Sarah Adams - Parte Final escrita por Marina Andrade


Capítulo 9
Capítulo 7 - Final


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, pela enrolação e por parar de escrever a história num momento crítico. Me desculpem mesmo. Escrevi e reescrevi esse capítulo não sei quantas vezes, mas ontem tive um surto de criatividade e adrenalina e acabei escrevendo ele de novo e saiu melhor do que eu esperava. Espero que gostem, e muito obrigada por acompanhar minha primeira fic até o final! Espero que tenham gostado!!! =D

Beijos!!!



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-HELGA, NÃO!!! – Dumbledore gritou, correndo em direção à sua vassoura, largada sobre o gramado. Todos olharam para o céu, a tempo de ver Helga a centímetros dos lábios de um dementador.

-Ah, meu Merlin! – Angeline disse em desespero.

-Expecto Patronum!!! – Helga gritou conjurando uma pequena barreira branca, que em uma fração de segundo, se estendeu sobre toda Hogwarts, sustentando a nuvem de dementadores famintos.

-Ela... conseguiu! – Um dos aurores disse a Angeline, tranquilizando-a. Sarah voltou sua atenção para o campo, notando que estava tudo quieto demais. Os lobisomens tinham sumido, assim como os Comensais. Não se ouvia nada além dos gritos dos feridos que se arrastavam e agonizavam.

-Sarah, você notou... – Hermione começou, olhando para Sarah.

-Será que...? – Ron disse.

-Desistiram? Impossível! – Draco afirmou, olhando ao redor apreensivo. Um dragão pousou ao lado deles. Era John.

-Vou subir com os dragões por sobre a barreira pra fritar alguns dementadores. Alguém tá afim? – Ele sorriu, todo coberto de poeira, sangue e arranhões.

-Hahaha, eu vou. – Steve disse, dando a mão a John, que o ergueu e o colocou sobre um dragão.

-Hasta la vista, babys. – John completou antes de levantar voo. Dumbledore passou logo em seguida, sobre outro dragão.

-Fulminus! – Uma mulher descabelada surgiu da floresta, ateando fogo nos jardins. Centenas começaram a vir logo em seguida. Pessoas de aparência feroz, mal cuidada, vestidos com trapos e com olhos completamente vermelhos, sem demarcação da pupila ou da parte branca.

-Que diabos é isto?! – Raymond perguntou.

-Um exército. – Paul respondeu. – De pessoas hipnotizadas. – Concluiu.

-O que fazemos? – Joey perguntou, se desviando de um feitiço.

-Vamo pegá-los. – Paul terminou, já correndo em direção à criatura mais perto.

-Round 2. – Sarah disse, sorrindo para Draco, Hermione, Gina e Ron, que avançaram sobre os neandertais do inferno.

-Esflapar! – Gina lançou sobre um homem grisalho que vinha em sua direção, fazendo-o rodopiar e cair.

-Avada Kedavra! – Ele lhe lançou do chão, atingindo uma pedra, que ricocheteou o feitiço sobre uma menina que não aparentava ter mais de seis anos.

-Estupefa-

-AAAAAHHH! – O homem se levantou e pulou sobre ela, derrubando-a com seu peso. Ele parecia possuído. Sarah, que brigava com um dos lobisomens que tinham voltado, viu a cena.

-Ministro?! – Ela reconheceu o símbolo do terno do homem sobre Gina.

-SARAH! SOCORRO! – Hermione gritou caída perto do lago com dois lobisomens correndo em sua direção. Eleonora botou fogo no da frente com um feitiço incinerador. Sarah se transfigurou e pulou no pescoço do lobisomem com quem estava brigando, o mordendo na jugular, depois correu para a frente de Hermione bem a tempo de receber o lobisomem, que pulou sobre ela, lançando ambos no lago.

-AH! ELEONORA! – Hermione gritou, com a mão sobre a perna direita.

-O que houve? – Eleonora abaixou para ver. Ron veio logo atrás.

-O que aconteceu? Mione, você está bem?

Hermione tirou a mão trêmula, mostrando uma ferida tão grande que o sangue escorria de suas coxas.

-Oh, não! – Eleonora disse. Ron abraçou Hermione desesperado.

-Vai ficar tudo bem Mione, vou cuidar de você.

-O que é que está havendo? – Julia perguntou, se aproximando.

-Fui mordida. – Hermione explicou com os olhos desfocados e a voz fraca. – A Sarah...

-Ela vai desmaiar. Veneno de lobisomem é rápido. – Disse Eleonora. - Precisamos de um antídoto e de um local para tratá-la, rápido.

-Sectus! – Um dos hipnotizados lançou sobre o grupo, e o feitiço pegou em Julia e Hermione, que se contorceram de dor. Hermione desmaiou, não resistindo. Julia caiu de joelhos, ofegante.

-Pegue ela! Vão, vão! – Disse ela. – Eu distraio esse aqui. – Ela completou, se levantando e aquecendo uma mão na outra, fazendo com que pequenas explosões começassem a estourar.

-O que ela vai fazer? – Madame Pomfrey, que veio acudi-los, perguntou.

-Se eu a conheço bem, vai explodir o cara. – Eleonora disse com naturalidade.

-Explodir? – Madame Pomfrey perguntou segurando sua saia do uniforme com as mãos enquanto corriam pela lateral do castelo.

-Hahaha, não se preocupe, depois juntamos os pedaços e enviamos ao Santo Mungus via coruja. – Disse Ron. (N/A.: bruxos não têm Sedex, ou têm? xD)

Segundos atrás, Lago da Lula Gigante.

Sarah sentiu o choque térmico de seu corpo, quente e com adrelina correndo nas veias, cair no lago escuro e gélido. Sentiu arrepios atrás das orelhas e nas coxas enquanto o corpo destransfigurava. Ela parecia incapaz de pensar por alguns segundos. Ela estava afundando pela tensão. Assim que recobrou a consciência, empurrou a água fortemente com as mãos, pois suas pernas ainda estavam doloridas, e tentou alcançar a superfície do lago. Por um momento se lembrou de que o lobisomem também havia caído na água, e que eles ainda não tinham terminado a briga. Chegou à superfície e respirou fundo, sentindo arduamente o ar gelado de novembro entrar em seus pulmões. Olhou à sua volta. Viu um dragão caído na beira do lago, morto. Lembrou de ter visto Helen cuidando dele mais cedo. Depois procurou pelo lobisomem, e o viu saindo pela borda do lago, sacudindo os pêlos molhados.

