Herdeiros do Fogo escrita por Tikie, L R Rondão


Capítulo 1
Negligência


Notas iniciais do capítulo

Saudações,pessoas do meu Brasil Varonil!Tikie aqui trazendo mais uma fanfic pra vocês.Não sei se será continuada ou não,depende muito da opinião de vocês,então se possível deixem um comentário dizendo o que estão achando!Deem uma passadinha no perfil da minha co-autora e beta,ela tem fics legais :vhttp://fanfiction.com.br/u/345054/



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Da janela de seu quarto, Naruto observava suas irmãs lutando uma contra outra, treinando Taijutsu enquanto seus pais observavam da varanda. Ele tinha que admitir, até que elas treinavam mais do que qualquer garota da academia, mas sabia que daquele jeito, jamais iriam explorar o potencial máximo delas.

Ele também sabia que não era culpa delas que a atenção do Yondaime e sua esposa para com ele é quase nula, mas antes não conseguia não se sentir mal. Porém agora, ele quase não se importava, pois tinha colocado algo em sua mente e coração que blindava essas mágoas... Então, até observava tudo com atenção, para que se um dia, ele puder falar com elas, mandar dicas e indiretas para saber no que precisa melhorar.

Em relação a Mito, ela tem que colocar mais da força dela nos golpes, ou seja, treinar mais o quadril e talvez até um pouco a confiança. Já Hikari tem que ser menos confiante e mais alerta aos ataques dos oponentes, pois deixa muitas vezes a grada aberta.

Mas a pergunta é: por que ele não desce lá e fala com elas? Principalmente, que os dois adultos estão perdendo mais tempo babando pelas atuais habilidades das filhas que nem percebem isso. É que Naruto não herdou nenhuma das Kekkei Genkais: nem Uzumaki, e nem Namikaze, e suas notas eram as piores. Ele nem parecia ser irmão das “Namikaze no Himes”, ou filho do grande Yondaime.

E não era para parecer mesmo, há muito tempo ele deixou de ser considerar daquela família, e é assim que não se chateia com Minato, Kushina ou as suas “irmãs”. Ele os vê como Shinobis incríveis e só, como muitas outras crianças. Não os vê como pais ou nada parecido, e sente como se eles não tivessem a obrigação de falar com ele e nem ele de falar com eles.

Quase sempre ele podia ser visto em seu quarto. Ou lia livros, ou desenhava, ou até escrevia. Mas estes rascunhos só eram lidos pela senhora Sachiko, a empregada da casa. Ela nunca entendia o garoto, pois ele se mostrava muito inteligente nas poucas conversas e nos papéis (que ele nem sabia que ela lia), mas na academia, era aquele horror. Pensou em falar com seus patrões sobre isso, para ver se melhorava o relacionamento naquela casa. Porém, pensou que já estava invadindo demais o espaço do garoto e que ele merecia privacidade, e alguns comportamentos dos adultos faziam parecer que eles não estavam nem ai para o loiro.

Então ela começou a achar que eles não são dignos de conhecer aquele lado do filho, pois nem se importaram em tentar descobrir que ele existia.

No primeiro ano de academia, antes do Naruto tomar a decisão de “se excluir”, ele tentou chamar atenção sendo escandaloso e agitado, e acabou gostando de pregar peças nos outros. Principalmente quando os Chunnins tentavam alcançá-lo, porque ele era mais rápido e esperto e sempre escapava. Porém isso lhe rendeu uma ANBU o seguindo todos os dias.

Yugao, sem dúvidas era uma das poucas pessoas que se davam bem com o Uzumaki, e depois de um tempo, acabaram se tornando amigos. O único problema é que agora se veem muito pouco, pois a partir do momento que Naruto parou de pregar peças, Minato ordenou que a ANBU voltasse às tarefas normais. Então, um dos poucos dias que Naruto sorria, é quando ela voltava das missões e “sequestrava” o Naruto para comer no Ichiraku.

Falando em Ichiraku, Naruto gostava muito de lá, mas gostava principalmente do fato do Teuchi ter dado um emprego a ele. Então, na surdinha as noite, ou no amanhecer, quando muitos estavam dormindo, o loiro ia para o estabelecimento limpar as coisas, organizar e etc. A graninha extra ajudava muito, principalmente pelo fato de que seus pais não dão nada para ele (a não ser os presentes vergonhosos de aniversário) e ele sente que sabe um pouco como é ter uma irmã, graças a Ayame.

