Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 20
A Fuga


Notas iniciais do capítulo

Nossas heroínas passando por altas aventuras para fugir do calabouço do inimigo *0*
Sayo e Lucy estão chegando! E acredite, elas vão precisar!



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― o que esta fazendo?

Lucy se aproximou de Sayo.

― to esperando a Lily, vamos trocar de turno. E o pelotão está atrasado 2 horas.

Sayo respondia, sem esconder sua indignação.

― o pelotão da Lily já está no refeitório há muito tempo.

― o que? Eu vou socar a Lily! Muito!

Sayo se dirigia até o refeitório, irritada.

― mas eu não a vi lá...

Lucy fez Sayo parar.

― acha que algo pode ter acontecido com ela?

Sayo dizia com uma expressão séria.

― levando em conta que a sobremesa de hoje é torta holandesa... tenho certeza!

Sayo encarou Lucy, naquele momento elas sabiam exatamente o que fazer!

**

―está melhor?

Vallery dizia enquanto observava o semblante perdido do shikõ. Sentado na cama de Vallery, Dragon ainda estava em silêncio.

― se não quer falar tudo bem, não vou ficar aqui te adulando. Vou pegar um café!

Vallery dizia, levantando e se dirigindo até a cozinha em seguida. Ela usava um pijama que deixava parte das suas costas a mostra.

― Vallery...

Dragon fez a garota parar. Ele então se levantou e aproximou-se dela. Ainda parada no mesmo local, Vallery se mantinha em silêncio.

― Vallery... olha só pra isso!

Dragon dizia com espanto, ao observar tantas cicatrizes. Ainda surpreso ele tocou os ombros da garota, havia a marca de um arranhão gigantesco que sumia por de baixo da blusa.

― foi há quatro anos... a equipe da I.O.S foi salvar um zoológico do ataque de Kotonarus, eu estava correndo de um, mas eles são mais rápidos e eu fui atingida pelas garras do maldito.

Dragon continuou em silêncio, seguindo o caminho de cicatrizes ele puxou a alça da blusa de Vallery, fazendo com que dessa forma uma parte maior das costas ficasse despida.

Próximo à cintura de Vallery, haviam várias cicatrizes de mordidas.

― essa foi há dois anos... um grupo de kotonarus invadiram a linha de trem Norte x Oeste, e enquanto eu lutava, fui surpreendida por uma dessas criaturas! Ele cravou suas presas em mim. Eu quase morri nesse dia... tive um pulmão perfurado e várias costelas quebradas!

Naquele momento, Dragon sentiu seu coração apertar.

― posso ir buscar o café, ou você pretende tirar mais uma peça da minha roupa?

Vallery dizia com um sorriso no rosto. Ainda sério, Dragon a encarou por alguns segundos.

― quando você nasceu, o Zaikki ficou muito feliz! E em uma de nossas conversas ele disse que queria algo melhor pra você! Disse que cada batalha que enfrentava, ele tirava forças da esperança de te dar um futuro melhor... seu pai tinha como sonho uma vida tranquila pra você, queria você estudasse, forma-se, exercesse uma profissão, casa-se, tivesse filhos e uma velhice tranquila. Nunca passou pela cabeça dele, a imagem de sua única filha lutando contra Kotonarus, com corpo coberto de cicatrizes causadas por batalhas que quase levaram a morte.

― meu pai ta morto... não pode opinar em minhas decisões!

Vallery dizia em um tom de voz baixo.

― é isso que você tem a dizer?

Dragon a encarava.

―sim... você sempre quer me mostrar o quanto você conhecia o meu pai, mas se esquece que acima de tudo, ele era MEU PAI! E você não estava presente em todas as vezes que ele olhou nos meus olhos e disse que independente de qual fosse a minha escolha, ele me apoiaria e ficaria feliz em saber que eu estava fazendo aquilo que eu realmente queria.

Dragon ficou em silêncio, aproximando-se alguns passos do shikõ a garota continuou.

―e eu não me arrependo das minhas decisões! Diferente do que você imagina, ser I.O.S não é uma forma de sujar a memória de um pai morto e a minha maior tristeza é não poder ter ele ao meu lado para comemorar junto comigo cada vitória!

Batidas fortes e continuas interromperam a conversa dos dois.

― VALLERY! ABRE A PORTA!

