Like a Romance escrita por thysss


Capítulo 20
Décimo Nono.




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Ele já estava acostumado com tantos olhares fixos em seu corpo, mas, dessa vez ele podia sentir, havia um diferente, algo mais. Aquela garota, a novata, o encarava, e novamente tudo voltou a ficar estranho porque seguia sem poder ouvi-la. Fechou os olhos após desviar seu olhar do dela, todas as vozes adentrando em sua cabeça faziam um zunido que lhe causava enxaqueca.
Focou-se em um ponto material lá fora, a chuva que caía e ensopava tudo, mas não era o suficiente, porque todos continuavam ao seu redor, e as mesmas coisas fúteis eram faladas todos os dias, tudo parecia girar sempre trazendo de volta ao ponto de partida.
E Edward não queria mais ter de aturar isso.
Fez uma careta vendo quão amorosos seus irmãos e cunhados pareciam e, de repente, isso o fez se sentir deslocado ali. Solitário.
Pobre garoto solitário.
Pegou a garrafa de água que, muito lentamente Rosalie parecia beber, e saiu dali.
Talvez seu destino fosse passar o resto do tempo sozinho... Ele já estava se acostumando a isso.

O liquido descia como se fosse rasgar sua garganta, quando na verdade não passava de água mineral, mas ainda assim era horrível. Amassou a garrafinha plástica em sua mão, quando tudo que queria era lançá-la longe, mostrar a todos quão forte poderia ser.
Pelo menos começaria a acabar com tantos segredos que possuía. Seria um alivio.
Dois garotos passavam por ali, não era preciso nenhum dom para saber no que pensavam, mas, esses dois em particular, despertaram seu interesse, seus pensamentos tão impuros e ambos fantasiavam com a mesma garota. Com a garota nova.
E, sem uma explicação plausível, suas mãos se fecharam prontas para socá-los, talvez estivesse apenas acima da capacidade, exausto demais e fosse hora de descontar em alguém... Mas bater em alguém como eles, indefesos, seria totalmente injusto e, certamente, não ajudaria a seguir protegendo seu segredo.
Seria tão mais fácil se pudesse simplesmente se livrar de toda essa história de segredos e mentiras, Edward não havia escolhido participar, não haviam lhe dado escolha, havia sido um caminho sem volta.
Às vezes, ainda, quando fechava os olhos podia se lembrar da experiência que sofrera, e, certamente, não eram boas lembranças para se carregar por tanto tempo, mas cada um possui um peso para carregar, certo? Esse era o de Edward, carregar sobre os ombros o peso de toda história do passado que o envolvia, o peso de tudo em que já se metera e das histórias que teria para contar, mas ninguém poderia ouvi-las.
Certamente o desejo de socá-los passou assim que eles desapareceram de sua vista, mas seus pensamentos seguiram atormentando-o por mais um tempo. Um tormento sem cura em que ninguém podia ajudá-lo.

Tantas vozes rondando em sua mente, seu cérebro parecia expandir e retrair ao mesmo tempo e sua vontade era de gritar de dor... Mas Edward não sofria desse mal. Tantas vozes, barulho atrás de barulho, e então, parado ali, no meio do estacionamento, o vazio.
Isso sim seria surreal.
Deu um passo a frente, mas logo sacudiu a cabeça, ainda era horário de intervalo, só podia estar ficando louco, fechou os olhos e abriu-os rapidamente, não havia ninguém ali.
Mas isso não fazia do fato dela ser “silenciosa” uma mentira, pelo contrário, até em suas ilusões não poderia ouvi-la. Como se ela possuísse um escudo ou algo do tipo ao redor de seu corpo protegendo-a de qualquer outro desconhecido.
Ah se esse “escudo” se expandisse para não ter que ficar ouvindo tamanhas baboseiras.
Da estupidez humana Edward já havia ouvido falar de tudo, dos assuntos mais impensados aos mais pornográficos, não era sua culpa poder fazer isso, só tinha de aturar. E se controlar.

O sinal anunciando o fim do intervalo tocou, era hora de voltar para a realidade.

A garota nova mal entrara e tudo já estava perdendo o controle.
Na aula de Cálculo lá estava ela novamente, sentada apenas duas cadeiras ao seu lado, como sempre perto da janela, o vento voltava a bater trazendo o doce perfume para suas narinas. Mas não era só o perfume “superficial” que ela usava que o encantava. Havia mais, muito mais por trás disso. Por trás das suas intenções.
Observou quando outra garota se levantou fechando a janela, a intensidade do perfume diminuiu, mas não sua curiosidade por ela. Podia ver lá fora as árvores balançando. Era fim de novembro, o inverno nem chegara ainda e já fazia tanto frio.
Mas Edward gostava de frio...

Duas cadeiras atrás da sua, o olhar de Rosalie parecia queimá-lo nas costas, observando minuciosamente cada um de seus movimentos, percebendo cada olhar que ele trocava com cada pessoa.
Sorte a sua ela não possuir o seu dom.
Era a única aula que tinham juntos, e seria só por pouco tempo, até Rosalie terminar de pegar o que havia perdido no ano anterior por uma viagem, então as aulas seriam menos constrangedoras a ele.

Uma bolinha de papel acertou suas costas e, rapidamente, abaixou-se para pegar o papel, outro daqueles panfletos sobre o tal lual. Seria a oportunidade perfeita para encontrá-la, e também a pior, seria justamente em La Push, e Edward já tivera problemas com aquela região.
Isso só dificultava as coisas.
Mas também lhe fazia lembrar de tempos passados... Mas ele não podia viver dependendo do que havia acontecido anos atrás.
E o olhar que Rosalie lhe dedicava lhe mostrava a mesma coisa, tinha de seguir em frente.


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Notas finais do capítulo

n/a: espero que gostem!!!
    beijos. aguardo reviews. 



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