— Naruto - Sama. — ele gemeu. Já perdera a conta de quantas vezes pedira para Sachiko não chamá-lo assim pelo seu ódio de formalidades. Ela nunca o escuta. — O senhor irá se atrasar para a academia.

— Eu já estou indo, obrigado Sachiko. — guardou seus lápis (seu desenho de um pote de Lámen estava realmente realístico) e arrumou a mochila. Suspirando foi para o banheiro que era acoplado no quarto e não conseguiu conter uma careta ao olhar o calendário que estava ao lado da porta.

Era dez de Outubro.

(...)

Mesmo com a cabeça quente, Naruto conseguiu chegar à sala a tempo. E como sempre, suas irmãs estavam rodeadas de amigos. Porém pelo fato dos três serem gêmeos, tinha uma pequena confusão ali para cumprimentá-las. Como sempre, nesse dia era um saco para sentar no seu lugar.

Naruto nunca se importou com o fato de só elas receberam presentes dos alunos da Academia, pois os poucos que recebia eram suficientes. Seus pais (para ser sincero, ele já estava cansado de receber sapinho de pelúcia de presente, mas como é educado, só sorri e volta para o quarto), Jiraya, Ayame e Ichiraku. Só eles se lembravam que ele também tinha nascido naquela data, mas como a maioria dos presentes são com carinho e verdadeiros, ele recebia e não gostaria de nada em troca.

— Todos vocês: sentem-se agora. — Iruka, o Sensei da turma colocava ordem. Ou tentava, pelo menos. Foram meia hora para todos finalmente deixarem as irmãs em paz e começar a aula. E nesse meio tempo, Naruto e Shikamaru já tiravam aquela soneca gostosa.

(...)

Depois de acordar e ainda pegar um pouco da explicação de como o chakra é classificado: Fuuton, Katon, Suiton, Doton e Raiton, ele teve vários problemas para sair... Principalmente por causa deles, os irmãos Uchihas babacas, Satsuki e Sasuke.

Ele tinha esperado pacientemente a maioria sair da sala e ir puxarem saco das suas irmãs, e como sabia que iria demorar, estava desenhando o monte Hokage. Como demorou menos que imaginou, umas meia hora, só deu para fazer o esboço que particurlamente tinha gostado bastante, causando um sorriso pequeno seguido por um erro: caminhar pela sala olhando para o papel, e não para o único que ainda estava ali com ele.

Sasuke chegou perto do Uzumaki e sem nem mais nem menos socou o rosto dele com força, o derrubando em uma das mesas, causando uma dor no olho e nas costas terrível.

— O que foi isso?! — gritou Naruto revoltado.

— Seu presente de aniversário, você é gêmeo delas também, não? — perguntou irônico.

— Ah, que ótimo! — reclamou. — Nunca me dão nada, e quando resolve, sai uma merda dessas... Me deixe em paz, Uchiha!

— E você faria o que, se eu não deixasse? — provocou.

— Vá se foder e perturbar outro! — se levantou mancando e gemendo de leve.

A irmã do Uchiha, só chegando àquela hora e se revoltou.

“O que esse fracassado pensa está fazendo com meu irmão?!” Pensou e imediatamente pegou o loiro pela gola e o encarou.

— Não se meta com ele, você não vai gostar nada de me ver irritada!

“Mais?!” Pensou e quase suspirou. “Por que não posso simplesmente voltar para casa...?”

Não gostando da falta de resposta, provou mais um pouco que podia sim ameaçá-lo o jogando para fora da sala, na parede. Mais uma vez, sem culpa nenhuma, a coluna de Naruto foi judiada.

O mesmo só olhou em reprovação para Sasuke, que sorria convencido e foi embora, aproveitando a oportunidade para tal.

Depois, quando só os dois irmãos estavam sozinhos, ela se virou para Sasuke.

— Você o provocou, não? — suspirou. — Ele ainda é filho do Yondaime, então por favor, não nos meta em confusão. Já basta o papai ficar toda hora ameaçando que não vai deixar o Nii - San nos treinar.

— Ah, ninguém vai saber mesmo... — sorriu. — E mesmo se alguém soubesse, ninguém se importaria. — e saiu da sala, sendo ainda mais desaprovado pela irmã.