 Nadou silenciosamente até a borda, mas parou no meio do caminho ao ver algo saindo da água. Um tentáculo gigante e esverdeado, que envolveu o dragão morto, afundando logo em seguida. Sarah procurou em seu bolso por sua varinha, tremendo de medo. Ela podia não ter tanto medo de Comensais da Morte ou de se atirar num único impulso sobre um lobisomem, mas de uma coisa ela tinha pavor: criaturas aquáticas. Sejam lá belas sereias ou... a Lula Gigante. Quando percebeu que sua varinha tinha caído na água, ela sentiu pânico. Seus poderes eram fogo, visão noturna e a capacidade de saltar feito um gorila, mas ela não acreditava que qualquer um dos três fosse ajudar agora. Olhou para os jardins, onde a briga continuava intensa.

Três longos tentáculos emergiram da água ao redor dela, que sentiu o impulso de gritar, mas sabia que ninguém conseguiria ouvi-la. Se encolheu instintivamente e fechou os olhos, sentindo cada artéria de seu corpo pulsando de medo.

Salão Principal da Sonserina, 02:41 hs.

Todos os sonserinos, Mary Anna e Lilo tinham ido para um quarto no terceiro andar da torre, tentar dormir um pouco. Christine tinha ido proteger a porta do quarto. Ficaram no Salão apenas Anna, que acariciava os pêlos de Stich, sentada num dos sofás; e Sean, que encarava a fogueira, sentado numa poltrona de frente para Anna.

-Como acha que está a guerra? – Sean perguntou, despertando Anna de seus pensamentos.

-Sangrenta, provavelmente. – Ela disse depois de muito ponderar sobre o assunto. Sean riu.

-Isso é meio óbvio. – Ele disse. – Perguntei em relação a quem será que está vencendo.

-Ah, bom. – Ela disse sorrindo de volta. – Não sei. Nunca pensei dessa forma. Não acho que alguém vá vencer.

-E como a guerra vai terminar?

-Da mesma forma que todas as outras. Muita gente vai morrer, vou visitar os Adams no Santo Mungus durante uma semana... – Riram, descontraindo o ambiente. – E depois vamos treinar feito loucos para a próxima guerra.

-Você treina também?

-Treino já faz um ano. Quando eu fizer quinze anos vou poder entrar para a Ordem. – Ela sorriu orgulhosa.

-Foi assim com a Sarah?

-Não, ela foi uma exceção. Foi aceita com quatorze anos porque passou em todos os testes mais cedo. – Ela disse sorrindo, como se estivesse perdida em lembranças.

-Então... tecnicamente, se você passar nos testes com dois anos de idade pode entrar pra Ordem?

-Hahaha, tecnicamente sim. Mas os testes incluem uma longa prova de feitiços, um extenso trabalho demonstrativo sobre poções ilegais e um teste de voo na vassoura com uma mão só. Então a possibilidade de um bebê que ainda usa fraldas passar nos testes é bem miúda.

-Hahahahaha, tem razão.

-Me desculpe perguntar mas... seus pais... acha que eles... – Anna começou tentando buscar palavras delicadas.

-Estão mortos? – Sean foi mais direto. – Provavelmente não. Voldemort não é muito do tipo que enrola. Se ele fosse matar meus pais, teria os feito quando os encontrou.

-Seus pais não sabiam de algum segredo ou informação importante?

-Não. Meus pais eram cidadãos pacatos da Transilvânia. – Ele sorriu.

-É, se é que existem cidadãos pacatos na Transilvânia. – Anna riu.

-Você acha que Voldemort queria interrogá-los?

-Bom, esse é um dos principais motivos de sequestro.

-Não, não acho que esse seja o caso. Meus pais nunca se envolveram com Comensais, nem com o Ministério da Magia, a não ser o contato que têm com vocês Adams. Mas não acho que ele os queria para um interrogatório. Se fosse assim, muitos sequestros não teriam justificativa, já que ele sequestrava em massa.

-É, tem razão. Só fico tentando imaginar o motivo pelo qual ele sequestrou tanta gente. – Anna disse. Stich se contorceu preguiçoso no sofá, enquanto recebia cafuné na barriga.

Toc toc toc! – O som de batidas na porta fez com que Anna e Sean saltassem do sofá e pegassem suas varinhas, e Stich começasse a latir, agitado. Em menos de três segundos, Chistine tinha descido as escadas, com varinha em punho.

-Sou eu, Eleonora! – Eleonora disse por detrás da porta. – Hermione foi mordida por um lobisomem. Precisamos de ajuda rápido!

Os três se entreolharam na sala. Christine fez um sinal com as mãos, indicando que eles deveriam se afastar da porta, e logo em seguida a abriu com um longo feitiço.

Eleonora, Madame Pomfrey e Ron carregando Hermione entraram na sala. Alguns sonserinos tinham descido as escadas para ver o que estava acontecendo. Chistine checou as identidades dos três com velocidade, depois ajudou a colocarem Hermione sobre o sofá e revirou uma das mesinhas de centro do salão em busca de antídoto.

-O que houve?! – Um dos sonserinos perguntou agitado. Anna voltara a bloquear a porta com feitiços.

-Lobisomens! Por todos os lados! – Disse Eleonora se afastando para que Madame Pomfrey pudesse tratar de Hermione.

-Lobisomens?!

-Primeiro foram eles, depois Comensais, vindos de todos os lados. Os prisioneiros que eles libertaram também estavam lutando. – Eleonora continuou explicando, agravando as caras de espanto dos sonserinos e de Anna e Sean. – Depois eles sumiram e Voldemort apareceu.

-Voldemort em pessoa?! – Um sonserindo que devia ter uns dez ou onze anos perguntou.

-Não idiota, Voldemort em holograma. – Outro sonserino respondeu.

-É, Voldemort em pessoa voou até os dementadores e os enfeitiçou para que nos atacassem.

-E como estão aqui?! – Dessa vez Anna perguntou, sem poder acreditar. Ela conhecia muito bem a fúria de dementadores, e sabia que haviam mais de três mil sobre o céu de Hogwarts.

-Helga voou até eles e criou uma barreira que cobriu toda Hogwarts, usando o Expecto Patrono.

-Meu Merlin! – Christine exclamou, espantada.

-É não é só isso. – Eleonora olhou a todos, séria. – As pessoas que Voldemort sequestrou nos atacaram também.

