Camp Hogwarts escrita por Drica O shea


Capítulo 3
He is not welcome - Dia 2


Notas iniciais do capítulo

Eba mais uma leitora. Lily Evans Potter, capítulo pra você querida. Ginger "mio amore" não pense que esqueci de você.
Beijos para as duas.
Nessie



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(Lilian)

Algumas horas depois da estranha sensação de acordar numa enfermaria, decidiram que não havia nenhum dano mais sério à minha cabeça e que poderiam me liberar. Fora um final de tarde bastante agradável para falar a verdade: conversei bastante com meu irmão, e logo depois as meninas e Nate chegaram, me contando tudo o que aconteceu enquanto eu estava apagada. Lene jogou basquete contra as meninas dos Falcons e marcou várias cestas, garantindo a vitória do time. Até mesmo algumas pessoas aleatórias vieram me visitar para saber se estava tudo bem: nossa capitã, jurou que não estava brava comigo. Não acreditei muito nela, mas fiquei feliz que se importava pelo menos em demonstrar o contrário. Severus Snape, de meu time, veio me perguntar se eu queria que ele desse uma lição na garota dos Bulls que havia chutado a bola em minha cabeça. O pior de tudo é que ele estava realmente falando sério. Falando na garota, ela veio me pedir desculpas, me dando um aperto de mão amigável que quase quebrou meus ossos. Aparentemente, estava tudo bem, tirando o inchaço coberto sob um grande curativo branco em minha testa, que ficaria lá por mais alguns dias até minha pele voltar a uma cor próxima a normal.

Nate me carregou no colo até meu quarto – um gesto muito fofo que me deixou totalmente constrangida, mas muito feliz. Passou a tarde toda tentando me fazer esquecer da dor, e principalmente da vergonha de ter desmaiado em público, contando piadas e histórias sobre seus acidentes domésticos de infância, e me mimando com chocolates que trouxera escondido em sua mala. A noite chegou num piscar de olhos, e era hora da tradicional festa à beira do lago de Camp Hogwarts. Em todas as edições do acampamento, os organizadores preparavam algumas festas, que com o passar do tempo viraram tradição: mesmo ano após ano, nunca era entediante. Algo novo sempre acontecia, deixando o evento marcado em nossas memórias.

As meninas já haviam saído para o lago, e eu fiquei terminando de me arrumar. Optei por um vestido branco com um cinto dourado, para combinar com meu mais novo curativo. Soltei meus cabelos na tentativa de disfarçar o curativo e me maquiei, dando aos meus lábios um belo tom de rosa. O lago já estava repleto de jovens comendo, dançando e conversando. Havia um enorme deque de madeira beirando o lago e, durante as festas, era ali onde a maioria dos casais ficava – pelo menos os mais assumidos ou desinibidos. Varri meus olhos pelo local a fim de procurar minhas amigas ou Nate. Havia muita gente ali e era notável a rivalidade entre os Tigers e os Sharks. Quem fazia parte dessas torcidas mal se falava.

– Acho que encontrei a menina mais linda da festa. – Eu ouvi.

Nate veio sorrindo em minha direção, carregando um pratinho com alguns petiscos. Ele estava absolutamente lindo. Trajava uma bermuda creme e uma camisa verde escura.

– Então me diz quem é, que eu coloco essa garota na enfermaria. – Falei enquanto passava meus braços por trás de seu pescoço.

– Acho que ela não vai querer visitar o local pela segunda vez no mesmo dia. – Ele disse rindo e se aproximando de mim. Nate sabia como me derreter.

– É... Eu acho que não! – Disse, já o beijando. Por mais que eu ainda não amasse Nate, não poderia negar que ele conseguia me fazer feliz. Nós não tínhamos nada oficial, mas me sentia bem em seus braços e era só uma questão de tempo para que meus sentimentos com relação a ele crescessem.

