Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 7
A esperança


Notas iniciais do capítulo

Hinan ta esquentando hehehehe
A evolução dos personagens está cada vez melhor, a cada capitulo!
Boa Leitura Galera!

PS: Esses asteriscos ** são pra indicar mudança de cenário ok!? Sei que tá meio obvio mas é bom deixar tudo bem explicadinho.



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– mestre Kannot, o senhor mandou me chamar?

Butcher dizia enquanto se curvava diante de Kannot.

– sim.

Kannot dizia enquanto vagarosamente se levantava de seu trono, seu corpo velho não era tão resistente após 300 anos.

– levante-se meu garoto.

Ficando em pé novamente, Butcher apenas o observou.

– você sabe que estou a procura de alguém para assumir o trono e...

– hahahaha

Jon interrompeu bruscamente Kannot com uma risada extremamente sarcástica. – eu realmente não acredito que estou ouvindo isso velho, não acredito que você está tão desesperado a esse ponto.

Jon estava recostado em uma das pilastes da sala.

– como você já deve saber eu não vou durar muito e preciso de alguém para assumir a liderança dos shikõs.

– pare de drama velho! Você já durou tanto tempo, vai durar muito ainda! Eu realmente não entendo essa sua busca desesperada por um herdeiro.

Jon dizia demonstrando certa irritação pelas palavras ditas pelo líder dos shikõs. Jon sempre quis passar a imagem de um shikõ sem sentimentos, mas pensar na morte Kannot como um evento próximo, realmente o deixava irritado. Kannot era muito importante para Jon, assim como um pai é valioso a um filho.

– não seja tão otimista Jon.

Kannot dizia enquanto dava tapinhas nas costas do shikõ. Butcher se manteve em silêncio, até aquele momento ele apenas assistia tudo.

– Butcher sabe me dizer aonde a Raque está?

– ela está treinando com o Andy senhor.

– hum... interessante, vou ver como as coisas estão indo.

Acompanhado de Butcher e Jon, Kannot se dirigiu a sala de treinamento.

Parado na porta da sala Andy demonstrava um certo cansaço.

– o que foi jovem mago, a garotinha está te dando muito trabalho?

Kannot perguntou com um pouco de ironia.

– depois que ela começou a ter aulas extras com o Jon, ela anda impossível!

– não sei do que ele está falando.

Jon dizia enquanto levanta as mãos demonstrando uma falsa inocência.

– eu estava treinando a Raque para ser uma maga, e agora ela está virando uma psicopata!

Andy demonstrava estar quase desesperado.

– não acho correto que a Raque seja treinada pelo Jon, ela se tornará uma shikõ cruel e sanguinária!

Butcher tentava alertar Kannot do perigo futuro.

– deus lhe ouça Butcher!

Jon ironizava a situação.

A conversa então foi interrompida por gritos. Revirando os olhos demonstrando não estar surpreso Andy gritou:

– Raque! Eu já disse que você não pode pôr fogo no Cute!

Todos olharam para Raque assustados.

– o Jon-sensei falou que podia!

Raque gritava do fundo da sala de treinamento.

– Jon-sensei?

Andy perguntava surpreso.

– muito bem Raque!

Jon gritava orgulhoso.

– ele sumiu, como o Cute conseguiu desaparecer tão rápido?

A menina perguntava um tanto decepcionada.

– ele usou uma técnica de tele transporte Raque, essa é a especialidade dele. Estranho mesmo é que você tenha conseguido atingi-lo, ele é bem ágil com essa técnica.

Butcher comentava enquanto se aproximava de Raque.

– eu esperei que ele ficasse distraído, e em seguida coloquei fogo nele.

A garota contava seu plano ardiloso com um sorriso inocente no rosto. Ajoelhando-se na altura da menina Butcher olhou firme nos olhos dela

– Raque isso não é certo, atacar pelas costas é covardia e trapaça.

– o Jon-sensei disse que numa batalha não existe regras e também falou que covardia e trapaça são desculpas que os fracassados usam para não admitir uma derrota vergonhosa.

