Véu de Sangue escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 33
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

Elizabeth p.d.v



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Eu estava entrando em uma depressão profunda. Não conseguia prestar atenção em nada do que me diziam. Sam e Dean analisaram a gosma que eu trouxe e não conseguiram concluir nada. Só nos restava esperar agora. Bella havia saído há alguns minutos com Jacob para poder pedir ajuda dos outros lobos e saber se os outros Cullen haviam achado algo. Mas eu tinha certeza que não iriam achar, nem mesmo com a ajuda dos lobos.

 

- Não fique assim Liza, a gente vai achar ela.

 

Daniel me abraçava tentando me confortar. Eu o abracei de volta por que eu precisava disso.

 

- Hey, o que é isso? Desde quando você e o vampirão ai são chegados?

 

- Dean...

 

- O meu dia hoje foi péssimo! A Jéssica resolveu ir ver o Mike no trabalho hoje só para arruinar meu dia. Ela me tratou que nem uma escrava, mandando eu limpar tudo. Só por que eu sou “prima” da Bella. Eu quase voei no pescoço dela...

 

- Nessie querida...

 

-... não se preocupe vovó eu não fiz nada. Mas você não acredita que ela falou pro Mike que era pra ele me demitir? Disse que eu espanto os clientes...

 

- Nessie, querida, precisamos falar com você...

 

-... eu não espanto os clientes eu os atraio. Aquela mal amada ainda vai se ver comigo. O Mike é outro tapado. Parece mais o cachorrinho dela do que um marido...

 

- Nessie chega!

 

- Credo vovó. A senhora nunca falou assim comigo antes. O que eu fiz?

 

- Nada querida. Mas ha problemas maiores agora do que o seus.

 

- O que foi?

 

- A Rachel sumiu.

 

- Que ótimo! Tomara que morra!

 

O ódio foi tão grande que eu não agüentei. Em questão de segundos a Reneesme foi jogada na parede com tanta violência que fez um buraco na parede. Eu não precisei mexer um músculo, apenas usei o pouco de poder que eu tinha.

 

- Sua pirralha mimada!

 

- Do que você me chamou?

 

- Cala a boca! Você não pensa em ninguém a não ser em você mesmo. Você é tão voltada para o seu mundinho ridículo e fútil que não enxerga nada o que está acontecendo a sua volta. Se você não percebeu ainda, o problema é bem maior do que o sumiço da minha prima sua besta! E mesmo que a questão fosse só o sumiço dela você poderia largar de ser menos ridícula e pelo menos fingir que se importa com alguém.

 

- Por que eu me importaria com ela? Ela não é ninguém, ela é apenas uma chata que fica dando em cima do Jacob.

 

- Desculpa querida eu não sei se você percebeu, mas ela tem outras opções. Ao contrário de você que só tem ele. Deve ser por isso que você tem essa obsessão toda. Ou será que é por que ela é mais bonita do que você? Deve ser por isso que você a considera uma ameaça, não é mesmo?

 

- Ora sua...

 

Reneesme já vinha em minha direção pronta para me atacar, Daniel ficou na minha frente, mas não era necessário. Eu já a havia jogado na parede de novo.

 

- Por favor Liza pare! Você vai acabar machucando a minha neta.

 

- Ensine-a a controlar a língua então.

 

- Vem Nessie, eu te ajudo.

 

- Vovó, cadê o Jacob? Por que ele não veio me ajudar?

 

- Ele está com os outros tentando achar a Rachel querida.

 

- Ah isso não! Eu não vou permitir que ele vá atrás da bruxa ruiva.

 

Reneesme saiu correndo na direção da floresta. Ela era uma garota muito mimada e irritante.

 

- Sinceramente, ela é a garota mais mimada que eu já conheci.

 

- Concordo com você Sam. Mas então, não vamos ajudar a procurar a Rachel? Por que é sério, eu to ficando entediado aqui.

 

- Dean!

 

- Quero dizer... preocupado. Eu disse errado, desculpa.

 

Alguma coisa estava ecoando na minha cabeça. Lembranças de uma das lições que a vovó nos deu. “ ... O véu de sangue lhe envolve e nesse momento você sai do seu corpo. É um feitiço arriscado por que muitos não conseguem voltar para o corpo depois. Você só pode voltar se a aurora resolver te trazer de volta. Mas se você conseguir fazer isso, sua mente vai se abrir para o inimaginável. Você ficará em contato com a energia do universo, e você e sua parceira ou parceiro de feitiço passaram a compartilhar poderes incríveis. Você só precisa saber como usá-los é claro. Mas eu peço que vocês nunca façam isso. É perigoso de mais, e suas vidas são mais preciosas do que esses poderes”. Não importa. Eu queria tentar, eu sabia que era perigoso, mas era a minha única chance. Eu fui para o lado de fora da casa e comecei a me concentrar.

 

- Liza? O que foi querida?

 

- Daniel, me desculpe, mas agora eu preciso de silêncio.

