Hinan escrita por Hakiny


Capítulo 16
Preparem-se shikõs, sua sociedade cai hoje Parte 2


Notas iniciais do capítulo

A batalha continua! Mesmo em desvantagens, os shikõs não desistiram de salvar a sua casa.



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‒ eles não param de aparecer!
Raque gritava desesperada. Foi naquele momento que uma explosão fez com que toda estrutura da sala tremesse.
‒ de onde veio isso?
Butcher perguntava, um pouco confuso.
Foi então que uma mulher alta, de cabelos negros e lisos na altura do ombro, entrou pela sala trazendo consigo o que parecia ser um cajado.
Sem dizer uma palavra, a mulher ergueu seu cajado e lançou mais uma grande quantidade de energia. Saltando a frente de seus amigos, Raque então formou um campo de força, fazendo com que dessa forma, todos ficassem seguros.
‒ então você também é uma maga?
Raque dizia em um tom de voz firme.
‒ sim... presumo que você também se considere uma.
A mulher dizia de forma irônica.
‒ QUEM É VOCÊ?
Lóris gritava enquanto apontava sua arma para a inimiga.
‒ meu nome e Mary.
A mulher respondia de forma fria.
‒ é melhor você ir embora Mary...
Raque ameaçou.
‒ se não o que?
Com essas palavras, Mary avançou para cima de Raque. A jovem shikõ rapidamente retirou um grampo de seu cabelo e fez com que o mesmo se transformasse em um cetro, que usou para se defender dos ataques de Mary.
‒ RAQUE!
Butcher gritava enquanto ia em direção a garota. Girando seu cetro, Raque então golpeou a inimiga, fazendo com que ela se afastasse.
‒ Butcher, tire todos daqui! Eu cuido da nossa amiguinha.
‒ mas...
‒ sem mas! Essas pessoas estão em perigo! Tire as daqui agora!
Raque interrompeu Butcher. Olhando para a garota, o domador de raios sentiu um certo orgulho.
‒ fique bem Raque! Vou estar te esperando!
Butcher dizia com um sorriso no rosto. Raque fez um sinal de positivo com a mão.
‒ te encontro em alguns minutos e levo o vovô junto.
‒ isso foi uma promessa!
Com essas palavras, Butcher saiu juntamente com todos os shikõs de classe baixa.
‒ Você sabe que isso é inútil né?
Mary dizia com um sorriso cruel no rosto.
‒ do que você está falando?
‒ acorda garota! A sociedade já era! Esses que o velho derrotou, não é nem metade do nosso exército! E eles estão a caminho... é possível contar nos dedos o que sobrou dos seus amiguinhos.
‒ porque vocês estão nos atacando? O que fizemos pra vocês?
Raque já estava tomada por lágrimas. Sem dar atenção a garota, Mary desferiu mais um ataque contra a mesma.

**

‒ quem é você?
Marius perguntava para o homem que se aproximava do castelo.
Sem responder uma palavra, Erii fez apenas alguns sinais com as mãos, sinais esses que desencadearam uma série de tremores.
‒ O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
Os shikõs gritavam desesperados.
‒ MORRAM!
Com essas palavras Erii fez com que raizes gigantescas brotassem do chão e avançasse em direção aos shikõs. Foi então que uma forte pressão fez com que Erii parasse. Encurvando seu corpo para baixo, ele abraçava o abdomem.
‒ droga! Sinto como se meus orgãos estivessesm sendo esmagados.
Da escuridão das portas do palácio, surge então a imagem de um velho, aparentemente cansado.
‒ vá embora criança! Deixe meus filhos em paz!
**
‒ o que foi isso?
No calor da batalha, Raque então se atentou a um barulho vindo lá de fora.
A jovém shikõ então usou o seu cetro para produzir um flash de luz, cegando a inimiga por alguns segundos, tempo suficiente para que ela quebrasse o vidro e saltasse pela janela da sala do trono.
‒ pirralha estúpida!
Mary recuperava gradativamente a visão. Correndo até a janela, ela pode então ver a direção que Raque havia tomado, ao que tudo indicava ela havia seguido o estrondo. Saltando até o solo, a shikõ parou por alguns segundos. Pensou em seguir Raque para terminar aquela luta, mas por fim resolveu tomar a direção contrária. Para ela, aquela batalha já havia acabado.
**
‒ velho desgraçado!
Erii parecia sentir muita dor.
‒ vá embora moleque! Essa é a sua ultima chance!
Kannot ameaçou. Foi então que o velho sentiu uma dor insuportável em suas costas, olhando para baixo ele pode ver o brilho da lâmina insanguentada que havia penetrado seu peito. Uma risada maléfica, vinha de trás do velho.
‒ como... como você conseguiu?
Kannot dizia com uma voz falha.
‒ olhe atentamente para lá.
Acatando as instruções de Erii, o velho então olhou para a direção apontada.
‒ isso não é possivel!
O velho estava surpreso ao notar que o homem a sua frente que antes parecia ser Erii, agora se desintegrava, como uma estátua de pedra.
‒ claro que é possivel! Para um shikõ que domina completamente um determinado elemento é muito simples fazer um boneco e manipula-lo como uma marionete. Dessa forma fica bem mais fácil surpreendê-lo enquanto assistia a minha suposta morte.
‒ VOVÔ!
Raque, que aquela altura já havia chegado até o local da batalha, via a cena que concerteza a marcaria pelo resto da vida.
‒ AFASTE-SE DELE MALDITO!
Raque gritava enquanto corria na direção do shikõ inimigo, com uma fúria jamais vista antes. Retirando a espada do corpo de Kannot, Erii agora se preparava para atacar a garota que vinha em sua direção, foi nesse instante que uma energia forte o lançou longe.
‒ não... encoste nela!
Kannot se levantava com dificuldades. Pondo-se novamente de pé, Erii apenas sorriu. Olhando para o horizonte, ele pode notar a aproximação da segunda tropa.
‒ poderia matar todos de uma vez... mas prefiro deixar que sejam estraçalhados lentamente pelo meu exército. E respondendo a sua pergunta...

