingo, e você?

– Não

– Eu estava pensando em algo – ele meneia a cabeça – algumas memórias, dos flashbacks que eu tenho são muito brilhantes e enfeitadas, e então consigo distinguir se é real ou não, mas outras são muito muito reais, mas essas geralmente são baseadas em coisas que aconteceram, principalmente nos jogos. Mas você pode me ajudar.

– Como?

– Me mostrando o que nós passamos juntos, nossos momentos dentro da arena. Você ainda tem os vídeos?

– Sim, tenho.

– Então? Acha que pode fazer isso?

Rever aquelas cenas seria como ver uma faca cortar meu peito. Lembranças de nossos momentos, de quando ainda éramos os amantes desafortunados do Doze iriam me machucar. Escancarar aquilo que perdi, aquilo que não valorizei quando tinha. Jogar bem na minha cara o amor louco que Peeta sentia por mim e eu nunca retribui da maneira que ele merecia.” Você pode viver cem vidas e não vai merecer um cara como ele”, a frase de Haymitch grita dentro da minha cabeça. Ele nunca foi tão verdadeiro. Eu quero dizer não a Peeta, dizer que ver aquilo tudo vai apenas assombrar ainda mais meus pesadelos, que vai me torturar ver a falsidade que agi com ele na maior parte das situações na arena, mas ele joga baixo quando usa seus olhos, que são de um azul tão brilhante, e me pedindo para ajudá-lo desa forma, ele sabe que não poderei recusar, então o sim me escapa, quase que instantaneamente.

Sento-me num sofá e Peeta se acomoda em outro, com o controle consigo selecionar as nossas imagens. Revemos nossa entrada em que pegamos fogo e unimos nossa mão pela primeira vez, e a lembrança de Cinna – meu estilista, meu amigo – me faz derramar algumas lágrimas discretas. Sempre apostando em mim, meu apoio na Capital, foi mais um dos mortos indiretamente pelas minhas mãos. Depois revemos as entrevistas, Peeta permanece concentrado, eu apenas desejo que tudo se passe logo. Os Jogos iniciam e vou direto a parte em que eu o encontro. Não, eu não quero olhar, não quero lembrar. Então fecho meus olhos e me força a dormir, em minha mente canto a música da Árvore do Enforcamento, impedindo-me de ouvir nossas vozes. As cenas se misturam e estou na caverna com ele, cantando a música e nos beijamos, e caio no sono gradativamente.

Abro levemente meus olhos e vejo que alguém me acomoda em minha cama.

– Não queria te acordar, e nem te deixar dormir lá – ele está de pé ao lado da cama

Eu ainda estou muito sonolenta para responder qualquer coisa, quando vejo ele se afastar dizendo algo parecido com “Boa noite”

– Peeta – sussurro

– Sim – ele se volta pra mim

– Fica, fica comigo. Aqui.

Ele fica parado alguns instantes. Eu entendo sua reação sendo um não como resposta e fecho meus olhos. Até que sinto-o se mover ao meu lado. Ele mantém certa distancia, não nos abraçamos mas sinto o calor do seu corpo próximo ao meu, e isso já é o suficiente para deixar meu sono tranquilo.

Não tenho pesadelos e nem sonhos, mas acordo sentindo Peeta levantar bruscamente da cama. Ele está de pé e apoia os braços na parede, murmurando algo.

– Peeta! - estou de pé ao lado dele, segurando em seus braços que estão rígidos.

Ele mantém os olhos fechados, e soa muito. Faz sons que não consigo distinguir o que ele diz.

– Peeta, Peeta, por favor olha pra mim, aqui, olha – tento chamar sua atenção, em vão – Fica comigo, por favor, fica, tá tudo bem, tudo bem – passo a mão sobre sua cabeça

– Katniss! Não! - ele berra – sai! Sai daqui! Sai! - suas palavras saem de maneira distorcidas, e ele respira rápido

– Peeta não, fica comigo, eu to aqui – choro, e tento puxar seu rosto na intenção de beijá-lo, como já fiz quando ele estava prestes a ter um flashback depois de fugirmos de bestantes na Capital.

Ele coloca as mãos na cabeça, e se curva, gritando o mais alto que pode, batendo com as mãos em si mesmo violentamente. A cena me choca ainda mais, eu tento impedi-lo, tento olhar em seu rosto. Mas quando nossos olhos se encontram, sinto um arrepio tomar conta de mim.

– Você! - ele grita com raiva – você!

– Peeta não! Isso é um flashback... - então ele me empurra com tamanha força que minha cabeça bate no chão e o impacto me faz ficar tonta.

Ele vai me matar.


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