Butcher arregalou os olhos:

– está vendo é disso que eu estou falando!

Andy gritava ao longe.

– muito bem Raque! Você é meu orgulho.

Jon também gritava entusiasmado. Kannot apenas ria de toda aquela situação.

**

– sua perna já está melhor Val?

Lily estava sentada no sofá observando Vallery amarrar o cadarço de suas botas.

– sim, a medicina da Hinan do Sul é surpreendente! Não me admira que você seja tão inteligente Lily!

Levado a mão ao rosto Lily suspirou.

– inteligência não é uma arma para batalha.

– claro que sim, todo o armamento do I.O.S foi produzido na Hinan do Sul! Sem as armas nós seriamos indefesos contra os Kotonarus.

– uma boa arma na mão de um tolo é tão inútil quanto uma folha de papel. Os gênios do Sul não foram capazes de se defender mesmo dispondo do armamento mais avançado de todo o planeta.

Vallery se manteve em silêncio. Naquele momento ela não tinha palavras para consolar a amiga.

Lily então se deitou no sofá e colocou as mãos atrás da cabeça.

– quem era aquele cara Val?

– que cara?

Ainda ocupada com a botas Vallery perguntou sem olhar para amiga.

– estou falando do salvador da pátria, que te segurou firme nos braços enquanto te salvava do shikõ malvado.

Lily dizia com um sorriso maldoso no rosto.

– um velho amigo.

– amigo, claro...

– não pense besteiras Lily!

Vallery dizia demonstrando certa irritação. Levantando se rapidamente do sofá e ainda com um sorriso maldoso Lily continuou o interrogatório:

– Val, sejamos sinceras... vocês estavam se pegando no mental!

Com os olhos arregalados e as bochechas extremamente coradas Vallery deu alguns passos para trás.

– não é nada do que você está imaginando Lily...

– então o que é?

Sentando se no sofá ao lado de Lily, Vallery pegou a foto de seus pais que se encontrava no criado e mudo e a observou por alguns segundos.

– ele era um velho amigo do meu pai, pelo que me contaram quando meu pai o conheceu tinha 12 anos.

– velho amigo do seu pai? Eu não dou nem 25 pra ele.

Lily comentava um tanto surpresa.

–shikõs não envelhecem Lily, o Dragon já viveu mais do que o ancião mais antigo de toda a Hinan.

Lily ficou em silencio, observando a amiga aguardava o desenvolver da história.

– bom... quando eu era criança, meus pais sempre me contavam historias sobre ele, meu pai e minha mãe o adoravam. Mas eu só o vi pela primeira vez naquele dia.

Viajando em suas lembranças, Vallery revelava para Lily cada detalhe daqueles acontecimentos passados. Com os olhos atentos Lily prestava total atenção em cada palavra da amiga. Ela conseguia imaginar o quanto Vallery havia sofrido, ver os pais sendo mortos na sua frente é uma experiência mais do que traumática.

– depois do ocorrido ele me visitava todos os dias, conversava comigo por horas. Ele me contava sobre como era o meu pai na juventude, e me dizia que ele sempre foi justo e fazia o que era certo, independentemente da situação. Suas palavras me inspiravam, por um tempo me fez até pensar em desistir de minha vingança. Depois do assassinato dos meus pais, eu não tinha amigos e não conversava com ninguém! O Dragon me ajudou a mudar, ele me fez acreditar que eu poderia continuar minha vida.

Vallery ficou em silêncio, o sorriso que ela mantinha no rosto enquanto contava história foi substituído por uma expressão triste.

– mas... no meu aniversário de 14 anos ele não apareceu. Foi estranho pra mim, mas eu imaginei que algo poderia ter impedido que ele viesse. Então no dia seguinte eu esperei... e mais uma vez ele não apareceu! Todas as manhãs eu me sentava na varanda e esperava esperançosa que ele aparecesse e me assustasse como ele sempre fazia... mas ele não veio! Eu esperei dois anos e ele não deu notícias, então eu desisti e voltei a cogitar a ideia de fazer parte da I.O.S e o resto da história você já sabe.