A voz de Sayo vinha lá de fora. Caminhando rapidamente até a porta, Vallery a abriu.

― a Lily sumiu!

Sayo dizia com um ar preocupado.

Já dentro do quarto, as garotas explicaram a situação.

― precisamos encontrá-la!

Vallery dizia preocupada.

― bom isso não é um problema...

Sayo dizia enquanto tirava um aparelho do bolso.

― o que é isso?

Vallery perguntava curiosa.

― é um localizador! Conectado a um chip GPS.

Sayo dizia com um sorriso no rosto ― eu tinha um cachorro que vivia fugindo, e a gente sempre ficava preocupado! Ai painho teve a ideia de comprar um negócio desse aqui! E depois nós nunca mais perdemos ele! Como a Lily sempre se perdia, eu e a Lucy fomos a um pet e shop e compramos um!

Sayo explicava.

― eu achei a ideia ótima!

Lucy completou.

― vocês implantaram um micro chip na Lily?

Vallery estava indignada.

―sim! Quando ela estava dormindo eu coloquei no pescoço dela.

Lucy demonstrava com gestos sua façanha.

―e quando ela acordou, nós dissemos que foi uma picada de mosquito!

― como ela estava com sono, voltou a dormir sem mais perguntas!

As duas contavam como tudo havia acontecido.

― VOCÊS IMPLANTARAM UM CHIP DE CACHORRO NA LILY???

Vallery ainda tentava processar a informação.

― ela é meiga e burra como um!

Lucy dizia com um semblante calmo.

― e é pequena! Sem falar que todas as vezes que eu bato nela, ela volta na mesma hora!

Sayo dizia com um sorriso.

― você bate nela?

Dragon perguntava assustado.

― eu bato em todo mundo!

Sayo explicou ― mas elas não são santas! A Vallery me bate de volta, a Lucy já acertou uma flecha na minha bunda e a Lily já botou fogo no meu cabelo!

― VOCÊS SÃO MALUCAS!!!

Vallery gritava.

― eu sabia que não deveríamos contar para ela, já estamos escondendo isso a dois anos... porque falar a gora?

Lucy dizia com seu desânimo habitual.

― DOIS ANOS?

Vallery estava cada vez mais assustada.

― sim, como você acha que nós encontrávamos ela tão depressa?

Sayo dizia com um semblante sério.

― em fim! Chega de conversa! Aqui no localizador, está indicando que a Lily esta a 65 km em direção ao norte.

Lucy passava as informações.

― que estranho, não a nenhuma Hinan nessa área! É território morto!

Vallery dizia preocupada.

― talvez ela tenha sido devorada por um kotonaru, e ele esteja vagando com o corpo dela por ai.

Dragon fazia uma piada maldosa.

― é pouco provável, a Lily não é tão fraca para ser derrotada por um simples Kotonaru.

Sayo debateu a teoria do shikõ.

― nós suspeitamos de sequestro! Seja qual for o motivo, acho que tem haver com o shikõ estranho que invadiu Hinan há algum tempo.

Lucy dizia com um semblante sério.

― vamos salvá-la!

Vallery dizia com determinação.

― sim! Nós partiremos em 30 minutos.

Sayo passava as informações da missão.

― só vou trocar de roupa e...

―você não vai.

Puxando o braço de Vallery, Dragon a interrompia bruscamente.

― ei! O que você esta fazendo?

Vallery puxou o braço, se libertando.

―você não acha um tanto estranho esse possível sequestro da mini maga?

Dragon dizia enquanto encarava Vallery. Todos ficaram em silêncio ― é uma isca!

Todos arregalaram os olhos. ― eles sabem que alguém iria atrás dela, e sabe que VOCÊ iria atrás dela. Querem a espada, e se não conseguiram pela força bruta, querem tirá-la de dentro da fortaleza!

―não vou ficar aqui parada esperando que a Lily seja morta, torturada ou sabe-se lá o que...

―relaxa Val!

A voz de Sayo interrompeu Vallery.

―sim! Voltamos no fim da tarde!

Lucy dizia com um sorriso.

― eu não sei...

Vallery ainda não estava completamente convencida.

―não se esqueça que alguém tem que ficar aqui para proteger Hinan!

Sayo reforçou.

Parada por alguns segundos, Vallery ainda pensava na ideia.