(...)

Ao sair da Academia, Naruto já tinha feito o único Jutsu que aprendera até agora: o Henge. Ninguém veria aquele roxo, e ninguém lhe encheria a paciência. Perfeito.

Ou nem tanto.

Ao chegar ao portão do clã, viu alguém extremamente parecido com seu pai, mas tinha um rosto mais maduro e uma área mais... Ameaçadora. Também tinha outras diferenças, como o fato de usar um Kimono azul - marinho com uma faixa branca e ter uma espada, o braço dele tem uma cicatriz enorme, que vai desde o antebraço à mão e para finalizar, ele usa sapatos de madeira igual ao Ero - Sennin.

Namikaze Kyoya, seu tio que por causa de uma missão não via há dois anos. O problemático que há dois anos era o primeiro ano da Academia, então ele deve pensar que ele ainda é um garoto problemático.

Que saco.

Andou devagar, em seu intimo querendo que ele o ignore, para que fique mais fácil dele mesmo o ignorar... Mas era dez de Outubro. Naruto não é ignorado nesse dia.

— Ei, campeão! — o mais velho chamava e Naruto já não cabisbaixo (ele não ouvia aquele apelido há tanto tempo...) iria até ele. — Feliz aniversário. Como estou voltando agora, não tenho presente...

— Não tem problema não. — sorri timidamente.

— Hn... Tem sim, vai. Amanhã quando eu já estiver com menos coisa para fazer e tiver a tão esperada recompensa por essa missão tão longa eu te levo no Ichiraku. Ele ainda é seu restaurante preferido, não?

— É sim.

— Então está marcado e não adianta reclamar. Mas... Por que você está usando um Henge de você mesmo?

— O que?

— Os primeiros Jutsus de alguém sempre usa Chakra demais, sendo bem mais fácil de reconhecer ou “sentir”.

— Nunca me falaram isso, não desse jeito, pelo menos.

— Jeito?

— Nada. E também, por nada. Só uma bobeira minha.

— Duvido. Desfaça.

— O - oi?

Perdendo a paciência, o Namikaze deu um tapa forte na cabeça, não para machucar, porém o suficiente para o Jutsu ser desfeito. E ele se irritou muito com o fato de ter visto o olho do sobrinho dele roxo.

— Você estava escondendo seus machucados para seus pais não verem, Naruto? — indagava irritado.

— N - não é isso...

— Não faça isso, eles são seus pais. Tem direito de se preocupar com você. — logo após terminar de falar, se assustou com a cara irritada que o menor fez.

— Sério? Tem mesmo? Eles só falam comigo no dia do meu aniversário! E é sempre a mesma coisa: “Feliz Aniversário, Naruto! Ano que vem vamos nos esforçar mais para melhorar, né? Trabalho duro compensa!” com aquela droga daquele sorriso idiota! Ai o que acontecia, eu pedia para me treinarem! Eles NUNCA podiam! Pelo menos, não para mim. Porque se minhas irmãs pedirem eles saem até de uma droga de uma batalha para dar atenção! Não! Hoje eu não vou os deixar verem esse roxo, porque eles não têm direito de agirem como pais! — mesmo espantado por ter quase gritado aquilo (sorte que só tinha o tio ali para ouvir) ele se sentiu aliviado. Mas isso não impediu dele sair dali para voltar para casa com uma carranca.

Já Kyoya extremamente triste com o que ouviu, abaixou a cabeça e saiu andando para a própria casa quando viu o loiro refazer o Jutsu. Porém, como ele é irmão de Minato, resolveu dar uma chance a ele.

Escondido, foi visitar a casa do Yondaime e pela janela ver o que estava acontecendo. Viu Naruto receber um sapo de pelúcia e pôde ler as palavras que saiam da boca da ruiva que sorria.

“Feliz Aniversário, Naruto! Ano que vem vamos nos esforçar mais para melhorar, né? Trabalho duro compensa!”

Ele não acreditava no que tinha visto. Será que realmente tudo que Naruto disse foi verdade? Ele não tem motivo para mentir mas... Aquilo tudo... Minato não poderia falhar tanto... Né?