 

Ele me chamou de querida? Que lindo! Tá agora não é hora. Eu me concentrei e focalizei na Rachel. Uma energia me envolveu e me virou para uma direção. Eu não sei o porquê, mas ela estava em algum lugar indo por esse rumo. Eu escutei mais vozes ao redor de mim, mas eu as ignorei. Concentrei mais um pouco e pude sentir a Rachel. Estava na hora.

 

- Motus Spiritus!

 

Eu abri meus olhos e minha visão ficou vermelha. Um véu vermelho me envolvia e me colocava cada vez mais em tranze. Era o véu de sangue. Aos pouco eu pude sentir minha alma sendo levada por ele. E então eu sai do meu corpo. Eu pude ver o meu corpo tombar e pude ouvir os gritos de Daniel pedindo por socorro. Ele checava os meus pulsos e estava horrorizado por que não havia resposta. Olhei em volta e vi todos os que estavam na busca se aproximando, eu só não consegui ver o Taylor. E então o véu foi se entrelaçando mais ainda no meu corpo e ele começou a me carregar para longe dali. Nós estávamos bem alto e eu podia ver e ouvir tudo. De repente a velocidade aumentou e eu comecei a cair. Tive medo, mas não gritei. Eu consegui enxergar a Rachel e pude ver a minha alma entrando em seu corpo. Minha cabeça doía, ou melhor, a cabeça da Rachel doía. Eu abri os olhos e dei de cara com a Clemence me encarando. Eu sabia que elas não eram confiáveis! Agora é só manter a calma que vai dar tudo certo.

 

- Por um momento achei que você tinha morrido.

 

- Não sou tão fraca quanto pareço.

 

- Eu sei e é por isso que te trouxemos aqui.

 

- Como assim?

 

- Bem, eu estava tentando te explicar até você desmaiar. Mas tudo bem eu começo tudo de novo. Te trouxemos aqui por que precisamos da sua ajuda.

 

- Ajuda em que?

 

- Como você já deve saber, neste sábado a Lua Azul vai aparecer. E é ai que você entra.

 

- Vá direto ao assunto.

 

- Bem, a Lilith nos incumbiu de um pequeno trabalho. Sacrificar uma mestiça para podermos controlar os mortos-vivos na noite da Lua Azul. Um ritual bem antigo que nunca foi feito antes.E durante esse ritual a gente precisa do sangue de uma feiticeira bem poderosa. E como você é uma sibila, achamos que o seu serve.

 

- Você é loucas sabia? Cadê a sua irmã?

 

- Mantendo as aparências lá na pensão, é claro. Mas continuando, nós precisamos do seu sangue, mas ele tem que ser dado de livre e espontânea vontade. A gente tentou ser sua amiga, te tratamos bem e tudo o que queríamos em troca era um pouco do seu sangue. Mas você e a peste da sua prima tinham que ir embora. Ficamos tão irritadas que resolvemos te trazer pra cá a força. Você escapou da primeira vez, mas dessa vez você não escapa.

 

- O dia do afogamento, foram vocês então?

 

- Sim, mas aquele lobo maldito acabou te pegando antes de nós. Ele vai se arrepender por isso.

 

- E o que a faz pensar que eu vou dar o meu sangue pra vocês?

 

- Hora, é simples. Se você não concordar, nos a matamos e matamos a sua maldita primazinha.

 

- Vocês parecem ser bruxas poderosas, por que não usam o sangue de vocês?

 

- Em primeiro lugar somos feiticeiras, não bruxas. E em segundo lugar o nosso sangue é fraco e não serve para fazer o ritual. Não seria forte o bastante para podermos controlá-los.

 

- Controlar quem?

 

- Os vampiros sua sonsa! Quer força melhor do que essa? Pensa no estrago que eles poderiam fazer se eles estivessem do lado da Lilith? Ela iria quebrar os selos muito mais rápido e poderia finalmente libertar Lúcifer. Não teria ninguém que conseguiria impedi-la.

 

- E o que vocês ganham com isso?

 

- Imortalidade, é claro. E um pouco de poder e direitos quando o Apocalipse chegar.

 

- Até parece que ela vai cumprir o trato. Você disse que precisa sacrificar uma mestiça. Posso saber quem é?

 

-Pensa um pouco. Que mestiça está presa no mundo humano e no mundo vampiro?

 

Fala sério! Esse trabalho todo pra sacrificar aquela pirralha mimada?

 

- Reneesme.

 

- Isso mesmo.

 

- Vocês não vão conseguir pegá-la.

 

- Pelo contrário minha querida. Um fantoche do Jacob está nesse momento trazendo-a para cá. Você não acredita que ela caiu no mesmo truque que você e sua prima? Vocês mestiças são tão estúpidas.

 

Então era isso. Aqueles “demônios” não passavam de fantoches. Eu deveria saber.

 

- Mas como vocês fizeram isso?