-O quê?! – Sean exclamou, pensando nos pais atacando os membros da Ordem. Não podia ser.

-Estão todos hipnotizados. Fora de si. – Madame Pomfrey disse com tristeza na voz enquanto pingava gotas de uma substância amarela no machucado de Hermione, que cicatrizada aos poucos, liberando uma pequena fumaça, como se a pele estivesse queimando.

Lago da Lula Gigante, 15 minutos atrás.

Sarah sentiu com pavor um dos tentáculos gelados e viscosos a enrolar pela cintura, e tentou a todo custo se manter na superfície. Foi puxada para dentro da água e entrou em pânico. Nunca foi muito boa em natação, e não conseguiria prender a respiração por mais que alguns segundos. Além do mais, a negritude da água não lhe permitia enxergar nada, e os movimentos silenciosos da Lula quase não emitiam sons para que ela pudesse se orientar. Ativou a visão noturna, e viu um cenário terrível, mesmo através da visa embaçada por não ter olhos acostumados a enxergar na água. A lula estava deitada no fundo do lago, devorando o dragão com a boca, fazendo com que uma enorme mancha de sangue se espalhasse na água. Além dela, algumas sereias estavam acordadas e Sarah agradeceu por não conseguir ver nada além de rostos embaçados, que se aproximavam dela.

Tentando desesperadamente respirar, Sarah acabou engolindo água, sua visão noturna se desativou, e ela se sentiu escorregar pelo tentáculo, que passou a segurá-la pelo pescoço. Desmaiou.

Jardins do fundo de Hogwarts, nesse mesmo momento.

-Então? Quando vamos invadir? – Grayback perguntou a Voldemort, que olhava para a parte de trás do castelo, desprotegida, com os olhos brilhando. Ele se virou para Trelawney e Martha Adams, ambas hipnotizadas e algemadas, sendo vigiadas por Belatriz.

-O que você vê? – Ele perguntou à Trelawney, levantando seu queixo com os dedos finos. Ela gaguejou mudamente antes de falar.

-Há alguns dentro do castelo. A vidente e alguns alunos. N-não conheço os outros rostos... – Ela disse, os olhos vazios. Voldemort colocou ambas as mãos sobre o rosto dela e se concentrou. Estava lendo sua mente.

-Duas Adams. A vidente e Eleonora. Estão com a Granger e alguns alunos no Salão Principal da Sonserina. – Ele disse, os olhos cruéis. – Podem matá-los. Levem um dos corpos para os jardins e atraiam os outros. Matem quantos puderem. – Concluiu com um leve sorriso amargo. Grayback e Lestrange sumiram em fumaça negra, em direção ao castelo.

Jardins de Hogwarts, dez minutos atrás.

Helga ainda agüentava firme. Dumbledore e Raymond a ajudavam agora com a barreira, conjurando mais patronos sobre ela. John, Steve e Helen controlavam os dragões, que atacavam quantos dementadores pudessem. Alguns não conseguiam, e caiam dos céus, atravessando a barreira e despencando nos jardins, sem vida. Muitos professores sobrevoavam ao redor de Helga, Dumbledore e Raymond, dando-lhes cobertura do ataque de Comensais.

No chão, Paul, Joey, Jack, Harry e Draco atacavam juntos, formando uma barreira em frente aos portões da escola.

-Onde está a Sarah?! – Gina perguntou, surgindo no meio da briga.

-Sarah sumiu?! – Draco desviou sua atenção de dois hipnotizados para ouvir Gina.

-Hermione tinha se ferido, Snape me disse que viu Ron levando-a para a lateral do castelo com Eleonora e Madame Pomfrey. Disse que eu devia procurar Sarah, que a tinha visto atacando um lobisomem perto do lago, e depois ela-

-Lago?! – Draco disse, já correndo em direção ao lago da Lula Gigante. Seja lá o que fosse, ele ia salvar Sarah.

Lago da Lula Gigante.

Os últimos segundos de consciência de Sarah foram torturantes. A sensação de enforcamento era dolorosa, e seu pescoço estava a ponto de quebrar com a pressão exercida pelo tentáculo da lula. Algumas sereias tentavam puxá-la pelo braço, e Sarah duvidava muito que fosse para ajudá-la. Comê-la seria uma justificativa mais sensata. Então ela sentiu a visão ficando turva, não sabia se era por causa da água negra do lago ou pela falta de oxigênio no cérebro.

Draco correu até a margem e pulou no lago, sentindo os pulmões se contraírem com a temperatura da água.

Lumus Máxima! – Ele conjurou em pensamento, a varinha apontada para o fundo do lago. – NÃO! – Seus olhos se arregalaram, mesmo na água, e ele sentiu o corpo gelado, não de frio, de medo. Era Sarah. Assim que a luz atingiu a água, as sereias pareceram voltar sua atenção para ele, nadando em sua direção. Draco levou um milésimo de segundo para pensar no que faria, e então o fez.

Torre da Lufa-Lufa, 02:52 hs.

As janelas se quebraram como se fossem uma fina camada de gelo. As nuvens de fumaça negra entraram no castelo, destransfigurando.

-Lufa-Lufa. – Belatriz disse, pegando um cachecol deixado sobre uma das camas . – Accio fulnera! - Ela conjurou um feitiço suave no chão. Uma fumaça verde, que se transformou em cobra e saiu pela porta do dormitório. Os dois Comensais seguiram-na.

Salão Principal da Sonserina, 02:55 hs.

-Como ela está? – Ron perguntou à Madame Pomfrey. Estavam todos no Salão, aterrorizados. Não pelo ferimento de Hermione, mas sim porque os gritos dos jardins se tornaram mais altos, altos o suficiente para que Christine conseguisse reconhecer alguns gritos familiares, mesmo através dos diversos andares sobre as masmorras da Sonserina.

-Está melhor. Conseguimos usar o antídoto a tempo. – Madame Pomfrey o tranquilizou. Ron olhou para a ferida na perna de Hermione, que agora era uma cicatriz enorme e vermelha sobre um hematoma. – Vai deixar cicatriz, é claro. – Ela completou, como se traduzisse o olhar de dúvida do garoto. – Os dentes de um lobisomem são mais ácidos que qualquer cicatrizante jamais vai conseguir ser.

-Corre algum risco de ela... se transformar? – Anna perguntou, sentada ao lado de Ron e Sean num dos sofás.