Seguiu o garoto que ia para o quarto, e ele realmente gostou da decoração: parede laranja clara não tão chamativa com detalhes de preto por toda a parte. Tinha os símbolos de Konoha e dos Uzumakis, umas Shurikens e Kunais, e até algumas posições de selos de mão. Dava para ver que eram feitos a mão, e queria saber quem fez, porque eram realmente ótimos detalhes. Sua pergunta foi respondida quando Naruto quis dar um retoque nas Shurikens que para ter um toque a mais, detalhou um pouco com branco. Ficou ainda mais legal. Na parede perto da cama, que tinha um lençol branco com almofadas laranja forte, tem uma prateleira onde tem alguns livros (os de Jiraya estavam lacrados) e pastas de várias cores: vermelha, azul, preta e verde. Na parede em frente à cama, onde tem a janela e ele só está vendo por causa de um espelho, vários papéis foram colados, e todos tinham uns desenhos diferentes feito pelo loiro que agora pregava na parede desenho de Lámen e colocava na mesinha com uma lâmpada “de estudo” e um desenho (o do Monte Hokage). O guarda roupa era preto com portas de “correr” e do lado havia uma cesta de roupa suja.

Depois Naruto juntou seu novo sapinho a um canto com as almofadas menores pretas que estavam juntas em um canto do quarto junto com os outros sapos. Vendo isso, Kyoya imaginou que ele só recebia aquilo, e mais uma vez estava com vontade de virar seu irmão ao contrário e parti-lo ao meio, mas não fez. Teve uma ideia melhor.

(...)

No dia seguinte, Naruto reorganizava suas coisas de escritura, já que usava folhas soltas e as guardava dentro de pastas, e infelizmente a pasta verde onde as folhas em branco ficam estava ficando vazia. Sem contar, que a tinta de suas duas canetas estavam acabando.

— Parece que terei que ir as compras. — suspirava e ouvia passos pelo corredor. Sabendo que o mesmo só leva ao quarto dele, já foi se adiantando. — Sachiko, eu já estou acordado, obrigado.

— Ótimo. — o loiro quase saltou da cadeira ao ouvir a voz do tio. — Isso significa que vou ter menos trabalho para te tirar daí, não?

— Kyoya - San? — abriu a porta do quarto, e o Namikaze foi entrando sem mais nem menos.

— Hn. Você estava pintando de pijama? Pelo menos foi escovar os dentes, criança? — Naruto corou. — Vamos, se arrume. E rápido. Preciso levar você em um lugar, e não se preocupe com a academia, já falei com seu pai.

— Eu... Poderia saber o que é tão importante para tudo isso? — organizou as pastas na prateleira.

—Não.

— Que? — parou em frente ao armário, onde iria pegar a roupa limpa.

— Não iria ter graça. — justificou-se sorrindo.

— Hn. — murmurou sem graça, indo ao banheiro e esquecendo-se de fechar a porta do armário.

“Pelo menos, Minato compra roupas para ele, mesmo que poucas.” Pensou aliviado, mal sabendo que as roupas quem compra é o loiro com o salário que recebe.

— A decoração do seu quarto é bem legal. — comentou quando o mais novo saiu do banheiro de cueca preta secando o cabelo passando a toalha bagunçadamente pelo cabelo.

“Até que Naruto não é tão fraco. Ele tem seus músculos, mas não teve ninguém que queira fortificá-lo. Quem diria que o dia da minha volta seria totalmente voltado a pesquisar como esse garoto é.”

— Tive que trabalhar dobrado, receber dobrado por cinco meses, ai finalmente tive dinheiro suficiente para fazer o que queria. Já que assim é bem melhor do que paredes todas brancas e colchas azuis claras, né? — revelou para a surpresa do tio, “Como assim Naruto trabalhando?” — Tipo, nada a ver comigo. — reclamou colocando a roupa suja no cesto e colocando uma blusa preta com o símbolo Uzumaki na manga curta direita, e uma calça laranja.

— Trabalhando?

— Claro, cansei de não ter o material que eu preciso e roupas apertadas. — suspirou colocando as sandálias Shinobis preta. — Vamos?

— Sim, sim. A propósito, você tem muito talento em desenho, mas poderia tentar algo diferente de comida, né? — brincou, principalmente porque tinha muitos desenhos relacionados com a vida Shinobi ali.

— Vou pensar. — entra na brincadeira sorrindo, e Sachiko que estava indo para o quarto cuidar das coisas sorriu minimamente por ver o pequeno sorrindo.

