The Boy Who Lived escrita por TargaryenBlood
Notas iniciais do capítulo
Ainda sem grandes mudanças, mas coloquei uma ou duas coisinhas engraçadas.
Naquela noite quando todos nós íamos deitar eu como sempre fiquei no chão, Duda com o sofá e meus tios com a cama é claro, estava com uma pontinha de entusiasmo, pois no dia seguinte faria onze anos. Fiquei acordado, desenhando um bolo na areia; assim que o relógio de pulso de meu primo marcou as 00h00min falei a mim mesmo:
– Vamos lá Harry faça um pedido! – assoprei a areia e o bolo se desmanchou.
Assim que ele se desfez completamente, ouvi batidas fortes na porta, primeiro uma, depois outras várias se seguiram fazendo meus parentes acordarem, até que a porta caiu no chão e, confesso, saí correndo e me escondi. Meu tio Walter desceu as escadas com tia Petúnia logo atrás, empunhando uma espingarda: quem entrou foi um sujeito um tanto grande, com seus 2,50m de altura, cabelos negros com alguns fios brancos, bastante desgrenhados se misturavam com a grande barba igualmente bagunçada; teve de se abaixar um pouco para passar na porta. Logo que entrou, pegou a madeira no chão e a encaixou no batente novamente. Virou-se então para Duda, mas acho que ele não sabia quem ele era, e disse num tom alegre:
– Nossa Harry como você cresceu! Especialmente aqui no meio. – Apontando para a barriga de meu primo.
Confesso que tive de abafar a risada, o garoto Dursley com a voz tremendo rebateu:
– E-eu não sou o Harry. – O homem confuso perguntou.
– Se você não é o Harry, então onde ele está?
Sai de meu esconderijo com medo, minhas pernas tremiam, mal pude ficar em pé – não me julguem por estar com medo, afinal, não é todo dia que um cara desses invade sua casa procurando por você –. Gaguejei ao responder para o homem de aparência selvagem:
– Sou eu senhor, eu sou o Harry.
– Ah! – exclamou – Ai está você! Tão parecido com seus pais. Nossa já ia me esquecendo: aqui, para você – o grandalhão me entregou um embrulho, quando abri era um bolo para mim, confesso que não pude esconder a surpresa e a alegria: era a primeira vez que alguém me dera algo pelo meu aniversário. Ele era um tanto estranho, e ficou mais esquisito ainda quando tirou um guarda-chuva, apontou para a lareira e saíram algumas labaredas, que acenderam o fogo. Coloquei o embrulho de lado e, curioso, perguntei:
– Desculpe-me senhor, mas quem e você?
– Oh! Desculpe, sou Rúbeo Hagrid, guardião das chaves e das terras de Hogwarts. É claro que você deve saber tudo sobre Hogwarts.
– Desculpe, não. – o que, raios, seria Hogwarts?! Eu nunca ouvira aquela palavra, mas não me soava totalmente estranho... Como a lembrança de um sonho antigo...
– Céus Harry onde acha que sua mãe e seu pai aprenderam tudo?
– Tudo o que? – Agora era oficial: eu não estava entendendo absolutamente nada! Bom, eu não estava entendendo nada desde o começo.
– Você é um bruxo Harry. – O que aquele homem tinha bebido?
– Eu sou o que? – Certo, eu devia ficar ali e ouvir um pouco mais, ou tentar sair correndo? É claro que, com pernas daquele tamanho – só as pernas dele tinham a minha altura! - ele me alcançaria rápido.
– Um bruxo, e será um grande bruxo assim que tiver treinado um pouco. – embora a vontade de fugir fosse grande, a esperança que se acendeu dentro de mim foi maior, e me fez ficar ali para ouvir mais um pouco.
– Acho que o senhor se enganou... Eu não posso ser um bruxo... Eu sou o Harry. Só Harry. – se eu fosse um bruxo, com certeza não teria aturado meus tios e meu primo por tanto tempo. Eles com certeza já teriam sido sapos cozidos em algum caldeirão!