 

- Nossa, mas você não aprendeu nada mesmo hein garota? É um dos feitiços mais simples que tem. Basta pegar a essência de algo e fazer uma duplicada usando um pouco de magia. Veja o Jacob, por exemplo. Nós pegamos um pouco do seu pelo enquanto ele estava te procurando e fizemos a sua duplicada. Não demorou nem dez minutos e ele já capturou a Reneesme. Eles vão estar aqui em questão de minutos.

 

Eu não podia acreditar que tínhamos caído em um truque tão barato. Eu queria esmurrar aquela infeliz! Mas eu estava acorrentada e fraca. Eu, ou melhor, a Rachel, estava perdendo muito sangue. Eu esperava que o feitiço do véu desse certo e que quando voltássemos aos nossos corpos eu e Rachel ficássemos mais fortes a ponto de poder detê-las. Elas tinham mais conhecimento sobre magia do que nós. Mas eu não sabia se a aurora iria vir me buscar. Pelo menos eu morreria no lugar da Rachel. Eu comecei a puxar as correntes, eu estava muito nervosa.

 

- Ficou com raiva por ter caído no nosso truque? Eu não a culpo por ser burra. Se sua avó tivesse sobrevivido tempo o bastante para ensinar alguns truques para você, eu tenho certeza que você não teria caído nessa. E não adianta puxar as correntes e muito menos tentar desfazê-las com magia. A corrente é enfeitiçada, você não irá a lugar algum.

 

Eu olhei ao redor e percebi que estávamos em uma gruta. Havia uma abertura no teto aonde se podia ver o céu nublado. Não muito longe estava a mesa do sacrifício, centralizada abaixo da abertura.

 

- Eu acho que esse lugar não foi um bom esconderijo. Há muitas aberturas, tenho certeza que o cheiro do meu sangue irá atrair os Cullen para cá.

 

- É ai que você sem engana. A gruta está cercada por feitiços feitos com a essência de vários espíritos, todos na intenção de camuflar tanto o cheiro de quem estiver aqui na gruta quanto ela própria. Ninguém pode vê-la sua tola! Essa gruta está invisível. Quem passar por perto vai achar que é um lugar amontoado de árvore.

 

Como ela era burra! Por que todo vilão tem mania de revelar seus planos? Com essas informações a gruta agora poderia ser achada. Eu sabia que iríamos precisar dos Winchester. Ela parou de repente e ficou me olhando, o que essa infeliz queria?

 

- Eu achava que seus olhos fossem azuis.

 

- E são.

 

- Então por que estão verdes?

 

Eu ri, não pude conter. Depois eu que sou a burra.

 

- Bem, Clemence. Obrigada pela hospitalidade e pelas informações. Elas foram bem úteis.

 

- Elizabeth! Mas como?

 

- Isso não é da sua conta. Agora o melhor é que você não pode sair daqui.

 

- E por que eu não poderia?

 

- Hora essa Clemence! Sabemos muito bem que o ritual deve ser realizado aqui. Além do mais, você não quer que os vampiros e os lobos peguem o seu rastro quando sair daqui, quer? Você sabe que não tem chance com eles.

 

Clemence soltou um grito de fúria e começou a soltar palavrões.

 

- Que coisa feia Clemence!

 

- Eu vou matá-la, você ouviu bem? Eu vou matar você e a sua prima.

 

- Não vai não e sabe por quê? Por que você precisa da gente.

 

Eu soltei uma risada, em concentrei e finalmente falei as palavras que levariam a minha alma de volta ao meu corpo.

 

- Motus Spiritus!

 

Uma luz colorida me envolveu e eu dei graças a Deus pela Aurora Boreal ter aparecido. Ela me retirou do meu corpo e eu pude ver a cara de fúria da Clemence.

 

- ISSO NÃO VAI FICAR ASSIM, ESTÁ ME OUVINDO? EU VOU TORTURAR A SUA PRIMA ATÉ ELA CONCORDAR EM NOS AJUDAR OUVIU?

 

Eu não acho que ela faria isso. Ai sim que a Rachel não iria concordar. A aurora me envolveu mais ainda e me levou para o meu corpo mais depressa do que o véu. Eu vi o Daniel balançando o meu corpo, mas dessa vez ele chamava pela Rachel.

 

- Você pode parar de me chacoalhar, por favor?

 

- Rachel?

 

- Tenta de novo.

 

Ele olhou nos meus olhos e quase gritou.

 

- Liza! Graças a Deus é você, nunca mais faça isso ok? Nunca mais!

 

Ele me abraçou bem forte e eu quase fiquei sem ar.

 

- Daniel, eu...não consigo... respirar.

 

- Opa! Desculpa.

 

- Tudo bem. Cadê a Reneesme?

 

- Ela não chegou do trabalho ainda.

 

- Na verdade Bella, ela chegou. Mas ela correu até a floresta para poder achar o Jacob.

 

Jacob não estava com uma cara muito boa, e a cara dele ficou pior ainda depois que a Esme falou isso.

 

- Droga, então era verdade. Elas a pegaram.


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