Sansa, eu me apaixonei por Olívio Wood! escrita por Clarisse Arantes


Capítulo 11
(INÍCIO DA PARTE 2): Um pai furioso


Notas iniciais do capítulo

Hello galerinha do mal. Bom, eu não esperava que o meu bloqueio de criação da parte 2 demorasse 2 meses. O computador também quebrou e tudo mais. Maaaaaassssssssss, agora estamos de volta. Espero que gostem da nova temporada(?).
Enfim, aproveitem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/567497/chapter/11

As férias já tinham começado há poucos dias e nunca havia me sentido tanto no tédio quanto estive em Hogwarts. Meu pai fingia que eu não existia mais, e eu fingia que ele não era meu pai.

A ingénua de sua mulher – feita de peito e bunda – sem um pingo de inteligência — ok, talvez ela fosse inteligente, mas qual é o bom de aceitar isso? Nenhum. Isso mesmo — jazia me importunando. A missão de sua vida era me incomodar até mesmo pelo jeito na qual eu andava.

— Amor — ela costumava chamar meu “pai?” — Olha o jeito como ela anda, não é toda torta? Se continuar desse jeito, regredindo como a hipócrita da mãe dela, ninguém vai lhe querer. Não que alguém já tenha tido interesse... — ela ria maleficamente.

As pessoas em Hogwarts achavam que por ser da Sonserina, eu possuía um coração muito ruim, quando na verdade, qualquer pessoa e de qualquer casa podia ser do mal. E por muitas vezes, eu não considerava-me assim.

Ter atirado um feitiço mortífero e horrível em Olívio fazia-me alguém ruim? Provavelmente. Olívio era o queridinho da galera e sei que todos me odiavam. Mas eles tinham que entender que meu ego havia sido completamente jogado no lixo.

É como observar seu irmão apanhando de um qualquer. Você não vai querer deixá-lo no chão, não é mesmo? Você vai ajudá-lo. Ok. Minha comparação foi ridícula, Olívio era uma pessoa enquanto Sansa, assim como ele havia dito, era só um amontoado de papel com um enorme significado, na qual era a única ‘coisa’ que eu podia me expressar.

Mas ok.

O meu quarto até que era bem espaçoso. Com uma cama de solteiro, um guarda-roupa amadeirado marrom e uma escrivaninha ao lado da cama de Arya, o local tornava-se espaçoso. Isso era bom, até. Era o único local da casa qual meu pai e minha madrasta não conseguiam entrar, por não deixá-los.

Pelo menos, meu quarto eles respeitavam.

Foi uma batida na porta do quarto que quase me provou que eles não respeitavam muito.

— Quem é? — é o que perguntei.

— Seu pai — o mesmo respondeu. Com a varinha, destranquei a porta do quarto. Meu pai entrou no cômodo e sequer me dei o trabalho de abaixar o livro para encará-lo. — Arrume-se que iremos sair.

Tudo bem, eu precisei abaixar o livro para encará-lo. Ele realmente achava que eu sairia com ele? E com ela?

— Eu não vou.

— Não estou perguntando, dona Emma — ele disse, já começando a ficar avermelhado. — É uma ordem. Vá se arrumar que daqui a alguns minutos estaremos partindo.

Fechei o livro e coloquei-o de lado na cama.

— Se eu por algum caso, ir, posso saber aonde iriamos?

— É o aniversário de uma empresa muito importante no ramo da bruxaria — explicou meu pai, em poucas palavras —, me convidaram para dar uma palavrinha sobre o aniversário...

— Terá várias pessoas por lá, então? — pensei alto. — Tudo bem, eu aceito ir.

Meu pai pareceu realmente surpreso e até mesmo sorriu de alívio.

— Achei que seria mais difícil te convencer.

— Achei que fosse uma ordem — retruquei-lhe, para não perder o hábito.

Meu pai fechou a cara no mesmo instante. Não demorou também para que ele deixasse meu quarto. Levantei-me da cama, abrindo o guarda-roupa e ajeitando uma nova roupa para ir ao evento.

Escolhi um vestido azul-claro para ir, junto minha sapatilha clara. Prendi meu cabelo para cima, em um coque firme, e peguei minha bolsa, descendo as escadas do corredor.

A mulher loira — mais conhecida por mulher-que-atormenta-a-minha-vida — já estava pronta e aguardando meu pai, assim como eu. Quando o homem apareceu pronto, todos nós adentramos o carro.

Meu pai não demorou a dar partida em direção ao evento.

O dia estava ensolarado e muitos trouxas não sabiam o motivo da algazarra na rua. Os jornais diriam que a empresa era responsável por algum tipo de reciclagem barata.