– Muito bem, só Harry: nunca fez algo que não pudesse explicar, quando estava assustado ou com raiva?
Arregalei os olhos lembrando-me de algumas vezes em que aconteceram algumas pequenas coisinhas que nunca conseguia explicar – como no dia em que Tia Petúnia cortara meu cabelo e ele crescera de novo em uma noite – e me lembrei também de alguns dias atrás, quando falei com a cobra e logo depois o vidro sumiu, deixando Duda preso. O gigante pareceu ler meus pensamentos, pois deu um sorriso vitorioso e voltou a se arranjar confortavelmente diante da lareira.
– Aqui está! – ele me entregou a mesma carta que nos fizera mudar para aquela espelunca. Peguei a carta das mãos dele, meio ansioso, imaginando se estaria ficando louco, abri e comecei a lê-la:
“ Caro Mr. Potter,
É com prazer que lhe informamos que você
foi aceito na escola de magia e bruxaria de Hogwarts”
Terminei de ler e tio Walter, esbravejou:
– Ele não vai para lá estou avisando! Quando o aceitamos, juramos colocar um fim nisso.
– Vocês sabiam! Vocês sabiam o tempo todo e nunca me contaram! – Exclamei, bem furioso. Quer dizer que eu fora um bruxo a minha vida inteira, que meus pais eram bruxos, e os Dursley sempre tinha omitido este “detalhe”?! Eu poderia, no mínimo, tê-los transformado em sapos!
– É claro que sabíamos – Tia Petúnia falou com desdém – minha irmã perfeita sendo o que era... Quando recebeu a carta nossa mãe ficou orgulhosa e sempre dizia “temos uma bruxa na família, não é ótimo!”. Só eu enxergava o ela realmente era: uma aberração, logo depois ela conheceu seu pai e logo veio você, e sabíamos que seria tão estranho e anormal quanto eles, e logo depois os dois acabaram explodindo, deixando-nos o fardo que era você!
– Explodindo?! Disseram que meus pais morreram em um acidente de carro! – Agora fiquei realmente furioso.
– Um acidente de carro?! Um acidente de carro matou Lily e James Potter? – percebi o tom de revolta na voz de Hagrid quando ele se levantou, curvado para não bater a cabeça no teto, mas ainda assustador em todo o seu tamanho – tão grande lateralmente quanto em altura.
– Tínhamos que dizer alguma coisa – rebateu a Sra. Petúnia.
– Ele não vai para lá e pronto! – Afirmou o Mr. Dursley novamente.
– Imagino que um grande trouxa como você irá impedi-lo!
– Trouxa? – Falei segurando ao máximo minha risada.
– É quem não nasceu bruxo! Esse menino tem uma vaga desde o dia em que nasceu, e será ensinado pelo maior bruxo de todos os tempos, Alvo Dumbledore. – ele falou aquele nome como se estivesse se referindo a uma espécie de rei ou grande líder. Quem quer que fosse esse Dumbledore, com certeza inspirava muito respeito em Hagrid.
– Não vou pagar para um velho caduco ensinar uns truques de magia para ele!
– Jamais insulte Alvo Dumbledor na minha frente – o grandalhão tinha ficado furioso, ele estava com seu guarda-chuva nas mãos, brandiu-o ameaçadoramente na cara de Tio Wálter, e então mirou-o em Duda, que estava devorando meu bolo. De repente surgiram em meu primo um belo rabo e orelhas de porco. Não consegui conter a risada vendo aquela cena de meus tios correndo apavorados, enquanto o leitão que era seu filho agarrava o próprio traseiro, apavorado. Hagrid também riu antes de se virar para mim:
– Olha a hora Harry, estamos atrasados! Você vem né?
Mais que depressa corri em direção á porta e segui o homem. Embora possa parecer insanidade, eu confiava naquele gigante bonachão, e sabia que, de algum modo, minha vida ia mudar para melhor, se o seguisse. Era tudo o que eu pedira de aniversário.
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