P.O.V Arthur

Acordo com os olhos entreabertos que sinto que estão um pouco inchados, tento abri-los mais e vejo tudo em minha volta, estou em um hospital, olho pra um lado e vejo só um sofá quando olho pro outro lado vejo Julia dormindo como um anjo, uma dor no meu peito surge e eu fecho meus olhos com força por um estante ate sentir um aperto confortável na minha mão esquerda, abro meu olhos e vejo Julia sorrindo pra mim com seus lindos olhos azuis acinzentados encantados por estar me vendo acordado.

–Julia...por favor me descu...

Tento dizer a Julia mas ela me cala com um beijo intenso nos lábios, pelo o que estou vendo e sentindo acho que ela me perdoou, ouço a porta se abrindo e palmas ecoando pelo quarto de hospital, me afasto de Julia sorrindo e olho pra porta pra ver Shawn, Jordan, Meri, Su e Sam.

–hey pombinhos sem agarração que estamos num hospital- Meri diz indo abraçar Julia que esta na cama ao meu lado.

Agora que me lembrei que eu não sei o porque da Julia esta no hospital, quem se esfaqueou fui eu, mas vou deixar isso pra perguntar depois.

Ficamos todos conversando ate que a hora da visita tinha acabado, me viro pra Julia e pergunto a ela o que tinha acontecido, ela me conta desde a dor que sentira no dia que Jennifer me beijou ate o dia que eu fui esfaqueado por acidente de nos dois, me contou também que por não conseguir viver sem mim enfiou a faca em si mesma e caiu no chão pedindo ajuda a Deus. Ela me contou também que o medico que também era um amigo da mãe dela disse que eu tinha perdido muito sangue e como não achou nenhum doador pra mim ele me doou o sangue dele que era “o” negativo.

1 mês depois...

Depois de termos saído do hospital eu e Julia fizemos uma coisa que não fazíamos a muito tempo, e não se faça de santa porque você sabe muito bem do que eu estou falando. Passamos nossos dias muito bem, fazendo safadeza no quarto, conversando no lago Over Side com o resto do pessoal e pintando muito, ela me mostrou a pintura que ela fez de mim perto da dela e me mostrou o quanto ela me amava todos os dias e eu fiz o mesmo.

P.O.V. Julia

Eu estava deitada na minha cama só com minha calça moletom cinza escura e com meu sutiã de renda preta quando eu lembrei que no dia que eu estava lendo as cartas da caixinha eu tinha me esquecido de uma, pulei da cama e me agachei pra procurar de baixo da cama e la estava ela, a caixa com a carta, dentei na cama com as pernas cruzadas e coloquei a caixa no meu colo, abri a tampa e peguei o envelope branco que tinha la dentro, eu não sabia quem tinha me mandado aquela caixa mas por causa dela eu perdoei a Su e a Sam que são grandes amigas. Abri o envelope, tirei o papel de dentro, desdobrei o papel e comecei a ler.

“Querida Julia,

Bom, você deve se lembrar de mim, eu sou seu medico por tantos anos não é mesmo? E ainda sou amigo de sua mãe, ou era. Pode parecer estranho eu ter escrito uma carta pra você mas depois que soube da morte do seu pai não podia deixar você sozinha sem saber a verdade então vou começar a te contar.

Quando era mais novo eu era o melhor amigo da sua mãe, mas eu nutria um sentimento muito forte por ela, e ela por mim, no dia que declaramos o nosso amor um ao outro ela me contou que esta noiva mas forçada, ela não queria se casar com seu pai porque não o amava, amava a mim, eu não me importei com isso aquele dia. Fizemos amor sem nos importar com mais ninguém. Depois do seu casamento ela me procurou com seu pai e eles me disseram que sua mãe estava gravida de mim, seu pai ficou muito bravo mas eu estava feliz assim como sua mãe, ele me pediu pra nunca procurar ou falar pra você sobre isso, que iria te criar como se ele fosse seu pai de verdade, como sua mãe aceitou eu não podia dizer nada, mas falei que se um dia ele morresse e sua mãe também eu te contaria e estou te contando agora, Julia eu sou seu pai verdadeiro. Desculpa te contar assim minha filha, mas prometo que vou estar sempre ao seu lado minha loirinha dos olhos acinzentados.

Com amor,

Roberto”

Eu não podia acreditar, então todos esse anos eu fui enganada, eu sofri pelo cara que eu dizia ser meu pai mas na verdade era só um homem que entrou na minha vida e acabou com tudo. Eu não tinha raiva do Roberto mas eu me sinto traída por ninguém ter me contado a verdade ate hoje.

Com meus olhos cheio de lagrimas eu fui ate a porta e a tranquei, não queria ver ninguém, fui ao meu banheiro e peguei uma das minhas laminas que guardava numa caixinha de baixo da pia do banheiro, sentei no chão com os olhos embaçados por causa das lagrimas e comecei a me cortar, eu tinha prometido ao Arthur que pararia mas essa dor da traição foi mais forte que eu, eu estou sendo fraca por fazer isso e estou quebrando uma promessa muito importante pra mim mas eu não consigo, cortei mais meu braços ate sentir uma dor cruciante no meu pulso, eu o tinha cortado sem querer, me senti um pouco tonta e tentei me levantar, fui ate a parede que tinha minha parede pintada comigo e com Arthur e me cortei um pouco mais mesmo já estando tonta, eu não conseguia parar, de repente tudo ficou preto e eu apaguei.

P.O.V. Arthur

Depois de tomar meu banho visto minha roupa pra ir pro quarto da Julia. Coloco uma bermuda jeans escura e uma blusa branca com manga que ela gosta. Saio do quarto e vou pro quarto dela.

Quando chego na frente do quarto dela eu tanto abrir a porta porque ela nunca ta trancada quando ela sabe que eu estou indo. Tento abri-la mas esta trancada, tento mais uma vez e nada, chamo por ela mas nada acontece. O que será que esta acontecendo?