Após o casamento de Jocelyn e Luke, Clary começou a ter seu treinamento intensificado. Maryse prometeu que dentro de alguns meses a Clave enviaria um instrutor particular, algo que já havia começado a demorar de mais, enquanto isso Robert encarregou-se de dar as primeiras aulas de Demônologia para Clary. Alec ensinava a ela todo o resto que precisava saber, desde armas, até a mais simples runa, Isabelle como sempre ficou encarregada de ajuda-la com suas novas roupas. Apenas Jace ficou de fora dessa “transição” que Clary estava passando, porque dali a alguns dias sua vida mundana teria que ser deixada para trás.

***

--Clary! – Chamou Maryse –Clary, espere. Não pode sair agora desculpe.

--O que foi Maryse?

--Jace, vocês terão que deixar esse passeio para depois, o instrutor da Clary acabou de chegar e gostaria de conhece-la.

--Ele? Achei que seria uma mulher. –Exclamou Jace, com uma amargura sarcástica na voz.

--Ora, é difícil dizer o por que me enviaram. Talvez seja porque eu insisti em ser o treinador dela. –Disse um rapaz alto e de cabelos negros que saia da Biblioteca, parecia muito confiante consigo mesmo. –Á proposito Maryse, você não me disse que ela era tão linda. Se é que me permite o elogio. –Disse ele voltando-se para Clary.

Clary ficou totalmente sem ação, conseguia apenas ver aquele garoto lindo em sua frente e Jace com a pior cara possível encarando o rapaz. Alguns segundos se passaram, como Clary não respondeu Jace disse:

--Bem, todos nós sabemos que minha namorada é linda, mas sabe não é muito elegante fazer elogios a garotas comprometidas.

--Acho que você rapaz deveria ser menos confiante com sua posse sobre ela.

--Não sei o que você quis dizer com isso, mas se você... –Antes que Jace pudesse terminar a frase Maryse o interrompeu.

--William, você e Clary tem muito o que conversar, que tal irmos para a Biblioteca?

--Ótima ideia, mas Maryse gostaria que desse mais educação a seu filho.

Ninguém disse mais nada naqueles minutos que se seguiram, então Maryse fez um gesto para que a seguissem até a Biblioteca, para que pudessem conversar, mas ao chegar a porta da Biblioteca Maryse pediu para que Jace não entrasse o que só serviu para que ele ficasse com mais raiva de William, então ele apenas deu um beijo demorado em Clary e seguiu para a sala de armas.

***

Algumas horas se seguiram e a discussão sobre os horários estipulados para o treinamento de Clary ainda gerava polemica.

--Mas como você quer que eu treine 12 horas por dia? Tenho que ter um tempo livre. –Disse a garota indignada.

--Bom, posso levar em conta seu pedido se eu ver que você está indo bem e levando o treinamento a sério, caso o contrário aumentarei o tempo. Esteja pronta amanhã as duas da manhã. E sem atraso. –Sem dizer mais uma palavra William levantou-se e se retirou da Biblioteca.

--Você sabe que Jace não vai gostar nada disso né? –Disse ela se dirigindo a Maryse.

--Bem, ele vai se acostumar.

Clary levantou-se e saiu porta a fora a procura de Jace, queria desabafar sobre esse instrutor, quando o viu pela primeira vez achou que ele seria o tipo professor legal, mas desistiu da ideia quando ele abriu a boca para começar a falar. Andou mais alguns metros até encontrar Jace parado perto de uma janela sentado no parapeito.

--Jace saia daí, você pode cair lá embaixo sabia. –Disse ela se aproximando e pegando a mão do namorado. Jace a olhou com todo o amor que sentia por ela.

--Eu não ia cair. Nunca. Como foi a reunião com Maryse?

--Nada bom, aquele instrutor maluco que eles me arranjaram quer que eu acorde as duas da manhã e treine doze horas por dia.

--Ele só quer mais tempo com você. –Disse ele com um leve tom de ciúme na voz.

--Mas eu não, você não pode tentar convencer Maryse a falar com ele?

--Acho que não, mas fica tranquila eu vou tentar assistir aos seus treinos.

--Tudo bem, chega de falar dele, quero um banho. Você vem?

--Hum, de banheira? –Ela assentiu com um sorriso no rosto. –Tudo bem, mas sem patos de borracha dessa vez. –Ela fez um sinal positivo com a cabeça então depois começou a rir.

Os dois seguiram de mãos dadas até chegar ao quarto de Clary, que era o último no corredor.

--Eu posso saber o porquê de você ter escolhido o último quarto deste corredor? –Perguntou Jace, por pura curiosidade.

--Porque odeio ter pessoas dormindo no quarto ao lado do meu.

--Que pena, deveria ter escolhido outro quarto então? –Disse uma voz que Clary não conhecia mas achou familiar, ela e Jace viraram-se para ver William encostado no batente da porta de seu quarto, que ficava ao lado do de Clary.

--Eu não acredito nisso. Você está me seguindo William?

--Bom, acho bom você começar a ter um pouco de educação com seu professor.

--Desculpe. –Pediu ela. E ao ver a expressão de fúria no rosto de Jace ela completou. –Vamos Jace. –Ele a seguiu para dentro do quarto e bateu a porta.

--Eu não acredito nisso. –Disse Jace furioso sentando-se na cama de Clary. –Como ele sabia que seu quarto era aqui?

--Maryse mencionou o quarto de todos para ele.

--E dentre 200 quartos ele decidiu dormir ao lado do seu. Que conveniente.

Clary encarou Jace por alguns minutos então foi até ele e sentou-se em seu colo, deu-lhe um delicado beijo no pescoço e encostou sua cabeça em seu ombro. Ele a abraçou forte então a puxou para mais perto de si e a derrubou na cama. Entre beijos brincalhões e beijos ardentes Jace apenas pensava que não haveria ninguém em nenhum mundo que pudesse separa-lo de Clary, de uma coisa ele sabia, ela o amava e ele a amava com todas as suas forças.