―ok... fim da tarde! Qualquer atraso, por mínimo que seja, eu vou atrás de vocês... até o inferno se necessário!

Vallery dizia enquanto abraçava as duas amigas. ―boa sorte, e voltem inteiras!

― pode deixar Val!

Eu e a Lucy somos mais do que suficientes!

Sayo dizia enquanto fazia um sinal de positivo com as mãos.

**

― eu quero ir para casa!

Lily repetia a mesma frase há 10 minutos.

―CHATA!

Raque perdia a paciência.

― você sabe quanto tempo eu to sem comer chocolate?

Lily chorava.

―você sabe quanto tempo EU to sem comer chocolate?

Parada por alguns segundos, encarando uma a outra, ambas começaram a chorar.

―tenho um plano!

Raque dizia enquanto enxugava as lágrimas.

**

Já no carro, a caminho da localização da Lily, Sayo e Lucy jogavam conversa fora.

―o que você trouxe no porta mala Sayo?

―armas e comida!

―trouxe cenouras?

―trouxe comida de verdade!

Sayo respondia com um certo desdém.

― a cenoura faz bem para a visão, atrasa o envelhecimento e ainda previne AVC!

Lucy explicava.

―eu luto contra monstros maiores do que a minha casa! Um AVC é o menor dos meus problemas!

― cenoura é o melhor alimento que existe!

―prefiro linguiça bovina! Assada e bem temperada!

Sayo dizia com um sorriso no rosto.

― você prefere comer um animal morto?

Lucy perguntava indignada.

―sim! Melhor do que vivo não acha?

Sayo respondia com um largo sorriso.

― essa conversa me deu ânsia!

Lucy dizia enquanto puxava sua moto que estava na traseira do carro, soltava a tampa de trás e usava como uma rampa para se locomover.

― vou na frente! Passo as coordenadas por rádio!

― ok Lucy!

**

―agora é a sua vez garotinha!

O homem dizia enquanto puxava Lily pelo braço com agressividade.

― até parece...

Raque dizia com um sorriso no rosto. Antes que o homem pudesse notar, a garota já estava atrás dele. Ao dizer algumas palavras em um idioma desconhecido, Raque fez com que o homem perdesse a consciência.

―obrigada.

Lily dizia enquanto tirava braço pesado do inimigo de cima de seus ombros.

― shiii! Ta chegando o coleguinha dele.

Raque encostava-se a uma das paredes da cela, na tentativa de se esconder.

― eu distraio e você ataca!

Lily cochichava. Assim que ela notou a aproximação do inimigo, correu para fora da cela. O homem correu atrás da garota. Aproveitando a chance de distração, Raque usou o mesmo feitiço para derrubar o guarda.

― ótimo! Agora vamos fugir!

Lily dizia animada.

― vamos colocar esse outro dentro da cela!

Raque puxava o homem desacordado.

―é melhor fazer um feitiço de disfarce.

Lily a ajudava.

―sim, em nós e neles! Assim ganharemos mais tempo.

Raque dizia com um sorriso.

― plano fuga perfeita posto em pratica.

Lily piscou para Raque, que em resposta fez um sinal de positivo.

**

― Kotonarus à frente!

Lucy passava uma mensagem de rádio para Sayo.

― entendido.

―vou deixar eles pra você! Estou com um pouco de pressa!

Lucy dizia seguindo com uma gargalhada.

― MALDITA!

Não houve mais resposta.

― quando eu pegar essa magrela, ela vai pagar muito caro.

Sayo dizia enquanto pisava no acelerador. Desviando-se habilmente dos Kotonarus, Lucy seguia até uma grande torre que se destacava naquele deserto gigantesco.

―as coordenadas apontam para cá.

Acelerando um pouco mais a moto, Lucy tentava entender tudo aquilo. Aquela torre estava cercada por um tipo de mini cidade. Ela perguntava a si mesma como uma coisa dessas poderia passar despercebida da I.O.S?

**

Usando a aparência dos dois soldados como disfarce, Raque e Lily seguiam tranquilamente até o pátio principal.

― Bom dia Parker!

Um homem cumprimentava Raque.

― bom dia!

A garota que nesse momento tinha a aparência do guarda respondeu.

―bom dia Terry.

― bom dia.

A voz feminina de Lily fez o guarda parar.

