Aprendendo a Amar escrita por Agridoce


Capítulo 46
Momentos em Família


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Me desculpem pela demora. Tem sido dias um pouco difíceis, onde até mesmo escrever sobre aquilo que me faz bem ficou complicado. Mas foi durante este período que eu consegui ir escrevendo este capítulo.
Muito obrigada a todos que continuam me acompanhando. De verdade.
beijo
Agridoce.



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— Rodrigo, querido! Quanto tempo! Achei que nem vinhas mais visitar teus pais!

Era véspera de Natal,  e por um acaso bem grande, a mãe de Mariana resolveu passar

pela casa de Carlos e Marisa.

Lucas aceitou o convite de passar com a família do namorado essa data, até porque Solange foi junto e era a mais animada, diga-se de passagem.

Muitas vezes o moreno se perguntava como os filhos da vizinha poderiam ser tão ausentes na vida dela. Era muito raro que algum deles aparecesse para visitar. E quando iam, algumas vezes ela parecia chateada. Luke desconfiava que muitas vezes eles brigavam, porque ela normalmente ficava mais reservada após estas visitas, apesar de não demorar muito para voltar a sorrir e sempre voltar a recebê-los de braços abertos.

Agora ela também olhava para aquela mulher que chegou ali na casa do namorado, parecendo se sentir à vontade para falar aquele tipo de coisa.

— Mas eu estou sempre por aqui, acho que a mãe deve ter dito pra você isso.

— Sim, mas eu nunca te vejo, acho estranho, parecias tão próximo de teus pais e agora aparece sempre muito rápido.

Lucas, que não sabia quem ela era, observava de longe a conversa.

— Pois saiba que toda visita do Rodrigo é muito importante pra nós. Ele estuda e trabalha, não tem tempo de estar aqui todo o momento. Mas nós entendemos e pretendemos aproveitar ele bastante neste período de férias.

Marisa ainda tinha paciência e respondia a outra, mas Carlos apenas seguiu assistindo a televisão. Ele realmente compreendia os caminhos que a outra queria seguir, e estava apenas aguardando, o que não demorou muito tempo.

— Tu vai voltar depois pra cá, não é? A Mariana disse que estava com saudades suas, vou avisar que tu estas aqui e ela vai vir te ver mais tarde. Apesar de tudo, vocês são amigos, se conhecem desde pequenos, não é Marisa? Normal manter contato.

A mais velha falava isso porque percebia que o loiro não trouxe nenhuma namorada, portanto, estava tentando fazer com que talvez os dois se reaproximassem.

— Claro, vai ser ótimo vê-la. E como vai ela e o Mateus, estou sabendo que eles estão namorando e parecem muito felizes.

— Ah sim, mas acho que é apenas um namorico. É claro que eles não vão ficar juntos por muito tempo.

Rodrigo abriu um sorriso, pensando no quanto ela parecia não perceber que estava deixando as pessoas da sala desconfortáveis, inclusive…

— Lucas, vamos lá no escritório? Quero te mostrar umas coisas. – Mais uma vez Carlos intercedeu, pois além de saber que o namorado do filho ficaria incomodado com a nítida intenção da vizinha em achar que Rodrigo e Mariana poderiam voltar a ficar juntos, nem ele estava aguentando mais tanto papo furado.

Lucas pensou um pouco antes de aceitar. Ele sentia os olhos dos três mais velhos em cima dele e sabia o quanto todos pareciam cientes de seu incômodo. Mas achava melhor ir dar uma volta com Carlos, até mesmo para deixar Rodrigo mais a vontade.

***

— Lucas, tu não deu atenção aquelas coisas que ela estava falando, não é verdade? Tu sabes como é, ela ainda acredita que o Rodrigo pode voltar com a filha.

Lucas deu um sorriso ao mais velho, enquanto sentava no sofá do escritório de Carlos.

— Eu já estou acostumado… o Rodrigo é uma pessoa tão especial.

Carlos ouviu o genro e percebeu a melancolia de sempre. O mais velho ainda achava engraçado o fato do moreno não se sentir ainda alguém que merece o amor.

— Mas não se preocupa, ao menos com a Mariana. Ela parece muito bem com o rapaz que está com ela. Às vezes vejo os dois passeando por aqui.

— Sim, eu sei que o Rodrigo não me trairia ou algo assim.

—  Ele não seria mesmo capaz disso. E saibas que tu, de todos, é meu genro preferido.

Lucas apenas sorriu e os dois continuaram ali até a hora do almoço, quando Solange e Marisa foram chamá-los.

Luke estranhou o mais novo não ter ido até eles, mas resolveu não interrogar as mais velhas, pra não demonstrar muita ansiedade. Então os quatro seguiram em direção à casa, de forma tranquila.

Mas bastou chegar na casa e perceber que o motivo do namorado não ter ido até eles ser uma menina muito jovem, que presumiu ser Mariana, que seu coração começou a bater descompassado.