-Não. – Christine respondeu. – O organismo feminino não é próprio para as alterações que sofre o corpo de um lobisomem. A transformação de mulheres é muito rara. Além do que, já lhe demos antídoto. E se ela fosse se transformar, já teria. A primeira transformação é quase imediata. – Concluiu. Ron suspirou aliviado.

-É muito bom saber disso! – Ron disse, olhando Christine, que estava com os olhos fixos na porta.

-Vó? – Anna chamou Christine, em dúvida se ela estava apenas concentrada ou tendo uma visão.

-Pra trás! – Christine disse, pegando a varinha um segundo antes de uma cobra, feita de fumaça verde, entrar pelo vão da porta.

-COMENSAIS! – Ron gritou, enquanto a cobra sumia em fumaça e a porta começava a tremer. Pegou Hermione nos braços e saiu em direção à torre, com os sonserinos e Madame Pomfrey.

-Vão vocês também! – Eleonora disse a Sean e Anna.

-Não dá mais tempo! – Anna disse já com a varinha em punho, assim como Sean.

-Vitria Fulmera! – Christine conjurou uma linha de fogo verde à sua frente. O fogo subiu alto, e quando a porta se abriu em feitiços, ele subiu até o teto, sem na verdade queimar. Anna reconheceu como sendo uma parede mágica que ricocheteava feitiços criada por Helga. Dificílima de conjurar, mais ainda de se manter. Ninguém além da própria Helga, Christine e Angeline já haviam conseguido conjurá-la.

Assim que Belatriz viu seu Bombarda ricochetear nas chamas verdes e voltar contra si, tocou a marca negra em seu braço. Precisavam de reforços.

Jardins de Hogwarts, nesse exato momento.

Paul tinha sido atingido no braço esquerdo com algum feitiço extremamente doloroso. Ele sentia como se seus ossos tivessem virado espinhos dentro da carne. Tentava ao máximo não mexer o braço enquanto lançava feitiços com o braço direito num Comensal.

Lúcio Malfoy, mascarado, atacava Paul junto com Crabbe quando sentiu a marca negra arder. Olhou para Crabbe, que lhe retribuiu o olhar. Estavam sendo chamados. Era Belatriz, dentro do castelo. No segundo de distração que tiveram, Paul lançou o Enlácio em Crabbe e um Estupefaça em Malfoy, que foi lançado a metros de distância.

Margem do lago da Lula Gigante, 02:50 hs.

-Sarah? – Draco sacudia Sarah, desmaiada e gelada. Não podia ser. Ela não podia morrer. – Sarah, pelo amor de Merlin, acorde! – Ele estava ficando desesperado. – Sarah, acorde, por favor. – Tentou, em pensamento. Ele não sabia muito bem em que nível a conexão mental dos dois estava, e sabia que não devia ficar tentando reabri-la, mas não estava lá muito preocupado com isso. Sarah abriu os olhos repentinamente, se sentando e tossindo toda a água dos pulmões pra fora. Draco apenas sorriu, relaxando o corpo.

-N-não é lá uma cena muito bonita pra ficar sorrindo. – Sarah disse, quando se recuperou da tosse. Draco apenas a abraçou.

-Eu te amo. – Ele disse baixinho no ouvido dela.

-Também te amo. – Ela correspondeu, abraçando o corpo gelado e molhado de Draco. – Obrigada por salvar minha vida. – Ela disse lhe abraçando com mais força.

-Considere isso um presente de feliz-começo-de-namoro-de-verdade. – Ele disse, a soltando e olhando em seus olhos. Eles não conseguiam parar de sorrir, sabe-se lá por quê. Sarah o beijou com os lábios roxos de frio, tremendo. Ele retribuiu o beijo, suave, carinhoso.

Gritos vindos dos jardins lhes chamaram a atenção, interrompendo o beijo.

-Ainda não acabou. – Sarah disse suspirando, meio em tom de pergunta e afirmação.

-É. Ainda não. – Draco disse retribuindo o suspiro.

-Draco... – Sarah olhou para cima, vendo os galhos de um salgueiro familiar.

-O quê? – Ele perguntou, enquanto tirava o terno molhado. Ainda estavam com as roupas do baile.

-Esse é o salgueiro do nosso piquenique. – Ela disse sorrindo. Draco olhou para cima e reconheceu.

-E pensar que só se passaram algumas horas desde o nosso piquenique... – Ele disse, apontando para as roupas dos dois.

-Hahahaha, achei! – Sarah riu enquanto pegava a varinha, presa no cadarço molhado do seu All Star branco. Draco riu com ela. – Como é que foi parar aqui?

-Boa pergunta. – Ele disse, retirando os sapatos e as meias molhadas. – Acho que sapatos não vão mais adiantar agora. – Comentou.

-É, tem razão. – Sarah tirou seus tênis ensopados e as meias. – Então? Pronto pro terceiro round? – Ela perguntou, se levantando.

-Sinceramente, eu preferiria passar algumas horas tomando um banho quente e tirando meu sono de beleza, mas...

-Hahahaha, continua convencido. – Ela disse.

-Convencido não, sincero. – Ele brincou, alcançando Sarah na corrida para os jardins.

Salão Principal da Sonserina.

A barreira tinha se quebrado, e mais um Comensal tinha chegado pra briga, atendendo o chamado de Belatriz. Agora a briga tinha passado para os corredores e escadarias de Hogwarts, onde todos corriam. Ron ainda carregando Hermione, sendo protegido por Eleonora. Anna e Sean corriam juntos pelas escadas que se mexiam, atacando Belatriz. Janelas e portas eram quebradas, assim como pilastras; gritos de pessoas assustadas ecoavam nos corredores. Hogwarts estava sendo destruída por feitiços que ricocheteavam nas paredes.

-Crucio! – Belatriz lançou em Anna, que caiu rolando na escada, gritando de dor.

-ANNA! – Sean gritou correndo até Anna, caída no chão.

-Avada Kedavra! – Greyback lançou no sonserino do primeiro ano, que caiu, sem tempo de gritar.

-AH, JÁ CHEGA! – Christine correu até Greyback, desviando de seus feitiços.

Jardins de Hogwarts.

Sirius, que lutava com Remo à beira da floresta, ouviu uma das janelas sendo quebrada no castelo.

-Remo! – Ele apontou para o castelo, onde uma luz verde muito familiar passou por uma janela.

-Invadiram o castelo! Temos que entrar!

-Onde vão? – Tonks os alcançou enquanto corriam até a porta do castelo.