― o que há com você Terry?

O homem se aproximou de Lily, que por sinal estava muito assustada. Raque riu alto. Todos olharam para ela.

―o Terry é um viadão!

Todos no pátio começaram a rir. O rosto vermelho de Lily demonstrava sua vergonha.

― precisava mesmo daquilo?

Lily cochichava irritada.

―não tive nenhuma ideia melhor! E porque essa voz? Sua transmutação não foi completa? Raque falava no mesmo tom.

―eu me especializei em técnicas de ataque.

Lily dizia um pouco sem graça.

― eu tenho especialidade em técnicas de defesa, disfarce e fuga.

―uma covarde...

Lily dizia com um sorriso no rosto.

―é questão de nível Lily, usar magia para ataque é algo pouco indicado para shikõs jovens! Normalmente um shikõ demora até 100 anos para usar magia de uma forma segura... me admiro que você saiba esse tipo de técnica, mesmo sendo humana.

Raque dizia enquanto olhava para Lily por alguns segundos. Desviando o olhar, Lily se manteve em silêncio.

―finalmente! A porta de saída!

Raque exclamava animada, ao ver uma porta iluminada pela luz do sol. Em passos rápidos as duas se aproximaram da saída. Alguns passos para fora e ambas foram surpreendidas por um barulho estrondoso. Gritos e aplausos vinham de todas as partes, parecia que um espetáculo estava prestes a começar.

― MANDE MAIS OUTRO PARA DENTRO! VEJAMOS O QUE ESSE SHIKÕ É CAPAZ DE AGUENTAR.

Um homem gritava para outros guardas. Aproximando-se de uma grade que cercava um tipo de arena, Raque então pôde ver Bisco, levando a mão ao rosto, ela se mostrava surpresa com a cena que via. O shikõ antes bem humorado e alegre, agora estava jogado no chão, cercado de corpos de kotonarus mortos e coberto de sangue.

―venha Raque! Estamos quase fora!

Lily dizia enquanto puxava a garota.

―o Bisco está lá dentro! Ele está ferido! Precisamos ajudar!

Raque dizia enquanto se pendurava nas grades.

― não precisamos não!

Lily a puxou novamente para o chão ― ele não é problema nosso!

―não Lily, ele não é problema seu!

Raque empurrou a garota e voltou a subir as grades. Em meio a toda aquela agitação, ninguém notava a presença de Raque, que naquele momento já havia assumido sua forma normal.

― que se dane.

Lily dizia enquanto se virava para seguir seu caminho. Dentro da arena Raque, correu em direção a Bisco.

―você está bem?

A garota perguntava enquanto ajudava o shikõ a se levantar. Com o rosto coberto de sangue, Bisco estava um pouco desorientado.

―você é um anjo?

―UMA FUGITIVA! TIREM ELA DE LÁ!

Um homem gritava.

―pra que? Soltem mais alguns lá dentro, é hora de assistir um bom show!

Erii que a pouco havia chegado, se aproximou do homem com um sorriso maldoso. Acenando positivamente com a cabeça o homem deu um sinal para o guarda que controlava a demanda de Kotonarus. Dentro da arena, Raque havia isolado Bisco dentro de um campo de força. Um kotonaru de aproximadamente 3 metros avançou para cima da garota. Erguendo as mãos para o alto, Raque fez com que um campo de força cercasse o monstro e ao sinal de um gesto o esmagou. Olhando para sua direita ela via a aproximação de mais dois. Correndo em direção ao inimigo, ela retirou seu grampo de cabelo e o transformou em um bastão. Saltando sobre o kotonaru, Raque liberou uma enorme quantidade de energia, fazendo com que o mesmo fosse completamente despedaçado. Aterrissando no chão, Raque sentiu o hálito quente do monstro em suas costas. Estava perto demais e ela não tinha tempo para reagir.

Droga...

― TORIKOWASE!

Uma forte explosão fez com que o Kotonaru que ameaçava a jovem garota fosse reduzido a cinzas.

― Isso foi um... torikowase?

Raque estava perplexa.

― tava precisando de um help?

Lily dizia com um sorriso irônico no rosto. Mas kotonarus se aproximavam. E as duas garotas se preparavam para uma longa batalha.


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Notas finais do capítulo

Próximo cap, mais aventura e algumas revelações (*-*)/



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