Afastei-me de meu pai e minha madrasta assim que o carro foi estacionado.

— Que horas? — foi a única coisa que perguntei, antes de afastar-me deles.

— Às quinze horas aqui — informou-me o homem.

Assenti.

A empresa conseguiu reunir uma bela multidão. Acontecia que a empresa era responsável pela impressão dos livros bruxos e muitos deles eram destinados a Hogwarts. Muitos alunos estariam presentes com seus pais por ali.

Mas eu não estava à procura das pessoas de Hogwarts. Apesar da vida parecer bem abandonada na escola, eu possuía amigos fora do mesma. E era por eles que estava procurando.

Eles não estudavam em Hogwarts mais e por isso, podia vê-los somente nas férias, se não fosse por meu pai ter me proibido de vê-los. Mas isso não importava realmente, não é?

Passei no meio de centenas de famílias até chegar a uma das lojas mais conhecidas da avenida, no mundo bruxo, a Feitiço Amigo —, os trouxas conheciam a loja como fracassada, mas era conhecida para os bruxos, até. E era lá que as pessoas das quais eu queria conversar estavam presente.

A primeira pessoa da qual dei-me foi minha melhor amiga, ruiva e magricela, Jenny.

— Aí meu Deus! — ela praticamente gritou ao ver-me. Me abraçou. — Quanto tempo! Garota, o que tá fazendo aqui?!

Sorri, fazia muito tempo que não a via.

— O idiota do meu pai vai dar uma palavra sobre o aniversário... — contei.

Jenny torceu o nariz ao ouvir falar-me de meu pai. Ela sabia de minha história de desgosto com o mesmo.

— É uma pena que esse seja o motivo — ela abraçou-me de lado. — Vamos lá com o pessoal. Eles vão surtar quanto te verem.

Consenti e Jenny foi me guiando ao meio das famílias.

Chegamos a um grupo de cinco pessoas, que aparentemente, eram bem loucas. Mas eles tinham um coração bom.

— Ei! — foi o que disse para chamar a atenção deles. Duas pessoas do grupo eu não conhecia. As outras três: duas garotas — gêmeas: Alice e Amanda — e um rapaz: Mark.

Eles abandonaram o papo para vir dar-me um abraço.

— Quanto tempo! — comentou Alice, sorridente. — Sentimos tanto sua falta.

— Sim — completou Amanda —, ainda não acreditamos que seu pai a proibiu de nos ver.

— Realmente — disse Mark, abraçando-me de lado. — Está na hora de se formar e sair de Hogwarts, querida.

Respirei fundo.

— Só daqui dois anos — eles suspiraram também.

— Sentimos muito — falou Jenny. — Esses dois aqui — ela apontou para os dois rapazes que estavam no grupo, mas eu não conhecia — são Antony e Jonathan.

Os rapazes sorriram e apertei suas mãos, em cumprimento.

— Mas então, conte-nos, o que anda fazendo? — puxou o assunto, Amanda, animada.

— Morrendo dia-a-dia de tédio naquela casa — disse e eles riram. Mas não havia graça, era verídico! — É sério.

— Talvez devêssemos te sequestrar uma noite dessas e sair com você — sugeriu Jenny.

Dei de ombros.

— Dependendo da loucura na qual iremos aprontar — respondi. — Sinto muita falta de pregar peças na casa dos outros com vocês.

Alice riu, assim como Mark.

— Nada como ameaçar o pessoal do primeiro ano — eles deram um aperto de mão, rindo.

No evento, prontamente, meu pai tinha acabado de subir ao palco para dar o seu pronunciamento. Foi o momento de mais sentir morbidade, com a madrasta ao seu lado, fazendo de tudo para aparecer.

Olhei no relógio. Não ficaríamos por ali muito tempo. Já eram quatorze e quarenta e cinco. Mais quinze minutos e estaríamos partindo.

Não mesmo.

Tudo bem, talvez eu fosse um pouco criança nesse quesito. Irritar meu pai? Frustrá-lo? Psicólogos diriam que é tudo para chamar sua atenção. E é, talvez fosse mesmo. Mas não havia nada mais gratificante do que vê-lo ficar irritado comigo. Ele havia trocado minha mãe por aquelazinha e ela mal havia sido enterrada.

Era demais.

— O que você acha, Emma?

Voltei-me para Mark que havia me dirigido a pergunta.

— Desculpa, o que você disse?

O pessoal riu da cara de ofendido de Mark.

— Estamos indo para outro lugar, quer ir conosco? — ele repetiu a pergunta que havia perdido.

Essa seria uma bela forma de “castigar?” meu pai, ou irritá-lo, somente. Sair com as pessoas que ele tinha me proibido de ver. Entretanto, algo dentro de meu peito gritava para não ir.