-Invadiram o castelo. – Remo explicou, transfigurando em lobo para correr mais rápido. Sirius e Tonks fizeram o mesmo, e seguiram os três, em forma de lobo, cachorro e raposa, para o castelo.

Sarah e Draco já tinham se engajado novamente na briga, desviando os pés dos pontos que ainda queimavam pelo feitiço usado por uma dos hinotizados. Sarah brigava com lobisomens, transfigurada. Draco ajudava um auror - o único ainda vivo - a lutar contra dezenas de hipnotizados que os cercavam.

Dois dragões caíram dos céus. Um sozinho, o outro com Steve. Dumbledore parou de conjurar a barreira por um segundo para segurá-lo da queda com um feitiço, o colocando gentilmente no gramado. Sarah destranfigurou e correu até ele.

-Steve?! – Ela chamou, testando seu pulso. Ainda estava vivo, mas seu pulso estava muito fraco. Olhou para os céus. Durante todo aquele tempo, Helga e Dumbledore seguravam a barreira, enquanto Snape e McGonagal os protegiam. Ela podia ouvir uma risada familiar vinda dos céus, sobre a barreira. John realmente parecia estar se divertindo fritando dementadores.

-Sarah... – Steve disse, pegando a mão dele. – Eu não vi o dementador. Eram tantos... – Ele concluiu, lutando com as pálpebras pesadas. – Fique calmo. Vai dar tudo certo. – Ela o tranquilizou, mexendo no bolso da capa, ensopado. Retirou de lá um frasquinho miúdo, que por sorte não tinha se perdido na água. – Tome. É um revigorante. Vai te fazer bem.

Ele sorriu e tomou o líquido arroxeado. Um baque foi ouvido nos portões. Tinham sido derrubados por seis Comensais encapuzados, e Sarah viu seu pai ser jogado para dentro do castelo com um Estupefaça. Harry tentava se defender juntamente com os gêmeos Weasley, que haviam chegado para ajudar.

-Pode ir. Eu me viro. – Steve disse sincero, se levantando já renovado e com a varinha em punho. Sarah assentiu com um gesto de cabeça e correu até os portões, atacando os Comensais pelas costas. Seu pai sempre dizia que era injusto atacar pelas costas, mas injustiça mesmo era atacar com centenas de Comensais, prisioneiros recém libertados de Azkaban, lobisomens, dementadores e um exército de hipnotizados.

A briga passou para dentro do castelo, e Sarah lançava feitiços quase a esmo, devido a quantidade de Comensais.

-AAAHHHH! – Um Comensal torturava Fred com Crucios no peito. Sarah rugiu, se transfigurando e pulando no Comensal, o mordendo no ombro com toda a força que suas mandíbulas de leoa permitiam. Outros Comensais se aproximaram deles, e Sarah destranfigurou e passou a os atacar com fogo e feitiços. Seus olhos estavam em chamas, assim como ela sentia seu sangue, que pulsava freneticamente por seus pulsos, garganta e peito. George atacava os Comensais na outra ponta do corredor, e pouco a pouco eles foram os encurralando.

Jardins de Hogwarts.

Draco viu a confusão nos portões, mas não teve tempo de ir ajudar. Ele, o auror e Gina estavam lutando de costas um para o outro, atacando o que viesse ou passasse perto deles.

-Clavia! – Draco lançou o feitiço sobre um dos Comensais mascarados, que foi jogado ao chão, sua máscara caiu ao seu lado. Lúcio Malfoy. Com uma expressão tão surpresa quanto assustada. Draco paralisou por um momento, vendo o pai se levantar e correr. Depois correu em sua direção, para dentro da floresta. Corria tão rápido que as árvores se tornavam um borrão de verde e marrom ao seu lado. Até que Lúcio parou de correr e o encarou. Draco parou logo em seguida, apontando a varinha para o pai. Eles se olharam durante segundos que pareceram horas. Lúcio largou a varinha e estendeu as mãos, em sinal de quem não queria briga. Draco permaneceu firme, o encarando.

-Então vai ser assim, Draco? Vai matar seu próprio pai?

-Não. – Draco respondeu. – Mas sua cela em Azkaban continua vazia, e isso é um problema. – Ele deu um passo à frente, ao mesmo tempo em que Lúcio deu um passo para trás.

-Você realmente acha que se tornou um deles? Ou só está fazendo isso pela sua namoradinha? – Lúcio sorriu malevolamente.

-Errou outra vez. Estou fazendo isso porque quero. – Ao concluir a frase, Lúcio sussurrou alguma coisa e sua varinha voou até sua mão. Ao perceber, Draco lhe lançou um Estupefaça no peito. Lúcio se protegeu e revidou. Qualquer relação de pai e filho foi esquecida, ou simplesmente serviu de agravante para a briga dos dois. Brigavam para matar.

Sarah tinha voltado para os jardins e atacava dementadores que escapavam pela barreira de Helga, agora um pouco mais fraca. A maioria das pessoas estava caída, seriamente ferida ou algo semelhante. Ela, George, Gina, Steve e Fred, semi-recuperado estavam no meio dos jardins, com seus patronos conjurados. Animais prateados de todas as espécies possíveis lutavam contra os dementadores, que foram aos poucos se esgotando. Dezenas de Comensais estavam presos com o Enlácio, dezenas de pessoas que lutaram ao lado da Ordem da Fênix estavam mortas, seus corpos caídos em meio à guerra. Sarah sentiu certa serenidade ao ver sua leoa prateada atacando os dementadores. Ela tinha usado a lembrança do primeiro beijo que ela e Draco deram, apenas algumas horas atrás, para conjurar seu patrono. Ela respirava fracamente, cansada, com o corpo todo dolorido, mas por dentro estava tranquila. Sabia que estava acabando. Era como se o som dos gritos e das chamas tivesse sido anulado, e uma música suave tocasse nos seus ouvidos. Ela via tudo ao seu redor com tristeza, mas orgulho. Tinham resistido.