“Você merece Naru - Chan. É um bom menino.”

E, aproveitando que o garoto estava fora, foi ler o que ele tinha escrito. Tinha que admitir que a curiosidade estava matando-a.

(...)

— Trabalha com o que? — perguntou indo para o lado afastado do clã.

— Arrumando, organizando, limpando o Ichiraku. Ele me ensinou a cozinhar! Isso é tão maneiro, por mais que o que ele sabe fazer melhor mesmo é Lámen Hehehe-tteba.

— Interessante. — chegaram ao local.

Era um templo feito de pedra. Tinha dois pilares na frente em destaque, unido por mais um em cima, fazendo uma “entrada” para o local principal que mesmo que estivesse com claros sinais de desgaste, estava bem limpo e tinha um jardim bem florido.

Porém, o mais encantador daquela linda mistura de cor, é que duas das suas flores que mais gosta de desenhar (ele teve que aprender para dar de presente de aniversário para sua irmã Ayame) estavam ali em destaque.

Linaeus ((amarela)): uma flor cheia de pétalas que se concentram do centro para fora. O miolo é bem pequeno, e como é quase da mesma cor que as pétalas, quase não da para ver. É interessante desenhar ela desabrochando, pois as pétalas “mais afastadas” já estão em seu devido lugar, mas as perto do miolo ficam juntas como se o estivessem protegendo, e por estarem “amadurecendo” tem uma coloração mais clara que as demais. A tradução de seu nome é literalmente “flor de ouro”.

Rosa ((Laranja)): Esta tem o formato normal de uma Rosa comum, pétalas delicadas que quanto mais afastada do centro, maiores são, e no meio tem a característica de se “enrolarem” em volta do miolo. Só que a de cor laranja, quase nunca fica em um tom só, ela começa com um laranja bem clarinho que vai ficando mais forte, a ponto de que nas pontas ser quase escuro.

Ele definitivamente estava se segundo para observá-las melhor, porque onde foi buscar inspiração (o que ele não faz pela irmã dele?) as flores estavam mal cuidadas e ele teve que imaginar como elas seriam no esplendor de sua beleza. A real é sem sombra de dúvidas mais linda.

— Gosta de flores? — perguntou observando o olhar carinhoso que Naruto lançou para o jardim.

— Aprendi a gostar quando tive a brilhante ideia de desenhar uma flor para a Ayame - Nee. Queria uma que fosse com a cara dela, mas essas são o meu gosto sabe? — depois ele faz uma careta. — Cara, que saco. Não há um jeito de falar isso sem que soe gay, né?

— Nem tanto, os Yamanakas são muito ligados a flores e nenhum é acusado disso, e consegue provar sem nenhuma dificuldade que são homens que amam as mulheres.

— Hn. Nunca tinha pensado nisso.

— O Inoichi mesmo, para conquistar a amada, ele aprendeu muito sobre o que ela mais amava na época: flores. E ele gosta sim, tem um cuidado muito legal de se ver com elas.

— Não sabia disso.

— E continua sabendo, ok?

— Entendido.

Sai de dentro do templo uma jovem de uns vinte anos. Seu cabelo é longo e ruivo e seus olhos castanhos bem clarinhos. Sua ele é branca e sua roupa é um Kimono tradicional rosa com detalhes em preto. Os detalhes eram algo como fogos que ficavam mais para a ponta do tecido, em cima da faixa preta que prendia a roupa não havia nenhum detalhe. Em seus cabelos uma Rosa Negra estava presa e suas mãos estavam juntas atrás de suas costas. Parecia envergonhada.

— Bem... Vocês são Kyoya - San e Naruto - San? - perguntou com a voz baixa e um pouco corada.

— Sim, sim. — respondeu Kyoya calmo, como se esperasse por aquilo. — O ancião te enviou?

— Sim. — fez uma reverência. — Sou Uzumaki Himitsu, a sacerdote do templo. O Ancião atendeu ao pedido de que você use este lugar para treinar a criança, mas ele disse que teria alguém para te acompanhar, certo?

— Acompanhar?

— Treinar? — perguntou Naruto confuso. Ele queria mesmo treinar ao loiro?

— Sim. — uma palavra foi suficiente para responder as duas questões.

— Esta era a condição? — suspirou. — Pois bem, seria bom, ai você fica o vigiando e cuidando dele se eu tiver alguma missão. Não pretendo o deixar sozinho novamente, nunca mais. Já foi o suficiente.