A porta se abriu bruscamente, interrompendo a conversa das duas.

– huuu mas aquele comandante Gui é um cara de quenga mesmo! Vocês acreditam que ele me fez dar quatro voltas ao redor da cidade?

– onde está a Lucy, Sayo?

Lily perguntou.

– ela está conversando com o coronel Blade... acho que vem bomba por ai.

– acertou em cheio Sayo.

Lucy entrou sorrateiramente.

– virgem Maria! Quer matar do coração mulher?

Sayo gritou assustada.

– está devendo alguma coisa Sayo?

Lucy dizia com um sorriso irônico no rosto. – bom, o coronel Blade nos convocou para uma missão. O zoológico central foi atacado por um grupo de Kotonarus! Ao que tudo indica é um grupo pequeno, então a missão não é lá um grande desafio. Nós três fomos convocadas para essa missão!

– o Lucy, não sei se sua matemática é ruim ou se esses seus óculos não estão lhe servindo bem... mas nós somos quatro!

Sayo, ironizou. Arqueando uma das sobrancelhas e achando o comentário da companheira um tanto ofensivo Lucy continuou a dar informações.

– como eu havia dito, nós três! Eu, Sayo e Vallery.

– como assim? A Lily também é um soldado da I.O.S

– ordens do coronel Blade se quiser reclamar o escritório dele é no fim do corredor.

Com os punhos cerrados Vallery demonstrava toda a sua raiva do cinismo de Lucy.

– é exatamente isso que eu vou fazer agora.

– não Val!

Lily dizia puxando o braço da amiga que já estava em direção ao seu segundo passo.

– mas Lily...

– é melhor assim Val. Já conversei com o coronel mais cedo e essa situação já está resolvida.

Com a cabeça baixa, Lily deixava que parte do seu cabelo cobrisse seu rosto.

– você vai sair da I.O.S ?

Sayo perguntou curiosa.

– não Sayo! Eu fui transferida para área de investigação científica... super minha cara você não acham?

Lily dizia com um sorriso meio amarelo.

– não Lily, não é a sua cara! Você não é mais uma nerd da Hinan do Sul! Você pode fazer muito mais do que ficar sentada atrás de uma mesa.

Vallery estava realmente indignada com aquela situação.

– está tudo bem Val.

– bom agora que a coisas estão resolvidas, vocês tem 5 minutos para estarem no portão principal.

Com essas palavras Lucy saiu do quarto.

Os cinco minutos haviam passados e um pequeno grupo de soldados já estava pronto para a partida.

– todos prontos?

O comandante Gui perguntou. Todos acenaram com a cabeça.

– então vamos.

Com essas palavras Gui acelerou a sua moto e partiu em alta velocidade, os demais soldados o seguiram.

O zoológico central situava-se a 12 quilômetros da Hinan do Norte, por esse motivo a chegada da I.O.S não foi demorada.

– o que aconteceu aqui?

Sayo perguntava ao se deparar com todo o sangue que cobria o chão.

Era possível notar pedaços de carne, provavelmente humana, penduradas nas arvores que decoravam a entrada.

– onde esses malditos passam deixam rastros de destruição.

Lucy dizia enojada com aquela situação.

– alguém me ajude...

Uma voz falha ecoava de um canto escuro dentro da recepção.

– um sobrevivente, precisamos ajudar!

Correndo em direção a origem do pedido de socorro, Vallery foi parada por Lucy.

– relaxa Vallery! esse é um campo de batalha desconhecido.

– como assim?

Antes que Lucy pudesse responder, um rugido altíssimo veio da direção da voz.

– abaixa!

Lucy gritava empurrando Vallery para o chão, sacando sua arma, com um tiro certeiro, Gui fez com que o Kotonaru que saía da escuridão, caísse morto no mesmo instante.

– você está bem?

Lucy perguntava para Vallery, enquanto a ajudava a se levantar. Vallery apenas acenou positivamente com a cabeça.

– o senhor está bem?