– Epa, epa! Um lindo casal num acampamento... Eu tenho a sensação de que já vi cena parecida antes. – Luke chegou me provocando, acompanhado de Aluado e Pontas. – Ah, sim. Vi sim. Provavelmente em algum dos filmes de American Pie, onde o cara se aproveita da menininha.

– Luke, para com esse exagero! – Virei para meu irmão e rolei os olhos. – Não tem porque ficar assim. Nate é o meu...

– Evans! – Severus Snape apareceu. Ufa! Salva pela interrupção. O que eu iria dizer?

– O que é, Snape? – Luke falou com uma cara de quem estava de saco cheio. – Já falei que eu gosto de mulher, porra.

– Você acha que eu esqueci daquilo que você fez comigo naquela recepção escrota dos Sharks? – Snape disse, num tom intimidativo. Algo me disse que aquilo iria dar merda.

– Ah, cara. Esquece! – Aluado se pronunciou. – Ninguém mais lembra disso.

– É, igual ao título dos Tigers. E todas as finais de futebol entre vocês e a gente. – Pontas disse gargalhando, fazendo os outros meninos rir e deixando Snape, no mínimo, muito puto.

– Relaxa, Severus! – Nate disse, entrando no meio de Snape e os garotos dos Sharks. – O futebol masculino esse ano é nosso. Eu estou aqui a pedido de Lily, vim treinando só pra ajudar o time, e aposto que esse ano a gente leva.

Eu jurava que o Snape ficaria feliz com aquela declaração, mas acho que ele estava com tanta raiva que preferiu sair andando sem dar ouvido a mais ninguém. Nate olhou a todos perplexo, com certeza pensando o que havia feito de errado.

– Vejo que você realmente é um novato, não é? – Pontas disse, provocante. – Nathaniel, deixa eu te dizer uma coisa: você pode dar a sua vida nesse acampamento, pode treinar quantas horas quiser, mas nunca irá barrar os Sharks. Somos a tradição desse lugar.

Por que ele estava o desafiando daquele jeito? Logo agora que Snape havia ido embora e a paz tinha voltado ao grupo. James tinha sérios problemas. Eu estava quase lhe dando uma resposta bem grosseira, quando ouvi a voz divertida de Nate.

– Potter, até mesmo um novato como eu sabe que seu time é favorecido. Seu pai é o dono disso tudo e um dos organizadores do Camp Hogwarts. Você quer que as pessoas pensem o que? Mas saiba que hoje você pode até se achar um tubarão, porém, no dia do jogo, meu time vai estar se sentindo no meio de Procurando Nemo. Um monte de peixinhos perdidos em campo. – Nate deu um sorriso vitorioso, e olhou para mim, esperando minhas gargalhadas.

Silêncio.

Puta que pariu. Que piada péssima.

Antes que eu pudesse esboçar qualquer tipo de reação, senti as mãos de Nate em volta da minha cintura, tentando me puxar para um beijo que provavelmente seria muito constrangedor, na frente de meu irmão e amigos. Vi James saindo da nossa frente com uma cara esquisita, que eu não soube decifrar. Parecia que o que estava o chateando ia muito além da piada sem graça de Nate.

– Amiga! – Lene apareceu com Dorcas em seu encalço, completamente bêbadas. – Vamos dançar! – Disse, me puxando.

Havia um DJ no local, e naquela hora seu repertório era de músicas do século XX, mais especificamente, Twist and Shout. Era engraçado observar todos tentando dançar à moda antiga, especialmente Almofadinhas, que estava no meio de uma roda grande de meninas e interpretava o Ferris Bueller de Curtindo a vida adoidado com total perfeição, quase me levando às lágrimas. Lene o olhava de canto de olho, visivelmente com ciúmes. Chegava até a ser bonitinho. Praticamente todos os presentes dançavam, animados. Com o puxão de Lene, eu tinha me perdido de Nate, e acreditava que ele já havia ido dormir. Pensei em procurá-lo, mas a ideia fugiu de minha cabeça quando a próxima música começou, as garotas se separaram de Almofadinhas e eu e Dorcas, trocando um olhar cúmplice, empurramos Lene em seus braços. Ele a segurou, ambos se olhando visivelmente transtornados, e dois segundos depois estavam se agarrando como se não houvesse amanhã. Eu e Dorcas rimos, continuando a dançar. Eu adorava aquele lugar.


