Seu sorriso estava longe de ser o mais verdadeiro, mas ainda assim possuía o dom de encantá-los, não importava como ela fazia isso, o garoto parado a sua frente só sabia que ela o fazia e fim de história. - O que você quer comigo? – ele perguntou com um sorriso finalmente cedendo a mulher a sua frente. Assobios e gritos foram ouvidos, alguns de inveja outros de comemoração, enquanto mulheres agradeciam entre si por seus maridos não terem sido o novo alvo... Ele preferia ignorar qualquer coisa que dissessem. - Qual o seu nome? – ela lhe perguntou, mas claramente ele não lhe falaria a verdade.

Porque todo mundo mente.

- Anthony – ele respondeu com um falso sotaque australiano, e que em nada combinava com sua pele clara. Ela sorriu com ganância e ele, finalmente decidido – talvez possuído pela atmosfera sedutora que ela causava com facilidade –, tocou em seus lábios e sorriu com uma sobrancelha a arquear. - Eu sei quem você é... E quem não conheceria a herdeira de um patrimônio como o que a família Maxell possuía. - Agora só não posso dizer se sei o que quer de mim... – um sorriso presunçoso formou-se nos lábios da mulher que se encontrava entre seus braços. - Uma dança – ela lhe respondeu com seu corpo colando-se ao daquele garoto de forma sensual. - E depois disso? – os lábios daquela mulher tocaram seu pescoço de forma que o fazia se arrepiar. – Angelique – seu nome foi pronunciado com tamanho toque que a fez estremecer enquanto seus olhos felinos fixavam-se nos do garoto ali presente. – E depois disso? - Você quer arriscar para ver? – ela perguntou enquanto seus dentes brancos ficavam a mostra, fazendo-a rir encarando o olhar que o garoto lhe dedicava. Talvez não estivesse preparado para tanto ainda. - O que eu poderia fazer com você? – ela questionou sobre o olhar atento do garoto. - Tudo – ele respondeu. Seus lábios curvando-se num meio sorriso enquanto segurava sua mão, uma nova melodia começava mais ao fundo e não poderiam passar a canção inteira ali, parados. Concentre-se na música, sua consciência gritava. O toque alto da valsa aumentou conforme seus passos faziam-se certeiros, a mão dela firme entre a sua, sua outra na cintura dela, guiando-a pela pista de dança como um homem, e não como o garoto que era. Ela também não era tão mulher assim considerando seus vinte anos de idade. Enquanto ele possuía dezesseis. Mas todos sabiam da história de Angelique, o que a tornava mais mulher do que poderia aparentar – e mesmo que todos soubessem ninguém se importava, porque o dinheiro acaba guiando tudo, e isso ela tinha aos montes. Um passo para a direita... Outro... Então vira, outro lado agora. Seu olhar focou-se no da mulher a sua frente e sorriu não deixando de apreciar sua beleza, ao menos isso ele poderia fazer, estava apenas aproveitando a atenção que ela havia lhe dado, não havia nada de errado nisso. Um toque mais alto e Angelique girou segurando em sua mão, seu vestido levantando apenas um pouco de modo gracioso a disfarçar a verdadeira personalidade da mulher. Mas Angelique não era má, apesar de que seu nome de anjo não lhe fazia muito jus, ela apenas não aceitava tudo que outros diziam. Havia certa acidez enquanto falava e suas sobrancelhas levemente curvadas davam um toque mais perigoso a sua face, mas não havia nada de errado nisso.