Chegara a hora. Ele tinha convidado Freya para um passeio no jardim da mansão do julgamento, para se declarar como Alex tinha aconselhado, mas ele estava meio nervoso por nunca ter feito isso diretamente. Perdido em seus pensamentos, Mikael a viu andando em sua direção com toda a sua beleza loira, e olhos tão azuis quanto safiras que o fitavam meio nervosa também ele notou. Ao chegar ao seu encontro, ele propôs que sentassem na grama, e ficaram num silêncio amigável até que ele criou coragem, virou para ela, e se declarou.

– Eu pedi que você se encontrasse comigo, porque eu tenho uma coisa a dizer pra você Freya. – disse Mikael meio acanhado.

– Pode dizer que estarei ouvindo Mike. – disse Freya.

Ao ouvi-la chamar seu nome, ele sentiu um prazer inconsciente ao ouvi-lo sendo proferido por aqueles lábios de rosa.

– Eu te chamei aqui, porque eu queria dizer que eu amo você Freya. Desde o momento em que eu te vi escondido na árvore, deitada na grama com seu arco prateado quase igual ao seu cabelo, eu soube que me apaixonei por você. Foi uma coisa diferente e desconhecida para mim, que nunca tinha amado ninguém na vida. Mas aos poucos, ao andar ao seu lado eu percebi que o carinho que eu sentia por você, crescia e cresce cada vez mais que o tempo passava. E graças a um empurrãozinho, descobri que o que eu sinto por você é amor. E agora eu quero pedir que você seja minha namorada. E agora é a hora de saber o que você sente por mim. – terminou Mikael ainda olhando diretamente em seus olhos. O contraste entre eles não poderia ser maior. Ela toda branca, cabelos dourados prateados, e olhos azuis o lembrava da imponente lua que reinava no céu. E ele de olhos tão dourados que reluziam, lembrava bastante o sol que reinava de dia dividindo o céu com a lua.

– Você sempre me fala que sou bonita, mas frequentemente se esquece de como você é bonito também sabia? Muitas vezes senti ciúmes, quando outras magas ficavam babando em cima de você quando você tirava a camisa para lutar, ou apenas dava um sorriso de alegria a elas desmaiavam simplesmente. Durante este tempo que ficamos juntos, eu também nutri um enorme carinho por você que foi aumentando, até poucos dias atrás eu perceber que estava loucamente apaixonada por você, Mikael.

E não apenas por sua beleza que é de matar, como pelo seu caráter, seu jeito honesto de ser. Eu amo muito você, Mikael. E apesar de todo o fardo que carrego, não irei mais fugir desse amor. – declarou-se Freya enquanto chegava mais perto do corpo de Mikael, que estava quente como fogo, em sua pele fria.

– Eu também amo você minha bela amada. E não importa o fardo que você carrega, que eu irei defendê-la e protege-la mesmo que eu tenha que ir até o inferno ou o céu. Você aceita ser minha namorada? – disse Mikael com o rosto muito próximo do de Freya sentados na grama, à luz da lua naquela noite estrelada.

– Ah, sim claro que eu quero. – disse Freya atirando sua boca contra a de Mikael, que a envolveu em seus braços fortes, e seu corpo frágil encontrou-se com a parede de músculos do corpo quente de Mikael enquanto se beijavam. Os dois deitaram na grama, enroscados um no outro sem se largarem, até que o nível de sedução elevou até o ponto que se continuassem fariam amor ali mesmo, e pararam um pouco o amasso para poderem se controlar. Mas mesmo seus corpos um pouco separados, ambos ainda se beijavam com voracidade. Mikael nunca tinha sentido aquilo. Enquanto sua mão alisava seu cabelo sedoso e loiro, sua outra mão estava em sua face indo para o pescoço, lhe fazendo caricias que ela respondia intensificando o beijo. E que beijo. Seus lábios eram sedosos e macios, e tinha gosto de mel de tão doces. Sua língua encontrava com a dele, em voltas e mais voltas dentro de suas bocas, fazendo com que uma corrente de eletricidade passasse por ele devido ao prazer. Freya já tinha alguma experiência com namorados, afinal uma mulher como ela não lhe faltaria pretendentes apesar dela nunca ter tido sexo com nenhum deles. Mas nenhum deles, a beijara como Mikael. Nenhum deles lhe passava aquele prazer imenso num beijo que era ao mesmo tempo, doce e eletrizante. Quando se separaram para respirar, ela soube que ele seria o homem de sua vida, e que depois dessa missão ela iria ficar com ele de um jeito ou de outro. Não importando o que os deuses de asgard decidissem, ela não seria dada a Loki como esposa.

No dia seguinte, a noticia de que Freya e Mikael estavam namorando, se espalhou como o vento por toda a casa. E em ambos os lados, magos suspiraram lamentando-se que tinham perdido sua chance com ambos. Ao notar isso, Alex que andava junto deles sussurrou no ouvido de Mike e Freya.

