Like a Romance escrita por thysss


Capítulo 16
Décimo Quinto.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/56772/chapter/16

- Posso falar com você? – Edward perguntou batendo na porta do consultório em que Carlisle atendia quando não estava de plantão.
Carlisle assentiu vendo que sua sala encontrava-se vazia, e não havia ninguém na recepção.
- O que houve pra te fazer vir me procurar aqui? – Carlisle perguntou com um sorriso amigável no rosto enquanto apontava a cadeira para que seu filho se sentasse e então seguissem com a conversa.
- Esme disse que você vai fazer plantão – deu de ombros. – E eu queria mesmo conversar sobre uma coisa...
- Fale – cruzou as mãos sobre a mesa esperando-o falar.
Totalmente paciente.
- Hoje aconteceu algo estranho – Edward murmurou mexendo no cabelo desgrenhado.
- Acho que ouvi Alice falando algo sobre uma visão que ela tivera com certa garota nova em Forks... – um sorriso maroto formou-se nos lábios de Carlisle.
Certamente se pudesse, agora as bochechas de Edward começariam a corar.
- Há algo de “estranho” com ela – não que ele fosse o melhor para definir estranho.
- Como o quê? – perguntou Carlisle.
Seu maior medo era de que, com tanto contato com humanos, alguma hora qualquer um de seus filhos não resistisse. Para sua sorte, esse não era o problema, pelo menos por agora.
- Eu não posso ouvi-la – Edward respondeu com sua expressão fechada, não deixava que os outros soubessem se isso o agradava ou não, Carlisle arqueou uma sobrancelha o encarando, em tantos anos essa era a primeira vez que acontecia, e pela cara de Edward, e por ele ter ido procurá-lo, certamente estava confuso com isso.
- Acredito que não há nada de errado com seu dom – Carlisle respondeu querendo que essa fosse à dúvida, talvez medo, de Edward, mas não era.
- Não é isso...
Ele só não sabia como explicar o que sentira, era tremendamente estranho, e confuso, não poder ouvir alguém, depois de tantos anos havia se acostumado com isso, mas com ela não, era simplesmente silêncio.
- Foi só com ela? – Carlisle quis se certificar, só por “precaução”.
- Sim.
- Então ela pode...
- Não – Edward respondeu rapidamente, seus olhos pouco mais abertos brilhavam num topázio intenso. – Ela não é diferente dos outros... Eu... Eu pude sentir seu cheiro... Seu sangue. Não há nada de errado com ela, fora isso.
- O sangue dela? – perguntou Carlisle, um sorriso carregado com pouca malicia formando-se em seus lábios.
- Não há nada demais. Ela se sentou ao meu lado...
- Eu não disse nada – Carlisle deu de ombros encarando o rosto do filho. – Além do que você sabe o que faz...
Edward maneou a cabeça, certas vezes Carlisle era impossível.
- E o que os outros dizem disso? – perguntou Carlisle. – Devemos conferi-la?
- Não... – deu de ombros. – Eu não falei com ninguém mais.
- Então – Carlisle anotou algo em seu bloco para não esquecer. – Mas tarde me lembre de conversar com eles... Ou devemos dar um tempo?
- Dê um tempo – Edward disse. – Pode ser que mude...
Ou não.

E, minutos mais tarde, Edward saía do hospital correndo com seu volvo sem se dar conta de que não havia obtido resposta alguma, não sabia nem ao certo o que havia ido procurar com Carlisle, talvez só quisera mesmo ouvi-lo dizer alguma coisa. Precisava ouvir que não estava enlouquecendo.
Porque pessoas como ele não enlouquecem... Não que ele saiba.

E como de costume não havia ninguém em casa, Alice e Rose deviam ter ido as compras, Esme naturalmente as acompanharia, já Jasper passava boa parte do tempo ausente – porque ele claramente tinha problemas com sua “mente” que insistia em não “adestrar-se”. E Emmett, ah, ele deveria estar fazendo qualquer coisa perigosa ou apenas correndo.
Edward não era o único apaixonado pro velocidade.
Na verdade todos ali eram. Cada um com seus motivos, mas isso é uma história a parte.
Depois de se certificar que seu volvo prateado estava devidamente guardado Edward entrou em casa, não se surpreendendo ao não ouvir barulho algum, não haviam voltado ainda. Sua mochila ficou jogada sobre o sofá enquanto seus passos o guiaram direto a sala onde seu piano se encontrava, ali estava seu melhor passatempo.
Fechou os olhos concentrando-se nas notas que tocara da última vez, mas ainda havia aquela perdida ali, e não conseguia pensar em como substituí-la. Tentou trocá-la, mas a sequência perdia seu sentido, a melodia perdia seu compasso. Não, tinha de haver uma nota.
Massageou as têmporas como se sua cabeça realmente doesse, faltava a concentração, a inspiração em algo certo. Edward só não conseguia descobrir quem era sua inspiração certeira.
Seus dedos seguiram dedilhando, agora uma canção mais suave, a favorita de Esme, sorriu em seu canto, ninguém podia ouvi-lo, mas ele seguia tocando como se houvesse toda uma platéia ao seu lado. Era bom ter sonhos insanos de vez em quando, mesmo estando de olhos abertos, isso o tornava mais ambicioso com o que queria. Determinado.

Quando a canção terminou, seus dedos não conseguiam ficar parados, e outra lenta melodia começou, despertando lembranças de anos atrás, lembranças que Edward sequer lembrava ter havido, mas ali estavam.
Houvera uma época, há anos atrás, em que essa composição fizera parte de sua vida. Mas tempos como aquele não voltariam mais, talvez por isso estava tocando uma melodia tão nostálgica, mas não conseguia evitar.
O silêncio o fazia pensar, abria espaço para uma mente fértil que só não havia sido devidamente exercitada.
O silêncio o deixava inquieto.

Lá fora o céu começava a tornar-se escuro, mesmo não estando perto de anoitecer, só para lembrar a ele, e todos os demais, o que a vida em Forks representa. Chuva. Frio. E, com um sorriso nostálgico, Edward não podia deixar de pensar em como se sentia em casa.
O barulho do primeiro trovão pode ser ouvido, mas ao longe, mas para seus ouvidos sensíveis parecia muito mais perto do que de fato era, não importava, a canção continuava a tocar e seus dedos não paravam de dedilhar.
O que acontecia lá fora era apenas uma mera consequência.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

n/a: espero postar mais uma vez essa semana, basta que esteja alguém lendo. por isso deixem reviews!
  beijos. 



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Like a Romance" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.