Katniss e Peeta - Reaproximação escrita por pce19


Capítulo 11
Capítulo 11




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/567859/chapter/11

Aproveito para organizar minha casa, lavar os banheiros e algumas peças de roupa. Quando me dou conta, já se passa do meio dia. Troco de roupa, optando por uma calça jeans, uma blusa branca com alguns bordados nas mangas – presente de Effie – sapatilhas confortáveis e uso meu cabelo como sempre, minha trança na lateral caindo sobre meus ombros. No espelho noto como ainda estou muito magra, e com aspecto de quem vomita há dias, olhos profundos – por conta das noites mal dormidas – e pele pálida.

Quando caminho até a casa de Peeta, exatos 22 metros, sinto algo estranho em minha barriga, a principio acho que é meu estômago ganhando vida novamente e se preparando para atacar, mas logo percebo que é uma espécie de frio. Concluo: estou nervosa, ansiosa, por ir até a casa dele.

– Reunião em família? - Haymitch surge atrás de mim

– Oi pra você também Haymitch.

– Peeta me disse que você está doente – seu hálito de álcool faz meu nariz arder.

– Estou melhorando. Foi comida estragada.

– Você me parece bem – ele chega mais perto, tocando em minha trança.

– E você parece mais bêbado do que nunca

Ele sorri e toma mais um gole:

– Você deveria beber mais, pra melhorar seu humor horrível, docinho – ele abre a porta sem ao menos bater, já chamando por Peeta.

Peeta ainda está colocando os pratos na mesa quando nos vê nos aproximando da cozinha. Sua casa é exatamente como a minha, a estrutura, exceto pelos pertences espalhados. Alguns detalhes, como quadros e desenhos nas paredes e em cima dos móveis dão a cara dele para o local. Sua cozinha é muito mais bonita que a minha, possui diversos tipos de panelas de cores e tamanhos diferentes, além de eletrodomésticos que não faço ideia de como funcionam. Não posso deixar de admirar sua casa, é limpa, cheirosa, aconchegante, este lugar é realmente um lar. E então percebo que nunca estive aqui, Peeta visitava minha casa, mas nunca vinha a dele, não me parecia muito decente vir até aqui sendo que ele mora só. O cheiro estimula minha barriga roncar.

– Podem se sentar – ele diz secando as mãos em um pano

– O que temos hoje, padeiro? - Haymitch questiona.

– Cação com molho branco – ele destampa a panela onde o molho ainda ferve – acompanhado de vegetais e salada.

– Está com uma cara ótima – eu sorrio

– Espero que o gosto também, nunca fiz peixe

Comemos em silêncio, até que Haymitch berra:

– Então, o que estamos esperando?

Eu e Peeta nos entreolhamos sem entender.

– Vamos! Qual o motivo do almoço em família? - Haymitch fala com desdém

– Nada ué – Peeta toma a iniciativa – eu apenas achei que seria bom, já que os três comem sozinhos e...

– Olha garoto – Haymitch o interrompe – você pode ser capaz de enganar Panem inteira, mas nem bêbado eu acredito no que você está dizendo

– Nós estamos preocupados com você, Haymitch – eu falo mais alto do que deveria

– “Nós” quem? - ele dirige os olhos dentro dos meus

– Eu e Katniss-

Rá – ele ri ironicamente – você eu até acredito, mas ela? - aponta em minha direção.

Respiro fundo, incomodada.

– Escuta Haymitch, a gente não quer que você morra de tanto beber!

– Vocês me conheceram assim, desde o dia da maldita Colheita, não entendo o porque de tanta preocupação agora – balança a bebida de um lado para o outro.

– Porque você bebe mais do que nunca, está passando dos limites já e...

– Escuta perturbado – ele aponta um dedo bem perto do rosto de Peeta – eu não lhe digo como fazer pães, então não venha me ensinar como viver minha vida – e se levanta.

– Haymitch espera, nós só pensamos isso, porque como nosso mentor, você conseguiu nos manter vivos até hoje, não queremos perder você também.

– Vivos? - ele para e se vira em nossa direção – Acham mesmo que isso é vida? E além do mais, meu objetivo foi sempre salvar o tordo, você – com o copo com a bebida, ele aponta para Peeta – veio apenas de brinde.

– Já chega Haymitch! - bato minhas mãos na mesa, e num impulso seguro-o pelo braço, levando até a porta.

Assim que a fecho, ele grita.

– Obrigado pelo peixe, estava uma delícia – e escuto um riso.

Escuto um estrondo e ao chegar na cozinha, vejo a porta da despensa sendo trancada. Peeta correu lá para dentro.

– Peeta! - bato na porta – Peeta abra a porta! - escuto estranhos barulhos e sinto ele batendo com suas costas na porta, ele grita, geme, e parece estar chorando.

– Sai! - ele berra com a voz embargada – vai embora, por … favor, sai Katniss!

– Peeta abre! - meu coração acelera e minha respiração fica rápida – me deixa entrar!

Escuto o barulho de coisas caindo, a porta continua a bater, ele grita, e não me responde, por mais que o chame. Os flashbacks dele sem dúvida são piores que meus pesadelos. Lágrimas escorrem do meu rosto, ao ouvir o sofrimento dele, e culpa me toma por inteira. A tortura fez isso com ele, a tortura feita em meu garoto do pão causada para me afetar, o transformou nisso. Por alguns minutos, fico apenas com a testa encostada na porta esperando o terror passar, mas o tempo parece horas. Até que finalmente os sons cessam, e a porta se abre levemente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Katniss e Peeta - Reaproximação" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.