– Vejam só o que vocês fizeram seus garanhões. Todos os magos daqui que se iludiam, pensando que tinham uma chance com vocês dois, estão de coração partido. Vocês são malvados. – disse Alex balançando a cabeça num falso pesar pelos outros, sem esconder o sorriso zombeteiro.

– Ah cala a boca Al. Deixe-os ai. O que importa somos nós. – disse Mikael com uma risada segurando a mão de Freya que sorriu em resposta ao gemido de decepção daqueles que ainda não acreditavam no acontecido.

– Estou me sentindo como se estivesse segurando vela com vocês dois. –disse Alex sussurrando aos dois que reviraram os olhos, e em seguida virou-se para as mulheres que estavam ali reunidas e gritou:

– Alguma bela dama, gostaria de pegar meu coração? Ou o resto do corpo também? – disse Alex enquanto o salão enchia-se de risadas, e algumas mulheres se aproximavam dele, e enroscavam seus braços nos dele.

As risadas no salão morreram, quando Anúbis chegou e anunciou que Mikael estava sendo chamado ao trono de seu pai. O silêncio reinou no salão, pois todos sabiam que a o dia que começaria a tão falada missão tinha chegado enfim.

Despedindo-se de Freya com um beijo, e um abraço em Alex, ele seguiu com Anúbis até a sala do trono onde seu pai Osíris estava. Ao chegar em frente das portas douradas com a balança que ele tanto temeu no primeiro dia quando o conheceu, novamente o temor retornou agora ao saber, que finalmente o destino do mundo estaria enfim em seus ombros. Bateu na porta, entrou, e parou em frente ao pai. Como sempre, seu pai estava imponente e enorme como sempre. Pele azul safira cobria extensos músculos definidos e encorpados de seu peito, barriga, e braços que eram absurdamente fortes. Combinados com sua altura, seu cabelo preto que hoje tinha apenas uma fina coroa dourada com uma balança no centro da cor de jade, seu rosto viril e masculino que estava com uma expressão inescrutável, era como se estivesse vendo ele mesmo no rosto do pai quando ficasse um pouco mais velho. Ajoelhou-se diante dele e esperou ele tomar a palavra.

– Levante-se meu filho, e sente-se aqui ao meu lado. – pediu Osíris. Quando o viu sentar, virou-se no trono para encarar com um aperto o filho, e começou a conversa que ele tanto queria que nunca precisasse chegar.

– Mikael, o dia que sua mãe previu que você começasse a sua jornada chegou. Você já domina completamente seus poderes como um mestre de magia e armas, e é chegada a hora de cumprir tua missão. – disse Osíris que teria continuado se não fosse um batido na porta, que foi aberta por um irritado Anúbis que segurava dois jovens pelo cangote que se debatiam em vão. Era um garoto e uma garota loira.

– Com licença meu senhor, mas esses dois insolentes estavam escutando atrás da porta antes que eu pudesse impedir. Vou leva-los imediatamente. – disse Anúbis indo em direção aos dois, quando ele parou ao ouvir seu senhor falar.

– Deixe-os Anúbis. Prevejo que mesmo que você os leve, eles voltarão logo mais. E creio que Mikael deseja que ambos participem não é, meu filho?- perguntou Osíris com um sorriso de esperteza que já sabia da relação entre ele e a filha do deus do norte, e o fardo que a jovem carregava, unida ao rapaz filho da deusa da guerra celta que foi o primeiro amigo de Mikael, e seu primeiro parceiro que tinha lhe jurado lealdade para toda a vida.

– Se é o que quer senhor. – disse Anúbis deixando os dois lá de frente a Osíris, e saindo da sala.

– Muito bem meus jovens magos, quem são vocês?- perguntou suavemente o deus aos dois jovens que estavam meio assustados por finalmente conhecerem o senhor da mansão desde que pisaram ali para treinar.

– Eu sou Freya, senhor Osíris. Filha do deus nórdico da luz, sabedoria e justiça, Balder. – disse Freya em uma reverência.

– E eu sou Alex McKinley, filho da deusa da guerra celta e rainha da morte Mórrigan, meu senhor. –disse Alex.

– Alex e Freya. E o que desejam me pedir, ao seguirem meu filho até aqui? – perguntou Osíris mesmo que já soubesse.

Freya e Alex trocaram um olhar, e Alex concordou que ela fosse à porta-voz.

– Viemos humildemente pedir, que nos dê permissão de acompanhar Mikael em sua busca, meu senhor. Ficaremos muito preocupados em esperar aqui, enquanto ele vai sozinho nessa missão. – disse Freya olhando diretamente o deus a sua frente.

– Você aceita o pedido meu filho? – perguntou Osíris num sorriso, ao ver os olhos de Mikael brilharem ao ouvir Freya falar de sua preocupação com ele.

– Sim pai, eu gostaria que eles viessem comigo. – respondeu ele.

– Então assim será feito. – respondeu o pai, chamando os outros dois para se juntarem no trono para ouvir a missão.