-Não! – Gina gritou, a tirando do transe. Sarah seguiu a direção que ela apontava com os olhos. Era ele. Voldemort, em forma de fumaça negra, indo em direção à Helga e Dumbledore. Sarah viu Paul voando em direção a ele, no sentido oposto. Uma luz verde saiu da fumaça, em direção à Helga, ao mesmo tempo que Paul lançou um feitiço azul em Voldemort. Os feitiços colidiram e ricochetearam, atingindo Helga, que caiu da vassoura inconsciente. Sarah lançou um feitiço automaticamente, que refreou a queda de Helga, diminuindo o impacto no chão. Dumbledore e Paul atacavam Voldemort, ainda em forma de fumaça. A barreira tinha se desfeito juntamente com Helga e Sarah  e Gina tentavam conter os dementadores com seus patronos. Os dragões comandados por John e Helen faziam o mesmo, porém agora voando mais perto do chão. George, Fred e Steve corrram até Helga, dando-lhe cobertura. O céu estava coberto de nuvens negras, e trovejava.

Lúcio e Draco saíram da floresta, ainda lançando feitiços um no outro. Draco estava com um corte próximo do olho, e sua camisa social estava encharcada de sangue. Dos portões escancarados do castelo, ainda podia-se ouvir o barulho de gritos e feitiços. Sarah agora lutava para controlar seu patrono ao mesmo tempo em que desviava de feitiços de Lestrange, que caminhou decisiva em sua direção, sussurrando feitiços.

Dumbledore, Paul e Voldemort pousaram no chão, Voldemort agora já lutava com sua varinha e ria sarcasticamente dos dois. Dumbledore foi atingido por Grayback, e passou a lutar com este. Gina lutava contra os dementadores, sendo ajudada por Harry, que havia saído do castelo. Sarah e Lestrange brigavam num ferocidade animal.

-Expelliarmus! – Lestrange lançou em Sarah, a desarmando. Sarah rosnou de raiva e correu em sua direção, lhe dando um murro na cara antes que ela pudesse reagir. Começaram a brigar de “mulher pra mulher”, sem varinhas.

Paul e Voldemort se encaravam, lançando feitiços que ninguém mais conhecia. Eram feitiços que eles tinham criado juntos, quando foram amigos. Voldemort olhou de relance para Harry, como se planejando atacá-lo. Paul percebeu. Assim que ele lançou o Avada Kedavra, Paul entrou na frente com uma barreira, protegendo Harry. Mas a barreira não fora forte o suficiente. O feitiço a transpassou, atingindo Harry e Paul, que caíram. Voldemort olhou ao seu redor. Viu Draco e Lúcio brigando. Depois olhou para Sarah e sorriu; seu sorriso tão cruel e amargo que lhe doeu.

-DRACO! – Sarah gritou correndo em sua direção. Foi como se tudo parasse e passasse em câmera lenta por seu olhos. Voldemort não atacou Draco, e sim Sarah. Usou o mesmo feitiço que um dos Comensais tinha usado no braço de Paul. Acertou-lhe no peito. Draco gritou e tentou correr até ela, mas era tarde. Sarah sentiu as costelas se partindo para dentro, como facas, e cortando se encrustando em seus pulmões e coração. Seu vestido se encheu de sangue. Ela sentiu o gosto ferroso e quente em sua garganta. Viu Voldemort voltando a virar uma nuvem de fumaça negra, e sumir. Viu Draco gritando em sua direção, tentando alcançá-la.

Pôs a mão na boca. Ela voltou ensopada de sangue. Sentiu o corpo cair. Depois não sentiu mais nada, só a escuridão a envolver.

Hospital Santo Mungus, 04 de novembro de 2010, 08:12 hs.

-Hum... essa é difícil. Oito letras, feitiço de tonalidade vermelha cicatrizante.

-Curatria. – George disse.

-Isso, valeu.

Sarah abriu os olhos com imensa dificuldade. Primeiro, só pode ver uma mancha preta. Depois de muito piscar, a visão tomou foco. Viu o teto branco, as lâmpadas florescentes compridas, depois tentou se sentar. Assim que conseguiu, sentiu o cheiro tão familiar de cloro invadir suas narinas. Santo Mungus. Viu que estava num quarto bem mais luxuoso do que os que ela já tinha estado. Havia uma “mini-cozinha” num dos cantos do quarto, com armários, uma geladeira de verdade – diferente daquelas mini que normalmente os hospitais têm , e uma mesa redonda com cinco cadeiras, onde Anna, George, Fred e Steve estavam amontoados em volta do que parecia ser um livro de palavras cruzadas.

-Doze letras, feitiço incolor. – Fred disse.

-Expelliarmus. – Sarah disse. Os quatro se voltaram para ela assustados.

-Sarah! – Steve gritou indo abraçá-la.

 -Aleluia irmãos! – George brincou. Fred se sentou ao lado de Sarah na cama, assim como Steve.

-Bem vinda de volta. – Disse Anna sorrindo, que puxou uma cadeira para mais perto da cama de Sarah.

-Obrigada. – Sarah sorriu de volta.

-Você está bem? Como está se sentindo? Está com muita dor? Quer que eu chame um enfermeiro? – Fred perguntou; uma pergunta atropelando a outra.

-Não precisa Fred, obrigada.

-Como está? – George perguntou.

-Já estive pior. – Sarah tentou se sentar mais ereta, e sentiu com remorso suas costelas protestarem. – Ou melhor, não, dessa vez eu to quebrada mesmo. – Disse ela, fazendo os outros rirem. – Onde está Draco? – Ela perguntou aflita.

-Ele está bem. – Anna a tranquiizou. – Na verdade, ele foi um dos primeiros a se recuperar. Ficou esses dias todos aqui te vigiando.

-Dias?! – Sarah se espantou.

-Você ficou em coma por três dias. Hoje é quatro de novembro. – Steve disse, indicando um calendário na parede, com os dias riscados.

-E onde ele está? – Sarah voltou a perguntar. Não havia nada que ela mais quisesse agora que Draco.

-Ele foi até a Mansão Malfoy pegar a identidade da Narcisa para que ela pudesse receber alta. – Anna explicou.

-E colocou todos nós aqui de guarda, te vigiando. – Disse George rindo. – Ele já deve estar voltando.

-Como estão todos? – Sarah perguntou, de modo geral. Pensou em sua irmã, seus pais, sua avó e todos os outros da Ordem. Sentiu o coração se apertar de medo.

-Sirius, Lupin e Tonks só tiveram alguns arranhões e ossos quebrados, nada muito grave. Se recuperaram em poucas horas. – Steve começou o relatório. – Dumbledore também, embora ele tivesse ferimentos graves causados por Crucios profundos. Ele foi o primeiro a se recuperar.

-Dumbledore é Dumbledore, não é mesmo? – Sarah disse como sua avó diria.