Naruto quase chorou ali, ele tinha mais alguém que se importasse com ele, e alguém que poderia mudar mais ainda a vida dele.

Teve a Yugao, sua primeira amiga, que o protegeu sempre que podia, mas teve que ficar separada dele por causa de compromissos. Teve o Teuchi que lhe deu emprego e amizade, companhia. Só que eles nem sempre poderiam ficar juntos. Alías, eles não podem passar quase nenhum tempo junto sem ser de madrugada de sábado, quando eles ficavam acordados até mais tarde para o loiro ter com quem conversar. Quando ele está trabalhando, eles não podem conversar, porque se não Naruto não termina rápido o suficiente para voltar para casa sem chamar muita atenção. Alguns empregados adoram fazer fofoca sobre ele, e uma vez já fora acusado de espionar mulheres no banho enquanto não chegava cedo dentro de casa. Sem direito a defesa, Naruto foi dormir com um galo na cabeça dado por senhora Kushina.

Mas agora, existe alguém que além de companhia, quer mostrar o melhor dele. E ele não poderia estar mais feliz.

— Então, vamos? — entrarem no templo. Lá tinham muitas velas e umas espécies de máscaras assustadoras. Ele já tinha lido sobre elas, as máscaras de Shinigami. Dizia a lenda que cada uma escolhia só uma pessoa a cada dez mil anos para ser a portadora de seus poderes. Porém como havia quase cem máscaras (não necessariamente que todas estivessem ali, claro) teve vários, e dizem que algumas nem chegaram a escolher.

Como a máscara mais conhecida, a do Shinigami Yamamoto, o líder dos Shinigamis com contrato com os humanos, que dizem que em termos de poder e sabedoria só perde para Lúcifer.

Chegando ao “fim” do lugar havia uma parede falsa, sendo rapidamente afastada pela sacerdotisa. O lugar era uma escadaria que a princípio parecia não ter fim, que ficou parcialmente iluminada pelas tochas que se acenderam sozinhas. Naruto sorriu, escreveu em um dos seus livros uma cena parecida, e é realmente empolgante.

Continuaram a caminhar, dessa vez, para dentro das escadarias. No fim, havia uma porta de bronze com ouro, com uma máscara: a máscara de Yamamoto.

— Este lugar foi feito pelo próprio Shinigami - Sama, ele é especial e foi feito para fortalecer a nós, humanos.

— Por quê? Eles não querem que nós morramos, já que ele é um deus da morte? — perguntou infantilmente.

— Pode ser, mas todos não vamos morrer um dia criança, e ele fez essa sala com a intenção de ter alguém que faça alguns morrerem primeiro, porque muitos merecem, não?

— Ah, entendi. “Todos tem que morrer, mas há quem merece morrer primeiro.” (N/A: Sim, frase inspirada no livro “Abraham Lincoln: caçador de vampiros”)

— Bem, vamos começar com seu treinamento. — Kyoya se pôs a frente e colocou um pouco do sangue dele em um dos Fuiins que haviam ao lado da porta.

A mesma se abriu se revelando um local claro (que Naruto não sabia de onde a luz vinha, mas beleza) com um degrade de cores entre amarelo e branco. As cores “flutuavam” e se misturavam e não dava para saber direito o que era chão e o que era teto. Fascinante.

Os três entraram, e do nada o ar ficou “pesado” e o loiro caiu no chão. A gravidade ali era muito diferente de qualquer outro lugar. O impressionante é que Kyoya estava normal, e a sacerdotisa parecia sentir um pouco a diferença, mas continuava ali em pé firme e forte.

— O - o que é... isso? — perguntou Naruto com dificuldades para falar e levantar a cabeça para encarar seu tio.

— Como já pôde perceber, a gravidade aqui é diferente e este é o começo do seu treinamento: você só poderá passar para a outra fase se conseguir caminhar normalmente aqui.

— Você é doido? — revoltou-se.

— Não, e se eu fosse você, eu começava a me esforçar, temos horas para passar aqui e alguém se esqueceu de tomar café, certo? — debochou.

— D - droga... — começou a tentar levantar.

(...)

Às três horas da tarde, Naruto não tinha feito nenhum progresso e de fome acabou desmaiando. Retiraram ele da sala para a Uzumaki acordá-lo lenta e cuidadosamente.