Ele tentava não pensar nisto, mas sempre teve certeza de ser gay, e nunca foi atraído de fato por mulheres. Mas em relação ao namorado, não sabia dizer, por isso tinha tanto ciúmes, pois pensava que tinha que lidar tanto com as investidas de meninas quanto dos meninos.

Ele sabia que Rodrigo não o trairia. Mas o medo de que ele resolvesse que não poderiam mais ficar juntos permanecia às vezes.

—  Oi, Mariana! Que bom te ver, quanto tempo–  Carlos percebeu a hesitação de Lucas, mas decidiu ir cumprimentar a guria que parecia estar animada conversando com o seu filho.

—  Verdade, seu Carlos. Nem parece que moramos tão perto. A mãe me falou que o Rô estava aqui, então resolvi vir visitar vocês. Mas acho que cheguei bem na hora do almoço, desculpa. Não sabia que vocês tinham visitas.

Um silêncio permaneceu por um momento, mas como sempre Marisa foi a responsável por acabar com ele.

— Tudo bem, querida. Almoça com a gente?

Carlos ficou surpreso, pois a esposa sempre falou que achava a mais nova muito mimada e que ela não combinava com o filho. Mas também sabia que não teria como fazer com que ela fosse embora, seria de mau tom.

—Eu posso? Quer dizer, talvez seja melhor eu voltar mais tarde pra conversar com o Rodrigo, eu não quero atrapalhar.

Neste momento Rodrigo percebeu que a história se arrastaria até que ele falasse alguma coisa. Olhando para o namorado, percebeu que ele sabia quem era ela, mas não estava esboçando nenhum tipo de reação, apesar do loiro saber que ele deveria estar um pouco incomodado.

— Claro que você pode, Mariana. A mãe fez de sobremesa o doce que tu sempre adorou. Não tem problema. Apenas com licença que eu já volto. – E falando isso Rodrigo pegou Lucas pelo braço e levou ele até o quarto dos dois.

Quando chegaram na porta do quarto, antes que o loiro pudesse falar alguma coisa, Luke já o interceptou.

— Rodrigo, está tudo bem. Vamos voltar porque sua mãe já parecia meio impaciente pra servir o almoço.

— Até parece que ela vai brigar com a gente por causa disso. Ainda mais quando tu estás sendo o motivo do atraso. – Rodrigo fechou a porta após os dois entrarem e encostou o mais velho ali. – Está tudo bem?

Luke ergueu uma das sobrancelhas tentando entender o que ele estava querendo dizer com isso.

— Por que não estaria?

— Não sei, quem precisa me responder és tu. – Rodrigo entendia que o moreno tentava não demonstrar suas inseguranças, pois ele achava que assim conseguiria fazer com que as coisas continuassem bem entre os dois.

— Claro que está. Passei um tempo conversando com o seu pai sobre a região. É tão lindo esse lugar. E eu amo o fato dele ser onde você foi criado.

Lucas realmente pensava aquilo, pois não se sentia pertencer a um lugar na vida e admirava a relação que o namorado tinha com sua casa e tudo que há em volta, por mais simples que seja.

— Ok, se tu estás dizendo. Mas quero que tu saibas que a Mariana já sabe que tu és meu namorado. Então, se ela tentar alguma coisa contigo, como minhas primas tentaram, me avisa. – O loiro disse isso com um sorriso irônico, ainda mais quando percebeu o olhar do moreno.

— Como assim ela já sabe da gente? Rodrigo, por que você sempre faz isso sem me consultar?

Lucas ao ficar um pouco ansioso acabou se soltando dos braços do loiro que respirou fundo e se virou para encontrar Lucas de costas, virado pra cama, enquanto parecia martelar alguma coisa em sua cabeça.

— Eu não sabia que um namorado precisava da permissão do outro pra informar a relação. Desculpa, talvez seja uma premissa que eu não conhecia.

Luke respirou mais algumas vezes e voltou a olhar para o mais novo.

— Não é isso… é que as pessoas aqui elas são todas tão simples… e eu acho que não vão entender, eu não sei… – Ele voltou a olhar para um ponto específico na porta, sem conseguir encarar o namorado – Eu não quero que teus pais depois tenham que ouvir algum tipo de ofensa ou algo assim. Você não precisava ter falado pra ela.

— Mas eu nem falei nada… quer dizer, ela me perguntou como estava minha vida, se eu já tinha encontrado alguém, porque tu sabe, as pessoas sempre imaginam que ao entrar na faculdade a tua vida amorosa dispara! – Rodrigo disse isso já voltando a se aproximar do mais velho – Então eu confirmei, até porque eu estou usando essa aliança, não é verdade? Mas não disse quem era, falei apenas que a pessoa tinha vindo comigo. Acho que ela vai deduzir que não é a Solange, não é? Ou talvez a gente deve tentar enganar ela falando que sou namorado da Sol. Acho que pode ser uma boa ideia, não acha?

Lucas apenas fechou os olhos ao sentir o toque do mais novo, conseguindo relaxar no mesmo instante. Ele sabia que o outro fazia sempre uma piada para dissipar seus medos, e sempre dava certo.