-Os dois alunos de Hogwarts do sétimo ano que se dispuseram a ajudar, morreram. Três sonserinos que Christine estava protegendo também. Os outros estão bem.

-Sean e sua irmã também saíram ilesos. – Anna disse, desviando os olhos dos de Sarah quando disse “Sean”, com um sorriso bobo no rosto que ela não conseguiu esconder.

-Ron e Hermione ficaram bem, mas Hermione foi mordida por um lobisomem, como você deve saber, já que a salvou.

-Não, não sabia. Fui jogada no-

-Lago da Lula Gigante. – Fred e George disseram em uníssono.

-Draco nos contou da aflição que foi te encontrar presa num tentáculo da Lula Gigante, sendo enforcada. – Anna explicou.

-Contou vááárias vezes... – Steve completou. – Enfim, a maioria está bem. Jack perdeu o dedinho do pé esquerdo.

-Coitado! – Sarah disse. – Como foi que ele perdeu?!

-Tropeçou numa pedra. – Disse George sorrindo. – Em meio a maior guerra do mundo bruxo, ele consegue se machucar tropeçando.

-Hahahahaha, só Jack mesmo. – Disse Sarah.

-Seu irmão e Helen também estão bem, Molly e o Sr. Weasley também... – Steve disse, tentando se lembrar. – Bom, os que ainda não estão lá muito bem são você, seu pai e Helga.

-Voldemort usou um feitiço tão cruel quanto ele. – Anna explicou. – Ninguém jamais tinha visto coisa igual. Ele faz seus ossos se partirem em milhões de pedacinhos e encrustarem na carne. Seu pai foi golpeado no braço, mas conseguiu se recuperar.

-E eu fui golpeada no peito. – Sarah concluiu, colocando uma mão sobre uma costela inferior.

-Foi. – Steve continuou. – Quase nos matou de susto! – Ele disse. – Pensamos que não fosse resistir. suas costelas todas se partiram e incrustaram no coração e pulmões. Ninguém sabe como você sobreviveu.

-Vaso ruim não quebra. – Sarah brincou sorrindo.

A porta se abriu, e Harry e Ron entraram.

-Hey, olha só quem acordou! – Ron disse, abraçando Sarah. Harry fez o mesmo.

-Como se sente? – Harry perguntou.

-Melhor. – Sarah disse. – Como está Hermione?

-Bem. Embora ela tenha adquirido algumas características de lobisomem, o veneno não a causou mal. – Ron disse.

-Algumas características? – Sarah perguntou, tentando entender.

-Ela tem comido bastante carne. E incrivelmente não sentiu sono ontem, quando começou a lua cheia.

-Acho que a ouvi uivar também, mas... – Harry brincou, tomando um tapa no ombro de Ron.

 -Esperem. – Sarah repentinamente se lembrou. – E minha avó?

As risadas cessaram e eles se entreolharam. Harry foi o primeiro a falar.

-Voldemort lançou um Avada Kedavra nela ao mesmo tempo que Paul lançou um feitiço neutralizador. Ambos a acertaram, mas ela não morreu. – Harry se apressou em dizer ao ver a expressão de espanto de Sarah. – Está numa espécie de sono mágico mais profundo, e ainda não acordou.

Toc toc toc!

-Entre. – Disse Sarah. Paul entrou e sorriu, seguido de Angeline.

-Filha! – Angeline correu para abraçá-la. – É tão bom te ver acordada!

-Enfim, a primavera chegou. – Brincou Paul. – Como foi de hibernação?

-Hahaha, muito bem, obrigada. – Disse Sarah sorrindo para o pai. – Como está o braço?

-Provavelmente doendo menos que suas costelas. – Ele disse. – Voldemort tem uma mira e tanto, não acha?

-Ô.

-Com licença! – Uma senhora baixinha entrou no quarto. – Oh, meu Merlin! Você acordou! – Ela sorriu para Sarah.

-Sarah, esta é Matilde Brey, a enfermeira responsável por nós. – Disse Fred, abraçando Matilde e a levantando do chão.

-Menino! Já disse para não fazer isso comigo! Sou uma senhora de oitenta anos de idade! – Ela protestou vermelha como um pimentão. Sarah e os outros sorriram com a cena. A enfermeira já parecia bem íntima. – Aham. – Ela pigarreou. – Acho melhor deixarmos a garota em paz. Ela deve estar com fome e louca por um banho.

Sarah assentiu sorrindo, estava realmente louca para tomar banho e com fome, mas queria ver Draco em primeiro lugar.

-Me avisem quando ele chegar? – Sarah pediu a Anna.

-Pode deixar. – Ela assentiu. Saíram do quarto. Sarah procurou a familiar mala com roupas e escova de dentes e a viu sobre uma mesinha de cabeceira. Entrou no banheiro.

Assim que saiu do banheiro, trajando sua típica combinação calça jeans, camiseta preta e All Star, o viu. Draco, sentado em sua cama com um buquê de rosas azuis escuras, uma tonalidade que ela jamais tinha visto. Ele sorriu para ela de uma forma tão bonita e tão Malfoy ao mesmo tempo que seu coração disparou. Correu até a cama e o abraçou, tão intensamente que acabaram amassando algumas das rosas.

-Senti sua falta. – Ela disse inspirando o ar de seu pescoço.

-Não sabe o quanto eu também senti. – Ele disse respirando fundo no emaranhado que eram os cabelos de Sarah, molhados.

Sarah se sentou ao lado dele na cama e sentiu ele a puxando para seus braços e a beijando. Não havia nada que ele quisesse mais que ela. E ela sentia o mesmo.

-Draco? – Ela chamou quando se separaram.

-Oi?

-Você ainda não me contou como foi que me salvou da Lula. – Ela sorriu. Ele riu relaxando os ombros.

-Conjurei o feitiço Cabeça-De-Bolha para respirar embaixo d’água e fiquei invisível. Nadei até você e usei um feitiço para soltar o tentáculo da Lula.

-Obrigada. – Ela disse simplesmente.

-Você já me agradeceu.

-Sinto que ainda não agradeci o suficiente. – Ela disse sincera. Ele havia salvado sua vida.

-Não precisa agradecer. – Ele disse. – Não sei como seria se eu não tivesse você. – Ele concluiu, e a beijou mais uma vez, tão docemente que Sarah se sentiu plena, feliz.

Mansão Adams, 25 de dezembro de 2010.