— Naruto... Naruto... — o chamava.

— O - oi... O quê...? — despertava e sua barriga roncava.

— Tome. — Kyoya deu um prato com arroz e curry para o sobrinho, que na hora aceitou. Depois, de tanta fome acabou aceitando a “sobremesa” feita de legumes. Não é como se ele batesse de frente quando a mãe o fazia comer. Já tinha se acostumado, por mais que não gostasse.

Depois de terminarem de comer, Naruto ficou em um canto mais afastado na escadaria, enquanto Kyoya ajudava a sacerdotisa com as coisas do almoço. Esta conversava baixinho com ele.

— Você sabe por que ele não consegue, né? — perguntou tentando disfarçar, não queria Naruto ouvindo.

— Ele não tem confiança em si mesmo. — sentenciou triste. — Kushina e Minato tiraram toda a que ele tinha. Se os próprios pais não acham que ele é capaz, quem vai achar? Ele mesmo? Talvez, mas é complicado quando toda vez que ele erra todos, incluindo sua família, agem como se esperassem isso.

— Você sabe o que deve fazer, certo?

— Eu já faço. Eu acredito muito nesse menino, e para ser sincero, eu fiquei com mais saudades dele que de meu irmão. Ele é um garoto tão iluminado, que é bom ficar perto se você vive num mundo tão obscuro como o Shinobi.

— É... Mas parece que estão apagando esse brilho.

Kyoya sorriu.

— Não podem, porque vai ser a luz dele que vai expulsar as escuridões do nosso mundo.

Ela sorriu também.

— Quando isso acontecer, eu quero estar perto para ver.

— Também.

Olharam o loiro que estava cabisbaixo no canto com os olhos transbordando tristeza.

(...)

Voltaram para a sala e não demorou nem dois segundos para Naruto cair de novo. Quando o mesmo pensava em parar de tentar de levantar e quando sair dali nunca mais olhar para cara de seu tio, Himitsu começou a torcer por ele.

— Vai Naruto! Vamos, você consegue!

— Não consigo, me desculpem... — abaixou a cabeça triste.

— Não me faça perder meu tempo, criança! — reclamou Kyoya. — Se eu te trouxe aqui é porque você é perfeitamente capaz de conseguir. Não faço as coisas a toa. Então levanta esse corpo ridiculamente fraco do chão porque VOCÊ CONSEGUE!

— Kyoya - San... — disse surpreso com aquelas palavras. — Você... Acredita mesmo? Acredita em mim?

— Acha mesmo que eu trago alguém que eu não confio aqui? — sorriu.

— Okay! — exclamou determinado, com um sorriso e brilho no olhar. — Não vou te decepicionar’ttebayo! — e com uma força que não tinha sido mostrada o dia inteiro, Naruto consegui manter-se deitado apoiado pelos braços, como se fosse fazer abdominal.

— Isso mesmo, agora tente se ajoelhar. — começou a ajudar.

— Hai, Kyoya - Sensei! — Naruto com muito esforço conseguiu se ajoelhar e se manter de joelhos.

— Ei! Só me chame assim quando eu estiver treinando você, porque não quero que Minato saiba que estou treinando você, quero que ele só veja o resultado, para mostrar para ele o que você pode ser mesmo que ele não mostre que se importa ou não. — avisou sério. Esse era o outro jeito de se manter com a cabeça ocupada. Porque senão ele entraria na casa principal Uzumaki e bateria no irmão até ele ficar em coma. Ele sempre quis ter filhos, e ver o irmão fazer o que faz com o Naruto é revoltante demais para sua alma.

— Entendido! — Naruto continuou a tentar se levantar e conseguiu ficar em pé. Porém estava quase cedendo, não conseguindo manter, até que seu tio o segurou.

— Certo, agora eu vou ficar com você aqui até se acostumar o suficiente para treinarmos levantar de perna, braço e etc.

O loiro sorriu de novo e fechou os olhos, aparentemente se concentrando para conseguir ficar em pé.

“Ah Naruto... Você não sabe como está conseguindo fazer com que eu fique orgulhoso de você agora...” Pensou sorrindo de leve.

Kyoya sabia que Naruto seria grande, e que teria um papel fundamental para o mundo Shinobi.


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Notas finais do capítulo

Sayo o/