— Aposto que ela vai adorar esse papel.

— Claro que vai, quem não adoraria. Agora vamos almoçar porque eu estou com fome e cedo temos que começar os preparativos para o Natal. Estou tão empolgado! – Rodrigo disse isso abraçando o moreno, que retribuiu o abraço, mas não fez um movimento para se mexer.

— Lucas, o que foi agora?

— A Mariana… ela parece ser uma menina legal.

Rodrigo sabia que o mais velho tentaria falar sobre o fato da ex dele estar com eles almoçando naquele dia, mas ele estava sendo bem sutil pelo jeito.

— Sim, ela é. Mas não pra ser minha namorada. Ela está muito bem com o Mateus, os dois ainda não casaram apenas porque os pais dela acho que não são muito a favor. Parece que não acham que ele seja o cara certo pra ela.

— É, talvez eu tenha percebido que a mãe dela parece achar que esse cara é você…

Rodrigo acabou revirando os olhos ao ouvi-lo.

— Mas no fundo ela sabe que não é verdade, eu e a Mariana​ viviamos brigando, teve uma vez que…

Rodrigo foi interrompido por um beijo que Luke deu a ele neste momento.

— Eu acho que talvez fosse legal ouvir essas histórias, mas não quando ela está tão perto.

Rodrigo ficou um momento observando o outro nos olhos, mas acabou abrindo um sorriso. Resolveu não rebater o que ele disse, indo em direção à porta, ainda de mãos dadas com ele. Os dois normalmente não eram de demonstrar carinho em público, então acabaram soltando as mãos ao chegar na sala.

— A Mariana estava me dizendo aqui que nunca mais esqueceu aquela receita de torta fria que eu dei a ela, filho.

—  Como esquecer! Eu adoro, e lembro que o Rô também adora. É muito boa, faço sempre!

Os dois sentaram um ao lado do outro na mesa, quase de frente à Mariana, que percebeu o quanto eles pareciam próximos. Estava adorando saber o quanto o ex namorado, mas também amigo, estava feliz.

Claro que ao ver o moreno e a outra senhora chegando, ficou surpresa de constatar quem era a pessoa que estava com o loiro. Mas não se importava, estava também muito apaixonada, e queria que todos sentissem o que ela sentia também.

Depois de ter passado esse tempo deles separados, conseguia sorrir ao lembrar do namoro dos dois, de como eram imaturos e brigavam por quase tudo.

Ainda mais porque tinham visões de mundo bem distintas, apesar de terem sido criados no mesmo lugar.

— Verdade, a gente vivia pedindo pra mãe fazer, Solange. Ela dizia que um dia iriamos enjoar, mas isso ainda não aconteceu, ao menos não comigo…

—  Nem comigo! –  Mariana adiantou-se para responder.

Lucas observava os dois conversando enquanto tentava decidir qual prato feito por Marisa comeria. Ela sempre fazia muitas coisas, muitas pensando nele, o que o fazia se sentir pressionado pra experimentar um pouco de cada, mas nunca conseguia.

As conversas continuaram acontecendo na mesa, e em dado momento Rodrigo decidiu intervir na resenha solitária que Luke fazia consigo mesmo.

—  Eu acho que mais um pouco tu vai ter que pular direto pra sobremesa, Lucas.

Neste momento o moreno percebeu que o assunto na mesa cessou por um momento, e até mesmo Mariana prestava atenção nos dois.

—  Seria ótimo –  O moreno conseguiu dizer, mas resolveu acrescentar –  Quer dizer, tudo parece estar muito bom, desculpa dona Marisa.

—  Tudo bem, mas experimenta alguma coisa, acho que a Solange concorda que acertei as receitas hoje, não? Vocês precisam ver a torta que eu preparei pra mais tarde…

E então o assunto continuou, mas Rodrigo se manteve encorajando o moreno, que também o censurava para que se alimentasse. A visão do loiro desmaiando ainda o amedrontava.

— Mas então, como está a vida lá na cidade, Rô? Tudo que tu sempre quis? – Lucas se surpreendeu ao ouvir mais uma vez Mariana falando com Rodrigo. Eles pareciam realmente terem sido bastante próximos. Confessa que achava estranho, pois nunca soube lidar muito bem com os ex- amantes.

— Sim, e muito mais. É meio corrido, no início eu estranhei bastante. Mas agora eu já estou acostumado. – E Rodrigo, querendo naturalizar a conversa, resolveu inserir o namorado, que permanecia um pouco mais calado – Acho que o Luke deve ter estranhado bem mais do que eu quando chegou, já que ele não é daqui do estado.

Lucas no mesmo instante olhou o loiro, com um olhar questionador, mas então se recompôs e olhou para a guria.

— Sim… o estado de vocês é muito diferente.

— Nossa, o sotaque dele! Que legal! Parece que estou vendo alguém da televisão falando.

Lucas não conseguiu deixar de abrir um sorriso pra ela, pois realmente se sentia confortável com aquelas pessoas tão sinceras do interior, que eram bem diferentes daquelas que ele conhecia.

