Like a Romance escrita por thysss


Capítulo 8
Sétimo




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...You can't push it underground we can't stop it screaming out I wanted freedom, but I'm restricted I tried to give you up...
Veloz. As ruas paradas, o carro silencioso, velocidade, podia correr o quanto quisesse, o quanto precisasse.
Internamente não queria mais do que gritar, gritar acompanhando a melodia da música, mas ainda assim não parecia o suficiente, talvez tudo ainda não lhe bastasse.
Pelo menos em momentos assim poderia agradecer por ser quem era, porque assim podia correr, mesmo com os vidros abertos permitindo que sentisse toda a força que o vento era capaz de fazer contra seu rosto, revoltando seu cabelo, e sabia também que não importava quão arriscado fosse, a qual estágio sua loucura pelo diferente chegasse, não importava, ele sempre se sairia bem.
Ele se sairia bem porque não há medo, e o medo atrapalha as coisas, sem ele tudo fica mais fácil. Para Edward era simplesmente assim.
O celular tocou no bolso do casaco, mas estava no auge, não podia parar agora, sabia quem era e também não queria atendê-los, ouvir as vozes felizes e saber que eles queriam que voltassem para casa.
E, de repente, ali estava o ponto fraco de ser quem era, a ausência de noites, a ausência de sono, então não importava quanto tempo passasse correndo, não importava se ficasse ali até seu carro se desgastar ou pegar fogo, ou se precisaria ter as roupas imundas para poder voltar para casa, porque Edward sabia que a hora que voltasse eles estariam lá, todos desse mesmo modo feliz, abraçados e acariciando-se como se fossem pessoas normais.
Mas não há nada de errado em tentar ser normal, Edward só não havia aberto os olhos o suficiente ainda para poder se dar conta disso.

Sua mão se deteve sobre a maçaneta de metal cromado, podia ouvi-los lá dentro, saber o que pensavam, mas tudo parecia uma bagunça – como a muito tempo não lhe parecia –, e sua cabeça parecia dar voltas. Respirou fundo, o que não era exatamente necessário, e entrou.
Os seis pares de olhos topázio, assim como os seus, se viraram para encará-lo entrar, a camisa regata colada ao corpo estava justa e seu casaco estava na mão, mesmo que fizesse frio lá fora, ele não sentia nada.
- Onde você... – Alice se pôs de pé para perguntar, sua adorável expressão de fada franzindo-se irritada, provavelmente mais consigo própria por não ter conseguido ver aonde ele havia ido. E Edward podia compreender isso.
Bastou erguer a mão para que ela se calasse, não disse nada e Alice, assim como os demais, deram-se conta de que ele não queria falar.
- Não – Rosalie se pôs de pé e, em passos pesados, se aproximou do suposto cunhado que havia acabado de entrar. – Não é justo que fique assim! – resmungou irritadiça, como normalmente estava. – Nós não soubemos nada até agora, diga pelo menos aonde esteve...
- Não que te interesse, não é? – retrucou Edward, uma sobrancelha arqueada e o tom de voz ácido como em poucas vezes haviam visto.
- Edward! – Esme resmungou antes que os dois começassem a discutir ali.
- Não se preocupe – Edward zombou e se aproximou das escadas. – Como se alguma coisa pudesse realmente acontecer...
E lá estava ele, os ignorando novamente sem se importar.
O estrondo da porta batendo pode ser ouvido logo depois e Rosalie bufou voltando para o colo de Emmett, sempre tratavam Edward assim e isso a irritava, era como se confiassem tanto nele e tivessem a certeza de que ele jamais faria algo errado.
Mas não se pode confiar tanto em alguém. Ou pode?

A verdade é que permaneceriam em Forks por mais longos anos, pelo menos esse era o plano inicial, mas de qualquer jeito não podia saber até quando, mas sabia o que significava. Toda sua vida escolar voltando à tona, novamente, arquivos falsos, fingimento. Um fake perfeito, mas ele já tinha prática nisso. Em verdade esse era o menor de seus problemas.
Mas nem por isso deixava de incomodá-lo, todos os anos a mesma zona, fingir que não sabe tudo que já foi visto, conter-se para não parecer mais inteligente que todos os outros e acabar levantando algumas suspeitas. Havia muito com o que tinha que cuidar e se preocupar apenas para ir a escola e isso podia ser extremamente estressante.
Bufou encarando as caixas espalhadas pelo canto – que havia chegado de no outro dia com algumas coisas que havia deixado no Alasca, na outra casa que possuíam, da última vez que estivera lá. – e lhe tomaria um tempo extra para arrumar tudo, tempo extra que de nada tinha, era mais do que isso, porque Edward não precisava de tempo, ele tinha mais do que precisava, mas algo assim não se pode simplesmente se desfazer.
Não havia pressa, não havia riscos. Nada de extremos nem de medos. Mas ainda assim uma vida.
Agora só bastava a Edward colocar algum sentido nisso, algum sentido que fizesse valer a pena concertar a bagunça de sua vida. E estava na hora de finalmente aceitar fazer isso.
Como um livro de romance. Edward precisava apenas de sua própria história. Folhas em branco no canto, a caneta no outro, um pingo vermelho manchado em sua camisa, tempo, ele possuía tempo, bastava começar.

Mas a caneta rolava em sua mão, faltavam palavras, o porquê de pôr tais palavras em um papel. Significados.
Perguntas ainda sem respostas e, ele precisava dessas respostas.


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Notas finais do capítulo

n/a: espero que gostem!
quem curte histórias Emmett&Rosalie passa lá http://fanfiction.nyah.com.br/historia/52310/Para_o_meu_amor_Emmett



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