-“Enfim, eu, Rita Skeeter, declaro falsas todas as acusações já publicadas sobre os Adams na minha coluna do Arauto, e peço sinceras desculpas por toda a difamação e injúria cometida por mim a todos os membros da chamada Nova Ordem da Fênix e a todos aqueles que apoiaram e defenderam os mesmos. Não eram eles, enfim, cúmplices dos Comensais da Morte, culpados por toda a série de ataques, sequestros e mortes que ocorreram ao longo desse ano. Envergonhada, encerro por aqui minha contibuição anual para o Arauto, e noticio minhas férias. Ainda assim, gostaria de deixar claro que não acredito na total inocência dos Adams, apesar de sua contribuição na guerra. Estarei sempre de olho, não importa onde esteja. Abraços, Rita Skeeter.” – Jack terminou de ler a matéria de capa do Arauto, com a manchete “Adams, heróis”.

-Hahaha, mesmo em um pedido de desculpas, ela tem que alfinetar. – Eleonora disse. Estava sentada com Joey num dos sofás do Salão de Festas dos Adams.

-O que será que ela tem contra os Adams, afinal? – Mary Jane perguntou, sentada no braço da poltrona de Joey, o abraçando.

-Ta aí uma pergunta sem resposta. – Disse Lupin. Tonks sentou ao seu lado, e Lupin colocou a mão sobre sua barriga de Tonks, grávida de dois meses.

-Mal posso acreditar que o pequeno Aluado vai ser papai. – Disse Sirius brincando. Riram.

Paul estava numa das muitas varandas do Salão de Festas, olhando para dentro do Salão, todo decorado, com uma imensa árvore de natal e enfeites por toda parte. Todos estavam lá, Harry, Ron, Hermione, Gina, os gêmeos Weasley, Molly, Arthur, todos os Adams, Steve e Sean, agora namorado de Anna, Sarah e Draco conversando numa outra varanda, sua esposa arrumando detalhes na árvore de natal, Julia ajudando a arrumar os fogos de artifício e Raymond bebericando seu “barilzinho” de wisky de fogo, ainda com os dois braços engessados, por ter sofrido um sério acidente ao cair da vassoura. Riu consigo mesmo, feliz. Lilo, irmã mais nova de Sarah entrou na varanda.

-Papai? – Ela perguntou.

-Oi querida?

-Vai acontecer de novo?

-O que meu bem?

-Eles vão voltar? – Então Paul entendeu. Ela estava perguntando dos Comensais.

-Vão. – Ele foi sincero. Ninguém havia sido derrotado na guerra, embora os Comensais tivessem recuado quando Voldemort pensou ter matado Paul, Harry, Helga e Sarah. – Mas não se preocupe. – Ele a tranquilizou, sorrindo e a erguendo sobre a varanda, para que pudesse ver a animação das pessoas nas ruas. – Os Adams estarão lá.

As portas do Salão de Festas se abriram lentamente, e todos se viraram para ver Helga retirando os tão familiares óculos com bordas de strass.

-Hello, babys. – Ela disse, sorrindo. Todos correram até ela que foi recebida entre exclamações de felicidade e abraços.

-Como você está? – Sarah perguntou.

-Ótima. – Helga respondeu. – É preciso muito mais que um Avada Kedavra pra me deixar mal. – Concluiu, e logo em seguida olhou para Dumbledore, ambos sorrindo e com os olhos brilhando.

-Ok, pessoal, circulando! – George disse, desfazendo a multidão ao ver o clima entre os dois. Helga e Dumbledore foram até uma das varandas. Se entreolharam em silêncio.

-Senti sua falta. – Ele disse, quando viu que ninguém mais estava os ouvindo.

-Eu também, bonitão. – Helga sorriu.

-Sabe Helga, tem uma coisa que quero lhe pedir. – Dumbledore olhava as ruas da Transilvânia, dessa vez sério. – Mas não sei se seu passado me permitiria.

Helga pensou por alguns segundos, depois disse, séria.

-Walter foi um excelente companheiro. Marido leal, que eu amei por todos os anos que estive com ele. Mas agora, é só um amigo. – Ela sorriu para Dumbledore. – Ele gostaria que eu fosse feliz. – Ela completou. Dumbledore sorriu, e pegou discretamente alguma coisa dentro do casaco. Estava se sentindo como um adolescente outra vez, com as mãos suando frio e tremendo. Olhou para ela com ternura, e ela lhe retribuiu o olhar.

-Quer casar comigo, Helga Adams? – Ele perguntou, abrindo uma caixinha de veludo preto com um anel dentro. Um diamante prateado brilhava em sua ponta, com detalhes verdes.

-Quero. – Helga respondeu, e ele colocou o anel em seu dedo. Já não mais fingindo que não estavam ouvindo tudo, George e Fred fizeram festa aplaudindo assim como os outros do Salão.

-Lindo, não é? – Draco perguntou para Sarah. Estavam na varanda mais distante, observando os pombinhos serem bajulados pelos Adams e membros da Ordem.

-Eles formam um casal e tanto. – Ela disse, sentindo os braços de Draco a abraçarem.

-Sabe, Sarah, eu estava pensando.

-O quê?

-Porque não passa o resto dessa férias comigo, viajando? – Ele sorriu para ela, que o olhou repentinamente.

-Viajando? Nós dois? – Ela parecia assustada e animada ao mesmo tempo.

-Na verdade, Harry, Gina, Hermione Ron e os Cabeças de Fósforo também vão.

-Pra onde é a viagem?

-Caribe por duas semanas. Depois você vai passar o resto das férias na minha casa.

-Está falando sério? – Ela perguntou empolgada.

-Estou. Quer ir? – Ele deu seu típico sorriso Malfoy, como se já soubesse que ela aceitaria.

-É claro que quero! – Ela sorriu e o abraçou com força. – Mas, não sei como vou convencer meu pai... – O sorriso dela murchou.

-Não precisa. Já falei com ele. E com seu irmão, para evitar ser torrado por um dragão no meio da noite.

-E quanto às passagens? E a sua mãe teria que deixar...

-Minha mãe já deixou e as passagens já estão compradas. Partimos amanhã. – Eles sorriram, não contendo a felicidade.

-Eu te amo, sabia disso? – Ela disse o enchendo de beijos.

-Hahaha, sabia, mas é sempre bom quando você me lembra. – Ele a beijou de volta.

FIM.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que acompanharam a fic e deixaram reviews! Eles valeram de mais para a continuação da história!! Espero que tenham gostado!

Beijos!



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