— Rodrigo, lembra que tu sempre me disse pra estudar? – Mariana seguiu falando – Pois então, estou pensando em fazer curso para ser professora, à distância. Eu não precisaria me mudar daqui, e também… a escola aqui da região sofre sempre com a falta de professor já que as pessoas que são das cidades aqui de perto não acham que vale a pena vir morar aqui ou vir todos os dias. Não sei, o que tu achas? O Mateus está me apoiando nisso, mas não sei se eu seria capaz de…

— Mariana, isso é muito bom! Eu acho que tu estás muito certa em fazer isso, sério! Teus pais vão gostar de saber também, tu já falou pra eles? Quem sabe até eles passem a gostar mais do Mateus.

Mariana ao ouvir aquilo acabou ficando com vergonha por causa da presença dos pais do ex-namorado e das visitas. Os problemas com sua mãe e o namorado eram tão constrangedores. A mãe não era na compreensiva.

— É, talvez…

— Claro que vão! Se quiser, posso falar com eles e dizer que qualquer coisa, o Rodrigo pode te ajudar com isso. Ele que sabe sobre tudo que precisa fazer nestes casos de faculdade, eu não sei.– Carlos acabou falando. Estava achando o almoço bastante divertido, já que a casa permanecia silenciosa normalmente.

Mariana sorria empolgada. Ela nunca entendeu de fato os motivos de Rodrigo querer tanto ter uma profissão, ainda mais levando em conta que seus pais não tinham uma situação financeira ruim. Mas agora, vendo ele ali percebia que realmente era um ótimo caminho, ele parecia saber de tanta coisa.

— O Lucas também pode ajudar, ele é professor na universidade! – Solange acabou dizendo, o que fez Luke ficar em alerta novamente. Aquele almoço estava rendendo a ele muitos tratamentos de choque. No mesmo instante sentiu Rodrigo apertar sua mão.

— É verdade? Que tri! Deve ser muito bom ser professor. Eu sempre achei que não conseguiria, apesar da minha mãe sempre dizer que eu falava que seria professora quando crescesse. Mas não sei, agora eu me sinto capaz. O Mateus também falou que acredita em mim.

— Que bom, querida. E por que o Mateus não veio aqui com você? – Marisa estava achando engraçado aquele almoço.

— Ah… – Ela hesitou por um momento – Ele achou que poderia ser um pouco esquisito…

Ao ouvir o que ela disse, Lucas levantou os olhos. Sim, ele entendia o tal Mateus.

— Bobagem, diz pra ele vir, dá tempo de comer a sobremesa ainda. Saudades dele também! – Rodrigo o conhecia, eles tinham mais ou menos todos a mesma idade e estudaram juntos na única escola da cidade.

Mariana pareceu hesitar um pouco e acabou concordando, indo ligar para o namorado.

No momento que ela levantou os cinco se olharam e quatro deles acabaram sorrindo, enquanto Lucas apenas mantinha o semblante questionador.

— Solange, você me coloca em cada situação…

— Eu? Mas o que eu fiz, ela parecia tão nervosa, tadinha. E era pra ti ter falado pra ela que ser professor não é tão difícil assim, por que não respondeu?

Rodrigo deu um sorriso enquanto comia mais um pouco da comida, que estava realmente muito boa. Mas não deixou de perceber o momento em que Marisa disse algo no ouvido de Solange, que pareceu perceber os motivos de Lucas estar mais reservado ainda.

Mas antes que ela pudesse falar alguma coisa, Mariana voltou à mesa.

— Ele disse que já está vindo!

***

A cena estava no mínimo engraçada.

Rodrigo, Lucas, Mariana e o namorado estavam juntos na sala, enquanto Solange e Marisa estavam nos preparativos para logo mais e Carlos no seu escritório.

Era visível o desconforto de Mateus enquanto Mariana continuava contando seus planos para o ex-namorado. Lucas… bem, ele, como sempre, apenas analisava a cena toda.

— Eu nem acredito em todos esses planos, Mariana. Estou muito feliz por ti! E claro que tu pode contar comigo. Para o que você precisar.

Lucas fez uma expressão que não passou despercebida pela guria. Tinha percebido que apesar de Rodrigo estar tão solto, a situação não parecia muito confortável a todos da sala.

— Obrigada, estou empolgada de verdade. Tudo por causa do apoio do Mateus. Se não fosse ele eu nem sei o que estaria fazendo.

Rodrigo entendia o que ela falava, porque se sentia igual. Era tão bom ter alguém ao nosso lado que nos impulsiona. Neste momento ele quis pegar na mão de Luke, mas sabia que ele não se sentiria confortável. E também, não queria deixar Mateus desconfortável, já que ele parecia já estar nervoso mais que o necessário.

— Mas e tu, Mateus. Continua ajudando o teu pai no comércio? Mais tarde a gente vai dar uma volta ali perto e vou dar uma passada lá. A mãe sempre que eu venho ou vai lá em casa me dá um pote de mel de vocês.

