Véu de Sangue escrita por Evellyn e Clarissa
Notas iniciais do capítulo
Rachel p.d.v
Bella e Nessie arrumavam as nossas camas e logo depois elas pediram licença e nos deixaram no quarto.
- Sabe, elas vão achar muito estranho a gente ter saído assim... Sem avisar.
- Acho que elas não precisam achar muita coisa Rachel.
- É talvez. Olha, eu vou a praia ok? O clima está seco, perfeito aqui pra Forks.
- Muito cuidado ok?
- Sim, muito cuidado.
Eu não tinha roupa para me trocar então apenas peguei uma toalha que Bella havia deixado na cama, caso precisássemos e a coloquei dentro da mochila e desci correndo tentando me livrar daquele tédio. Forks já era uma cidade tediante. E ela contaminava todos de modo a deixá-los muito estressados pelo fato de simplesmente, não ter nada pra fazer! Meu carro foi dando uns barulhos muito estranhos a caminho de La Push, mas pra minha sorte ele conseguiu chegar até a beira da praia. Estacionei em um lugar, peguei minha mochila e fui para o mar.
A água estava fria, muito fria, mas com aquele clima seco que fazia eu até me animei a entrar. Em alguns minutos ou horas, não sei, meu corpo estava praticamente submerso e eu resolvi mergulhar, assim que coloquei a cabeça dentro da água algo me puxou para trás me proibindo de ir até a superfície, minhas pernas se debatiam e eu tentava soltar meus braços daquele ser que insistia em me manter ali. O ar foi começando a ficar cada vez mais rarefeito e eu não tinha noção de onde estava à saída daquele lugar, até que eu desisti e tudo ficou escuro demais pra eu compreender algo.
- Megan? Pode me ouvir? Abre os olhos, por favor.
Minha cabeça doía insuportavelmente e eu evitava abrir meus olhos com medo do que eu pudesse encontrar. A sensação de alguém me segurando e forçando a ficar sem ar ainda estava ali, como se eu ainda estivesse dentro da água, mas o vento soprava frio em minha pele coberta pela roupa molhada.
- Megan?
Forcei meus olhos a abrirem e pisquei várias vezes tentando me acostumar com a dor de cabeça, à medida que minha visão ia ficando mais clara eu pude distinguir um homem, de muita massa muscular, os olhos pretos e um sorriso enfeitando seu rosto assim que viu meus olhos abertos.
- Ah Megan, ainda bem que você está viva!
- Taylor?
- Você está bem?
- Só minha cabeça que dói... muito.
Tentei levar minha mão até a cabeça como se isso pudesse amenizar a dor, mas meus braços ainda estavam fracos para poder responder o comando. A mão de Taylor foi até minhas costas e levantaram meu corpo da areia fria e um arrepio percorreu da cabeça aos pés.
- Bem, você deve estar com frio.
- Pega minha mochila no carro, lá tem uma toalha.
- Eu levo você até lá.
Ele me pegou em seu colo e sua pele quente acabou aquecendo um pouco a minha. No carro, ele me entregou a toalha e eu me sequei como podia, afinal uma toalha não era muita coisa.
- O que aconteceu Megan?
- Não sei. Eu estava nadando e alguém tentou me afogar. Tentou não, conseguiu. Você não viu ninguém?
- Não. Eu simplesmente te encontrei desmaiada dentro da água.
Eu não quis perguntar o que ele estava fazendo ali, por mim tanto fazia, o que importava é que ele tinha me salvado e eu devia muito para ele.
- Bom, eu posso te levar até minha casa...
Eu o fitei e ele começou a rir.
- Não! Não é nada disso que você está pensando. Só vou te emprestar um casaco.
- Tudo bem.
Entramos no carro e no meio de uma estradinha em direção a casa o carro simplesmente parou.
- Não, diz que é brincadeira.
Eu girei a chave na esperança de que ele pudesse funcionar, mas nada. MERDA DE FLORESTA! Eu bati a mão no volante e encostei o corpo no banco, esperando por algo que fosse deixar meu dia mais triste.
- Jacob é mecânico. Podemos empurrar até lá.
Na fé chegamos até a uma casinha pequena, vermelha no meio de uma clareira. Simples mas também não era como a pensão, caindo aos pedaços. Paramos o carro perto de um lugar aonde seria uma garagem e de lá Jacob saiu, sorrindo ao nos ver.
- Ei, e ai Megan.
- Oi Jacob.
- Cara, você ta molhada. Eu posso te emprestar uma roupa se quiser.
- Um casaco já está ótimo.
Eu sorri e Jacob entrou na casa em busca do casaco.
- Será que ele vai poder concertar o carro?
- Com certeza.
- Eu não tive como agradecer, então... Muito obrigada. Acho que vou dever a você o resto da minha vida.
- Imagina Megan, eu não fiz nada demais.
- Fez e não precisa ser modesto.
- Ta, qualquer dia eu cobro. Está bem assim?
Assenti e ele sorriu e eu apenas retribuí.
- Hmm. Sem querer ser chato, mas e aquele dia na floresta? O que você e sua prima estavam fazendo lá?
- Longa história.
- Bem, se você contar a sua, eu te conto a minha.
- Vá hoje à noite na casa dos Cullen. A gente vai ter que contar pra eles.
- Temos um trato então?
- Temos.
Eu apertei a mão do Taylor e olhei para Jacob. Eu não precisava convidar ele, eu sabia que ele iria, não por nossa causa, mas dá na mesma. Ai Deus, a noite vai ser longa.
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