— Acho que vou deixar essa passar — falei, e Mark fez sua cara de decepcionado.

— Tudo bem, Emma! Até outro dia — abraçou-me Jenny. — Continue me mandando cartas nas férias.

— E mande pra mim também — comentou Amanda, dando-me um último abraço de despedida também.

— É chato que você não possa ir — disse Alice tristonha. — Até quando nos vermos novamente.

Despedi-me com um abraço de Antony e Jonathan, que não falaram uma vez sequer dirigindo-se a mim, e de Mark com outro abraço.

— Até outro dia, Emma!

E eles partiram para uma próxima aventura da qual eu tinha certeza que seria bem louca.

Meu pai já tinha descido do palco e eram agora 15h04m. Ele deveria já ter começado a procurar por mim. Haveria melhor lugar para se esconder se não dentro de uma loja movimentada? Acredito que não.

Foi por isso que adentrei a loja da empresa que vendia livros. Subi três andares até deparar-me com os livros bruxos. Havia dezenas de pessoas por ali. Procurei uma sessão para passar o tempo e foi então que passando de prateleira e prateleira, dei-me com o ícone goleiro da Grifinória.

— Olha, olha, se não é o queridinho Olívio Wood?!

Ele subiu os olhos do livro que segurava para minha direção.

— Emma? — negou-me um sorriso. — O que faz aqui?

Puxei o livro de sua mão. “O segredo para ser um bom administrador de um time de Quadribol”.

— Sério? — ele deu de ombros. — Mas enfim, sou filha de alguém importante que tinha que fazer um pronunciamento. É por isso que estou aqui, e você? Veio só ver como ser um bom administrador em um time de Quadribol?

Ele riu.

— Que mundo pequeno, né? Nossos pais se odeiam. Não podíamos ter sido mais diferentes...

— O quê? Sério!? — fiquei surpresa. — Como sabe?

— Só dois homens fizeram pronunciamentos para a empresa aí fora. Meu pai e o seu pai. Rivais.

— Que louco — comentei. Olívio olhou-me curioso. — Quero dizer... que pena!

Ele riu.

— Nem tanto. Mas enfim, o que anda fazendo de suas férias, Emma?

Encostei-me numa prateleira. Ainda era estranho que eu e Olívio estivéssemos tendo uma conversa “normal” que não envolvesse nenhum tipo de ofensa, depois da trégua que ambos concordamos.

— Morrendo gradativamente. E você?

— Planejando como ganhar a taça de Quadribol esse ano. Nem acredito que nosso time não ganhou nenhum desde que sou o capitão.

Eu ri.

— Depois que eu digo que você é ruim, eu sou a errada.

Ok. Mentira. Eu e Olívio ainda não tínhamos evoluído ao nível de não se atacar verbalmente em uma conversa normal.

Para minha surpresa, ele riu.

— Assim você me ofende, Emma. Achei que tivéssemos passado dessa etapa. — sua voz soou brincalhona (n/a: não achei outra palavra pra expressar, desculpa galera!).

Respirei fundo.

— Não sei se um dia vamos passar dessa etapa — comentei. — E se quer desculpas, Olívio, só acho que você ainda não encontrou o momento certo para ganhar a taça.

Olívio sorriu.

— Viu, não é tão difícil. Foi bem gentil de sua parte, Srt. Emma.

Nós rimos.

— Agora falando sério, sem senhorita, obrigada.

Ele riu.

Olhei no relógio atrás da cabeça de Olívio. Acho que era hora de ir.

15h25m. Meu pai deveria estar louco.

— Acho que preciso ir.

Olívio assentiu e voltou para o seu livro. Dei-lhe as costas e corri para o primeiro andar. Meu pai foi a primeira pessoa que dei de cara assim que sai da loja. Ele parecia desesperado, como seu eu houvesse fugido. Talvez eu deveria mesmo, ok?

— Não sabe olhar horas não, mocinha? — ele quase gritou, e comecei a andar a frente dele, para que não parecesse que nos conhecíamos. — Já se passaram meia hora desde o horário combinado!

Dei de ombros.

— Eu tô aqui, não tô?

Meu pai fuzilou-me com o olhar.

Chegamos perto do carro e não conseguia tirar o sorriso do meu rosto.

O pior era que não sabia se era por realmente ter deixado meu pai furioso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Digam o que não gostaram, o que gostaram. Estou aberta para criticas construtivas, opiniões, ou sei lá, digam o que quiserem. Enfim.
Obrigada por ter lido.
Espero que tenha gostado :))
p.s.: estou tentando ao máximo deixar Emma mais perto de vocês com essa nova narração :3