— Sim, ela está sempre por lá. Eu continuo ajudando ele sim. Estou juntando dinheiro pra, você sabe, ver se em breve a gente se casa.

Mariana estava visivelmente encantada com o que o namorado falava.

—Muito legal isso! Sério, parabéns. Eu quero ser convidado!

Mateus neste momento pareceu estar mais envergonhado ainda.

— Eu não sei, parece que todo mundo é contra, sabe? A maioria dos nossos amigos já casou, mas nossos pais parecem não apoiar muito. Principalmente os pais da Mariana. Eles falam que acham ela muito jovem, mas eu sei que não é verdade, porque quando vocês namoravam a mãe dela várias vezes incentivou que vocês se casassem. E a gente nem tinha saído da escola! - Mateus sabia que o motivo era a condição financeira de Rodrigo. Não que a sogra fosse interesseira, mas ela deixava claro que sempre queria o melhor para a filha. E talvez ache que Mateus e sua vida simples não poderiam dar à Mariana o que ela merece.

Rodrigo acabou sorrindo, porque era realmente verdade. Muito da afobação que a guria tinha em relação aos dois vinha da influência de sua mãe, que parecia querer casá-los a todo custo. Quando soube que Mariana estava com Mateus, um pouco depois dele ter ido morar na cidade, pensou que a mais velha estaria feliz, mas realmente não parece ser o caso.

— Mateus, eu não sei como é porque os meus pais sempre me apoiam na vida – Dizendo isso, Rodrigo olhou para Luke, o que não passou despercebido por Mateus – Mas eu acho que tu precisas pensar bem. Se o que vocês sentem é de verdade, ninguém vai conseguir derrubar isso. Fica tranquilo, sempre dá certo.

Maiara ao ouvir o ex-namorado acabou se levantando para abraçá-lo, como agradecimento, o que deixou, claro, as duas outras pessoas da sala um pouco embaraçadas. Mas tanto Mateus quanto Lucas conheciam seus amores, e sabiam que eles tinham sido amigos quando mais novos, antes mesmo de serem namorados. Era normal a proximidade que tinham, mesmo após o término.

— Vou te levar pra falar isso pra mãe, pra ver se ela se convence. Ela no fundo te adora.

Neste momento Rodrigo acabou desfazendo o abraço, pois imaginou que o namorado já não estaria mais tão calmo assim com a demonstração de afeto exacerbada de Mariana, assim como Mateus.

— Vai dar certo, não se preocupem.

Mariana voltou para o lado de Mateus e Rodrigo neste meio tempo fez carinho na perna de Luke, para se atestar se estava tudo bem.

— Queridos, o bolo saiu quentinho do forno agora, venham comer um pedaço.

— Desculpa dona Marisa, mas eu tenho que ir pra casa. Meus pais estão me esperando. – Mariana pareceu ficar surpresa com o adiantado da hora. – Vocês vão ir mais tarde mesmo lá perto da praça?

A guria falou isso olhando para Lucas e Rodrigo, que se olharam sem saber o que iam responder. Mas nem precisou, porque Marisa respondeu antes deles.

— Claro que eles vão! Todos os jovens estarão lá, eles vão também.

— Mãe…

— Filho, acho que não seria ruim. Já aproveita e mostra para o Lucas um pouco o lugar. Ele sempre que vem pra cá acaba ficando mais aqui em casa mesmo. – Carlos também deu uma forcinha.

Mateus percebia o que acontecia ali, e apesar de surpreso, porque não imaginava que o amigo pudesse ter uma relação “desse jeito”, também estava feliz. Primeiro porque sinal que ele não estaria disposto a voltar com a Mariana. E segundo porque, assim como a namorada, queria que todos tivessem a oportunidade de amar e ser amado.

— A gente vai pensar e qualquer coisa nos encontramos por lá.

Mariana resolveu não insistir, porque sabia como Rodrigo era. Mas esperava que eles fossem, queria conhecer mais um pouco sobre Lucas. Estava achando interessante aquele relacionamento.

Os namorados saíram, já que o tempo passa e os preparativos para mais tarde precisavam ser feitos.

O resto da tarde passou de forma tranquila, e quando a noite chegou, Rodrigo e Lucas, assim como os outros, estavam se arrumando com suas melhores roupas para a ceia. Luke estava no automático, porque seria a primeira vez depois de muito tempo que compartilharia a ceia de Natal com pessoas tão especiais, e achava que nem lembrava mais como era. Mas estava adorando ver o namorado, como sempre, se arrumando. Percebia o seu carinho em cada preparativo.. E Lucas amava isso.

— Então, mais tarde vamos lá na praça? – Rodrigo acabou de se arrumar e foi em direção a Luke, que estava sentado na cama o observando.

O moreno, antes de responder, ergueu a sobrancelha.

— Você quer ir?