(James)

Não demorou muito para que todos já estivessem bêbados e se atracando. A velocidade surpreendente com que as coisas aconteciam nas festas de Camp Hogwarts se dava pelo seguinte motivo: a festa tinha hora para acabar, pois o dia seguinte era dia de competição. Logo, cada segundo era precioso.

Após o pequeno atrito que tivemos com Severus Snape, ele sumiu e não apareceu mais: provavelmente fora tomar seu leitinho e dormir. Enquanto Almofadinhas trocava uns amassos com Marlene no meio de todo mundo, e Aluado tinha a brilhante ideia de correr pelado pelo deque para saltar no lago (obviamente cada segundo sendo registrado por Luke em seu celular), eu fiquei pensando em como mostrar para aquele mauricinho criado a base de pão com Nutella que com um Shark não se brinca. Eu nem acreditava que a Lily estava com um babaca daqueles. Claro que não éramos muito próximos, mas ela era uma menina realmente legal.

– Cacete, Pontas. Você tá aí! Cara, você está perdendo a Lauryn Summers fazendo concurso de camiseta molhada... A Lauryn. Summers. Simplesmente a garota mais gostosa dos Sharks. Todas as meninas se junta... Pontas! – Luke gritou, fazendo com que eu me perdesse de meus pensamentos.

– O que é, cara? – Perguntei, irritado.

– Nada. – Ele me olhou, assustado com minha reação. - Vim até aqui só pra te avisar que Lola está mostrando os peitos por aí, enquanto você está com a cabeça em outro lugar. Está pensando no que? – Questionei a mim mesmo se deveria contar minhas opiniões a ele sobre seu cunhado. Decidi que sim.

– Luke, seu cunhado é um babaca! – Disparei, sem medir minhas palavras.

– Sério? – Luke perguntou, levantando as sobrancelhas, mas honestamente sem parecer muito surpreso. – Na verdade eu nem sei se ele é de fato meu cunhado, mas certas coisas vêm me deixando realmente puto. Por que você está dizendo isso? – E aí me perguntei: realmente, por que eu estava dizendo aquilo? Nem eu sabia direito.

– Ah, sei lá. Só não fui com a cara desse otário. – Falei, olhando pra baixo e chutando uma pedrinha imaginária, sem saber exatamente o que dizer.

– Relaxa, Pontas. Eu não me preocuparia tanto com ele se fosse você. – Luke sorriu estranho, e eu queria perguntar sobre o que exatamente ele estava falando, mas nessa mesma hora Aluado passou por nós ao lado de Dorcas, encharcado mas felizmente vestido, discutindo alguma coisa com a garota num tom de voz um pouco alto demais.

– Por falar nisso, onde você se meteu depois daquela conversa com Lily e o cara? – Perguntei, apenas a título de curiosidade, mas Luke pareceu se embaralhar inteiro, como se não quisesse falar sobre aquilo.

– Eu... Por aí. – Ele respondeu, simplesmente. Provavelmente estava com alguma menina feia pra caralho e não queria admitir. Não insisti, achando graça.

Achei melhor ir para meu quarto e descansar. A festa não duraria mais que trinta minutos. No caminho de volta ao meu quarto, fiquei pensando num motivo concreto para ter odiado tanto o mauricinho novato, mas nada muito justo veio até minha mente. Eu simplesmente sentia que aquele cara não pertencia a Camp Hogwarts, que ele não era bem vindo ali. E principalmente: eu não queria que ele fosse bem vindo.


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Notas finais do capítulo

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