Erii se virou para Marius:

− me chamo Erii...
Com essas palavras Erii desapareceu.
**
Sentindo o vento em seu rosto, a bela shikõ de cabelos negros, vagava pelo deserto que cercava o palácio central. Não entendia bem o motivo de tudo o que estava acontecendo. A quatro anos ela havia despertado, não nascido, apenas acordado de um sono profundo. Mas o que havia antes do sono? O que ela era antes de dormir?
‒ Mary...
Os pensamentos de Mary foram interrompidos por uma voz feminina. Distraída com seu dilema habitual, a shikõ nem havia notado um corpo caído próximo a ela. Olhando mais atentamente, Mary então reconheceu a shikõ ferida.
‒ Mia!
Aproximando-se de Mia, Mary então se agachou para socorrê-la.
‒ o que houve com você?
Mary perguntava preocupada.
‒ o Erii... ele nos usou! Ele usou todos aqueles 4000 soldados para alcançar seus objetivos.
Mia dizia enquanto se acabava em lágrimas. Acariciando os cabelos de Mia, Mary não conseguia conter o ódio que sentia de Erii. Ela não sabia o porque, mas desde a quatro anos atrás, Mia era a única pessoa que lhe importava no mundo. Talvez tivessem alguma ligação antes de... antes de que?
Mais uma vez Mary tentava achar respostas, sem sucesso.
**
‒ onde eu estou?
Pouco a pouco Lily recuperava a conciêcia.
‒ no inferno.
Uma voz masculina vinha do lado escuro da sala onde ela se encontrava. Assustada com a súbita resposta Lily rapidamente correu para a direção contrária a voz.
‒ brincaderinha...
Um homem preso a duas correntes que o deixavam de braços abertos, dizia seguindo com uma risada.
‒ quem é você?
Lily perguntava, ainda um pouco assustada.
‒ bom... meu nome é Bisco!
O rapaz respondeu.
‒ como eu vim parar nesse lugar?
‒ um dos gorilas uniformizados que se nomeiam soldados, te desovaram aqui.
‒ heeey! Não fale de mim como se eu fosse um cadáver!
Lily dizia um tanto indignada.
‒ não me leve a mal, mas eu realmente achei que você estivesse morta! Vai que o estoque de comida acabou e eles começaram a mandar presunto pros prisioneiros.
Bisco ironizava.
‒ Nojento.
Lily dizia enquanto se virava de costas.
‒ hey! Por favor não me dê gelo! Já estou preso aqui a quatro anos, e a 6 meses não troco uma palavra com ninguém!
‒ QUATRO ANOS???
Lily estava surpresa.
‒ sim... eu estava fazendo patrulha ao redor do palácio central junto com um companheiro, quando nós dois fomos capturados por inimigos.
Bisco relatava.
‒ Palácio?
‒ sim, o palácio da sociedade shikõ?
‒ ENTÃO VOCÊ É UM SHIKÕ???
Lily levantou rapidamente.
‒ sim. Você não?
‒ claro que não!
‒ estranho... normalmente os humanos são mandados para outra ala, a ala de testes.
‒ ala de que?
‒ ala de testes! É lá onde...
‒ NÃO QUERO FALAR COM VOCÊ SHIKÕ!
Lily gritava, demonstrando certa repugnância.
‒ não sei qual o seu problema mini ser humano, mas se te trouxeram para essa ala, alguma característica shikõ você deve ter!
Parando por alguns segundos Lily então se lembrou de quem ela tinha visto antes de perder a consciência...