— Eu não sei, Lucas. Por mim, ficaria aqui comendo todas as comidas da ceia até não poder mais e depois dormiria me sentindo mega cheio agarradinho contigo. Mas eu também acho que tem vezes que a gente precisa pensar e mudar algumas coisas. Uma vez você me disse que aguentaria uma festa na tua casa em que a Maiara estivesse junto, desde que estaria comigo. – Neste momento Rodrigo fez o já tão conhecido carinho na nuca de Luke – E eu me sinto igual. Acho que seria legal irmos lá. Não é nem metade das festas que tu já deves ter ido, mas acho que seria bom sim.

Lucas deu um suspiro e sentou o loiro em suas pernas.

— Será que teus pais não vão ficar incomodados? Eu acho que eu gostaria de ir, seria interessante. Apesar de eu saber que talvez as pessoas estranhem minha presença ao teu lado.

— Lucas, não vamos pensar por esse lado. Eu sei que nem todo mundo entende e entenderá o nosso relacionamento, mas eu também já falei uma vez que o que mais me importa são as pessoas que eu amo. O Mateus e a Mariana não pareceram se importar.

— Mas a gente não se comportou como namorados… quer dizer, talvez sim porque perto de você eu sempre fico como um idiota – Lucas fazia carinho nas costas de Rodrigo por baixo da blusa. Adorava senti-lo assim tão perto. – Aliás… percebi os olhares da Mariana pra gente. Você acha que ela vai comentar alguma coisa? Eu não quero trazer problemas pra vocês depois. Eu não moro aqui, mas seus pais sim, e…

Rodrigo interrompeu a fala do moreno para beijá-lo como sempre sentia vontade de fazer quando ele se mostrava assim, preocupado com sua família. Aliás, por que não dizer, a família deles?

— Vamos por parte? Antes nós temos que entregar os presentes que a gente comprou. Não vejo a hora da Solange ver o dela!

No mesmo momento Lucas abriu um daqueles sorrisos, sempre raros, pois estava muito empolgado com este momento.

— Você acha que eles vão gostar de tudo? A gente comprou em lugares que pode trocar, então não vamos esquecer de dizer que eles podem fazer isso assim que puderem.

— Lucas, é claro que eles vão gostar. Agora vamos porque eu estou com fome e você também, já que faz tempo que comemos. Meu sonho de Natal, sabe qual é? – Rodrigo não esperou o moreno responder, enquanto seguiam em direção à porta. – Te ver fazendo todas as refeições de um dia.Te ver tomando café da manhã, almoçando, lanchando à tarde e se esbaldando na janta com direito a sobremesa. Um diazinho apenas. Esse podia ser o meu presente, aliás.

Luke segurou as mãos do loiro, para que ele não abrisse a porta ainda.

— Eu já comprei o seu presente, mas vou pensar do seu caso. E sobre comer, eu… é complicado, tem a ver com coisas que eu não quero me lembrar. Não hoje. Mas eu estou tentando, não estou?

— Claro que tu está, mas eu espero que se esforce um pouquinho mais. Quero te ver sempre bem. E pra isso é preciso comer direito. – Rodrigo imagina que deve ter alguma coisa por trás dessa história, mas não vai cobrar. Ele contaria em breve. – Mas espero que tu me dê esse presente logo, todos os dias. Quando a gente for pais, não quero ter que ouvir do nosso filho que ele não quer comer porque o pai Luke também fugiu do jantar.

O coração de Lucas quase saiu do seu corpo e suas mãos soaram como nunca ao ouvir o que Rodrigo acabou de dizer. Eles nunca tinham falado sobre filhos, nunca. Por que ele resolveu falar isto logo agora?

Sua hesitação não passou despercebida pelo mais novo, que acabou fazendo um carinho na mão do moreno, e assumindo um olhar receoso.

— Hey, espero que tu tenhas ficado nervoso com a parte de comer todos os dias. – Rodrigo acabou ficando sem saber o que dizer, já que eles nunca falaram sobre isto. – Desculpa, eu…

— Rodrigo, calma. Eu apenas não sei o que dizer, a gente nunca tocou nesse assunto, eu apenas fiquei surpreso. Mas eu… – Ele abaixou sua cabeça, olhando a mão dos dois juntas, sentindo a paz de sempre – Eu adoraria ser pai. Aliás, é um dos meus maiores sonhos... Eu apenas não sei se eu conseguiria isso, eu acho que eu nem sei como fazer, mas eu…

— Tu vai ser o melhor pai do mundo, meu amor! Junto comigo. Lucas, eu… não sei se é possível, nem como a gente poderia fazer e nem acho que deveria ser agora, mas eu quero muito.

Sem resposta, Lucas apenas sorriu e se deixou abraçar pelo seu porto seguro. Ele não conseguia acreditar no tanto de coisa boa que tinha vivido neste ano. Seus medos sempre tentavam voltar, mas cada dia mais os sentimentos bons tomavam um lugar mais sólido. Não via a hora de conversar com Félix e contar sobre isto. O médico acharia, com certeza, engraçado. E Marcos… bem, se prepararia para as piadas de sempre.

***

— Filho, Lucas, não precisava. É lindo, mas deve ter custado caro, eu… – Carlos estava admirado pelo presente que o filho e o namorado deram a ele,um relógio lindo que tinham visto dias antes.