Sayo perguntava enquanto vagarosamente se aproximava da vítima. A cada passo que dava, a imagem se revelava mais nítida. Havia muito sangue, o homem de aparentemente 50 anos estava caído, analisando mais detalhadamente, ela então pode notar que suas duas pernas estavam completamente dilaceradas.

– ai meu Deus! Suas pernas... elas...

– shiii!

Lucy levava o dedo indicador aos lábios, tentado conseguir o silêncio da amiga.

Aproximando-se lentamente Lucy se agachou na altura do homem caído e tocou-lhe o rosto.

– fique calmo senhor, a equipe medica chegará em 15 minutos, nós iremos a procura de mais sobreviventes.

– Hank e Joe, vocês ficaram aqui com o senhor, nós vamos exterminar todos os Kotonarus do zoológico! Assim que a equipe médica chegar, venham para dar reforço.

Gui passava as ordens para os soldados.

– exterminar todos os Kotonarus? Nossa missão não é apenas achar sobreviventes?

– não Sayo! Nossa missão principal é exterminar os Kotonarus e salvar todos os animais. Esse é um dos 5 zoológicos das Hinans. E aqui estão os últimos exemplares de animais do planeta inteiro. Nossa missão é garantir que todos estejam vivos!

**

Vagando pelos corredores da I.O.S Lily refletia sobre o que havia acontecido.

Sentia em seu coração que não era aquilo que ela planejava.

Desde pequena ela sonhara com a aventura, com o perigo... mas agora ela havia sido mandada para atrás de uma mesa. Lily estava cansada das aventuras proporcionadas por livros!

– senhorita Lily venha cá.

Uma voz idosa sussurrava de dentro de uma sala.

– ancião Aleki...

Lily dizia enquanto caminhava vagarosamente até a sala.

– sente-se

O velho dizia apontando para uma poltrona, Lily fez como o mandado.

– há oito anos uma shikõ invadiu essa Hinan, ela era extremamente cruel. Soltava bolas de energias pelas mãos, e matava muitas pessoas. Foi então que um homem corajoso apareceu! Com sua espada empunhada ele desviava fantasticamente dos ataques desferidos pela mulher. Com apenas um golpe ele a derrubou. Coberta de sangue a shikõ desapareceu... mas deixou isso para trás.

O velho dizia mostrando um velho livro para Lily. Pegando o livro da mão de Aleki, Lily leu o que estava em sua capa “Jordy”.

– o que é isso?

– ao que tudo indica é um livro de feitiços, informações passadas pelo próprio Dragon confirmam essa teoria.

– e porque o senhor está me dando ele?

Levantando-se da cadeira em que estava sentado, Aleki deu algumas voltas pela sala.

– esse livro está comigo desde que o Zaikki me entregou. Eu nunca comentei sobre ele com ninguém, particularmente achei perigoso. Mas recentemente Blade veio conversar comigo. Falou maravilhas de você, disse que era corajosa, inteligente, dedicada e que tinha tudo para ser uma das melhores soldadas da I.O.S mas não tinha nenhuma habilidade em lutas, ou no manuseio de armas.

Parando por alguns segundos o velho se aproximou de Lily e a olhou firme nos olhos.

– estão chegando tempos difíceis minha cara Lily, e creio que esse tipo de habilidade nos será útil. E acredito que um gênio do Sul seja capaz de dominar as habilidades de um shikõ.

Lily ficou assustada com a proposta, sentiu um peso muito grande sobre seus ombros. Mas aquela era sua única chance. Ela viu ali a oportunidade de alcançar seus objetivos.

Levantando-se rapidamente, a pequena garota abraçou o ancião.

– muito obrigada Aleki! Não vou te decepcionar!

– eu sei disso garotinha.


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Notas finais do capítulo

"encostada na parede Vallery respirava ofegante, era impossível conter o seu medo. Ela podia ouvir os passos lentos do Kotonaru que estava a sua procura. Estava escuro, mas um feixe de luz vindo de um buraco no telhado, revelava parte do rosto da criatura grotesca sedenta por sangue"
Está ai um adiantamento do próximo cap... espero que estejam ansiosos, por que eu estou ashushaushauhsa



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