Erii...

**
‒ VOVÔ!!!
Raque gritava desesperada enquanto abraçava seu avô ferido.
‒ mestre Kannot! O senhor está bem?
Nael vinha em direção a Kannot.
‒ Nael, uma tropa de soldados está se aproximando... leve a Raque para um lugar seguro.
Kannot dizia para seu fiel servo.
‒ NÃO! EU NÃO VOU TE ABANDONAR!
Raque gritava em meio a lágrimas enquanto abraçava o velho com todas as suas forças.
‒ AGORA NAEL.
Com lágrimas nos olhos, Nael rapidamente puxou o braço de Raque.
‒ ME LARGA! NAEL ME SOLTA!
Não conseguindo medir forças com Nael, Raque pouco a pouco se distanciava da pessoa que ela mais amava no mundo inteiro. Ela estava sendo arrastada para longe de seu amado avô.
**
Um pouco longe de toda aquela agitação, Cute retirava os escombros que cobriam seu corpo. Sua visão um pouco embaçada, conseguia ver todos os corpos de seus amigos espalhados pelos arredores do palácio. E principalmente, ele podia ver a imagem de Kannot ensanguentado na sua frente. Levantando-se com dificuldades ele parecia estar tonto. Foi então que mais uma vez ele se assustou com a imagem de todos aqueles soldados se aproximando.
‒ CUTE! CUUUUUUTE!
A voz aguda de Raque ecoava ao longe, se virando rapidamente na direção dos gritos ele então pode ver a imagem de Raque sendo arrastada para longe de todo o perigo.
‒ CUTE! CHAME O JON! ELE ESTÁ NA HINAN DO NORTE!
Foram as ultimas palavras que o jovem garoto conseguiu entender, antes que a distancia fizesse com que a voz de Raque se tornasse inaudível.
Uma nuvem de poeira foi tudo o que restou do shikõ que havia partido a procura de socorro.
**
Era possível ouvir o trincar das espadas a metros de distância. A garotinha indefesa que a alguns anos podia ser facilmente massacrada pelo poderoso shikõ, agora era a maior adversária que Jon já havia enfrentado em toda a sua existência.
‒ JON!
Jon ouviu a voz de Cute.
‒ o que está fazendo aqui moleque? Não me atrapalhe!
Jon dizia enquanto desviava com dificuldades dos golpes desferidos por Vallery.
‒ JON! A SOCIEDADE ESTA COMPLETAMENTE DESTRUÍDA!
Parado por alguns segundos, Jon não podia acreditar no que havia ouvido. Sem pensar duas vezes, Vallery o atacou. Distraído com a noticia, Jon acabou por ser ferido gravemente no braço.
‒ chega Vallery!
Dragon gritava, enquanto fazia uma grande parede de fogo ao redor de Vallery. Não foram mais de cinco segundos que as chamas duraram, mas assim que elas se extinguiram, não restava mais ninguém no local. Nem a Jack, nem o Dragon... e nem o Jon!
**
‒ ELES ESTÃO ALI!
Alguns dos soldados haviam notado a fuga de Nael e Raque.
‒ LERIGOU!
Nael sacava sua espada para se livrar dos inimigos, uma rajada de energia vindo dos shikõs fez com que Raque e Nael fossem lançados longe.
‒ RÁPIDO RAQUE! DE PÉ! DE PÉ!
Ambos correram em direção ao que parecia as margens de um precipício. Um outro golpe inimigo foi o suficiente para fazer com que a margem rachasse e em seguida cedesse.
‒ RAQUE!
Nael segurava a mão da garota, que a essa altura já estava pendurada a beira da morte certa.
‒ NAEL POR FAVOR NÃO ME SOLTA!
Raque gritava desesperada. Uma flecha no ombro foi o suficiente para fazer o shikõ ceder.
‒ RAAAAAAAQUE!
A imagem da jovem shikõ despencando do precipício, parecia passar em câmera lenta aos olhos de Nael.
Sim, Raque havia caído. E aquele precipício era tão alto que nem se conseguia ver o solo.


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