Ao ouvi-lo Lucas ficou nervoso, porque não queria ofendê-los com seus presentes. Pensava que deveria ter ouvido Rodrigo e comprado algo mais simples. Mas antes que esses pensamentos criassem mais raízes se sentiu abraçado, e percebeu ser o sogro.

— Mas obrigado, eu adorei! Não vejo a hora de mostrar pro teu irmão Marisa. Nunca que ele vai arranjar um genro de tão bom gosto.

Marisa olhava a cena, emocionada, pois percebia as hesitações do moreno e agradecia todos os dias por ter casado com um homem admirável, que tinha a sensibilidade de também perceber isto.

— Verdade? Se não gostar pode trocar por outra coisa. Não tem problema.

— Mas claro que ele não vai trocar, querido. E aproveitando, estou encantada com cada presente que vocês também me deram. Filho, adorei estes conjuntos de panelas. Lindos. E também os vestidos. Agora tenho que ver onde usá-los.

Lucas se sentiu flutuando ao ouvi-la. Ele ficou muito em dúvida no que presentear a sogra, porque não queria dar algo que tivesse a ver com a casa, pois queria presenteá-la com algo que fosse para ela. Mas o loiro falou que a mãe queria muito aquele conjunto. Então combinaram de comprar também os vestidos, porque ela gostava bastante e era muito vaidosa.

— Não precisa agradecer. Você também pode fazer a troca, sem problemas.

— Claro que não, adorei todos! – E claro que ela também deu o seu famoso abraço nos dois.

A terceira pessoa presenteada permanecia quieta e Lucas ao perceber não sabia o que dizer. Solange parecia sem palavras e ele não sabia se isso era bom ou ruim.

— Sol, eu espero que você goste do presente. Eu ouvi você dizer que gostaria de um celular que pudesse ver as fotos dos seus filhos e do seu neto que está em breve pra nascer. Eu… não sei, você gostou? – Lucas resolveu perguntar.

A compra do presente de Solange foi engraçada, na opinião de Rodrigo, porque Lucas ficava muito nervoso quando o assunto era ela e parecia querer comprar tudo do mundo. Ele era tão agradecido a tudo que ela fazia por ele…

— Eu nem sei o que dizer, eu adorei. Mas eu sim não posso aceitar. Nem comprei um presente para vocês… tu sabes, o pouco que eu recebo de dinheiro como aposentada vai tudo nas despesas de casa e para os meus filhos que, apesar de morarem longe, eu gosto de ajudar, e acabou que não consegui comprar nada pra nenhum de vocês. E faz pouco que tu me deu uma televisão, desculpa, mas não vou aceitar.

— Hey, não precisa de nada, Sol. A tua presença aqui, nem imaginas, é ouro pra gente. Estamos mesmo muito felizes em te ter aqui com a gente este ano. Por favor, aceita. – Rodrigo disse enquanto ficava mais perto do namorado.

 

— É… desculpa se eu ofendi você de algum jeito… eu queria apenas que você pudesse ficar mais próxima deles, mesmo distante. Mas desculpa, o Rodrigo me disse que não era pra exagerar nos presentes...

Um momento de silêncio seguiu, enquanto Rodrigo queria muita dizer algo mas sentia que Lucas precisa resolver aquele momento junto com Sol. Sabia que a mais velha não estava ofendida, apenas se surpreendia ainda com o carinho que Lucas dedicava à ela. E foi com alegria que ouviu o que o moreno continuou a dizer.

— E você não precisa me comprar presente algum. O Rodrigo falou sobre ter sua presença hoje, mas desde que eu cheguei na cidade você tem sido tão presente e… eu não sei como agradecer. Saber que você mora ao meu lado, e que a gente pode contar com você quando precisamos, assim como aquela vez em que o Rodrigo passou mal e você largou tudo pra me ajudar, não tem preço. Se você não quiser aceitar, tudo bem, mas eu ficaria feliz se você aceitasse.

Os olhos de Solange estavam marejados e ela sentiu que Marisa se aproximou, tentando encorajá-la. Elas duas conversavam muito sobre os dois, e a loira queria lembrá-la do quanto Lucas estava mudando e momentos assim eram a prova disso.

— Tu vai ter que me ensinar, eu não vou saber mexer nisso daqui direito. Assim como com a TV que até hoje chamo um deles quando algo fica fora do normal. – Solange abriu o sorriso e foi em direção ao moreno, o abraçando.

— Claro que a gente vai ajudar, Sol. Agora eu quero saber sobre aqueles presentes ali a árvore. – Rodrigo falou sorrindo.

— Filho, deixa de ser curioso! Mas tudo bem, vamos entregá-los. Este é teu – Ela disse, passando um dos presentes para o loiro. – Espero que tu gostes. Eu, seu pai e a Solange que escolhemos!

— Marisa, não precisa… – Sol começou.

— Nós três que escolhemos sim, Solange. E este é seu, Lucas. Foi mais difícil de escolher, mas a Solange falou que tu gostaria. – Carlos disse enquanto entregava para ele um outro pacote.

