Cores escrita por Dreamy


Capítulo 7
Encontros e Desencontros


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora.



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Muitos dias se passaram. O Conselho Tutelar autorizou a guarda de Lucas, que começou a frequentar a escola. Bernardo vendeu finalmente um quadro, que representava uma moça cega sem poder ver as cores ao seu redor. Ou seja, Dalila.

Bernardo deixou Lucas na escola e foi até a casa de seus pais, Donato e Rosângela. A governanta o recebeu:

– Bernardo, que surpresa!

– Sem cerimônia, minha cara! - riu - Meus pais se encontram??

– Sim. No quarto deles, fique à vontade!

Bernardo subiu, deu dois toques na porta e entrou. Donato dormia ao som de uma música sertaneja em seu pequeno rádio. Rosângela assistia à novela, e se surpreendeu ao ver o filho que há meses não a visitava.

– Bernardo... Meu filho! - ela disse, abraçando-o - Como vai? Soube que adotou um menininho, por que não o trouxe?

– Está dormindo. Se chama Lucas, tão adorável quanto um coelhinho. Desculpa não vir na Páscoa, viajei para Ouro Preto com Lucas e Dalila.

– Dalila, a filha da Solange?

– Essa mesma.

– Estão namorando?

– Não exatamente. Amizade colorida, digamos assim.

– Hummm... Bom saber que está feliz, meu anjinho. Sabe que por mim nunca teria saído dessa casa.

– Precisei amadurecer, mamãe. Tive que enfrentar meu pai e seguir meu grande sonho.

Nesse momento, Donato acorda e se surpreende. Pega o cinto e diz:

– O que esse desgraçado faz aqui?

***

Solange prepara um bolo, e a cada cinco minutos, olha o celular, para ver se Donato respondeu suas mensagens. Dalila chegou na cozinha e admirou o cheiro:

– Hummm... Bolo de coco?

– Acertou. E um Guaraná geladinho para o fim de sexta-feira. E estou começando a temperar um pernil para o almoço de amanhã. É seu aniversário!

– Ah, mãe. E precisava um bolo e um almoço delicioso? O importante é estar com você, meu pai, o Bernardo.

– O William não conhece o Bernardo ainda! - adverte Solange - Do jeito que ele é, o rapaz está entre o espeto e a brasa.

Dalila faz uma expressão de angústia, e é amparada pela mãe.

***

Yolanda, depois de matar Timóteo, queimou o corp do recém cadáver para não levantar suspeitas. Isadora recebeu alta do hospital, e implorou para a sobrinha deixá-la ficar ali por um tempo.

Yolanda fazia o jantar e pensou: "Preciso me livrar dessa mulher, custe o que custar..

Até que Isadora, usando sua cadeira de rodas, foi até o quarto onde as duas dividiam. A cama marrom de Isadora não estava mais lá. Isadora abriu o armário e achou uma arma. Imediatamente foi à cozinha e disse:

– Me contaram apenas ontem que o Timóteo foi assassinado. No dia em que recebi alta do hospital. Mas ele tinha morrido há sete dias. Eu chorei como uma garota de 16 anos que perdeu o namoradinho. Agora eu chego aqui e encontro a merda de uma arma no seu armário. Você matou o Timóteo, não é?

Yolanda ficou sem reação. Os olhos congelaram.

***

Donato começou a apontar o cinto para Bernardo, e Rosângela tentou acalmá-lo:

– Calma, amor. Ele veio nos visitar.

– Eu disse que nunca mais queria olhar para o Bernardo, e daria a mesada dele. Esse desgraçado de merda está sujando a minha casa.

Começou a dar contadas em Bernardo, que não encostou um dedo no pai, mas tentou se auto proteger. Rosângela o segurou, mas acabou apanhando também.

Rosângela estapeou o marido e jogou suas roupas pela janela:

– Sai daqui ou te denuncio, desgraçado!

Donato gritou de raiva e saiu de casa, com malas para levar as roupas jogadas na rua.

Bernardo chorava como nunca chorou na vida.

***

Yolanda continuou parada. Isadora correu em sua cadeira de rodas à cozinha e pegou uma faca:

– Se não quer falar por bem, que fale por mal. - sua mão estava trêmula e a faca podia cair a qualquer momento

Yolanda continuava imóvel e perante a pressão da tia, confessou:

– Tá bom. Fui eu! E você só foi pro hospital porque eu mandei matarem você, mas você só ficou ferida.

Isadora engoliu o choro, e sua mão ficou tão trêmula que começou a gritar:

– Como pôde? Matou o grande amor da minha vida e ainda me matou?!

– Você roubou o Timóteo de mim! Ele era meu. Eu queria que você morresse. E ainda quero.

Isadora pegou suas malas, saiu do apartamento e disse:

– Eu te odeio, pirralha nojenta. Que você seja muito feliz, mas que eu nunca mais precise olhar para você.

Isadora desceu pelo elevador e com um pouco de dinheiro que tinha, foi para um hotel passar a noite.

No dia seguinte...

Era o aniversário de Dalila. Ela estava radiante. Sua mãe foi servir seu café da manhã na cama:

– Obrigado, mamãe.

– Eu que agradeço. 21 anos convivendo com uma filha de ouro.

Algumas horas depois era o almoço. Bernardo chegou com Lucas. Cumprimentou Solange e beijou Dalila:

– Parabéns, amorzinho. 21 com cara de 18! - riu

– Hahaha!

Até que William acordou e mesmo sabendo que era filho de Donato, disse:

– O que era vadio faz aqui?


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