Rodrigo parou no mesmo instante de abrir seu próprio presente porque a cena foi impagável e estaria na sua lista de melhores momentos na vida. Os olhos de Lucas pareceram hesitar, como sempre, mas ao mesmo tempo estavam esperançosos.

Ele pegou o pacote da mão de Carlos e ficou observando, sem abrir ainda. Mas assim que resolveu  desembrulhar, cenas dos natais que passou com os avós passavam pela sua cabeça, e a saudade dos dois apareceu, mais um vez. Mas sentia que não era mais como algo ruim, apenas como uma saudade apenas.

— A Sol nos disse que tu tens um toca discos e vimos estes em um sebo. Eu gosto muito desses e espero que tu também goste. Bem, acho que não dá pra você trocar, então vai ter que escutar de qualquer jeito.–  Carlos falou e olhou o filho, que não desgrudava os olhos do namorado.

Todos observavam, esperando alguma reação de Lucas, que após abrir o presente dedicou um bom tempo para analisar cada disco.

— Mãe, adorei estas camisetas. Quando tu me falou que eu estava precisando de novas, desconfiei do que me darias. Obrigado!

— Merece, filho. Mas Lucas, e você? Gostou?

— Eu… sim, eu não esperava apenas. Desculpa a demora em responder, mas eu gostei muito, o meu avô escutava este daqui. É… muito obrigado. – Lucas falou enquanto olhava os três, como agradecimento. Mas claro que em seguida seguiu para perto de Rodrigo, juntando suas mãos ao do loiro, que constatou que Lucas tremia.

— Agora vamos comer alguma coisa? Tem salgadinhos para antes da janta, venham. – Marisa seguiu em direção à sala de jantar, enquanto Solange a seguia, tentando adivinhar os comandos do seu celular, assim como Carlos que admirava o relógio que recebeu.

— Eu não sabia que ia ganhar presente, acho que eu não agradeci da forma correta.

Lucas ainda admirava os discos que ganhou.

— Tudo bem, eles entenderam. E tu achou que apenas você iria ser o Papai Noel da noite? Claro que não. Aliás, eu também tenho um presente pra ti. – Rodrigo disse isso enquanto pegava da árvore montada um dos embrulhos.

Lucas resolveu, dessa vez, não rebater o que o namorado falou, apenas pegando o presente, o abrindo com um sorriso ao perceber o que era.

— Acho que não é porque ainda não me mudei para lá que não deve ter uma foto minha. E essa fui eu que tirei, do meu celular. Nada profissional, mas eu gostei tanto.

Era um registro do dia em que os dois foram para uma das pousadas do interior da cidade, como ideia de Clarissa. Enquanto sorria para a câmera, Rodrigo era observado por um Lucas que na época ainda era muito sério, mas tinha em seu olhar o brilho que sempre apareceu, desde o início, quando está com o loiro.

— Já é a minha foto preferida no mundo. Obrigado, eu amei. Assim como eu amo você e todos os momentos que passamos juntos.

— Eu sei disso, amor. Te amo tanto. Este está sendo um dos melhores natais da minha vida. – Rodrigo realmente sentia seu coração transbordar. – E agora pode me dar o meu presente, porque eu sei que mesmo eu tendo implorado pra ti não comprar nada, eu sei que não adianta.

Luke ergueu os olhos, enquanto pegava algo do bolso de sua calça e entregava ao loiro.

— Eu sei que você tem folga essa semana, e eu falei com seus pais e eles falaram que não tem problema, então comprei passagens pra gente passar a virado do ano com o Marcos e a Clarissa. Eu… sempre passei nem que seja um destes dias com ele e então eu pensei que… – Ele estava nervoso, mais uma vez. – que talvez você gostasse de fazer essa pequena viagem. Eu prometo que a gente vai estar de volta a tempo de você voltar a trabalhar.

Rodrigo arregalou os olhos de maneira surpresa.

— Lucas, claro que a gente pode ir vai ser muito bom! Eu nunca sai daqui, e vou adorar conhecer outro estado junto contigo. E com a Clarissa e o Marcos, que são nossos amigos. Vamos!

E mais uma vez Lucas se viu abraçado pelo amor de sua vida.

— Te amo, Feliz Natal!

— Feliz Natal pra ti também. O melhor presente que eu poderia ter ganhado na vida inteira.– Lucas não cabia em si de alegria.

Quando os dois decidiram se juntar aos mais velho foram recebidos com mais abraços e carinho e aquela ceia foi especial para todos. Tanto para Lucas, que não tinha faz tempo momentos assim, quanto para Solange que se sentia grata por terem acolhido ela muito bem.

E para Marisa e Carlos que mais uma vez agradeciam a Deus o filho que tinham e as pessoas que ele conquistou na vida.

Abraçado a Rodrigo, Lucas pensava que aquelas eram as pessoas que realmente importavam, que o apoiariam e estariam sempre presentes. E juntamente com Marcos, seriam, para sempre, a sua família.


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